O desafio de deixar de fumar

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1 O desafio de deixar de fumar O uso do cigarro tem como objetivo a busca por efeitos prazerosos desencadeados pela nicotina, melhora ime - diata do raciocínio e do humor, diminuição da ansiedade e ajuda no controle de peso. Com o passar do tempo, esses efeitos não são mais atingidos com a mesma dose, fazendo com que o fumante aumente o número de cigarros para obter efeitos outrora alcançados com doses menores. O fumante torna-se, então, dependente químico e psicológico do cigarro. Além disso, fatores ambientais, psicológicos, comportamentais e socioculturais também estão associados ao desenvolvimento da dependência. Difícil de largar - quando os fumantes deixam de fumar, sentem desejo pelo cigarro e têm sintomas de abstinência que contribuem para o risco de recaída. Os sintomas de retirada incluem distúrbios do sono, irritabilidade e/ou agressividade, depressão, agitação e dificuldade de concentração. Após dois ou três dias sem fumar, esses sintomas chegam ao seu nível máximo e podem durar várias semanas. Largando o cigarro - buscar orientação, suporte, medicação e estar preparado para recaídas são medidas que podem ajudar os fumantes a abandonarem o fumo para sempre. Segundo estudos da Organização Mundial de Saúde, mesmo uma rápida orientação por um profissional de saúde pode aumentar o índice de abstenção em até 30%. Para que o tratamento anti-tabagista tenha mais chances de ser bem sucedido, é necessária uma combinação de aconselhamento e terapia medicamentosa. Aconselhamento e terapia comportamental Há três tipos de aconselhamento e terapia comportamental que são considerados eficazes: aconselhamento prático, apoio social como parte do tratamento e assistência social fora do âmbito do tratamento. Terapia farmacológica Alguns medicamentos eficazes podem ser usados por pacientes que estão tentando deixar de fumar. Consulte seu médico sobre as alternativas disponíveis. Parar de fumar é o passo mais importante que os fumantes podem dar no sentido de aumentarem seu tempo e qualidade de vida. Procure ajuda e pare de fumar o quanto antes. Essa é a sua chance de viver mais e melhor. VIVA MAIS Benefícios de deixar de fumar As vantagens de se livrar do fumo tornam-se visíveis já nos primeiros instantes. Apenas algumas horas depois que a pessoa deixa de fumar, o organismo começa a se recuperar. Uma das primeiras reações parte do coração e pulmões, que simultaneamente começam a reparar os danos causados pelo cigarro. Depois de mais de uma década sem fumar, um ex-tabagista terá risco de morte semelhante ao de uma pessoa que nunca fumou. Isto quer dizer que nunca é tarde para parar de fumar. Não importa a sua idade, o risco de morte prematura certamente será menor depois disso.

2 Conheça as vantagens imediatas e a longo prazo de se livrar do tabagismo: 20 minutos Melhoram a pressão arterial, freqüência cardíaca e circulação periférica 1 dia Queda dos níveis de monóxido de carbono no sangue 2 dias A nicotina é eliminada do organismo; melhora do olfato e do paladar 1-12 semanas A função pulmonar melhora 30% 3-9 meses Falta de ar e tosse diminuem 1 ano Risco de ataque cardíaco cai 50% 10 anos Risco de câncer pulmonar cai 50% 15 anos Risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral caem para os mesmos níveis do não fumante. Efeitos do fumo no sistema circulatório Há muitos anos, a conexão entre fumar cigarros e charutos e as doenças pulmonares e o câncer de pulmão já é bem conhecida. Muitas pessoas ainda associam o tabagismo apenas com os problemas respiratórios. Fumar é também a principal causa de doenças cardíacas e de derrame. O fato é que a cada ano mais de mortes nos Estados Unidos são devidas ao tabagismo. Cerca de dessas mortes são devidas a doenças cardíacas e dos vasos sangüíneos. O tabagismo custa aos americanos mais de 157 bilhões de dólares anualmente em custos econômicos relacionados à saúde. Entre eles, incluem-se o custo do tabagismo durante a gravidez, a perda de dias de trabalho, a perda de renda por morte e aposentadoria precoce e incêndios causados pelo cigarro. Fumaça secundária Fumantes passivos Os fumantes não são as únicas pessoas afetadas pela fumaça do tabaco. A fumaça secundária (SHS, sigla do termo em inglês) também denominada fumaça passiva ou fumaça de tabaco ambiental (ETS, sigla do termo em inglês) é um grave componente nocivo à saúde para não fumantes, principalmente para crianças.

