Palavras chave: Dietas da moda. Transtornos alimentares. Distúrbios alimentares.

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1 DIETAS DA MODA E DESENVOLVIMENTO DE TRANSTORNOS ALIMENTARES Emanuella Silva de Amorim¹ Heitor Victor Santos da Silva² Ana Carolina Ribeiro de Amorim RESUMO Introdução: Com a influência da mídia ditando padrões corporais que devem ser seguidos pela população, a insatisfação com a aparência afeta principalmente o público feminino, que em algum momento da vida, cerca de 90% destas irão se restringir a uma dieta. Este panorama abre espaço para adesão de dietas da moda e estas exercem influência 18 vezes maior na aparição de transtornos alimentares, destacando os principais: ortorexia, bulimia nervosa e anorexia nervosa. Assim, o estudo tem como objetivo enfatizar a influência de dietas e os métodos extremos aplicados à ligação com os transtornos alimentares ocasionando déficits nutricionais. Metodologia: A revisão bibliográfica foi realizada através do Google Acadêmico, SCIELO e EBSCO totalizando a leitura de 12 artigos, para realização do trabalho. Resultados e Discussão: Os estudos mostram que dietas da moda podem precipitar o desenvolvimento de transtornos alimentares devido a essa busca pelo objetivo de perda de peso. Em muitos casos pelo auto avaliação dos indivíduos classificando-se com peso inadequado, apresentando induções/expulsões forçadas ou espontâneas dos alimentos, proporcionando ao corpo problemas graves. Por seguirem dietas inadequadas e supremas acabam restringindo da alimentação, nutrientes de suma importância para o desenvolvimento e funcionamento do corpo, ocasionando déficits. Conclusões: O público alvo pode desenvolver carências nutricionais devido a exclusão de alguns alimentos, e uso de métodos purgativos. Distorção corporal participa como o principal fator para o desenvolvimento destes transtornos. Cada indivíduo apresenta necessidades nutricionais especiais, a melhor maneira de conquistar o resultado desejado é seguir um planejamento com a ajuda de profissionais especializados. Palavras chave: Dietas da moda. Transtornos alimentares. Distúrbios alimentares.

2 INTRODUÇÃO Com a influência da mídia, principalmente a digital, abre-se um espaço para divulgações de um padrão de corpo impecável e paralelo a isso um aumento na adesão de dietas da moda e consequentemente um aumento dos transtornos alimentares que são fenômenos com interação social, pessoal e socioculturais, segundo SAIKALI e colaboradores, evidenciando a realidade do público, quanto a insegurança e a insatisfação com o corpo. Destaca-se como público alvo, as mulheres, pois a maioria tem compulsão por emagrecimento, o qual pode-se conceder o termo neurose moderna, que se radicaliza rapidamente de mulher para mulher. Assim como relata-se que em algum momento da vida cerca de 90% se restringiram a uma dieta e também os praticantes de atividade física, que tem como foco chegar ao corpo perfeito imposto pela mídia (SOUTO, 2006). As dietas compulsivas exercem uma influência 18 vezes maior nos transtornos alimentares (TA) (RUSSELL,2002), sendo os mais comuns: a ortorexia, definida como uma obsessão por normas dietéticas que culminam em isolamento e adoecimento; a anorexia nervosa (NA), na qual há uma busca obsessiva por magreza, esse problema afeta principalmente mulheres jovensadultas causando riscos de desnutrição; a bulimia nervosa (BN), onde há um exagero do consumo alimentar e logo após induz uma regurgitação (RUSSELL, 2002); bem como outros TA, como a compulsão alimentar. Esses transtornos alimentares atuais, podem ser maquiados como inspiração, quando na verdade são patologias. Essas patologias quando tratadas de forma multidisciplinar podem ser sanadas e o paciente passa a ter então uma vida saudável, sem levar em conta apenas o corpo desejável. Assim, o objetivo deste trabalho foi enfatizar a influência de dietas e os métodos extremos aplicados à ligação com os transtornos alimentares ocasionando déficits nutricionais. METODOLOGIA Foi desempenhado uma revisão bibliográfica, por ser um método simples, rápido e de baixo custo, apresentando facilidade na coleta de amostras representativas da população enfatizando a porcentagem do público que recorre a esse preceito e por ser efetivo ao objetivo da pesquisa. Apresentando como finalidade reunir informações de diversas fontes, coletar dados específicos em relação ao tema. As pesquisas foram realizadas em dados relevantes à indivíduos que seguem dietas da moda, apresentando alguma disfunção com vínculo a transtornos alimentares. Para análise dos resultados, a revisão bibliográfica foi realizada através do Google Acadêmico, SCIELO e EBSCO, utilizando os descritores: Dietas da moda, Transtornos alimentares. Distúrbios alimentares nos idiomas inglês e português, entre os anos 2004 a 2014, totalizando 12 artigos para análise. RESULTADOS E DISCUSSÃO As mensagens propostas pela mídia através das redes sociais merecem atenção por exercerem papel fundamental nos hábitos alimentares, e promover distúrbios de imagem corporal associado a transtornos alimentares visto como fenômeno formado por uma rede de fatores e comportamentos pessoais, social, socioeconômico e ambiente familiar (SAIKALI 2004). Anteriormente eram observados exclusivamente no universo feminino decorrente ao alto índice de compulsão por emagrecimento e que expandiu para o mundo masculino, incluindo

