R E L A T Ó R I O O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL LÁZARO

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1 R E L A T Ó R I O GUIMARÃES (RELATOR): O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL LÁZARO Trata-se de agravo inominado interposto ante decisão que negou seguimento ao recurso, impugnando decisum proferido pelo MM. Juiz Federal da 1ª Vara da Seção Judiciária de Pernambuco, Dr. Roberto Wanderley Nogueira, que em sede de Execução contra Fazenda Pública, fixou os honorários advocatícios sucumbenciais em dez por cento sobre o valor homologado na execução, limitado ao valor máximo de R$ 2.000,00 (Dois mil reais). Alega a UFPE agravante, que não cabe o pedido de fixação de honorários sucumbenciais depois de já expedidos e levantados os precatórios, restando configurado o instituto da preclusão. Sustenta que fixar honorários em 10% sobre o valor final da execução, é excessivo e fere o princípio da apreciação equitativa. Requer a reforma do decisum. É o relatório. V O T O

2 GUIMARÃES (RELATOR): O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL LÁZARO O cerne da questão versa sobre a possibilidade de obstar-se a execução de honorários advocatícios, vez que não foram fixados em momento oportuno. A condenação nas verbas de sucumbência decorre do fato objetivo derrota no processo, cabendo ao juiz condenar, de ofício, a parte vencida, independente de provocação da outra parte. A jurisprudência pacífica do STJ entende pela possibilidade de arbitramento de verba honorária, no curso da Execução, mesmo que a referida verba não tenha sido pleiteada no início do processo executivo. Neste diapasão, colaciono posição adotada pela Corte Especial: STJ - RECURSO ESPECIAL REsp RS 2012/ (STJ) Data de publicação: 29/05/2013 Ementa: ADMINISTRATIVO - PROCESSUAL CIVIL - RECURSO ESPECIAL - REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - PRECLUSÃO - NÃO OCORRÊNCIA. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça adota entendimento segundo o qual inexiste preclusão no pedido de arbitramento de verba honorária, no curso da Execução, mesmo que a referida verba não tenha sido pleiteada no início do processo executivo e já haja ocorrido o pagamento da Requisição de Pequeno Valor - RPV. 2. Recurso especial provido. "RECURSO ESPECIAL Nº AL (2014/ ) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES RECORRENTE : SINDICATO NACIONAL DOS AUDITORES FISCAIS DA RECEITA FEDERAL - UNAFISCO SINDICAL ADVOGADOS : DANIEL CONDE BARROS JOÃO HUMBERTO MARTORELLI E OUTRO(S) SÉRGIO LUDMER RAFAEL OLIVEIRA SOARES RECORRIDO : UNIÃO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. PRETENSÃO DE ARBITRAMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NO CURSO DO PROCESSO EXECUTIVO. PRECLUSÃO. INOCORRÊNCIA. PRECEDENTES DA SEGUNDA DO STJ. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. DECISÃO Trata-se de recurso especial interposto pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil, com base nas alíneas "a" e "c" do inc. III do art. 105, da Constituição Federal, manejado contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, que negou provimento ao agravo de instrumento manejado pelo recorrente, nos termos da seguinte ementa: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SILÊNCIO DA PARTE. ARBITRAMENTO POSTERIOR. PRECLUSÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Agravo de Instrumento manejado em face da decisão que indeferiu o pedido da parte Agravante de condenação da União/Agravada em honorários advocatícios visto que não foi fixada tal verba sucumbencial no momento oportuno, operando-se, pois, a preclusão. 2. Na hipótese, incabível a aplicação da Súmula 345 do STJ, segundo a qual "são devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções individuais de sentença proferida em ações coletivas, ainda que não embargadas", vez que não foi fixada tal verba sucumbencial no momento oportuno e a parte agravante não se insurgiu contra o despacho inicial, quando este não arbitrou a verba honorária, como requerido na inicial da execução, já tendo ocorrido, inclusive, a sentença que julgou os

