EXPECTATIVAS DOS DESEMPREGADOS QUANTO À REFORMA TRABALHISTA FEVEREIRO 2018

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1 EXPECTATIVAS DOS DESEMPREGADOS QUANTO À REFORMA TRABALHISTA FEVEREIRO 2018

2 OITO EM CADA DEZ DESEMPREGADOS ADMITEM NÃO ESTAR BEM INFORMADOS SOBRE A REFORMA TRABALHISTA Fortalecimento dos acordos coletivos estabelecidos entre empregados e patrões, jornadas de trabalho mais flexíveis e com salário variável, férias divididas em até três períodos, permissão de tempo menor para o almoço em meio aos dias de trabalho... São tantas novidades e mudanças importantes que muitos brasileiros parecem ainda nem ter tido informações e tempo necessários para refletir e avaliar o impacto da Reforma Trabalhista. Sancionada pelo Presidente da República em julho do ano passado, e posta em vigor a partir de novembro, as novas leis permanecem cercadas de incertezas sobre quais serão as consequências práticas na vida de milhões de pessoas e no mercado de trabalho, como um todo. Como mostra uma pesquisa recente do SPC Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a maioria dos brasileiros que estão sem emprego, atualmente, acredita não ter informação suficiente para opinar a respeito; além disso, não há consenso sobre os efeitos da reforma. O objetivo do estudo é exatamente investigar as expectativas dos desempregados 1 quanto às mudanças propostas pela Reforma Trabalhista. 1 O questionário foi respondido apenas por pessoas que se enquadravam nos seguintes critérios: está procurando emprego; enquanto não encontra emprego, está recorrendo a formas alternativas de renda; não está procurando emprego porque procurou por muito tempo sem sucesso e está aguardando para ver se surge alguma oportunidade. 2

3 METADE DOS DESEMPREGADOS TEM INTERESSE EM ATUAR SOB O REGIME DE TRABALHO INTERMITENTE Apesar da reformulação feita às leis trabalhistas, direitos considerados fundamentais para os trabalhadores foram mantidos na nova configuração, como o FGTS, o 13º salário, o seguro desemprego e a licença maternidade, por exemplo. Mesmo assim, as mudanças não encontram consenso entre os desempregados: 19,5% acreditam que a oferta de empregos vai aumentar com a reforma trabalhista, enquanto 23,7% pensam que vai diminuir e 31,2% julgam que permanecerá igual. EXPECTATIVA EM RELAÇÃO À OFERTA DE EMPREGOS COM A REFOMA TRABALHISTA 31% 24% 19% 26% Vai continuar igual Vai diminuir Vai aumentar Não sei responder 3

4 Vale destacar que 25,7% não souberam responder, sugerindo que parte importante da amostra não se sente segura para opinar. Nesse sentido, a pesquisa também revela que apenas 16,5% consideram-se bem informados sobre a reforma, ao passo em que 27,8% se dizem mal informados (aumentando para 36,7% entre aqueles que possuem ensino fundamental completo) e 55,7% se declaram mais ou menos informados. Uma das principais novidades da Reforma é a que estabelece o chamado trabalho intermitente, modalidade de contratação com carteira assinada em que não há jornada fixa de trabalho. Isso significa que o funcionário passa a ser remunerado por hora, de acordo com o tempo trabalhado. O chamado saláriohora não poderá ser inferior ao salário mínimo ou ao dos demais profissionais com a mesma função na empresa. Assim, comerciantes que precisam de mais atendentes em datas específicas como o Natal, por exemplo, em que tradicionalmente aumenta o movimento, poderão fazer uso da medida. Vale dizer que nesse tipo de contratação o trabalhador não tem direito ao seguro-desemprego. A REGULAMENTAÇÃO DO TRABALHO INTERMITENTE DIVIDE OPINIÕES: 24% CONSIDERAM ÓTIMA OU BOA 33% REGULAR 23% RUIM OU PÉSSIMA A esse respeito, a impressões dos entrevistados também são variadas: 23,7% dos desempregados consideram que a regulamentação do trabalho intermitente foi ótima ou boa, ao passo em que 33,0% julgam-na como uma medida regular e 22,8% acreditam ser ruim ou péssima (aumentando para 37,1% entre aqueles com ensino superior completo). 4

5 Dentre aqueles que acreditam nos benefícios do trabalho intermitente, 36,6% argumentam que haverá mais oportunidade de contratação e vagas no mercado, enquanto 27,5% consideram que o trabalhador ficará livre para exercer mais de uma atividade aumentando sua renda e 24,6% pensam que desta forma será regularizada a contratação de trabalhadores que hoje são informais. Em contrapartida, os desempregados que não aprovam a modalidade do trabalho intermitente, de modo geral, temem que os trabalhadores fiquem fragilizados e saiam no prejuízo: 43,8% pensam que os trabalhadores terão perda dos direitos atuais, enquanto 19,0% dizem que o trabalho intermitente não vai resolver a situação da contratação informal por parte das empresas; para outros 16,8% o trabalhador poderá ficar sem receber nada, já que não há horário e salário mínimo. OPINIÃO SOBRE A REGULAMENTAÇÃO DO TRABALHO INTERMITENTE Haverá mais oportunidades de contratação de pessoas, mais vagas no mercado, diminuindo o desemprego no Brasil 37% 27% O trabalhador ficará livre para exercer mais de uma atividade e assim aumentar a sua renda Será regularizada a contratação de pessoas que hoje trabalham na informalidade MOTIVOS 25% PARA ACHAR QUE É BOA 1% Outro 10% Não sei/prefiro não responder Os trabalhadores terão perdas de seus direitos atuais 44% 19% Não vai resolver a situação da contratação informal por parte das empresas O trabalhador poderá ficar sem receber nada, já que não há horário e salário mínimo 17% MOTIVOS PARA ACHAR 15% QUE É RUIM Por não ter uma rotina de trabalho certa, será difícil conciliar trabalho com outros afazeres do dia Outro 3% 3% Não sei/prefiro não responder 5

