AÇÕES PREVISTAS PARA ATUAÇÃO EM ESCOLA MUNICIPAL DA CIDADE DE SANTA MARIA VINCULADA AO SUBPROJETO PIBID PEDAGOGIA - UNIFRA 1

Transcrição

1 AÇÕES PREVISTAS PARA ATUAÇÃO EM ESCOLA MUNICIPAL DA CIDADE DE SANTA MARIA VINCULADA AO SUBPROJETO PIBID PEDAGOGIA - UNIFRA 1 Nome Sobrenome 2 ; Nome Sobrenome 3 RESUMO O presente trabalho foi construído pelas bolsistas do subprojeto PIBID Pedagogia-UNIFRA e tem por objetivo apresentar a proposta de alfabetização elaborada para nortear as práticas durante o período de quatro anos em uma escola de ensino fundamental atendida pelo referido subprojeto em Santa Maria. O caminho metodológico para a construção deste trabalho segue uma abordagem qualitativa, de cunho bibliográfico aliado a autobiográficos, que no caso deste estudo propiciaram a reflexão sobre a atuação pedagógica em alfabetização. Palavras-chave: Alfabetização; Aprendizagem; Literatura. 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem o objetivo de apresentar a proposta de alfabetização que está sendo desenvolvida pelo subprojeto Pedagogia do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA, vinculados ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à docência PIBID/CAPES, e está focada na alfabetização com o intuito de aprimorar a construção da aprendizagem dos alunos que estão inseridos nos anos iniciais de uma escola da rede Municipal de Ensino de Santa Maria, RS. A relevância deste trabalho dá-se em relação à importância de compartilhar o conhecimento e as ações que pretendem ser desenvolvidas durante a execução de um projeto que fomenta a iniciação à docência. 1 Trabalho de Pesquisa UNIFRA. Indicar a Instituição de origem e a Agência de Fomento (se tiver). 2 Acadêmico do Curso de História UNIFRA. josedasilva@gmail.com 3 Orientadora. Professora do Curso de História UNIFRA. rosadobrasil@gmail.com

2 A Proposta Pedagógica da escola aponta como objetivo geral Promover a formação do educando para o exercício crítico-reflexivo da cidadania, sendo agente capaz de tomar decisões, transformar e melhorar o meio em que vivem e fundamenta sua prática á luz dos escritos de Paulo Freire. Para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental foco desta proposta o PPP da instituição alicerça-se, primordialmente, nos fundamentos do PNAIC (Plano Nacional de Alfabetização na Idade Certa) que entende a alfabetização na perspectiva do letramento. Partindo da realidade na qual a escola está inserida pensamos em ações que atendam as suas necessidades. Deste modo, destacamos referenciais que embasam práticas escolares em torno do letramento e alfabetização conforme propõe Soares (1998), Teberosky (2003), Ferreiro (1986), Freire (1997), Brasil (1996), e os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997). Nas discussões acerca da literatura infantil utilizamos discussões mediadas por Cunha (1994) e Brasil (2006), que aborda a proposta do ensino fundamental de nove anos. Sendo assim o objetivo é trabalhar com a Literatura Infantil com atividades diferenciadas que auxiliem o processo de construção da leitura, escrita e as diversas áreas do conhecimento, justifica-se Através das discussões em torno da educação sendo importante enfatizar a relevância da aprendizagem, da leitura e escrita, como fator integrante das atividades diárias no contexto social e vivência do sujeito. Necessário para quem está em processo de alfabetização, se desenvolver como cidadão participante na sociedade atuando como individuo que faz da cultura escrita conhecimento necessário diante das demandas sociais da atualidade. 2. LITERATURA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO EDUCANDO Por meio da leitura, aprendemos a compreensão simbólica do mundo que nos circunda. Neste intuito as crianças devem manter contato com os universos letrados. O acesso aos livros, materiais de escrita e portadores textuais, assumem papel fundamental no processo de letramento, visto que

