ESTILO DE VIDA: PERCEPÇÃO DE SAÚDE E COMPORTAMENTO PREVENTIVO

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1 ESTILO DE VIDA: PERCEPÇÃO DE SAÚDE E COMPORTAMENTO PREVENTIVO Autores: LARISSA FERREIRA DOS SANTOS, ADELSON FERNANDES DA SILVA, MARIA CLARA ÁLVARO SANTOS, LAÍS CASTILHO XAVIER, FELIPE GALDINO SOUZA, SALETE APARECIDA DURTE FIGUEIREDO, LEIDIANE JESUS COSTA Introdução O estilo de vida é definido por Nahas (2003) como sendo um conjunto de ações habituais que refletem as atitudes, os valores e as oportunidades na vida das pessoas. E uma expressão moderna que se refere à estratificação da sociedade por meio de aspectos comportamentais, expressos geralmente sob a forma de padrões de consumo, rotinas, hábitos ou uma forma de vida adaptada ao dia-a-dia (ARAGÃO, 2011). Atualmente, os termos, estilo de vida, saúde, qualidade de vida, percepção de saúde, comportamento preventivo e seus derivados estão sendo cada vez mais estudados em diversas populações (MATOS; SOUZA, 2006). Entre esses termos, percepção de saúde representa uma importante medida de avaliação do estado de saúde e tem sido bastante utilizada em estudos de base populacional (DACHS, 2006). A saúde é a riqueza do corpo, e assim como todas as riquezas merecem um tratamento especial, com a saúde não poderia ser diferente, a atenção tem que ser redobrada. Seguindo esse entendimento, o estudo será de grande relevância, uma vez que irá precaver os escolares ao estilo de vida não saudável que os mesmos estão aderindo, visando assim contribuir na prevenção de doenças que são decorrentes desse estilo de vida. O objetivo desse estudo é avaliar o estilo de vida dos escolares de 15 a 18 anos das escolas públicas da cidade de Januária - MG. Material e métodos O estudo é do tipo descritivo, quantitativo e transversal (THOMAS; NELSON, 2002). A amostra foi composta por 583 alunos da rede pública de ensino da cidade de Januária - MG, sendo (41,3%) do sexo masculino e (58,7%) do sexo feminino. Para a coleta de dados foi utilizado o questionário Estilo de Vida do Adolescente Manauara 2011 que foi adaptado para ser desenvolvido na cidade de Januária - MG. Foram considerados para critérios de exclusão, os alunos que não responderam todas as questões do questionário ou que deixaram algumas questões em branco e os alunos que não preencheram toda a ficha de identificação. Os dados foram verificados pelo teste de Kolmogorov-Smirnov, os mesmos apresentaram uma distribuição não paramétrica (p<0,05). Quiquadrado (p=0,05), utilizou-se o pacote estatístico StatisticalPackage for the Social Science (SPSS), versão O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), por meio do Parecer Consubstanciado nº de 08 de Julho de Resultados e discussão

