Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Marcus Kikunaga. Aula dia 22/08/2018.

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Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Marcus Kikunaga. Aula dia 22/08/2018. Direito de família e sucessões sob a ótica extrajudicial. Linguagem.

1 Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Marcus Kikunaga. Aula dia 22/08/2018. Direito de família e sucessões sob a ótica extrajudicial. Linguagem. Averbação é o ato administrativo de alteração de qualquer elemento do assento, tem a função de atualizar o registro por retificação, aditamento ou modificação. Anotação é a ato administrativo de remissão de informações vinculadas entre assentos distintos, exemplo, o casamento é registrado em um livro e o registro de nascimento em outro, quando casa faz a anotação do casamento no registro de nascimento. 1

2 Título é o documento hábil para registro em sentido amplo, exemplo, instrumento particular autorizado em lei, escritura pública, títulos judiciais (mandado de averbação, mandado de anotação, carta de sentença, formal de partilha). Prenotação é o lançamento das informações do título no livro protocolo, que gerara a prioridade de direitos em relação a títulos contraditórios. Traslado é uma cópia fiel da escritura. Certidão é meio de prova. Poliafetividade. Para as pessoas que vivem em união poliafetiva família é o estado de querer ser família, gerando direitos e deveres entre si. 1 Características da união poliafetiva. Receptícia Igualitária Lealdade tem que ter aceitação entre todos. gera direitos e obrigações para todos. no sentido de manter o núcleo familiar intocável. No dia 26/06/2018 foi julgado no CNJ a proibição de lavratura de escritura pública de União Poliafetiva. O fundamento da associação de direito de família para pedir a proibição de lavratura de união poliafetiva é que a escritura pública teria natureza constitutiva, contudo as escrituras podem ter natureza declaratória, constitutiva impropria, constitutiva própria, translativa, sucessória dentre outras. A escritura pública de união poliafetiva tem natureza declaratória, assim, não é reconhecido direitos decorrentes da união, já que é uma situação de fato e o 1 Os efeitos não são observados fora da entidade familiar, uma vez que não tem lei e nem jurisprudência ainda que apoie está concepção de entidade familiar. 2

3 tabelião não pode outorgar fé-pública para direitos que não são reconhecidos pelo judiciário. Separação e divorcio extrajudicial. Princípios. A lei n.º 8934/94 que observa os serviços notariais e de registro, que no seu artigo 8º deixa claro que é livre as partes para escolher onde realizar seus atos, não estando vinculadas as partes a competência territorial observada no CPC, in verbis: Art. 8º É livre a escolha do tabelião de notas, qualquer que seja o domicílio das partes ou o lugar de situação dos bens objeto do ato ou negócio. A lei /2007 que permite a separação ou divórcio extrajudicial aplica o princípio da facultatividade, que observa que a parte pode escolher se quer fazer judicial, ou extrajudicial, principio previsto no artigo 2º da Resolução 35/07 do CNJ 2 : Art. 2 É facultada aos interessados a opção pela via judicial ou extrajudicial; podendo ser solicitada, a qualquer momento, a suspensão, pelo prazo de 30 dias, ou a desistência da via judicial, para promoção da via extrajudicial. Princípio da efetividade por este princípio as escrituras públicas de separação e divorcio terão sua efetividade independente de homologação judicial. Gratuidade é possível pleitear a gratuidade para o ato de separação ou divorcio extrajudicial com fundamento no artigo 98 do CPC combinado com o artigo 6º da Resolução 35/07 do CNJ. Acessibilidade prevê a possibilidade de averbação de sentença estrangeira de divórcio consensual direto no registro civil de pessoas naturais, 2 Disponível em: 3

4 desde que esteja apostilada, traduzida por tradutor público juramentado, registrada do cartório de títulos e documentos. Princípio da assistência jurídica é vedada a indicação de advogado. ato extrajudicial. A lei n.º /07 tem como bem jurídico (objetivo) a celeridade do Requisitos para separação ou divórcio extrajudicial. Casamento válido; Consenso entre as partes; Inexistência de filhos menores, incapazes ou estado gravídico da mulher; Presença do advogado, para o advogado figurar tanto como advogado como procurador é necessária a ausência de conflito de interesse e que a procuração seja pública; Inexistência de hesitação; É possível renúncia de alimentos em separação ou divórcio, pois a vedação do artigo do Código Civil refere-se a parente, cônjuge não é parente. Pode o cônjuge que alterou o sobrenome quando casou, retornar ao anterior ou manter. A certidão de escritura pública de divórcio tem natureza constitutiva própria, o ato registral civil é apenas declaratório. O divórcio pode ser feito com partilha de bens ou sem. Para ser feita a escritura de separação não tem requisito de um ano de casamento, foi suprimido pela emenda constitucional 66/2010. É possível fazer o restabelecimento da sociedade conjugal quando faz a separação, o mesmo não acontece quando é feito o divórcio. 4

Para restabelecer a sociedade conjugal é necessária a presença de advogado; é vedada alteração do regime de bens e é requisito que não cause prejuízo a terceiros. Separação.

