VI Penafup reúne petroleiros de todo o país

Transcrição

1 Especial Plenafup Julho Nº 1074 VI Penafup reúne petroleiros de todo o país Capixabas participam dos debates Página 2 Protesto contra a Rede Globo Página 3 As lutas políticas da categoria Página 4

2 Julho 1 Julho Defesa do Pré-Sal e da Petrobras são planos de luta da VI Plenafup Reunidos na 6ª Plenária Nacional da FUP, os trabalhadores do Sistema Petrobras, eleitos em suas bases, aprovaram um calendário de lutas que visa barrar o desmonte da Petrobras e a entrega do pré-sal. A Plenafup aconteceu na cidade de Campos, no Rio de Janeiro e marcou a comemoração dos vinte anos de fundação do Sindipetro Norte Fluminense. Como não poderia deixar de ser o golpe ao mandato da Presidente Dilma foi o assunto que dominou as falas dos participantes. Antes ou no final das falas a frase Fora Temer era regra. As ações de ataque aos direitos dos trabalhadores pelo governo interino de Michel Temer também estiveram na pauta das discussões. Outros eixos de discussão foram a defesa intransigente da democracia, da soberania nacional, das conquistas sociais, dos direitos dos trabalhadores e da democratização da comunicação. Neste tema participaram representantes de sites alternativos como Jornalistas Livres e Brasil 247. Integrantes de movimentos sociais como a UNE e Unegro,Levante Popular da Juventude e Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) passaram pela plenária para apoiar a luta dos petroleiros. Outras deliberações ficaram por conta da pauta salarial a ser discutida com a Petrobras ainda em Foram aprovadas moções contra o golpe, a criminalização dos movimentos sociais e sindicais, e em repúdio à violência contra as mulheres, ao assassinato de trabalhadores da educação no México, entre outras. Capixabas participam dos debates A delegação capixaba do Sindipetro-ES acompanhou atentamente a análise da conjuntura política e econômica feita por integrantes de movimentos sociais presentes na VI Plenafup. Vitor Guimarães, dirigente do MTST, do Rio de Janeiro disse que o golpe ao mandato da Presidenta Dilma é contra os direitos do povo. É preciso manter o povo organizado, não podemos dar nenhum momento de trégua para este governo, conclamou Vitor. Anderson Amaro, do MPA Nacional disse que a mídia golpista se esconde atrás do golpe e que a fixação de gastos públicos, amplamente divulgada pelo governo de Michel Temer, tirará R$ 30 milhões de investimentos do País. Ele defendeu que também sejam fixadas as taxas de juros. Participou ainda Gilmar Mauro, da Frente Brasil Popular e Sérgio Nobre, secretário nacional da CUT. A sexta edição da Plenária Nacional da FUP reuniu 150 petroleiros e petroleiras vindos de todos os cantos do País.

3 3 Julho Petroleiros ocupam as ruas de Campos Protesto contra a Rede Globo O primeiro ato da VI Plenafup começou com um alerta à população de Campos sobre os riscos da entrega do petróleo brasileiro num ato em frente à Inter TV, afiliada da Rede Globo. Os petroleiros denunciaram a campanha midiática da emissora em favor do golpe e o processo de privatização da Petrobras e a entrega do pré-sal. Em nome dos capixabas, o delegado do Sindipetro-ES, Alex Rodrigo Pereira da P-58, falou sobre a defesa do pré-sal. Os capixabas participaram ainda da reunião das forças politicas, que aconteceu na noite do terceiro dia da VI Plenafup. O coordenador-geral do Sindipetro-ES, Paulo Rony, afirma que o debate político precisa ser cada vez mais estimulado pela categoria. A crise política na qual o Brasil passa, deve-se também à grande rejeição da discussão do tema. Por isso, é importante que nós e outras entidades sindicais promovam esse debate, com bastante conteúdo e ideologia. A força das redes sociais O Painel Perspectivas de enfrentamento para resistir ao golpe jurídico e midiático no Brasil contou com a participação dos jornalistas Paulo Moreira Leite, Diretor do Portal de Notícias Brasil 247 e Laura Capriglione, do Coletivo Jornalistas Livres. A jornalista Laura Capriglione disse que as redes sociais tornaram-se ferramentas de auto-defesa do povo. A imprensa alternativa do Brasil é uma das mais poderosas do mundo, considerou. Laura já atuou na Folha de São Paulo e na visão dela, o jornalista de esquerda não pode apenas noticiar a luta do trabalhador, mas também se posicionar ideologicamente. Se estabelecermos uma relação de generoso compartilhamento mútuo de nossos conteúdos em várias redes, magnificaremos o alcance de todos. Foi isso o que fizemos na cobertura da luta dos estudantes contra a reorganização escolar pretendida por Geraldo Alckmin, lembrou. Segundo ela, o resultado foi que em uma semana, se alcançou 7,5 milhões de timelines. Trata-se de uma performance incrível, que não é só nossa, mas que decorre da atuação de cada um dos coletivos parceiros, a quem compartilhamos e que nos compartilharam. O jornalista Paulo Moreira Leite criticou a cobertura da mídia nativa O jornalista Paulo Moreira Leite disse que a instabilidade jurídica do Brasil lhe causa temor. Tomos nós podemos acordar de manhã e ter o carro da Polícia Federal na nossa porta, alertou. Na visão dele o Brasil virou o país do camburão, e não de direito.