2 O estudo afirma que os entrevistados vivem raramente estressados 51,9 % dos meninos e 30,1% das meninas. O baixo nível de stress encontrado na pesquisa pode ser devido Januária ser considerada uma cidade pacata que ainda está em crescimento. Um estudo realizado em Porto Velho, RO por (FARIAS et al., 2016) com 102 entrevistados sendo 54 homens e 48 mulheres, o controle de estresse satisfatório representou 52,9% dos homens e 47,1% das mulheres, divergindo deste estudo. Os sintomas do stress podem se manifestar em crianças e adolescentes quando são submetidos a problemas como bullying, separação dos pais ou doenças graves na família, portanto é necessário que os pais fiquem atentos a qualquer sinal que seus filhos apresentarem, pois elevados níveis de stress podem causar vários efeitos no corpo, um exemplo é a ansiedade. Em relação às fontes de estresse 43,2% dos meninos e 33,2% das meninas, não apresentaram nenhum tipo de estresse. Por outro lado, apresentou uma fonte principal de stress no qual foi constatado que 33,2% dos meninos e 44,5% das meninas disseram que o estresse esta relacionado com problemas de relacionamento na família, na escola, no trabalho, etc. Estudo realizado em Matelândia no estado do Paraná, por (MOMBELLI et al., 2011), composto por 30 crianças de ambos os sexos, assemelha-se com esse estudo, quando constatou-se que a maioria das crianças (60,0%) apresentou baixo suporte familiar e estresse, reforçando a tese de que baixos níveis de suporte familiar estão associados à presença de sintomas de estresse na criança. Em relação à freqüência que os estudantes se sentiram sozinho 48,1% dos meninos e 26% das meninas relataram, nunca terem sentido sozinhos, esses dados divergem dos resultados encontrados por (CARVALHO et al., 2011), que realizou uma pesquisa com estudantes do ensino médio da rede pública estadual do estado de Pernambuco, verificou-se que a prevalência do sentimento de solidão foi significativamente maior entre as meninas (19,6%) em relação aos meninos (11,6%). O sentimento de solidão em adolescentes acomete a saúde, pois o mesmo propicia tristeza, baixa auto-estima, mudanças na aparência e falta de entusiasmo que interferem diretamente no bem estar, facilitando o desenvolvimento de doenças como stress, ansiedade e depressão. Com relação ao sentimento de tristeza verificou-se 62,2% dos meninos e 52,6% das meninas, não tiveram períodos acima de duas semanas de sentimento tristeza ou sem esperança, já 37,8% dos meninos e 47,4% das meninas relataram que tiveram sim essas duas semanas de tristeza. Esses dados divergem do estudo de (BEZERRA et al., 2014), no qual constou que mais de 70% dos meninos e 65,1% das meninas não tiveram períodos acima de 15 dias de sentimento de tristeza e sem esperança, assim como por duas semanas consecutivas com 34,9% e 28,5% respectivamente. O sentimento de tristeza quando sofrido por um longo período de tempo, torna-se preocupante, pois a tristeza aliada com outros sentimentos como, desesperança, falta de prazer pela a vida é um dos sintomas claros da depressão. Sobre a freqüência de utilização de preservativo, observou que 32,5% dos meninos e 16,6% das meninas sempre utilizam preservativos, quando levado em consideração que os meninos dizem ser mais ativos sexualmente que as meninas descritas em 36,5% dos meninos e 58% das meninas. Estudo feito por (MARINHO, 2002) na cidade de Lages, SC, com 357 universitários, apresentou resultados mais expressivos, das mulheres que têm vida sexual ativa com parceiro fixo (62,7%), apenas 33,3% usam preservativo sempre, enquanto 57,6% dos homens que têm relacionamentos sexuais com parceiro fixo, destes somente 44,9% sempre usam preservativo. A utilização do preservativo é importante na proteção contra diversas doenças sexualmente transmissíveis e também ajuda na prevenção de gravidez precoce, assim jovens e adolescentes não terão seu estilo de vida sexual saudável comprometido. Conclusão Conclui-se a partir da análise e discussões dos resultados, que os escolares demonstraram uma percepção geral de saúde satisfatória, também foram satisfatórios quando os escolares apresentaram um nível de estresse consideravelmente baixo, em contrapartida resultados negativos foram apresentados no uso de preservativos pelos alunos, que é baixo considerando a quantidade desses alunos que disseram ser sexualmente ativos. Percebe-se ainda que o sentimento de solidão predomina na maioria das meninas, esses resultados são preocupantes, pois, o sentimento de solidão é um dos principais motivos para ser diagnosticada uma depressão. Referências bibliográficas ARAGÃO, J. B. M. Niveis de atividade fisica e estilo de vida dos docentes de educação fisica da cidade de Quimadas-PB;. Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, Disponível em: < >. Acesso em: 12 de jul BEZERRA, E. S.; NERY, S.; ROSSATO, M.; SOUZA, A. A.; SERRUYA, M. M.; SILVA, A. C. S.; BARBOSA, R. M. S. P.; NAHAS, M. V. Percepção de saúde e comportamento preventivo em escolares do ensino médio da cidade de Manaus. Revista Uniandrade, Manaus, v. 15, n. 3, p , CARVALHO, P. D.; BARROS, M. V. G.; SANTOS, C. M.; MELO, E. M.; OLIVEIRA, N. K. R. Prevalência e fatores associados a indicadores negativos de saúde mental em adolescentes estudantes do ensino médio em Pernambuco, Rev. Bras Saúde Mater, Pernambuco, v. 11, n. 3, p , DACHS, J. N. W. Auto-avaliação do estado de saúde no Brasil: análise dos dados da PNAD/2003. Ciencia e Saude Coletiva, Rio de Janeiro, v.11, n. 8, p , FARIAS, E. S.; SOUZA, L. G.; SANTOS, J. P. Estilo de vida de escolares adolescentes. Stylo life of adolescent students. Adolescência & Saúde, Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p , abr/jun MARINHO, C. S. Estilo de vida e indicadores de saúde de estudantes universitários da uniplac Tese (Dissertação Apresentada à Universidade Federal de Santa Catarina como Requisito para Obtenção do Título de Mestre em Educação Física) Santa Catarina, MOMBELLI, M. A.; COSTA, J. B.; MARCON, S. S.; MOURAS, C. B. Estrutura e suporte familiar como fatores de risco de stress infantil Family pillar and structure as riskfactors to child stress. Estudos de Psicologia, Campinas, v. 28, n. 3, p , julho - setembro NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 3ª ed. Londrina: Midiograf, Londrina, v. 278, p. 19, MATOS, A. P. S & SOUZA A. C. M. Estilo de vida percepção de saúde e estado de saúde em estudantes universitários portugueses: influência da área de formação. International Journal of Clinical and Health Psychology, Espanha, v. 6, n. 3, p , THOMAS, J.R; NELSON, J.K. Métodos de Pesquisa em Atividades Física. 3ª. ed. ARTMED, Tabela 1. Valores absolutos e relativos (%) da tabela cruzada entre gênero (variável dependente) e o nível de estresse (variáveis independentes) (n=583).

