DIREITO ADMINISTRATIVO CONTROLE
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- Ana Luísa Desconhecida Sintra
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1 DIREITO ADMINISTRATIVO CONTROLE Atualizado em 12/11/2015
2 CLASSIFICAÇÕES E SISTEMAS DE CONTROLE CLASSIFICAÇÕES DO CONTROLE Quanto ao posicionamento do órgão controlador: Externo: exercido por um ente que não integra a mesma estrutura organizacional do órgão fiscalizado (na Constituição Federal de 1988, somente o exercido pelo Legislativo). Interno: exercido por órgão especializado, porém pertencente à mesma estrutura do fiscalizado. Quanto à natureza, tipo ou foco do controle: Legalidade: conformidade às normas. Legitimidade: interesse público, impessoalidade, moralidade. Economicidade: menor custo, sem comprometer a qualidade. Eficiência: meios em relação aos resultados. Eficácia: alcance das metas. Efetividade: impactos sobre a população-alvo. Momentos do controle: Prévio: preventivo, orientador. Concomitante: tempestivo, preventivo. Posterior: corretivo e sancionador. O controle também pode ser administrativo, judicial ou social: Controle administrativo: poder de autotutela da Administração. Ex: controle hierárquico, recursos administrativos, processos disciplinares. Anulação refere-se ao controle de legalidade (anulam-se atos ilegais). Revogação refere-se a controle de mérito (revogam-se atos inconvenientes ou inoportunos). Caracteriza-se pela supervisão ministerial. Supervisão exercida pela Administração Direta sobre a Administração Indireta (tutela) não significa subordinação hierárquica, mas tão-somente, vinculação para fins de controle. Controle judicial: exercido pelos órgãos do Poder Judiciário sobre os atos administrativos do Poder Executivo, do Legislativo e do próprio Judiciário, quando realiza atividades administrativas. Necessariamente provocado. Controle posterior.
3 Restrito ao controle de legalidade, adentrando no mérito administrativo apenas em casos de ilegalidade ou ilegitimidade. Pode anular, mas não revogar o ato. Controle social: exercido diretamente pelo cidadão, ou pela sociedade civil organizada. Ex: denúncia aos órgãos de controle externo, ação popular, ouvidoria. SISTEMAS DE CONTROLE EXTERNO TRIBUNAIS DE CONTAS OU CONSELHOS DE CONTAS Decisões colegiadas. Poder sancionatória e determinações compulsórias. Função fiscalizadora ou jurisdicional. AUDITORIAS-GERAIS OU CONTROLADORIAS GERAIS Decisões monocráticas. Recomendações sem caráter coercitivo. Função fiscalizadora, opinativa, consultiva. COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU) Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: COMPETÊNCIA Apreciar as contas anuais prestadas pelo Presidente da República, mediante parecer prévio. Julgar as contas dos responsáveis por recursos públicos e dos causadores de prejuízo ao erário. Apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de pessoal. Realizar inspeções e auditorias, por iniciativa própria ou por solicitação do Congresso Nacional. Fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais, nos termos do tratado constitutivo. Fiscalizar a aplicação de recursos pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios ou a pessoa física ou jurídica OBSERVAÇÕES O parecer prévio é conclusivo, mas não vinculante. O julgamento é a cargo do Congresso Nacional. Examina e julga contas de gestão. Única atribuição na qual o Tribunal de Contas da União (TCU) profere um julgamento. Exceções: admissão de cargos em comissão; melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal da concessão de aposentadorias, reformas e pensões; aposentadorias à conta do RGPS. Em qualquer unidade da administração pública direita e indireta, de todos os poderes. Participação direta ou indireta da União, não importa o percentual. Deve haver previsão no tratado constitutivo. Refere-se a transferências voluntárias. Fiscaliza a aplicação em que e como os recursos foram gastos.
4 privada. Prestar informações solicitadas pelo Congresso Nacional. Apenas os presidentes do Senado Federal, Câmara dos Deputados e respectivas comissões podem solicitar. O parlamentar isolado não pode solicitar. Aplicar sanções previstas em lei. Lei em sentido estrito. Pode prever outras sanções, além da multa proporcional ao dano ao erário. Assinar prazo para cumprimento da lei. Lei em sentido amplo (decreto, regimento, portaria, etc). O regimento interno do TCU prevê prazo de até 15 dias. Sustar, se não atentado, a execução do ato impugnado. Comunica a decisão ao Senado Federal e à Câmara dos Deputados, separadamente; no caso de contrato, a decisão é comunicada ao Congresso Nacional. O Tribunal de Contas da União (TCU) só decide pela sustação do contrato se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo não adotarem as medidas cabíveis no prazo de 90 dias. Representar abusos ou irregularidades ao poder competente. Encaminhar relatório de atividades ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente. Para o Tribunal de Contas da União (TCU), a sustação do ato é obrigatória; a do contrato, facultativa. Aplica-se a matérias fora da competência do Tribunal de Contas da União (TCU). Exemplo: ilícitos penais. Expõe a situação das Finanças públicas e demonstra os benefícios provenientes da atuação do Tribunal de Contas da União (TCU). Outras competências constitucionais do Tribunal de Contas da União (TCU): COMPETÊNCIA Apurar denúncias (art. 74). Emitir pronunciamento conclusivo sobre despesa não autorizada (art. 72). Calcular quotas e fiscalizar a entrega dos recursos do FPE e do FPM (art. 161). Emitir parecer prévio sobre as contas do governo do território (art 33). OBSERVAÇÕES Podem apresentar denuncia: qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato. No prazo de 30 dias após solicitação da CMO. Cabe ao Congresso Nacional sustar a despesa não autorizada, caso a CMO, com base no pronunciamento do TCU, considerar que o gasto pode causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública. O TCU não calcula o valor a ser repassado, mas apenas os coeficientes, ou quotas, de participação de cada estado ou município nesses fundos. O TCU não fiscaliza a aplicação dos recursos, apenas a entrega realizada pelos órgãos da União. Procedimento idêntico aos da contas do Presidente da República. Quem julga é o Congresso Nacional.
5 Segue a letra da lei: Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II; V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.
6 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo. 4º - O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades. Art. 74, 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União. Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, 1º, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários. 1º - Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias. Art. 33, 2º - As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DE LEIS E ATOS DO PODER PÚBLICO O Tribunal de Contas da União (TCU), no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público. (Súmula 347 do STF). Cuidado: apreciar não é declarar. O controle exercido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) é difuso (ou incidental), aplicado apenas no caso concreto, com efeito entre as partes e apenas em matérias da competência do TCU. Aos autores não referenciados, todos os direitos reservados.
Quanto ao órgão controlador
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