6 Metade da amostra declarara-se interessada em trabalhar sob o regime intermitente (50,5%), principalmente por causa da possibilidade de conciliar o trabalho com estudos ou outras atividades, trabalhando menos horas por semana (17,5%) e pela possibilidade de contratação futura em horário integral (17,3%). Outros 26,8%, no entanto, manifestam seu desinteresse, já que não veem nenhum benefício nessa modalidade de contratação (aumentando para 41,9% entre aqueles que possuem ensino superior completo), enquanto 22,7% não souberam ou preferiram não responder. Apesar das dúvidas quanto às possíveis vantagens ou desvantagens do trabalho intermitente, é preciso lembrar que as pessoas ouvidas na pesquisa, hoje, estão em busca de um emprego o que pode influenciar na resposta de muitos a respeito do interesse em trabalhar por esta forma de contratação. Finalmente, praticamente três em cada quatro respondentes acreditam que o trabalho intermitente trará mais benefícios aos empresários (38,5%), ao passo em que 26,3% julgam que a modalidade trará benefícios tanto para empresários quanto aos trabalhadores. Outros 20,2%, por sua vez, declaram que não trará benefícios para ninguém, enquanto a menor parte espera mais benefícios para os trabalhadores (15,0%). Independente dos níveis de aprovação ou desaprovação da reforma trabalhista entre os brasileiros sejam eles empregados ou desempregados a única forma de preparar-se para os efeitos da mudança é informar-se e saber cada vez mais a respeito. Só o conhecimento da nova legislação pode tornar o trabalhador apto a fazer as melhores escolhas para suas atividades profissionais e, ao mesmo tempo, ajudá-lo a estar atento ao cumprimento dos direitos que continuam garantidos na Constituição. O Ministério do Trabalho 2 reuniu uma série de dados sobre a reforma, destinadas tanto aos trabalhadores quanto às empresas e empregadores

7 CONCLUSÕES 19,5% acreditam que a oferta de empregos vai aumentar com a reforma trabalhista, enquanto 23,7% pensam que vai diminuir, 31,2% julgam que permanecerá igual e 25,7% não souberam responder. 16,5% consideram-se bem informados sobre a reforma trabalhista, ao passo em que 27,8% se dizem mal informados e 55,7% se declaram mais ou menos informados. 23,7% dos desempregados consideram que a regulamentação do trabalho intermitente foi ótima ou boa, ao passo em que 33,0% julgam-na como uma medida regular e 22,8% acreditam ser ruim ou péssima. Dentre aqueles que acreditam nos benefícios do trabalho intermitente, 36,6% argumentam que haverá mais oportunidade de contratação e vagas no mercado, enquanto 27,5% consideram que o trabalhador ficará livre para exercer mais de uma atividade aumentando sua renda e 24,6% pensam que desta forma será regularizada a contratação de trabalhadores informais. Dentre aqueles que não aprovam a modalidade do trabalho intermitente, 43,8% pensam que os trabalhadores terão perda dos direitos atuais, enquanto 19,0% dizem que o trabalho intermitente não vai resolver a situação da contratação informal por parte das empresas; para outros 16,8% o trabalhador poderá ficar sem receber nada, já que não há horário e salário mínimo. 50,5% declararam-se interessados em trabalhar sob o regime intermitente, principalmente por causa da possibilidade de conciliar o trabalho com estudos ou outras atividades, trabalhando menos horas por semana (17,5%) e pela possibilidade de contratação futura em horário integral (17,3%). Outros 26,8% manifestam seu desinteresse, já que não veem nenhum benefício nessa modalidade de contratação, enquanto 22,7% não souberam ou preferiram não responder. 38,5% acreditam que o trabalho intermitente trará mais benefícios aos empresários, ao passo em que 26,3% julgam que a modalidade trará benefícios tanto para empresários quanto aos trabalhadores. Outros 20,2% declaram que não trará benefícios para ninguém, enquanto a menor parte espera mais benefícios para os trabalhadores (15,0%). 7

8 METODOLOGIA PÚBLICO-ALVO MÉTODO DE COLETA TAMANHO AMOSTRAL DA PESQUISA DATA DE COLETA DOS DADOS Residentes em todas Pesquisa realizada 600 casos, gerando margem 24 de novembro as capitais brasileiras, pessoalmente em de erro no geral de 4,0 à 14 de dezembro com idade igual ou pontos de fluxo p.p para um intervalo de de superior a 18 anos, considerando todas confiança a 95%. ambos os sexos, todas as 27 capitais do país. as classes sociais, desempregados e que buscam uma nova oportunidade de trabalho. 8

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