3

4 Raramente estressado, vivendo muito bem , Ás vezes estressado, vivendo razoavelmente bem ,3 Quase sempre estressado, enfrentando problemas com freqüência 23 9, ,7 Excessivamente estressado, com dificuldades para enfrentar a vida diária 16 6, Tabela 2. Valores absolutos e relativos (%) da tabela cruzada entre gênero (variável dependente) e a principal fonte de estresse na vida dos estudantes (variáveis independentes) (n=583). Tabela 3. Valores absolutos e relativos(%) da tabela cruzada entre gênero (variável Dependente) e a frequência que se sentiu sozinho (variáveis independentes).(n=583) Não tenho estresse Problemas de relacionamento (na família na escola, no trabalho, etc) Nunca , , ,1 Excesso de compromissos e responsabilidades A maioria das vezes ,6 Agressões (Violência física e/ou sexual) Algumas vezes 26, ,3 18 5,3 16,7 2,1 15 Tabela 4. Valores absolutos e relativos(%) da tabela cruzada entre gênero (variável Dependente) você sentiu muito triste ou sem esperança quase todos os dias durante duas semanas seguidas ou mais, a ponto de você ter que parar de fazer suas atividades normais? (variáveis independentes) - (n=583). 0,5 32, ,2 17, ,1 7,7 11,2 Outros 44, Dificuldades financeiras (não ter dinheiro, perder ou não conseguir emprego, assumir o sustento da família) Raramente 28 11, Situação de rejeição e/ou preconceito (dificuldade em aceitar-se ou ser aceito pelos outros) Sempre 18 7,5 63 4,4

5 Sim 91 37, ,4

6 Não , ,6 Tabela 5. Valores absolutos e relativos (%) da tabela cruzada entre gênero (variável Dependente) e a frequência de utilização do preservativo (variáveis independentes)(n=583) Nunca tive relação sexual 88 36,5 198 Sempre 78 32,5 57 Ás vezes 59 24,4 54 Nunca 16 6,6 33