CAESP - Artes Aula 04-28/02/2019 BIZÂNCIO E O MUNDO ORIENTAL:

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1 CAESP - Artes Aula 04-28/02/2019 BIZÂNCIO E O MUNDO ORIENTAL:

2 A Arte dos primórdios do Cristianismo: Para conhecermos melhor as artes produzidas no império bizantino, é necessário passarmos pela arte dos momentos iniciais do Cristianismo ainda no Império Romano. Esse início, obviamente, se apoia nas técnicas e nos valores estéticos existentes na época. É uma arte profundamente greco-romana. Seja nas formas gerais dos corpos, nas vestimentas, nas escolhas das cores, seja nas técnicas de realização das obras e, até mesmo, em várias referências temáticas, muitas delas, nada cristãs. Porém, a arte deixa de ter um valor em si mesma como técnica e como veículo de expressão da beleza. Ela passa a ter agora um outro papel que não é novo, ela será UM VEÍCULO DE PROPAGANDA DA NOVA FÉ.

3 Sarcófago de Júnio Bassus (Roma 359 d.c)

4 Sarcófago de Júnio Bassus (Roma 359 d.c)

5 A Arte dos primórdios do Cristianismo: Essa arte dos primórdios do Cristianismo pode ser entendida como uma nova necessidade. Não era mais importante investir recursos e tempo na construção da dramaticidade clara de um Laocoonte, mas apenas trazer a simbologia, ou seja, VALIA MAIS O SIGNIFICADO DA IMAGEM, A SUA MENSAGEM, DO QUE A SUA FORMA. É MAIS IMPORTANTE O SÍMBOLO DO QUE A VIRTUOSIDADE TÉCNICA, pois não é mais necessária a fruição do Belo ou o virtuosismo artístico, mas a comunicação direta com a mente e a alma da audiência. A salvação é para a alma! AS ARTES DEVEM EXPRIMIR ESSE NOVO PENSAMENTO QUE BUSCA UMA SUPERAÇÃO DO MUNDO DO TANGÍVEL (PASSAGEIRO) EM BUSCA DO MUNDO DO CÉU (ETERNO).

6 Os três homens na fornalha (Roma séc. III d.c)

7 Jacó Lutando com o Anjo (Iluminura - séc. V d.c)

8 A Arte Bizantina: geral. Com a separação entre Roma e Constantinopla e a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.c.), a Arte Bizantina não sofre a influências culturais dos povos invasores como foi com Roma o que irá gerar a arte típica da Idade Média. Mas ELA SEGUE SOB A ÉGIDE DA SUA HERANÇA GRECO-ROMANA E SERÁ INFLUENCIADA PELA ARTE DESENVOLVIDA PELOS OUTROS POVOS ORIENTAIS DO SEU ENTORNO. Foi durante o reinado do Imperador Justiniano I que a arte bizantina dá os seus primeiros passos para se tornar independente da arte romana e estabelece os seus cânones próprios, seu estilo particular.

9 A Arte Bizantina: mosaico, pintura e escultura. Os mosaicos, que, em sua técnica, são de origem romana. Seguem sendo realizados em bizâncio. Porém, eles trazem os PRIMEIROS EXEMPLOS DA NOVA ESTÉTICA CORPORAL preferida pelo oriente cristão. As figuras humanas são de corpos extremamente esguios e altos, com pés minúsculos, rostos pequenos e em forma elíptica e com olhos grandes. Os corpos realizam apenas gestos cerimoniais (o corpo é um instrumento para alma atingir o Céu). E esses corpos são cobertos por roupas magnificas com exímia ornamentação que escondem o corpo físico. A Arte Bizantina busca REMOVER TODAS AS REFERÊNCIAS AO CORPO, AO TEMPO E AO ESPAÇO TERRENO.

10 A Arte Bizantina: mosaico, pintura e escultura. A Arte Bizantina busca remover todas as referências ao corpo, ao tempo e ao espaço terreno, dando lugar UM PRESENTE ETERNO EM MEIO A UM CÉU DOURADO E PARADISÍACO.

11 Corte do Imperador Justiniano I (Ravena, It. 547 d.c.)

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13 A Arte Bizantina: mosaico, pintura e escultura. O decreto imperial de 726 d.c. tenta resolver a Questão Iconoclasta ao proibir a produção de imagens. Ele perdurou por pouco mais de 100 anos, reduzindo em muito a produção de imagens, mas não foi capaz de eliminar por completo. A produção imagética sobrevivia no mundo profano, na arte secular, através dos retratos e da arte decorativa.