4 Julho Os desafios da categoria petroleira e as lutas políticas O segundo dia do VI Plenafup foi marcado por intensos debates e aprovação das teses das tendências. O dia começou com a saudação do reitor do Instituto Federal Fluminense (IFF), Jefferson Manhães, que ressaltou a grande quantidade de Institutos Federais pelo país, que hoje já são 644. Durante a defesa das teses, Deyvid Bacelar e João Antônio de Moraes defenderam a tese da Articulação Sindical. Eles relembraram a greve de 2015, onde os petroleiros lutaram por seus direitos durante 25 dias. O coordenador-geral da FUP, José Maria Rangel, finalizou a defesa da tese da Articulação Sindical citando a sanha da atual diretoria da empresa: tucanos e governo ilegítimo querem entregar as reservas e desmontar a empresa, retornando à época do sucateamento, com inúmeros acidentes de trabalho. O diretor da FUP, João Antonio de Moraes falou sobre a mobilização dos petroleiros em Brasília. Ele fez um panorama para a plenária de como foi a votação na Comissão do PLC 4567/ Pré-Sal e a perspectiva da votação na Câmara dos Deputados. O deputado federal Wadih Damous (PT RJ) visitou a VI Plenafup e disse que o STF, o Ministério Público e a mídia são os grandes orquestradores do golpe. Na visão dele a Polícia Federal tem sido usada como milícia, citando a condução coercitiva do ex-presidente Lula. O Brasil tem se tornado um estado policial e deixado de ser um estado democrático de direito. O STF é o guardião da Lava Jato ou da Constituição Brasileira, perguntou Wadih. No sábado, último dia do VI Plenafup, aconteceu mais um painel que discutiu A defesa do pré-sal e da Petrobrás como motor de desenvolvimento nacional e de resistência ao projeto neoliberal. Na parte da tarde aconteceu a plenária de discussão da pauta da categoria e o calendário de lutas. A solenidade de encerramento aconteceu às 19h. Delegados aprovam planos de luta Calendário com algumas das deliberações do plano de lutas: Delegação da Transpetro Greve por tempo determinado contra a entrega dos campos maduros terrestres; 12 a 21 de julho Assembleias nas bases dos sindicatos que estão na linha de frente de resistência: Bahia, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Ceará e Pernambuco; 18 de julho Encontro das assessorias jurídicas desses sindicatos; 19 de julho Seminário de preparação de greve em defesa dos campos terrestres 27 a 29 de julho Seminário de planejamento de campanha da FUP, com participação dos coordenadores dos sindicatos filiados; 05 a 07 de agosto 2º Encontro Nacional dos Trabalhadores da Transpetro Reunião dos Campos Terrestres

5 5 Julho Pressão no Congresso Nacional O diretor da FUP, João Antonio de Moraes falou sobre a mobilização dos petroleiros em Brasília. Ele fez um panorama para a plenária de como foi a votação na Comissão do PLC 4567/ Pré-Sal e a perspectiva da votação na Câmara, convocando os petroleiros a encherem as galerias da Câmara Federal para evitar a privatização. Aldemir de Carvalho Caetano, do Sindipetro-AM/FUP falou que é necessário dois terços do Plenário para votar o projeto e que os petroleiros devem buscar os parlamentares em seus estados para fazer o combate e tentar barrar a aprovação do PL na Câmara. Fernando Maia, do Sindipetro-RS/FUP, falou sobre a hombridade dos parlamentares que defenderam o pré-sal no Comissão do Pré-Sal. Vamos lamber as feridas e fortalecer a luta, disse. A partir desta segunda-feira, 11, eles pretendem voltar a Brasília e tentarão levar mais petroleiros para despachar com cada deputado contrário ao projeto. Os deputados capixabas Lelo Coimbra (PMDB) e Max Filho (PSDB) votaram a favor da entrega do pré-sal. Expediente Júnior Gaigher i e online