Continuando o estudo de sucessão legítima

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1 Curso/Disciplina: Direito Civil (Família e Sucessões) Aula: 37 Professor(a): Aurélio Bouret Monitor(a): Vanessa Souza Aula nº. 37 Continuando o estudo de sucessão legítima Continuando o estudo de sucessão legítima agora vamos falar da sucessão dos colaterais, já foi estudado nas aulas passadas a sucessão dos descendentes isoladamente, sucessão do cônjuge e do Companheiro, lembrando que o STF declarou inconstitucional artigo do CC/02, sucessão do cônjuge ou companheiro em concorrência com os descendentes. Recapitulando porque muitos candidatos se esquecem e erram isso na hora da prova: Quando uma pessoa morre, são chamados os herdeiros a suceder na ordem de vocação hereditária do artigo Os descendentes em concorrência com cônjuge, se não tiver descendentes serão chamados os ascendentes em concorrência com cônjuge ou companheiro, se não tiver ascendente nem descendência é chamado apenas o companheiro. O cônjuge ou companheiro ele aparece em três vocações hereditárias em concorrência com descendentes, em concorrência com ascendente e isoladamente, mas a gente viu que quando o cônjuge ou companheiro é chamado a suceder em concorrência com os descendentes, ele só será herdeiro se eles forem casados ou viver em união estável pelo regime da Separação absoluta de bens, pelo regime da comunhão parcial de bens, se o falecido deixou bens particulares e na participação final dos aquestos, OBS: se o cônjuge ou companheiro fosse casado com falecido no regime da comunhão Universal ou na comunhão parcial onde o falecido só deixou bens comuns ou na separação obrigatória ele não herda. Cair em prova: Tendência de achar que o esposo a esposa sempre herda ainda mais na comunhão Universal, não é verdade. Página1 Exemplo 01: João morreu deixando F1 e F2 e deixou sua esposa ou companheira Maria, eles eram casados pelo regime da comunhão universal, ele deixou uma casa comprada antes do casamento e um apartamento comprado na Constância do casamento. Quem são os herdeiros de João? Quem vai herdar a casa e o apartamento apenas F1 e F2? Professor Indaga: onde há meação não a herança?

2 Concorda-se que a Maria é meeira de todos os bens. Por que é casado na comunhão Universal ela não ser a herdeira funciona aqui se eles fossem casados pelo regime da comunhão parcial, neste caso ela seria Meira só de um apartamento comprado na Constância do casamento, então a casa ela não seria Meira mas veja só na comunhão parcial quem seriam os herdeiros de João? Maria somente nos bens particulares nos bens comuns o cônjuge não herda isso está longe artigo 1069 inciso XI do CC/02, que diz que o cônjuge e companheiro concorre com os descendentes no regime da comunhão parcial se o falecido deixou bens particulares. O professor compara: aí aquele professor do cursinho vai dizer assim, olha onde ha meação, não tem herança, nesse apartamento que ela é meeira ela não herda, na casa que ela não é meeira ela herda. Aí você pode estar pensando assim então esta encaixando? O conceito só funciona apenas na sucessão do cônjuge ou companheiro em concorrência com os descendentes, mas não vai funcionar nas demais hipóteses por isso que o professor não gosta de usar este macete. Exemplo 02: O João morreu e não deixou Filhos, se não deixou descendentes tem que verificar se ele deixou ascendente. João morreu deixou sua esposa Maria e deixou pai e mãe, não é preciso nem dizer o regime de bens do casamento porque ele é irrelevante, o regime de bens só é relevante quando a concorrência com os descendentes no inciso 1º do artigo do Código Civil. Imaginamos que antes do casamento João tinha uma casa e depois do casamento comprou um apartamento, João e Maria são casados pelo regime da comunhão Universal, ou seja, metade dessa casa já é de Maria metade desse apartamento já é de Maria não entra na herança, então quando João morreu ele deixou metade de uma casa e metade um apartamento. Quem são os herdeiros de João? O pai a mãe e a Maria, o cônjuge concorre com os ascendentes na ausência de descendentes. OBS: O macete onde há ameaçam, não há herança não funciona aqui. Ou seja, Maria vai ser Meeira de metade desses Imóveis e também ser a herdeira da outra metade em concorrência com os ascendentes. Sucessão Dos Herdeiros Colaterais: Irmãos Quem são os herdeiros colaterais ou transversais? São os irmãos, tios, sobrinhos, primos do de cujus, são herdeiros legítimos facultativos, não são herdeiros necessários. No entanto, o colateral terá direito até o quarto grau, na linha transversal, a ordem da vocação hereditária tem por sentido limitar a vocação na classe dos colaterais. Por expressa disposição legal contida nos artigos e do Código Civil, a sucessão pelo direito de representação na linha colateral também é possível, senão vejamos: Página2 Art Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos.

