PRODUÇÃO DE SUBSTRATO ATRÁVES DE PODAS DE ÁRVORES DA CIDADE DE PORTO VELHO-RO

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1 PRODUÇÃO DE SUBSTRATO ATRÁVES DE PODAS DE ÁRVORES DA CIDADE DE PORTO VELHO-RO Arlindo Silva dos Santos¹ Bruna Lemos Ferreira¹ Laércio Vinicius de Souza Chagas¹ Leidiane Caroline Lauthartte² Rafael Frigo Gualberto¹ Thiago Felipe Loureiro da Silva¹ RESUMO Nos dias atuais, o aumento significativo do desperdício e a quantidade de resíduos sólidos gerados vêm sendo cada vez mais preocupante. Buscando alternativas para o aproveitamento dos resíduos sólidos gerados, este trabalho tem por objetivo realizar o aproveitamento de podas de árvores para produção de substrato através de métodos da compostagem, na cidade de Porto Velho/RO. A pesquisa está sendo desenvolvida por um grupo de acadêmicos do curso de Engenharia Florestal da FARO, na disciplina de Metodologia Científica. Na metodologia usaremos seis tipos de tratamentos utilizando-se os restos vegetais de plantas que forem podadas pelo órgão municipal responsável, e estercos. As composteiras serão confeccionadas com páletes e o experimento será conduzido próximo ao viveiro da faculdade Faro. Os resultados deste trabalho serão divulgados no meio científico. Palavras-chave: COMPOSTAGEM. PODAS DE ÁRVORES. SUBSTRATO. INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, a quantidade de resíduos sólidos gerados aumentou significativamente devido aos altos consumos de bens e produtos da população, principalmente os resíduos domésticos. O problema disso é que os resíduos sólidos gerados em muitas cidades brasileiras não tem uma destinação adequada, ou seja, destinação sustentável, técnica e ambientalmente correta (GONÇALVES, 2010). Com isso foram criadas leis e normas ambientais visando à importância do 1 Graduando do Curso de Engenharia Florestal da Faculdade de Rondônia - FARO, professorarlindosantos@gmail.com; bruninhallemos1@gotmai.com; thiagoloureirosilva02@gmail.com; guuualberto@gmail.com; laerciopvh2009@hotmail.com; 2 Professora orientadora do Curso de Engenharia Florestal da Faculdade de Rondônia - FARO, leidianequimica@gmail.com Porto Velho RO, Outubro de 2017.

2 2 gerenciamento, que tem por objetivo minimizar os riscos para saúde, meio ambiente e também melhorar a qualidade vida da população. Em geral, o lixo é tudo aquilo que se joga fora e que não tem mais utilidade. Ele é composto de vários tipos de resíduos, que precisam de manejo diferenciado (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2017). O lixo pode ser classificado como seco ou úmido. O lixo seco é composto por materiais potencialmente recicláveis (papel, vidro, lata, plástico etc.). Entretanto, alguns materiais não são reciclados por falta de mercado, como é o caso de vidros planos etc. O lixo úmido corresponde à parte orgânica dos resíduos, como as sobras de alimentos, cascas de frutas, restos de poda etc. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2017). Tratando-se de grandes cidades, a grande produção de lixo orgânico e o pouco caso do mesmo, as podas de árvores podem ser de grande potencial na produção de adubo orgânico através de compostagem, desde que tenham um destino certo. Faz parte da legislação municipal a Portaria GAB/SEMA Nº 34 DE 08/03/2017 que Regulamenta a solicitação de poda e supressão de espécies arbóreas no município de Porto Velho/RO e das outras providências (ROBSON DAMASCENO, 2017). Porém, existem muitas podas caseiras descartadas de maneiras incorretas ou, quando pequenas, levadas para o aterro sanitário. Portanto, diante do exposto este trabalho tem por objetivo a produção de adubo orgânico utilizando-se como substrato as podas de árvores da cidade de Porto Velho-RO através do método mais viável de compostagem orgânica, e uso do mesmo para futura criação de uma horta com plantas medicinais. 1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1.1 COMPOSTAGEM A compostagem é definida como um processo aeróbio controlado, desenvolvido por uma população diversificada de microrganismos, efetuada em duas fases distintas: a primeira quando ocorrem as reações bioquímicas mais intensas, predominantemente termofílicas; a segunda ou fase de maturação, quando ocorre o processo de humificação (PEREIRA NETO, 1987). E pode ser usada em diferentes tipos de materiais orgânicos, com diferentes técnicas e adaptações para