3 estamos inseridos em um contexto centrado nas práticas sociais da leitura e da escrita. Estas idéias estão de acordo com Soares (1989) que coloca: Socialmente e culturalmente, a pessoa letrada já não é a mesma que era quando analfabeta ou iletrada, ela passa a ter uma condição social e cultural não se trata propriamente de mudar de nível ou de classe social, cultural, mas de mudar seu lugar social, seu modo de viver na sociedade, sua inserção na cultura sua relação com os outros, com o contexto, com os bens culturais torna-se diferente. (Soares p. 37) Deste modo a leitura proporciona e possibilita ao individuo, percorrer pelo mundo intelectual ou imaginário por meio da reflexão critica pela compreensão dos argumentos, que se apresentam, e pode formar opiniões sobre o seu eu e a sua inserção na sociedade. Precisamos nos desvencilhar da idéia de educação bancária proposta por Freire (1997) onde no aluno é depositado o conteúdo e depois de um tempo este precisa devolver as informações creditadas a ele, comprovando os seus domínios em algum tipo de avaliação, que possuí caráter classificatório e seletivo. O grande desafio que a educação básica brasileira enfrenta atualmente é priorizar a literatura, o jogo e a ludicidade nos processos de alfabetização, visto que, em nosso generalizado modelo de alfabetização fonológica, com interfaces na perspectiva psicológica da alfabetização, ainda insistimos em fragmentar as palavras, reduzindo-as a sinais gráficos (letras), afastando-as assim do contexto ou do texto que as originou. No entanto, compreendemos a alfabetização aliada à literatura, ao jogo e ao lúdico, sendo estas, ferramentas a serviço deste processo como a determinante capaz de familiarizar desde cedo as crianças com o mundo da literatura. No entanto, o exercício do lúdico e do imaginário causa o ato da leitura beneficiando os processos de ensino e aprendizagem. Sabe-se que é dever da escola preparar os alunos para, utilizar a Língua Portuguesa nas mais diversas situações, é onde as crianças irão aprender e perceber o sentido da lecto-escrita na sua vida, fazendo conexões entre o que aprende na escola com o que lê em casa e com o que vê na rua. No que se refere à alfabetização trouxemos as autoras Ferreiro e Teberosky (1986), que se dedicaram muitos

4 anos às pesquisas dos níveis deste processo com crianças em idade escolar e pré-escolar. Esses referenciais embasam a compreensão do processo da leitura e da escrita e auxiliam no desenvolvimento de práticas pedagógicas neste campo. De acordo com a pesquisadora todas as crianças passam pelos respectivos níveis denominados: pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético, que são caracterizados por etapas que definem o seu processo de construção da leitura e escrita, variando conforme as experiências vividas em seu contexto social. As crianças em idade pré-escolar e escolar sentem-se atraídas por aquilo que se relaciona a leitura e escrita. Esse interesse varia conforme os estímulos em torno dos menores, mas assim inicia-se um processo construtivo longo. Para Teberosky (2003), existem dois tipos de conhecimento interativo que fazem parte das primeiras experiências das crianças frente à linguagem escrita, são eles: os conhecimentos elaborados pela própria criança a partir da observação/interação com o meio e os conhecimentos socialmente transmitidos pelo adulto e assimilados pelos menores. Esses conhecimentos são influenciados pelas condições do ambiente, desenvolvendo-se com mais qualidade em locais que proporcionem práticas e contatos com a leitura e escrita. À medida que as crianças vão interagindo com a linguagem escrita, percebem que normalmente esta é uma representação fiel da fala, embora ainda possam se deparar com novos problemas relacionados a grafia, que são naturais e temporários. Estes são alguns entendimentos para iniciar um trabalho com alfabetização a partir de recursos lúdicos, da psicogênese da língua escrita, das palavras geradoras e do letramento por meio da literatura infantil. Ensinar é um trabalho intelectual que requer uma aprendizagem reflexiva e contínua, assim, os professores não podem usar uma metodologia fragmentada e pronta. Percebemos que, as crianças precisam ser estimuladas com matérias e ambientes adequados que facilitem o processo de