3 A SHS contém mais de substâncias químicas e pelo menos 40 agentes químicos identificados como causadores de câncer. Os não fumantes que têm pressão arterial alta ou altos níveis de colesterol no sangue apresentam risco ainda maior de desenvolver doenças cardíacas, quando são expostos à fumaça secundária. A fumaça secundária causa cerca de 40 vezes o número de mortes por doença cardiovascular, em comparação com as mortes por câncer. Os estudos demonstram que o risco de morte por doenças cardíacas é cerca de 30% mais alto entre pessoas expostas à fumaça secundária em casa ou no trabalho. A fumaça secundária também provoca doenças. Em 1996, cerca de 15 milhões de crianças com até 18 anos de idade foram expostas à SHS no ambiente doméstico. Os filhos de pessoas fumantes têm muito mais infecções respiratórias do que os filhos de pessoas não fumantes. As mulheres não fumantes expostas à fumaça do tabaco também têm maior probabilidade de dar à luz um bebê com baixo peso ao nascer. A melhor maneira para salvaguardar sua saúde é evitar o máximo possível a fumaça de tabaco. Tabagismo e circulação sangüínea Fumar ou estar exposto a altas quantidades de fumaça secundária causa vários efeitos temporários sobre os vasos sangüíneos e o coração de um indivíduo. A nicotina presente na fumaça aumenta temporariamente a pressão arterial, a freqüência cardíaca, a quantidade de sangue bombeado pelo coração e o fluxo sangüíneo nas artérias do coração. A nicotina também provoca a constrição das artérias dos braços e das pernas. O fumo aumenta o risco de desenvolver doença cardiovascular em pessoas com pressão arterial alta. A nicotina não é o único elemento nocivo presente na fumaça do cigarro. O monóxido de carbono entra no sangue e reduz o oxigênio disponível para o coração e para todas as outras partes do corpo. A fumaça de tabaco faz com que o sangue coagule mais rapidamente e aumenta a probabilidade de formação de coágulos. Esses efeitos prejudicam o sistema cardiovascular do indivíduo. Tabagismo e endurecimento das artérias Quando depósitos de gordura se acumulam nas paredes internas das artérias, estas se tornam mais estreitas e menos elásticas. Quando isso acontece, o coração deve trabalhar com maior vigor para bombear sangue através dos canais estreitados. As artérias obstruídas constituem uma causa importante de ataque cardíaco e derrame. O endurecimento das artérias que irrigam o coração e da aorta (principal artéria que sai do coração) ocorre mais freqüentemente em pessoas fumantes do que em não fumantes. E essa condição tende a ser mais grave nos fumantes. Tabagismo e colesterol Juntamente com a fumaça do tabaco, os altos níveis de colesterol são um fator de risco importante para as doenças cardíacas e dos vasos sangüíneos. O fumo interage com os altos níveis de colesterol no sangue, para aumentar muito o risco de doença cardiovascular. Os fumantes também têm uma maior probabilidade de apresentar níveis mais baixos de HDL colesterol (o chamado colesterol bom ).

4 Tabagismo e doença vascular periférica A doença vascular periférica (DVP) é o estreitamento dos vasos que transportam sangue para os músculos das pernas e braços. O tabagismo é um fator de risco importante para esta doença. De fato, os fumantes têm esta doença mais freqüentemente e com maior gravidade do que os não fumantes. É uma condição perigosa, pois se um coágulo de sangue bloqueia uma artéria estreitada, o resultado pode ser a lesão - ou a perda - de uma perna ou braço. Entre os pacientes com essa doença, os fumantes representam a maioria das pessoas que virão a desenvolver um bloqueio. A boa notícia é que as pessoas que param de fumar freqüentemente podem reduzir a gravidade de sua doença vascular periférica. E quando for necessário realizar uma cirurgia, este procedimento terá provavelmente maior sucesso nas pessoas que pararam de fumar. O diabetes é um outro fator de risco importante para doença vascular periférica. As pessoas com diabetes que são fumantes aumentam mais ainda seu risco de DVP. Tabagismo e ataque cardíaco A fumaça de tabaco, a pressão arterial alta, os altos níveis de colesterol no sangue, a obesidade, o diabetes e a falta de atividade física são os principais fatores de risco para o ataque cardíaco e são passíveis de modificação. As pessoas que já têm pressão arterial alta, altos níveis de colesterol no sangue (ou ambos) e que fumam aumentam ainda mais seu risco de sofrer um ataque cardíaco. Quanto mais a pessoa fuma, maiores serão seus riscos de sofrer um ataque cardíaco. As pessoas que fumam um maço de cigarros por dia têm mais de o dobro do risco de ataque cardíaco do que uma pessoa que nunca fumou. Os fumantes que sofrem um ataque cardíaco têm menor chance de sobreviver do que os não fumantes. E as pessoas que continuam fumando após um ataque cardíaco aumentam suas chances de ter um segundo ataque. Tabagismo e dor no peito A angina pectoris (dor no peito) ocorre quando o músculo do coração não recebe oxigênio suficiente durante um esforço físico. O fumo reduz a quantidade de oxigênio para o músculo cardíaco. Ao mesmo tempo, faz com que o coração bata mais rapidamente, o que aumenta sua demanda por oxigênio. Assim, quando os fumantes com angina realizam exercícios físicos, têm dor no peito mais rapidamente do que teriam normalmente. Freqüentemente, isso significa que eles devem restringir mais suas atividades do que teriam que fazer em outras situações. Tabagismo e derrame Vários estudos importantes têm estabelecido uma conexão entre o hábito de fumar cigarros e os diferentes tipos de derrame. No estudo cardiológico de Framingham, a incidência de derrames foi 40% mais alta em homens fumantes e 60% mais alta em mulheres fumantes do que nas pessoas não fumantes. Após dois anos de parar de fumar, o risco de derrame diminuiu significativamente. Após cinco anos, o risco de derrame passou a ser o mesmo que o risco apresentado pelos não fumantes.

