(RE)CONSTRUÇÃO DE PERCURSOS FORMATIVOS AO LONGO DA VIDA: O CASO DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS (EFA)
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- Giovanna Camarinho Beppler
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1 (RE)CONSTRUÇÃO DE PERCURSOS FORMATIVOS AO LONGO DA VIDA: O CASO DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS (EFA) Equipa de Projecto Novas Oportunidades de Adulto (EP-NOA) * Nos dias 19 e 20 de Novembro, a Equipa de Projecto Novas Oportunidades de Adultos (EP-NOA) participou na VI Edição do Encontro Regional Aprender no Alentejo, na Universidade de Évora. Nesta edição, a DREAlentejo assumiu-se como entidade parceira na organização, participando, também, na moderação das mesas de debate e nas sessões temáticas de comunicações livres. Nestas últimas, a EP-NOA apresentou uma comunicação intitulada (re)construção de percursos formativos ao longo da vida: o caso dos Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA). Sessão de abertura do Encontro Moderação de um grupo de trabalho / Apresentação de comunicação pela EP-NOA Com esta comunicação procurou-se apresentar uma reflexão acerca da importância da formação na educação das pessoas adultas. Os Cursos de Educação e Formação de Adultos (adiante designados EFA), criados em 2000/2001 (em fase de observação ), assumem-se como uma das respostas formativas e de qualificação disponíveis. Desde a sua criação, até à data, ocorreram alterações várias, sob o ponto de vista legal, metodológico e pedagógico. Procurar-se-á, apresentar uma apresentação breve da oferta EFA: descrição da rede actual de oferta EFA na região Alentejo, a sua evolução, especificidades e a relação entre essa oferta e os pressupostos inerentes ao princípio de Aprendizagem ao Longo da Vida (ALV). Como palavras-chave destaque para educação e formação de adultos e aprendizagem ao longo da vida. *Texto da Equipa de Projecto Novas Oportunidades de Adulto (EP-NOA) DREAlentejo REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO N.º2 (2011) 31
2 1. Génese dos Cursos EFA Os cursos de Educação e Formação de Adultos (cursos EFA) são um instrumento basilar para a prossecução das actuais políticas de educação e formação, os quais assumem particular destaque na generalização do nível secundário com patamar mínimo de qualificação da população. Na sua génese, os cursos EFA são um instrumento de qualificação da população adulta, contribuindo, assim, para a promoção de uma cidadania mais activa e para a melhoria dos níveis de empregabilidade e inclusão social e profissional. Os cursos EFA constituem uma importante aposta da ANEFA Agência Nacional de Educação e Formação de Adultos (criada em 1999), na sequência da criação do Grupo de Missão EFA, ao abrigo da Resolução do Conselho de Ministros nº 92/98, de 14 de Julho. Os cursos EFA tiveram início em 2000 e representam uma ruptura inequívoca com os modelos de educação e formação de adultos, até então existentes na sociedade portuguesa (ANEFA, 2001). A ANEFA foi extinta em 2002, tendo sido criada a Direcção-Geral de Formação Vocacional (DGFV, ). Actualmente é a Agência Nacional para a Qualificação (ANQ, I.P.) que gere e monitoriza a rede de Cursos EFA em Portugal, assim como a rede de Centros Novas Oportunidades disseminada por todo o país. Em 2008 foi promulgada a Portaria nº 230/2008, de 7 de Março, actual enquadramento legal para a oferta EFA, complementada, recentemente, pela Portaria nº 711/2010, de 17 de Agosto. Mesa 5: As Autarquias e a qualificação no Alentejo VI Edição do Encontro Regional Aprender no Alentejo REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO N.º2 (2011) 32
