Controlo de Espécies Vegetais Exóticas Invasoras
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1 Programa de Ocupação dos Tempos Livres RELATÓRIO DO PROJECTO Controlo de Espécies Vegetais Exóticas Invasoras Julho de 2006
2 Programa de Ocupação dos Tempos Livres RELATÓRIO DO PROJECTO Controlo de Espécies Vegetais Exóticas Invasoras Entidade Promotora Município de Pombal Gestor do Projecto Paula Cristina Lopes Dias da Silva (Bióloga, Mestre em Ecologia) Início do Projecto 03/07/2006 Fim do Projecto 14/07/2006 Número de Turnos 1 Nº de Jovens 7 2
3 ÍNDICE 1. Introdução 4 Pag. 2. Metodologia 5 3. O grupo de jovens 6 4. Controlo de zonas com Acácia de maiores dimensões 7 5. Controlo de zonas com Acácia de pequenas dimensões 8 6. Resultados do projecto 11 Anexo I 12 3
4 1. INTRODUÇÃO Actualmente a Acácia é considerada uma praga, pois está bastante generalizada no nosso país. Em zonas próximas do mar ela foi introduzida com o objectivo de consolidar e estabilizar as dunas e nos Parques Naturais a causa de introdução foi ser sebe de protecção das culturas. Estas causas de introdução devem ser as únicas vantagens de se inserir este tipo de espécies num certo meio, já que a sua expansão causa a perda de diversidade florística dos ecossistemas e é responsável pela monotonia estrutural destes, o que faz com que se reduza a riqueza natural e se origine um desequilíbrio ecológico acentuado. É ainda de salientar que, a infestação de acácias é maior junto às estradas, caminhos e terrenos de culturas, e em zonas que foram anteriormente atingidas pelo fogo, de tal modo que não seja estranho vê-las por toda a parte. ( Com esta actividade de Ocupação de Tempos Livres pretendeu-se por um lado informar e sensibilizar acerca da vegetação exótica invasora e por outro lado controlar o crescimento e propagação de Acácia na zona de Nespereira (Vermoil). Ainda, o projecto desenvolvido em 2006 pretendeu alertar para a rápida propagação de acácia em áreas ardidas. 4
5 2. METODOLOGIA No primeiro dia da actividade, após a apresentação de todos os elementos do grupo e de uma breve conversa, procedeu-se ao (re)conhecimento de parte da zona a intervir. Ao longo do percurso foram referidas as diferentes espécies de flora aí presentes, através das quais se explicaram os conceitos de espécies vegetais autóctones (nativas) e introduzidas (exóticas). Ainda se explicou, no local, o comportamento invasor de algumas espécies como a Acácia e os prejuízos que causam à vegetação nativa e cultivada, através da competição pelo espaço. Seguidamente procedeu-se à exemplificação e treino de extracção de acácia, salientando-se a necessidade de extrair a raiz para que a acção fosse eficaz. Nos dias seguintes, procedeu-se à extracção de exemplares de Acácia, com raiz. Efectuou-se diariamente a separação dos exemplares extraídos por classes de tamanho (<1m, 1-2m, >2m), o seu agrupamento em conjuntos de 50, a contagem do total de exemplares e o seu registo. Os exemplares de menores dimensões (<1m e 1-2m). foram colocados em sacos pretos. Os jovens no 2º dia da actividade preencheram um inquérito elaborado pela gestora de projecto (Anexo I) que abordava comportamentos e conhecimentos relativamente aos temas: água, resíduos, energia, mobilidade sustentável, desenvolvimento sustentável e Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. Com este inquérito pretendeu-se recolher informação acerca de comportamentos e sensibilidades relativamente a diferentes questões ambientais e assim criar um ponto de partida para a abordagem de algumas questões relacionadas com o ambiente alertando para pequenos gestos do quotidiano. No último dia da actividade efectuou-se uma caminhada ao longo da linha de água, nas proximidades da área da actividade, para identificar a vegetação aí existente. No estrato arbóreo observaram-se, entre outros, o amieiro negro (Frangula alnus), o salgueiro (Salix atrocinerea) e o freixo (Fraxinus sp.). Junto à linha de água observaram-se várias espécies de fetos nomeadamente o feto-real (Osmunda regalis) que suscitou muita curiosidade pelas suas dimensões. 5