3 praticantes de atividade física. Com associação da mídia, ocorreu um aumento do mercado através da busca por fatores de manutenção do corpo, como revistas de boa forma, suplementos, restrições alimentares e cirurgias plásticas (SOUTO, FERRO-BUCHER,2006). O público jovem é visto como sujeito a estratégia de mercado, por serem diariamente bombardeados por inúmeras informações que os levam a acreditar em dietas da moda/fórmulas com resultado imediato para torna-los atraentes e aceitos pela sociedade, principalmente por buscarem nessa faixa etária modelos para serem seguidos, o que contribui para os TA (MARINS et al, 2011). A exposição de uma vida saudável, geralmente divulgada por influenciadores fitness ou páginas sobre o assunto é relatada através de dietas, sejam elas com menor teor de macronutrientes (carboidrato, proteína e lipídeos) que recebem nomes de acordo com a restrição; ou dietas para secar ; dietas da lua, dietas parar perder X quilos na semana, entre outras inúmeras propostas. A vontade de integrar nesse âmbito em busca do corpo perfeito que são acostumados a ver, fazem principalmente mulheres jovens recorrer a estas dietas (RUSSEL,2002). A ortorexia, anorexia nervosa e bulimia nervosa são transtornos alimentares caracterizados por um método de comportamento alimentar, associados a patologias por perca de peso e formato corporal (ROSARIO,201). A ortorexia é a obsessão por normas dietéticas, seja na escolha dos alimentos até a forma de preparo; as informações adquiridas para seguir essa rotina saudável em maioria são provenientes dos meios de comunicação que em muitos casos são fatos distorcidos e exagerados acarretando em exclusão de alimentos e nutrientes necessários desenvolvendo algumas carências nutricionais. A Bulimia Nervosa é a urgência e a necessidade incontrolável de comer (RUSSELL,2002), ingerindo muita comida (compulsão) geralmente com alto teor calórico em pouco tempo, posteriormente para suprir essa alimentação e o sentimento de remorso e culpa ocorre a indução de vômitos, uso de pílulas, consumo inadequado de laxantes e diuréticos, atividade física abusiva, buscando métodos para evitar o ganho de peso. O corpo por ser submetido a essas reações, acostuma-se e ao ingerir a comida ele já supõe expulsão, trazendo sérios problemas intestinais devido a ingestão de medicamentos e irritação de esôfago por acidez do vômito. Há casos de indução do fumo como método de perda de peso, 9% das mulheres constatam como forma positiva e 5% declaram ter começado o tabagismo para emagrecer e o receio de engordar impedia o abandono do vício (SOUTO, FERRO- BUCHER,2006). Anorexia Nervosa, destacada por ser popularmente a mais conhecida; associada diretamente com a distorção corporal, não evidenciando preocupação com a magreza mesmo que esteja em um estágio avançado; características como obsessão no peso e na alimentação, com preferência de alimentos de baixo teor calórico ou negações alimentares, prática excessiva de atividade física em busca do baixo peso, apresentam cansaço por possuírem carências nutricionais devido ao baixo consumo alimentar e baixas reservas energéticas. A vigorexia recentemente descrita, enquadra-se em transtornos de dismorfia muscular, preocupação em ser forte em todas as áreas corpóreas (ASSUNÇÂO et al.,2002), descrevem aspectos de fraqueza, quando na verdade apresentam formação muscular acima no nível médio da população masculina que destacam-se como o grupo de maior risco. Apresenta distorção corporal e parâmetros igualitários à Ortorexia (compulsão por pureza dos alimentos