5 Tabagismo e doença pulmonar crônica O tabagismo é a principal causa de enfisema e de bronquite crônica. Essas doenças pulmonares crônicas sobrecarregam o coração e, quando a doença cardíaca está presente, podem levar à insuficiência cardíaca. Fumar também causa câncer no pulmão, na boca e na garganta. A fumaça secundária também é um problema, principalmente para crianças. A cada ano, o fumo passivo causa até infecções de garganta e de pulmão e (como pneumonia e bronquite), em crianças com menos de um ano e meio de idade. Até dessas crianças precisam de hospitalização. Tabagismo e adolescentes Quanto mais cedo uma pessoa começa a fumar, maior será o risco futuro para sua saúde. Para os adolescentes, o risco de ataque cardíaco na idade adulta parece remoto. Entretanto, mesmo os adolescentes podem sofrer com a tosse, com a diminuição do vigor e com uma freqüência cardíaca aumentada pelo cigarro. Essas condições irão se agravar com o passar do tempo e podem levar ao desenvolvimento de doenças cardíacas ou pulmonares crônicas, caso a pessoa continue fumando. A maioria dos fumantes inicia o hábito do tabagismo quando adolescente. De fato, estima-se que 80% de todos os fumantes começaram a fumar antes da idade de 18 anos. Três mil jovens abaixo de 18 anos começam a fumar a cada dia e um terço deles irá, com o passar do tempo, morrer de doença cardiovascular. Tabagismo e pílulas anticoncepcionais As mulheres fumantes que usam pílulas anticoncepcionais têm um risco maior de sofrer um ataque cardíaco e um derrame do que as não fumantes que usam esse método contraceptivo. O fumo associado ao uso de pílulas anticoncepcionais também aumenta o risco de estreitamento dos vasos sangüíneos (doença vascular periférica). Cigarros com baixo conteúdo de alcatrão e de nicotina Nenhum cigarro pode ser considerado seguro. Os cientistas não encontraram evidências de que fumar cigarros com baixo conteúdo de alcatrão e de nicotina reduza o risco de doença arterial coronária. Muitos fumantes que mudaram para cigarros com baixo conteúdo de alcatrão e de nicotina fumam mais cigarros e inalam mais profundamente para compensar a quantidade reduzida de nicotina. Isso pode gerar novos problemas, pois o alcatrão e a nicotina não são as únicas substâncias prejudiciais presentes na fumaça do cigarro. Ao inalar mais profundamente, os fumantes absorvem mais das outras substâncias prejudiciais e podem aumentar seus riscos de doença. Porque você deveria parar de fumar agora? Em média, continuar fumando reduz de 13 a 14 anos de sua vida. Não importa quanto nem por quanto tempo você fumou, quando parar de fumar, seu risco de apresentar doenças cardíacas começará a cair. Um ano após ter parado de fumar, seu risco de morte por ataque cardíaco será 50% menor. É importante parar de fumar antes que os sinais de doença cardíaca apareçam. Uma vez que eles estejam presentes, mesmo se você parar de fumar, levará 15 anos para o seu risco de morrer de ataque cardíaco ficar tão baixo quanto o de alguém que nunca fumou.

6 Não espere até ter uma doença cardíaca para parar de fumar. Pare de fumar enquanto você está à frente da situação. Pare de fumar agora! Se você precisar de ajuda para parar de fumar, fale com o profissional que cuida da sua saúde. Existem muitos programas disponíveis para ajudá-lo. Existem também medicamentos substitutos da nicotina na forma de goma de mascar, emplastros, sprays e como substâncias inaláveis que seu médico pode recomendar. Um outro remédio, o cloridrato de bupropiona, que é freqüentemente prescrito para depressão, também pode ajudá-lo a parar de fumar. Além disso, em breve será lançado no Brasil um medicamento oral à base de vareniclina que atua bloqueando o efeito da nicotina no cérebro. Fonte