3 3 melhores resultados, além do mais, tem alta viabilidade econômica por ser um processo natural. Kiehl (1985), explica que durante o processo de decomposição, onde há desprendimento de gás carbônico e energia, parte da energia é usada pelos microorganismos para crescimento e movimento, e o restante é liberado como calor. Como resultado a pilha de compostagem atinge uma temperatura elevada, resfria e atinte o estágio de maturação. O esterco pode fonte de microorganismos e acelerar o processo. 1.2 SUBSTRATOS DE PODAS DE ÁRVORES Segundo estudo realizado pela bióloga Flavia Gomes da Silva (2011), com uma espécie de amendoim (Pterogyne nitens), foi avaliado o crescimento do mesmo em quatro tipos de substrato. Os substratos utilizados foram: 80% composto de poda de árvore e 20% composto de resíduos orgânicos; 100% substrato comercial; 100% composto de poda; 80% poda e 20% substrato comercial. O melhor resultado foi com substrato 80% de poda e 20% de resíduos orgânicos. Em concordância com Dutra et al (2012), os maiores acúmulos de N, P, K, Ca e Mg foram obtidos pelos experimentos na planta do milho quando se utilizou a adubação com composto orgânico produzido com poda de mangueira, esterco bovino e MB-4. Em pesquisa realizada por Andréia Vanessa Stocco Ortolan, onde foi analisado o cultivo do girassol com diversos tipos de substratos. O procedimento experimental foi feito utilizando dez plantas por parcela. Em 8 experimentos pode-se observar que houve uma germinação de praticamente 100% na maioria dos tratamentos testados. Destes, o que obteve melhor resultado foi 100% de composto orgânico produzido na proporção 2 de resíduos (50% de resíduos de poda + 50% de resíduos orgânicos das cantinas) tiveram 80 e 90%, respectivamente, de suas mudas germinadas. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 COLETA DE DADOS Durante a execução do projeto, as pesquisas serão realizadas em duas etapas. A primeira será através de levantamentos de dados junto a Secretaria de

4 4 Meio Ambiente, objetivando a quantidade de podas solicitadas mensalmente, quais bairros tem maior índice solicitação e como é feita a gestão envolvendo manuseio, transporte e destino. E a segunda será estimar, no mínimo, 10 espécies de árvores, classificando-as por quantidade de podas. Todos os dados serão gerenciados por planilhas especificas, e os gráficos gerados serão divulgados. 2.2 COMPOSTAGEM Para realizar o processo, serão utilizadas seis amostragens com quatro repetições cada, sendo que, as mesmas serão expostas em caixas de madeira (páletes), com dimensões de 31 cm de altura, 31 cm de largura e 50 cm de comprimento, as mesmas serão expostas em ambientes iguais. O tempo estimado para conclusão do processo é de 90 a 120 dias, sendo que a partir de noventa dias já iniciará a avaliação de qualidade das amostras. Segue abaixo lista de amostragem: MATERIAL QUANTIDADE 1 - Somente podas. 100% de podas. 2 - Podas e esterco de codorna. 300 gramas de esterco de codorna por camada. 3 - Podas e esterco de gado. 300 gramas de esterco de gado por camada. 4 - Podas e esterco de galinha. 300 gramas de esterco de galinha por camada. 5 - Podas e sulfato de amônio. 500 gramas de sulfato de amônio por camada. 6 - Podas e ureia. 500 gramas de ureia por camada. 3. RESULTADOS ESPERADOS Estima-se levantar informações importantes sobre o tema e trabalhar a conscientização ambiental através de pesquisas envolvendo a sociedade. Após o período de produção do substrato pela compostagem, a qualidade do substrato será avaliada e o método com mais viabilidade para produção de substrato, será utilizado para produção de uma horta medicinal no campus da faculdade Faro.

5 5 REFERÊNCIAS ALMEIDA, R. Restos de poda de árvores vão virar adubo. Disponível em: < Acesso em: 15 de setembro de DUTRA, E. D.; MENEZES, R. S. C.; PRIMO, D. C., Adições de nutrientes na compostagem de podas de árvores na região semiárida do NE do Brasil, v. 9, n. 7, Recife- PE, GONÇALVES, Morgana Suszel ET AL. Gerenciamento de resíduos sólidos na Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Francisco Beltrão. Revista Brasileira de Ciências Ambientais, v. 15. Março, KIEHL, E.J. Fertilizantes orgânicos. Piracicaba: Agronômica Ceres, p. O GLOBO. Madeira da poda da árvore é reutilizada em duas subprefeituras. Disponível em: < Acesso em: 15 de setembro de ORTOLAN, Andréia Vanessa Stocco. Análise do uso de adubo orgânico no cultivo de girassol, volume 8, numero 12, São Paulo, PAIXÃO, REBECCA MANESCO; SILVA, LUIZ HENRIQUE BISCAIA RIBEIRO DA, Análise da viabilidade da compostagem de poda de árvore no Campus do Centro Universitário de Maringá CESUMAR, PEREIRA NETO, J. T., 1987: On the Tratment of Municipal Refuse and Sewage Sludge Using Aerated Static Pile Composting A Low Cost Technology Aproach. University of Leeds, Inglaterra. p PORTARIA GAB/SEMA Nº 34 DE 08/03/2017. Regulamenta a solicitação de poda e supressão de espécies arbóreas no município de Porto Velho/RO. Disponível em: < Acesso em: 15 de setembro de SILVA, Flavia Gomes. Substrato com composto de lixo e poda de árvore para produção de mudas de Pterogyne nitens. Jaboticabal-SP, 2011.