3 2. Evolução da Rede de Cursos EFA De acordo com o Relatório Nacional sobre os Cursos de Educação e Formação de Adultos Em Observação 2000 /2001 (ANEFA, 2002), a rede inicial de cursos EFA foi constituída por 13 cursos, a nível nacional, 2 dos quais na região Alentejo. Um foi promovido pela entidade Esdime, sedeada em Ferreira do Alentejo (Curso EFA B2 de Práticas Administrativas) e o outro pelo Centro de Formação Profissional de Santiago do Cacém (Curso EFA B1 Agricultura e Pescas Jardinagem). De 2000 até 2010, na região Alentejo, a rede de cursos evoluiu (quer no número, quer na sua tipologia) como se pode observar no gráfico em baixo: Gráfico 1- Evolução da Rede de Cursos EFA na região Alentejo Em 1999, a rede de cursos EFA, no Alentejo, iniciava com 2 cursos e no ano seguinte foi alargada para 22. Onze anos mais tarde, a rede de cursos EFA, na nossa região é constituída por 178 cursos em funcionamento, promovidos por escolas públicas e entidades privadas (DREAlentejo, 2010). Em 2006, as escolas da rede pública começam a desenvolver cursos EFA, o que constituiu uma valorização da oferta, através da Iniciativa Novas Oportunidades. Em 2007, iniciam-se os primeiros cursos EFA de Nível Secundário. REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO N.º2 (2011) 33
4 3. O modelo de formação dos Cursos EFA e seus destinatários O modelo de formação dos cursos EFA organiza-se de acordo com algumas especificidades, que o distinguem das ofertas formativas para jovens e das ofertas formativas para a população adulta, até então existentes: (i) desenvolvem-se em percursos flexíveis e tipificados de formação definidos a partir de processos de reconhecimento, validação e certificação de competências, previamente adquiridas pelos adultos por via formal, não formal e informal e/ou de acordo com as habilitações de acesso iniciais; (ii) desenvolvem-se, também, em percursos formativos de forma articulada, integrando uma formação tecnológica, ou apenas uma destas; (iii) a sua estrutura curricular assenta numa base modular. Estão organizados através de áreas de Competências-Chave (ACC), organizadas por UFCD Unidades de Formação de Curta Duração, constantes do Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ), privilegiando a diferenciação de percursos formativos e a sua contextualização no meio social, económico e profissional dos formandos; (iv) desenvolvimento de formação centrada em processos reflexivos e de aquisição de saberes e competências que facilitam e promovam as aprendizagens (construção de um Portefólio Reflexivo de Aprendizagens); (v) orientam-se através de referenciais de competências-chave. Os curso EFA de nível secundário orientamse pelos Referenciais de Competências-Chave, constantes do Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ); (vi) a equipa pedagógica dos cursos EFA é composta pelos formadores e pelo mediador (equivalente a um director de turma do ensino regular). Os cursos EFA destinam-se a adultos com idade igual ou superior a 18 anos, à data do início da formação. Podem ser ministrados em regime laboral ou pós-laboral. Quanto à tipologia distinguem-se os de nível básico e os de nível secundário, com um percurso escolar, tecnológico ou de dupla certificação, ou seja, com uma certificação escolar e tecnológica. Inicialmente todos os cursos EFA eram realizados com recurso a financiamento. Neste momento, há cursos enquadrados em candidaturas aprovadas pelo Programa Operacional Potencial Humano (POPH), promovidas por entidades privadas e escolas da rede pública, e cursos não financiados, promovidos, unicamente, por escolas da rede pública. O futuro Actualmente a Iniciativa Novas Oportunidades, que existe desde 2005, prepara um segundo ciclo de actividade, cujo lema é Qualificar os Portugueses: Uma Prioridade no Presente e no Futuro, o qual decorrerá entre 2011 e 2015, numa aposta significativa no princípio e perspectiva de aprendizagem ao longo da vida (ALV), tal como afirmado no Memorando sobre a Aprendizagem ao Longo da Vida (Comissão Europeia, 2000). REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO N.º2 (2011) 34
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ANEFA (2001). Cursos de Educação e Formação de Adultos Orientações para a Acção. Lisboa: ANEFA. ANEFA (2002). Relatório Nacional sobre os Cursos de Educação e Formação de Adultos Em observação 2000/2001. Lisboa: ANEFA. COMISSÃO EUROPEIA (2000). Memorando sobre Aprendizagem ao Longo da Vida. Bruxelas. GOMES, M. et al (2006). Referencial de Competências-Chave para a Educação e Formação de Adultos- Nível Secundário. Lisboa: ME/DGFV. DREAlentejo (2010). Documentos vários. REVISTA ALENTEJO EDUCAÇÃO N.º2 (2011) 35
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