3 Art Na linha transversal, somente se dá o direito de representação em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem. Exemplo: irmão solteiro morre sem descendentes, ascendentes ou cônjuge, mas deixou um irmão vivo e um pré-morto, que, por sua vez, deixou dois filhos vivos. A herança será dividida: 1/2 para seu irmão vivo e 1/2 para os filhos do irmão pré-morto, ou seja, 1/4 da herança irá para cada sobrinho. Assim, não têm direito à parte da legítima. Sucedem por direito próprio, herdando todos de maneira igual, não havendo qualquer distinção. Não podem herdar por representação, havendo, porém, uma única exceção no direito brasileiro, conforme art do Código Civil: "Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios. 1º Se concorrerem à herança somente filhos de irmãos falecidos, herdarão por cabeça. 2º Se concorrem filhos de irmãos bilaterais com filhos de irmãos unilaterais, cada um destes herdará a metade do que herdar cada um daqueles. 3º Se todos forem filhos de irmãos bilaterais, ou todos de irmãos unilaterais, herdarão por igual." Os herdeiros colaterais figuram em quarto lugar na ordem da vocação hereditária, conforme dispõe o art do Código Civil, que diz: "A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art , parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; III - ao cônjuge sobrevivente; IV - aos colaterais." Página3 Assim, no exemplo acima, os sobrinhos, filhos de irmão pré-morto, têm o direito de concorrer nesta linhagem com o irmão do falecido. E nesse caso, o quinhão representado partir-se-á por igual entre eles, que só podem herdar, o que herdaria o representado, se vivo fosse (art e art ).

4 Conforme o ordenamento jurídico pátrio, na classe dos colaterais os mais próximos excluem os mais distantes, com exceção ao direito de representação concedido aos filhos de irmãos. Nesse linha, os irmãos, que são colaterais em segundo grau, afastarão os tios, que são colaterais em terceiro grau, e assim por diante. Se os sobrinhos forem falecidos, os seus filhos, que são sobrinhos -neto do de cujus, nada herdarão, pois a lei é clara ao dispor que o direito de representação somente se estende aos filhos dos irmãos, e não aos netos. Outrossim, no caso de os sobrinhos do falecido concorrerem somente entre si, ou seja, na falta de irmãos do "de cujus", a regra aplicável é a prevista no artigo 1.843, 1º, já que concorrem entre si, exercendo direito próprio e não por representação. Art Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios. 1o Se concorrerem à herança somente filhos de irmãos falecidos, herdarão por cabeça. 2o Se concorrem filhos de irmãos bilaterais com filhos de irmãos unilaterais, cada um destes herdará a metade do que herdar cada um daqueles. 3o Se todos forem filhos de irmãos bilaterais, ou todos de irmãos unilaterais, herdarão por igual. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, exceto o direito de representação em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem. Assim o direito não se estende aos sobrinhos-netos, vez que a Lei dispõe claramente que o direito de representação, na linha colateral, se limita aos sobrinhos, e, na linha reta, aos descendentes, mas nunca, aos ascendentes. Conforme já aludido, os colaterais não são herdeiros necessários, e sim facultativos. Os facultativos vão herdar na falta de herdeiros necessários e de testamento que disponha sobre o destino do espólio. Por serem herdeiros legítimos, mas facultativos, podem ser excluídos da sucessão, bastando que o testador disponha por inteiro de seu patrimônio sem contemplá-los, conforme estatui o art do Código Civil: "Para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que o testador disponha de seu patrimônio sem os contemplar.", ou seja, quando há herdeiros necessários a liberdade de testar restringe-se somente à metade disponível; havendo somente os facultativos, a liberdade de testar é plena. Página4 Nesse sentido, a sucessão dos herdeiros colaterais ocorrerá nos casos em que não houver sobreviventes os descendentes, ascendentes, cônjuge ou companheiro, devendo ser chamados os colaterais até 4º grau.

5 O art do Código Civil dispõe que: "Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar." Página5