5 Para restabelecer a sociedade conjugal é necessária a presença de advogado; é vedada alteração do regime de bens e é requisito que não cause prejuízo a terceiros. Separação. Forma Conversão da separação em divórcio. Divórcio. Inventário Legítima ausência de testamento. A sucessão pode ser Testamentária em regra só judicial. Em caráter de exceção no estado de São Paulo mesmo com testamento é possível fazer o inventário extrajudicial, desde que seja feita a abertura e registro do testamento no âmbito judicial. 5

6 Requisitos. Que seja consensual; Que todos os herdeiros sejam capazes civilmente; Necessária participação do advogado; Inexistência de débitos fiscais, é inconstitucional a exigência de certidão negativa de débito fiscal por força das ADI n.º e 394-1, contudo, os cartórios exigem para realizar o ato. Declaração de boa-fé, que deve ser feita no corpo da escritura; Patrimônio mobiliário, ex., veículo, ações. INVENTÁRIO Patrimônio imobiliário, ex., imóvel. É possível fazer o inventário de apenas um dos bens, exemplo, veículo, desde que arrole todos os bens, recolha o ITCMD sobre o bem inventariado e depois fazer sobrepartilha dos outros bens. Sujeitos do inventário. Autor da herança SUJEITOS Cônjuge ou companheiro/a Herdeiros No tocante ao cônjuge precisa verificar se não havia separação de fato e referente ao companheiro/a se na união precisará da anuência dos herdeiros, caso contrário precisará ser judicial, se não houver mais nenhum herdeiro precisará ser judicial, mesmo que houver registro da união estável. 6

7 Quanto aos herdeiros se estes tiverem cônjuge é necessário que ser arrolado, o cônjuge não irá herdar, mas precisa ser qualificado e assinar junto quando houver cessão de direito ou renúncia. Cessão pode ter cessão de parte do acervo (quinhão), neste caso precisa da anuência dos outros herdeiros, ou da integralidade onde todos assinam. Renúncia translativa promove a sua transferência à pessoa certa. é aquela em que o herdeiro recebe a herança e Renúncia abdicativa a natureza jurídica do renunciante é de inexistente sucessório, após e renúncia é como se não existisse, seus filhos não recebem por representação, salvo se houver renúncia de todos os herdeiros da mesma classe, neste caso recebem por direito próprio e por cabeça. O tabelião deve pedir a comprovação do renunciante da inexistência de credores, para evitar fraude contra credores e dar efetividade ao artigo do CC, como segue: Art Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança, poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante. 1º A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes ao conhecimento do fato. 2º Pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao remanescente, que será devolvido aos demais herdeiros. O inventariante tem a obrigação de chamar os credores, contudo, via de regra ninguém apresenta certidão negativa do falecido em relação a credores. especiais. O inventário pode ser feio por procuração pública com poderes Em caso de falecimento de herdeiro antes da aceitação da herança é necessário que seu sucessor (herdeiro) aceite a herança mais próxima para 7

depois aceitar ou renunciar a mais remota, conforme estabelece o artigo 1.809

8 depois aceitar ou renunciar a mais remota, conforme estabelece o artigo do CC, in verbis: Art Falecendo o herdeiro antes de declarar se aceita a herança, o poder de aceitar passa-lhe aos herdeiros, a menos que se trate de vocação adstrita a uma condição suspensiva, ainda não verificada. Parágrafo único. Os chamados à sucessão do herdeiro falecido antes da aceitação, desde que concordem em receber a segunda herança, poderão aceitar ou renunciar a primeira. Além dos documentos do de cujus são necessários os documentos dos herdeiros, da viúva ou viúvo, documentos dos bens. O procedimento de como deve ser feita a partilha: O advogado leva para o tabelião uma petição de como deve ser a partilha e todos os documentos e protocola, o tabelião confere, manda recolher o ITCM e lavra a escritura. Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 8

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