COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO DECISÃO DO RECURSO ADMINISTRATIVO IMPETRADO CONTRA JULGAMENTO DAS PROPOSTAS DE PREÇOS.

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1 COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO DECISÃO DO RECURSO ADMINISTRATIVO IMPETRADO CONTRA JULGAMENTO DAS PROPOSTAS DE PREÇOS. REFÊRENCIA: Processo nº 352/2017 Pregão SRP 033/2017 OBJETO: Registro de Preços para eventual Aquisição de Materiais de Construção em Geral, Hidráulicos, Helétricos, Iluminação, Pintura e Ferragem. RECORRENTE: FENIX LOGÍSTICA PARÁ LTDA-EPP, CNPJ: / CONTRA RAZÕES DE RECURSO: R.R. TRAVASSOS COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA, CNPJ: / DECISÃO: Em face do recurso apresentado, entende-se que deva ser o mesmo CONHECIDO, vez que presente os pressupostos de admissibilidade, contudo, em seu mérito negar provimento. I DAS PRELIMINARES Recurso Administrativo impetrado tempestivamente pela Empresa FENIX LOGÍSTICA PARÁ LTDA-EPP, contra o resultado de julgamento de proposta, face à classificação da Proposta de Preços da Empresa R. R. TRAVASSOS COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA. II DAS FORMALIDADES LEGAIS Cumpridas as formalidades legais, registre-se que o recurso administrativo foi recebido em tempo hábil, atendendo o disposto no art. 109 da Lei 8.666/93, Protocolado e juntado ao Processo Licitatório nº 352/2017. III DAS ALEGAÇÕES DA RECORRENTE Insurge-se a recorrente contra a CLASSIFICAÇÃO da proposta de preços da Empresa R. R. TRAVASSOS COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA. A recorrente tem como fundamento que a licitante vencedora dos lotes I e III do Pregão Presencial SRP033/2017, apresentou sua Proposta de Preços sem a

2 assinatura dos dois sócios administradores e que o referido preço da Proposta são inexequíveis. IV DAS ALEGAÇÕES DA RECORRIDA Em contrarrazões, a licitante vencedora reforça a validade de sua Proposta. Ao final requer que seja indeferido o recurso administrativo impetrado pela Empresa FENIX LOGÍSTICA PARÁ LTDA-EPP e que seja mantida a classificação da Proposta de Preços da Empresa R. R. TRAVASSOS COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA. V DECISÃO Passamos à análise e julgamento dos recursos. Antes de tudo, vale lembrar o Art. 3º da lei de 21 de junho de 1993 que estabelece: A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo, e dos que lhe são correlatos : (finalidade, razoabilidade, proporcionalidade, competitividade, justo preço e seletividade). E guiados por estes princípios é que a comissão conduziu seus trabalhos. A licitação não é em si o ato de contratação, que o mesmo só seria na assinatura do contrato, e por se tratar de um Sistema de Registro de Preço SRP para cadastro de produtos e fornecedores selecionados mediante um processo de licitação para eventual e futura contratação de bens e serviços, por parte da administração, apenas o ato de participar do SRP não quer dizer que a empresa concorrente já estará assinando contrato. No entanto a Administração não está obrigada a contratar o bem ou serviço registrado, a contratação somente ocorre se houver interesse do órgão/entidade. Quanto a assinatura da proposta de preços da Empresa vencedora dos lotes I e III, no caso a Empresa R. R. TRAVASSOS COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA, a mesma foi assinada por um sócio administrador, o que por sí só, confere autenticidade a proposta e não vicia a contratação e nem quebra a isonomia entre os participantes, estando a referida proposta revestida de legalidade. O artigo 48, 1º da Lei 8.666/93, menciona o instituto da inexequibilidade, porém a inexequibilidade não é absoluta e sim relativa, prevalecendo o entendimento jurisprudencial de que, se a licitante se propõe a cumprir o contrato, logo sua proposta não pode jamais ser considerada inexequível. Vejamos:

3 MANDADO DE SEGURANÇA INEXEQUIBILIDADE DE PROPOSTA EXECUÇÃO DO CONTRATO STJ Decidiu: Se a licitante vitoriosa cumpriu integralmente o contrato objeto de licitação, afasta-se logicamente a imputação de que sua proposta era inexequível. Fonte STJ. 1ª Turma RMS nº 11044/RJ. Registro DJ, 04 de junho 2001, p No mesmo sentido é o entendimento do TCU. Na jurisprudência do TCU, Acordão 697/2006, Plenário, rel. Min. Ubiratan Aguiar, verifica-se: 10. No que se refere à inexequibilidade, entendo que a compreensão deve ser sempre no sentido de que a busca é pela satisfação do interesse público emcondições que, além de vantajosas para a administração, contemplem preços que possam ser suportados pelo contratado sem o comprometimento da regular prestação contratada. Não é objetivo do Estado espoliar o particular. Por outro lado, cabe ao próprio particular a decisão acerca do preço mínimo que ele pode suportar. 11. Assim, no contexto da definição de critério para aferir inexequibilidade de preço, julgo que não há prejuízo à transparência e à lisura do certamevaler-se dessa fórmula definida no art. 48, inciso II, 1, da Lei n 8.666/93, ainda que para outras contratações de menor preço que não as relativas a serviços e obras de engenharia, uma vez que constitui mais um instrumento para verificação da exequibilidade do preço. Na verdade, esse dispositivo conduz a uma presunção relativa de inexequibilidade de preços. Isso porque sempre haverá a possibilidade de o licitante comprovar sua capacidade de bem executar os preços propostos, atendendo satisfatoriamente o interesse da administração. (TCU, Acórdão 697/2006-Plenário, Re l. Min. Benjamin Zymler, DOU 15/05/2006) Não pode a Comissão de Licitação fazer ouvidos moucos às normas e ao princípio da indisponibilidade do interesse público, e busca da proposta mais vantajosa para administração é o que se entende do artigo 3º da Lei 8.666/93, vejamos:

4 Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração... Como se vê do dispositivo acima um dos objetivos da Administração é primar pela proposta mais vantajosa ao erário, entendimento também ao princípio da economicidade, é o que afirma Jakoby Fernandes: A citação expressa do princípio da economicidade ocorre como mero reforço, pois licitar é buscar a proposta mais vantajosa. O princípio da licitação é na verdade corolário daquele princípio, pois visa na essência, à obtenção do menor preço ou melhores condições para a Administração. Logo não se sustenta o fato de empresa recorrente apresentar como uma das razões de recurso a inexequibilidade da proposta da Empresa R. R. TRAVASSOS COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA, não merecendo ser acatado, com base nos pressupostos acima mencionado. É importante ressaltar, ainda, que a empresa contratada é responsável pela execução total e satisfatória do serviço contratado, sob pena de aplicação das penalidades estabelecidas na Lei 8.666/1993, não podendo, com a finalidade de reduzir custos, descumprir as obrigações contratuais previamente definidas. O pleno cumprimento dessas obrigações será averiguado por meio da fiscalização do contrato. Diante da exposição, forçoso reconhecer que a proposta da empresa recorrida é exeqüível, sem razão a recorrente. Dessa forma, com base nos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, isonomia, razoabilidade, e do julgamento objetivo, da finalidade, da economicidade e respeitadas as normas que regem a modalidade em comento. A Comissão não pode permitir a eliminação da proposta mais vantajosa e que apresentou o menor preço, em prestigio do interesse público. Diante do exposto, por via de conseqüência, conheço do presente Recurso, para,contudo, em seu mérito, NEGARPROVIMENTO. Nos termos do disposto no 4º do art. 109 da Lei n.º 8.666/93, encaminha a autoridade superior para decisão final.

5 Igarapé - Açu, 20 de outubro de Roberta Mírian dos Santos Lopes Pregoeira