5 alfabetização. O professor tem como objetivo estimular e analisar com os alunos as diferentes estruturas das palavras, de forma lúdica, através de brincadeiras, jogos e atividades diferenciadas, sempre respeitando o nível de aprendizagem de cada um e não esquecendo que é um processo longo. As pesquisas psicogênicas de Ferreiro e Teberosky (1986) destacam que as crianças pequenas iniciam a aprendizagem da língua escrita nos mais variados contextos reais e letrados em que aparece a escrita. Esta é usada cotidianamente como objeto social e cultural. E estes contextos, são de aprendizagem em que os pequenos aprendem por interação com o objeto de conhecimento (a escrita) e por sua relação com outros sujeitos alfabetizados em situações sociais em que tem sentido ler e escrever. Dizemos apropriação de conhecimento e não aprendizagem de uma técnica. Contudo que esta apropriação significa, aqui como em qualquer outro domínio da atividade cognitiva: um processo ativo de re-construção por parte do sujeito, que só pode apropriar-se realmente de um conhecimento quando compreende seu modo de produção, isto é, quando o re-constrói internamente (Ferreiro e Teberosky, p.354) É fato que não se aprende pelo simples acúmulo de informação e muito menos que se alfabetiza por meio do ensino da codificação e decodificação da leitura e escrita, pelo contrário, são consideradas atividades cognitivas as que requerem sujeitos envolvidos na obtenção de significados e na busca de compreensão. É preciso que fique sempre muito claro que a leitura e a escrita possuem uma função social e cultural e que a escola não possibilita apenas a aprendizagem dos conteúdos, mas o vínculo entre a cultura e o conhecimento. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) preveem. O domínio da língua, oral e escrita, é fundamental para a participação social efetiva, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento. Por isso, ao ensinála, a escola tem a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes lingüísticos, necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável de todos. (PCN p.15) Compreendemos a urgência de intensificar os estudos acerca da leitura e escrita para que possamos qualificar as práticas na escola, a fim de formar

6 cidadãos críticos, reflexivos e ativos na nossa sociedade. Ações foram pensadas a fim de atender as necessidades que assolam as realidades escolares, como por exemplo, as fragilidades na qualidade da alfabetização. De acordo com Brasil (1996) para que a criança se aproprie de um novo conhecimento, no caso a aprendizagem da leitura e da escrita, é preciso que esta aprendizagem seja carregada de significado, e este significado emerge das relações sociais que o indivíduo estabelece diariamente com o seu ambiente de convívio. 2.1 A contribuição da Literatura Infantil no processo de aprendizagem A literatura infantil, entre outros fatores, permite a organização de ideias, do pensamento e ainda estimula o desenvolvimento da linguagem. Crianças que lêem livros ou simplesmente tem contato com eles, cultivam o hábito de leitura que, segundo Cunha (1994), a primeira forma de leitura é a leitura de figuras, que estimula o desenvolvimento de uma vida interior rica e da capacidade de concentrar a atenção, valorizar os sentimentos afetivos e cultivar a sensibilidade, desenvolver a inteligência, a criatividade, a socialização, a expansão de potencialidade e uma forma de estimular a comunicação. É importante que o cotidiano das crianças das séries/anos iniciais seja pleno de atividades de produção e de recepção de textos orais e escritos, tais como escuta diária de leitura de textos diversos, especialmente de histórias e textos literários; leitura e escrita espontânea de textos diversos, mesmo sem o domínio das convenções da escrita; participação em jogos e brincadeiras com a linguagem; entre muitas outras possíveis (BRASIL, 2006, p. 61). Por meio de histórias infantis, podemos incentivar as crianças a se tornarem leitores num futuro próximo e dessa forma, sujeitos mais críticos e capazes de serem também sujeitos de sua aprendizagem, críticos e interessados pelo conhecimento. Para Bakhtin (1992) a literatura infantil e capaz de transformar o indivíduo em um sujeito ativo, responsável por aprendizagem, que sabe compreender o contexto em que vive e modificá-lo de acordo com a sua necessidade. Dessa forma, a leitura se caracteriza como