6 3. O GRUPO DE JOVENS O grupo de jovens que participou neste projecto de OTL (Fig. 1) no local onde decorreu a primeira semana da actividade (zona não ardida). Durante a actividade os jovens atravessaram o túnel que passa sob a auto-estrada e foram conhecer o moinho abandonado, junto à linha de água, e os poços de captação de água para abastecimento às populações locais (Fig. 2 a e b). Figura 1. O grupo de jovens do projecto OTL Controlo de Espécies Vegetais Exóticas Invasoras que decorreu de 3 a 14 de Julho de 2006: Marina, Hugo, Marina, Sónia (em cima), Joel, Patrícia e Elisa (em baixo). Figura 2. Os jovens à saída do túnel que atravessa a auto-estrada (a) e o moinho abandonado, na Nespereira. 6
7 4. CONTROLO DE ZONAS COM ACÁCIA DE MAIORES DIMENSÕES O grau de dificuldade na extracção de Acácia está estreitamente relacionado com o tipo de solo em que estas se encontram. No local onde se desenvolveu este projecto temos zonas com solo pouco compactado, arenoso, com bastante material vegetal e com um grau de humidade elevado (devido à proximidade de curso de água). Nas zonas referidas anteriormente torna-se possível a extracção correcta (com raiz) de Acácia com dimensões superiores a 1 e/ou 2 metros. Apesar de estas possuírem um comprimento considerável apresentam tronco fino e maleável, o que facilita o seu manuseamento durante a extracção. Assim, durante a primeira semana a actividade decorreu nas proximidades de pinhal, eucaliptal e zonas de cultivo em área não ardida onde havia exemplares de acácia de diversas dimensões tendo-se procedido à criação de acessos e clareiras (Fig 3). 3a Figura 3. Zona de Acácia de maiores dimensões numa zona de pinhal (a). Em locais com o solo pouco compactado, onde é possível extrair acácia com comprimento acima dos 2 metros e com raízes igualmente grandes (b). 3b 7
8 5. CONTROLO DE ZONAS COM ACÁCIA DE PEQUENAS DIMENSÕES A extracção de acácia de pequenas dimensões (Figs. 4 a 8) decorreu junto a áreas onde ocorreram incêndios no Verão de As figuras 7 e 8 mostram dois exemplos das acções desenvolvidas no âmbito deste projecto, através da ilustração da situação antes e depois da intervenção. 4a 4b Figura 4. Jovem a extrair acácia de pequenas dimensões (a), e a amarrar um grupo de 50 exemplares (b). 5a 5b Figura 5. Acácia extraída, em grupos de 50 exemplares, aquando da contagem e antes de ser colocada em saco escuro. 8
9 6a 6b Figura 6. Área ardida com acácia de pequenas dimensões, antes (a) e durante (b) controlo no âmbito do projecto de OTL. 7a 7b Figura 7. Área ardida com acácia de pequenas dimensões, antes (2) e após (b) controlo, no âmbito do projecto de OTL. 9
10 8a Figura 8 Área ardida com acácia de pequenas dimensões, antes (a) e depois (b) de ser controlada no âmbito do projecto de OTL. 8b 10
11 7. RESULTADOS DO PROJECTO Durante o projecto de OTL foram extraídos (quarenta e oito mil e sessenta e seis) exemplares de acácia de diferentes dimensões (Fig. 13). No dia 14 de Julho não se extraiu Acácia, tendo-se realizado um passeio para observar vegetação autóctone. Ainda, procedeu-se à limpeza (fetos e silvas) nas proximidades de um sobreiro de grandes dimensões (Figs. ) Na primeira semana extraíram-se acácias de maiores dimensões, nas proximidades de terrenos de cultivo, pinhal, eucaliptal. Na segunda semana a intervenção foi numa zona que ardeu no Verão de 2005, nas proximidades de uma linha de água. O fogo actua como um factor abiótico que estimula a germinação de sementes de acácia tanto pelo choque térmico que lhes confere como pelo aumento de espaço disponibilizado para a proliferação de acácia. Assim, nestas zonas a densidade de exemplares novos de acácia é enorme como evidenciado pelas quantidades extraídas na segunda semana. Pretendeu-se com esta abordagem alertar tanto para os efeitos negativos da vegetação exótica invasora em terrenos de cultivo como no restabelecimento das comunidades vegetais após os incêndios, onde o comportamento invasor desta espécie fica bem evidenciado. Acácia (nº) >2m 1-2m <1m Julho de 2006 Figura 13. Representação gráfica dos exemplares de Acácia extraídos de 3 a 14 de Julho de 2006, com separação dos exemplares por classes de tamanho (<1m, 1-2m e > a 2m). 11
12 ANEXO I 12
Figura 1: Bosque de Casal do Rei, alguns meses após o incêndio que ocorreu no Verão de 2005.
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