14 A Arte Bizantina: mosaico, pintura e escultura. Com a vitória dos iconófilos em 843, ocorre uma rápida e vigorosa retomada da produção de imagens. Essa retomada vai buscar suas referências naquela produção artística que não foi atingida pelo decreto, a arte secular. E ela é marcada por uma EXPRESSIVIDADE MAIS EMOCIONAL e vai se diferenciar fortemente da arte cristã primitiva. O apelo é às emoções religiosas e não à razão: uma ARTE QUE BUSCA A ORIENTAR A VIDA PESSOAL, SOCIAL E POLÍTICA.

15 A arte bizantina: mosaico, pintura e escultura.

16 A arte bizantina: mosaico, pintura e escultura.

17 A arte bizantina:

18 A arte bizantina:

19 A Arte Bizantina: arquitetura. Hagia Sophia (Sancta Sophia): inaugurada em 537 d.c., marca um enorme feito de engenharia e arquitetura da época, funciona como suporte para o estabelecimento dos cânones artísticos da Arte Bizantina e como monumento político ao poder de Justiniano I.

20 A Arte Bizantina: arquitetura dos espaços públicos de adoração. O estabelecimento do Cristianismo como religião oficial exigiu a adaptação dos espaços de culto religioso. Os templos antigos, enquanto morada dos deuses, não mais serviam para a nova fé, pois agora a IGREJA DEVERIA SER UM LOCAL DE REUNIÃO da congregação para os serviços religiosos e os sermões. A estrutura ampla, com arcos, abóbadas e salões será apropriada pela igreja para estruturar esses novos locais de culto público da nova fé que se estabelece. E as paredes desses locais devem trazer não enfeites para o desvio do olhar, mas IMAGENS CLARAS PARA A PEDAGOGIA D ALMA.

21 A Arte Bizantina: arquitetura dos espaços públicos de adoração. A Igreja da Sabedoria Sagrada (Santa Sofia) é uma interessante exemplo também do caminho trilhado pela arte bizantina na busca das suas próprias características e independência em relação ao passado greco-romano. Ela possui um eixo longitudinal tal como uma basílica cristã primitiva, assim como as que eram construídas em Roma. Porém, a nave central dela possui uma forma inovadora com uma gigantesca estrutura quadrangular encimada cúpula limitada por semicúpulas em suas laterais. Esse arranjo busca dar a impressão de um imenso teto oval sobre toda a igreja. Isso gera uma ideia de GRANDE AMPLIDÃO E GRANDIOSIDADE PARA O ESPAÇO INTERNO.

22 A arte bizantina:

23 A Arte Bizantina: evangelização através das imagens. Uso das imagens na evangelização e transmissão da moral e das normas religiosas: Depois do século V d.c., as imagens passam a ser usadas como FORMAS DE DIVULGAÇÃO DA FÉ E DE SEUS CÂNONES. Duas são as principais formas de imagens utilizadas, as Santas e as Demoníacas. A PINTURA PODE FAZER PELOS ANALFABETOS O QUE A ESCRITA FAZ PARA OS QUE SABEM LER, Papa Gregório I, séc. IV.

24 A Arte Bizantina: As imagens Santas buscam transmitir o IDEAL DE COMPORTAMENTO E DE MORAL CRISTÃ. Eram normalmente representações dos anjos, dos santos e do Cristo. Elas tinham uma função exemplificadora e também de contar histórias através de imagens apenas.

25 A Arte Bizantina: As imagens Demoníacas eram representações das figuras malignas tais como os demônios e as dependências do Inferno, quanto os condenados às torturas infernais. Sua função era a de TRANSMITIR O MEDO DESSAS PUNIÇÕES BUSCANDO MINIMIZAR O COMETIMENTO DAS FALTAS E PECADOS.

26 A Arte Bizantina: Ícones bizantinos e Iconografia: dentro do contexto do USO DAS IMAGENS PARA A CANONIZAÇÃO, os ícones são o exemplo mais bem acabado e de maior durabilidade são utilizados até hoje. Eles não têm a função apenas de representar as imagens e um ideário de comportamento moralreligioso, mas também de servirem como suportes para a reflexão sobre as questões espirituais, tal qual orações pictóricas. A OBRA ICONOGRÁFICA É UMA REPRESENTAÇÃO VISUAL DA ESPIRITUALIDADE, UM SUPORTE PARA O ENVOLVIMENTO MÍSTICO COM O ATO DE FÉ.

27 A arte bizantina: Ícones bizantinos e Iconografia:

28 Muito obrigado. Bons estudos! Prof. Heleno Licurgo do Amaral