7 sendo uma atividade de suma importância no desenvolvimento intelectual e pessoal da criança, essencial no processo de ensino-aprendizagem. Assim, indicamos a necessidade de trabalhar a literatura infantil no espaço formal da escola, pois será fundamental no processo de desenvolvimento dessas crianças. A partir da leitura os educandos irão criar o hábito de ouvir e valorizar histórias, compreendendo o livro como fonte de conhecimento e descoberta. Este projeto justifica-se pela possibilidade de promover o prazer pela literatura, possibilitando este contato sutil, agradável e comum, tornando-se uma ferramenta útil ao processo da educação das crianças. 3 METODOLOGIA O presente estudo apresenta uma abordagem qualitativa, como relato de experiência aliada a pesquisa bibliográfica. Primeiramente foi realizado uma pesquisa em livros, artigos, sites e documentos da escola, com a finalidade de verificar os pressupostos teóricos sobre a temática em questão que trata sobre atuação pedagógica. Para Lakatos e Marconi (2003), a pesquisa bibliográfica trata do levantamento de toda a bibliografia já publicada em forma de livros, revistas, publicações avulsas em imprensa escrita documentos eletrônicos. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto, com o objetivo de permitir ao pesquisador o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações (FACHIN, p. 120). 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES O trabalho ainda está em andamento considerando que iniciamos as ações apresentadas na proposta neste primeiro semestre. Durante este primeiro momento, iniciamos duas atividades básicas. São elas: monitoria em sala de aula e apoio pedagógico. A primeira dela consiste em auxiliar os alunos que apresentam dificuldades, propor atividades lúdicas e diferenciadas, bem como criar novas estratégias de aprendizado para a turma. No que se refere, ao apoio pedagógico, estas ações consistem na retirada daqueles alunos que não estão acompanhando o rendimento geral da

8 turma para propor atividades que ajudem o educando a desenvolver seu aspecto cognitivo. Estas atividades ocorrem durante o período da aula e tem duração variável conforme a necessidade de cada aluno. Ainda não podemos destacar resultados concluídos e sim salientar atividades realizadas que buscam alcançar os objetivos. Durante o período das práticas realizadas pelas bolsistas foram oferecidos momentos da hora do conto que incentivam a leitura, jogos didáticos envolvendo matemática e língua portuguesa, além de atividades especificas realizadas no apoio pedagógico, bem como, uma atividade que envolve grafitagem. Sendo assim, algumas ações já realizadas com os alunos da escola obtiveram bons resultados que agregam no ensino/aprendizado dos mesmos, permitindo com que os educandos questionem, criem novas relações que gerem descobertas e construções de conhecimento, hábito pela experimentação e participação ativa em sala de aula, além do hábito pela leitura e escrita. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS É necessário o conhecimento da realidade escolar para nortear as ações no processo educativo. Todas as atividades distintas e simultâneas fazem com que os educandos questionem, criem novas relações que gerem descobertas e construções de conhecimento, hábito pela experimentação e participação ativa em sala de aula, além do hábito pela leitura e escrita. Levando em consideração o papel do professor gerando situações de aprendizagem para mediar os educandos a encontrar o verdadeiro sentido da aprendizagem. Por meio das discussões em torno da educação é importante enfatizar a relevância da aprendizagem, da leitura e escrita, como fator integrante das atividades diárias no contexto social e vivência do sujeito. Necessário para quem está em processo de alfabetização, se desenvolver como cidadão participante na sociedade atuando como individuo que faz da cultura escrita conhecimento necessário diante das demandas sociais da atualidade. Assim, não trazer a prática como uma mera exibição das teorias, mas na construção de um espaço que possibilite troca e aquisição de novos saberes,

9 partindo da nossa aprendizagem enquanto acadêmicas como uma nova forma de ver e interagir no processo da alfabetização na escola. REFERÊNCIAS BARBOSA, Maria Carmen Silveira; HORN, Maria da Graça Souza. Projetos pedagógicos na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, BRASIL/SEF. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Nº de 20/12/1996). Brasília: MEC/SEF, BRASIL/SEF. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa: Ensino de primeira à quarta série. Brasília, 1997 DEWEY, J. My Pedagogic Creed. School Journal. vol.54 (January 1897), pp Disponível em: emergente. IN: BEHRENS, Marilda Aparecida; MORAN, José Manuel; FERREIRO, E. TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 24a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, HERNÁNDEZ, Fernando et al.. Aprendendo com as inovações nas escolas. Tradução de Ernani Rosa. Porto Alegre(RS): Artes Médicas Sul, Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Tradução de Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, SOARES, M. Letramento um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998 TEBEROSKY, A; COLOMER, T. Aprender a ler e a escrever: uma proposta construtivista. Porto Alegre, RS : Artmed, TEBEROSKY. A. Aprender a ler e a escrever: uma proposta construtivista. Porto Alegre: Artmed VEIGA, I. P. A. A prática pedagógica do professor de Didática. 2. Ed. Campinas, Papirus, 1992.

10 . A prática pedagógica do professor de Didática. 2. Ed. Campinas, Papirus, 1992.