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Transcrição

1 fls. 353 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO (SALA 109). Recurso Especial na Apelação nº * * Órgão Julgador: 22ª Câmara de Direito Privado. Processo de origem nº Vara Única da Comarca de Atibaia / Foro Distrital de Nazaré Paulista/SP. ITAU UNIBANCO S/A, já devidamente qualificado, vem, nos autos do RECURSO ESPECIAL interposto em face do v. acórdão proferido no julgamento da Apelação, em que contende com LUI Z MATTEO MARCONI VIEIRA CRI em trâmite por este Egrégio Tribunal, inconformado com a r. decisão, que lhe negou seguimento, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por meio de seus advogados signatários, com fundamento no artigo 544 e seguintes do Código de Processo Civil (com redação dada pela Lei nº , de 2010), interpor A G R A V O E M R E C U R S O E S P E C I A L consequente envio à Superior Instância. pelas razões anexas, requerendo seja recebido e processado, com o Termos em que, pede e espera deferimento. Ribeirão Preto/SP, 05 de outubro de Jorge Donizeti Sanchez Maria Helena de Carvalho Ros Rafael Barioni OAB/SP OAB/SP OAB/SP Fabiana C. Mencaroni Gil Rubens Zampieri Filardi OAB/SP OAB/SP

2 fls. 354 RAZÕES DE AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL - AREsp (contra despacho denegatório de seguimento a recurso especial) EGRÉGIO TRIBUNAL, COLENDA TURMA, NOBRES MINISTROS. Trata-se de Agravo no Recurso Especial - AREsp contra decisão que negou seguimento ao Recurso Especial interposto pelo ora agravante com fundamento no artigo 105, inciso III, alíneas a, da Constituição Federal. O r. despacho não merece prosperar. Data venia, ao sustentar a inadmissibilidade do REsp o E. Tribunal Paulista incorreu em manifesto equívoco, merecendo, o devido reparo, isto porque, o exame detalhado dos autos revela que a decisão atacada feriu dispositivos de Lei Federal, conforme demonstraremos abaixo: O ordenamento jurídico brasileiro é claro ao preceituar que o negócio jurídico é válido e não exige forma especial, salvo quando estabelecido em lei, vejamos: LEI No , DE 10 DE JANEIRO DE Institui o Código Civil. Art A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. (...) Art O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. No presente caso, é nítido que os julgados não respeitaram o disposto no art. 107 do CC c.c Art. 333, inciso II do CPC, respectivamente: 2

3 fls. 355 DEMONSTRAÇÃO DE OFENSA E VIOLAÇÃO À LEI FEDERAL Nº 5.869/73 ARTIGO 282 e 333, inciso II do CPC, 884 e 107 do CC. Como se sabe, a petição inicial é a forma pela qual a demanda se apresenta, é o seu instrumento, devendo esta preencher todos os requisitos constantes no art. 282 do CPC. É através da petição inicial que o réu toma conhecimento da ação instaurada em seu desfavor e, consequentemente, produz sua defesa técnica, com base no pedido e na causa de pedir apresentados na exordial. Nestes termos, temos que a petição inicial apresentada pelo autor preencheu todos os requisitos necessários à sua análise, pois da mesma se extrai, com clareza, tanto o pedido realizado como a causa de pedir, proporcionando, assim, o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa pela parte requerida. Ressalta-se que todos os documentos que acompanharam a inicial comprovam a existência da relação jurídica, sejam, os extratos, o cálculo, etc, motivo pelo qual foi equivocado o indeferimento da inicial pela ausência do contrato escrito e assinado pelas partes. Destaca-se assim, que cabia a requerida comprovar a existência de qualquer fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, conforme preceitua o artigo 333, inciso II do Código de Processo Civil. Vejamos: dúvidas quanto a existência do débito. Art O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Verifica-se assim, que a ação foi perfeitamente instruída não restando DO CONTRATO ELETRÔNICO 3

4 fls. 356 Buscou-se, pela distribuição da Ação de Cobrança originária, a concessão da tutela jurisdicional pretendida pelo recorrente, no sentido de ver condenado o recorrido, a cumprir a obrigação voluntariamente assumida e até então descumprida. Malgrado o brilhantismo corriqueiramente estampado nas decisões emanadas do Douto Juízo a quo, o r. Acórdão merece anulação, já que os documentos que acompanharam a inicial demonstram claramente a existência da relação jurídica que originou o débito, conforme bem julgado pelo juiz de primeiro grau. Evidente que para a comprovação da existência da relação jurídica entre os litigantes, de rigor a apresentação de provas suficientes à conclusão trazida. Contudo, o instrumento contratual não é a única maneira de comprovar a contratação dos serviços. Caso existisse instrumento formal sobre a relação original teria sido proposta Ação de Execução de Título Extrajudicial. Não é o caso, já que a presente demanda é estritamente de conhecimento, afastando por isso a necessidade de apresentação do instrumento formalizado que deu origem ao débito. Os documentos que acompanharam a inicial demonstram claramente a disponibilização da quantia, objeto do serviço prestado, motivo pelo qual o indeferimento da inicial deveria ter sido afastado. Nos dias atuais, diversas maneiras de contratação estão disponíveis aos correntistas sem que, no entanto, haja a necessidade de avença contratual formal, sendo possível contratar diversos produtos através do canal Bankline, Caixas Eletrônicos ou serviços de telefone. Portanto, a alegação de que a ausência de contrato assinado sugere a inexistência de contratação não deve prosperar. Não em ação de conhecimento. dos extratos que acompanharam a petição inicial. Frise-se que há nos autos prova da disponibilização da quantia, através Apesar disso, estranhamente, as alegações ventiladas possuíram maior credibilidade do que os documentos apresentados, em total inversão de valores e em desconformidade com a norma disposta no inciso II do artigo 333 do CPC. SENDO ASSIM, DE RIGOR O PROVIMENTO DO RECURSO PARA SEJAM REFORMADAS AS DECISÕES RETRO. 4

5 fls. 357 Competirá, pois, aos Ilustres Ministros analisarem o presente recurso e reformar a decisão do Tribunal a quo in totum, julgando totalmente procedente a ação, nos termos da inicial. CONCLUSÃO. Diante da exposição acima, conclui-se que restou bem demonstrada a negativa da devida prestação jurisdicional, a ocorrência de cabal ofensa e violação à Lei Federal nº 5869/73 (Código de Processo Civil) e Lei No , de 10 de Janeiro de 2002 (Código Civil), além do correto enquadramento legal ao disposto na norma do artigo 105, III, alínea a, da CF/88, concluindo-se que é de todo equivocado o r. decisum que negou seguimento ao Recurso Especial. PEDIDOS. Com o preenchimento do tríplice requisito de admissibilidade requer e espera que o presente Agravo em Recurso Especial seja recebido e admitido, devendo ser dado provimento para determinar seguimento ao Recurso Especial para o Superior Tribunal de Justiça, como medida de justiça, pois presentes as condições de admissibilidade da alínea a do inciso III do artigo 105 da CRFB/88. Requer, outrossim, que todas as informações e/ou notificações referentes ao presente feito sejam feitas em nome do advogado Dr. Jorge Donizeti Sanchez, inscrito na OAB/SP sob o nº , sob pena de nulidade dos atos processuais. Termos em que, pede e espera deferimento. Ribeirão Preto/SP, 05 de outubro de 2015 Jorge Donizeti Sanchez Maria Helena de Carvalho Ros Rafael Barioni OAB/SP OAB/SP OAB/SP Fabiana C. Mencaroni Gil Rubens Zampieri Filardi OAB/SP OAB/SP