4 consumidos), recorrendo assim, a dietas hiperprotéicas, hiperglicídicas e hipolipídicas, proporcionando ao corpo problemas oriundos, adquiridos também por outro método como o levantamento inadequado de peso, uso inadequado de suplementos e outras fontes energéticas. A distorção da autoimagem é o fator principal presente nos transtornos alimentares é a auto avaliação dos indivíduos que sofrem desses transtornos citados de acordo com o peso e a forma corporal; incluem pensamentos dicotômico- pensamento excessivo em relação ao corpo, ou seja, comparação do seu corpo à padrões extremos; atenção seletiva, o indivíduo acredita que os outros ao redor pensam como ele em relação ao seu corpo (SAIKALI et al.,2004). O emagrecimento é considerado como prioridade na vida de muitas mulheres (SOUTO, FERRO-BUCHER,2006). Salientando que, com o surgimento da insatisfação corporal, manifestou-se o desejo da perca de peso, porém, geralmente não apresenta o excesso de peso real, o indivíduo realiza um auto avaliação e classifica como inadequado criando um peso imaginário (SOUTO, FERRO-BUCHER,2006). Observa-se que a iniciativa de mudança corporal/peso é restrita do indivíduo, com intervenções positivas e negativas de fatores familiares e ambientais. Decorrente da insatisfação, o ponto de partida é iniciado com prática de dietas alimentares restritivas e exclusão de alimentos considerados engordantes. Por falta de conhecimento do público, a dieta apresentada, seja por redes sociais ou revistas sobre o assunto, no período inicial traz como objetivo a perca de peso e posteriormente são destacados transtornos alimentares devido à restrição extrema da alimentação. As plataformas que divulgam dietas da moda, realizam definições de alimentos proibidos tornando-se comum. Ao classificar o alimento com essa nomenclatura com objetivo de exclui-lo da refeição, já o torna desejável (SOUTO, FERRO-BUCHER,2006). Dietas essas, em grande maioria realizadas por conta própria apresentando como base somente dicas ou cardápios alimentares prontos, dispensando a conduta do profissional de saúde. A sociedade enfatiza o culto ao corpo, propagandas relatando uma finalidade de regimes/dietas, revistas sobre o assunto, proporcionando um ambiente sociocultural que justifica a perda de peso, trazendo uma semiologia de modernidade e controle (SOUTO, FERRO-BUCHER,2006). Com associação a esse padrão de corpo magro, a mulher estima que com a magreza alcançará essas qualidades e com o insucesso torna-se defeituosa e malempregada na sociedade. Como propósito, nesse momento encaixa as dietas da moda vistas como milagrosas que dão resultado e motiva o público a segui-las, porém, são temporárias e inadequadas ao método saudável. Excluir ou restringir alguns alimentos essenciais da alimentação diária é um dos piores erros, aumentando chances de desenvolver déficits nutricionais e o resultado conquistado torna-se o oposto do desejado. Além disso, propício ocorrer o consumo dos alimentos em suas porções devidas de acordo com o metabolismo energético pessoal, cada indivíduo apresenta estado nutricional e necessidades energéticas diferentes, então, para a resolução de perca ou ganho de peso. O apropriado é a realização completa da avaliação nutricional enfatizando necessidades/déficits nutricionais, aprimorando o consumo alimentar e proporcionando a alimentação saudável adequada e estável a baixo risco de TA. CONCLUSÕES

5 Diante do estudado, a busca pelo corpo perfeito tem sido enfatizada pelas mídias de comunicação, o que leva a uma procura incansável por métodos de perda de peso e definição corporal. Essa busca excessiva pode levar a déficits nutricionais e possível desenvolvimento de transtornos alimentares. REFERÊNCIAS COSTA, MARIANA FERNANDES. "Dietas da moda e transtornos alimentares: A construção de sentidos na busca do corpo perfeito e da vida saudável. DEMETRA: Alimentação, Nutrição & Saúde SAIKALI, CAROLINA JABUR, et al. "Imagem corporal nos transtornos alimentares." Revista de Psiquiatria Clínica CAMARGO, TATIANA PIMENTEL PIRES DE, et al. "Vigorexia: revisão dos aspectos atuais deste distúrbio de imagem corporal." Revista brasileira de psicologia do esporte MARINS, BIANCA RAMOS, et al. "Food advertising: advice or merely stimulation of consumption?." Ciencia & saúde coletiva SOUTO, SILVANA, et al. "Práticas indiscriminadas de dietas de emagrecimento e o desenvolvimento de transtornos alimentares." Rev. Nutr. 2006