3 embargos à execução e até mesmo a concordância da União com os valores a serem requisitados. Agravo de Instrumento improvido. O recorrente opôs embargos de declaração na origem, os quais restaram rejeitados, ante a ausência de vícios no acórdão recorrido. Nas razões do recurso especial, o recorrente aponta, além da divergência jurisprudencial, violação: a) dos arts. 458, II e 535, II, do CPC, na medida em que o acórdão recorrido é omisso e contraditório, pois, mesmo provocado, não apreciou as questões relevantes levantadas em embargos de declaração; b) do art. 20, 3 e 4, do CPC, ao fundamento de que inexiste preclusão quanto ao momento de fixação dos honorários advocatícios devidos em sede de execução de sentença, desde que realizado antes do trânsito em julgado. A recorrida ofereceu contrarrazões ao recurso especial, onde pugnam pela sua inadmissibilidade, ou, alternativamente, pelo seu não provimento. O Presidente do Tribunal a quo proferiu juízo positivo de admissibilidade do recurso especial, ao entendimento de que estão presentes os pressupostos autorizadores. Éo relatório. Passo a decidir. Inicialmente, afasta-se a preliminar de não-conhecimento do recurso especial, uma vez que preenche os requisitos constitucionais e legais para a sua admissão; e houve efetiva demonstração da divergência jurisprudencial. Quanto ao recurso especial, desnecessária a análise da violação ao art. 535 do CPC, uma vez que a matéria em discussão encontra-se suficientemente prequestionada. No mérito, a pretensão recursal merece prosperar. A Segunda Turma do STJ perfilha entendimento no sentido de que inexiste preclusão no pedido de arbitramento de honorários advocatícios no curso da execução, mesmo que a referida verba não tenha sido pleiteada no início do processo executivo e já haja ocorrido o pagamento, ante a inexistência de dispositivo legal que determine o momento processual para o seu pleito, contudo, desde que requerido antes do arquivamento do processo executivo, verbis: ADMINISTRATIVO - PROCESSUAL CIVIL - RECURSO ESPECIAL - REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - PRECLUSÃO - NÃO OCORRÊNCIA. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça adota entendimento segundo o qual inexiste preclusão no pedido de arbitramento de verba honorária, no curso da Execução, mesmo que a referida verba não tenha sido pleiteada no início do processo executivo e já haja ocorrido o pagamento da Requisição de Pequeno Valor - RPV. 2. Recurso especial provido. (REsp /RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA, julgado em 21/05/2013, DJe 29/05/2013) PROCESSUAL CIVIL. REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PRECLUSÃO. NÃO OCORRÊNCIA. 1. Nos termos da jurisprudência pacífica do STJ, não há preclusão no pedido de arbitramento de verba honorária, no curso da execução, mesmo que a referida verba não tenha sido pleiteada no início do processo executivo, e apesar de já ter ocorrido pagamento da RPV, tendo em vista a inexistência de dispositivo legal que determine o momento processual para esse pleito. 2. Agravo Regimental não provido. (AgRg no AREsp /RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA, julgado em 21/02/2013, DJe 07/03/2013). PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO. REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR (RPV). CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS. ART. 20 DO CPC. AUSÊNCIA. MOTIVOS. INDICAÇÃO. VIOLAÇÃO. APLICAÇÃO. SÚMULA 284/STF, POR ANALOGIA. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO ART.17 DA LEI /2001. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INCIDÊNCIA SÚMULA 282/STF, POR ANALOGIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. EXECUÇÃO NÃO TRANSITADA EM JULGADO. CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS. PRECLUSÃO. NÃO-OCORRÊNCIA. [...] 4. Não há preclusão no pedido de arbitramento de verba honorária, no curso da execução, mesmo que a referida verba não tenha sido pleiteada no início do processo executivo, e apesar de já ter havido o pagamento da RPV, tendo em vista a inexistência de dispositivo legal que determine o momento processual para esse pleito. No mesmo sentido: AgRg no AREsp 983/RS,

4 Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA, julgado em 14/04/2011, DJe 27/04/ RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESTA PARTE, NÃO PROVIDO. (REsp /MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA, julgado em 07/06/2011, DJe 14/06/2011). PROCESSUAL CIVIL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. EXECUÇÃO NÃO TRANSITADA EM JULGADO. CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS. PRECLUSÃO. NÃO OCORRÊNCIA. [...] 3. No caso concreto, o agravante busca a condenação em honorários no curso do processo de execução não transitado em julgado. Deve prevalecer, portanto, a regra geral. 4. Não há preclusão no pedido de arbitramento de verba honorária, no curso da execução, mesmo que a referida verba não tenha sido pleiteada no início do processo executivo, tendo em vista a inexistência de dispositivo legal que determine o momento processual para esse pleito. Precedentes. 5. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp.983/RS, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA, julgado em 14/04/2011, DJe 27/04/2011). A jurisprudência firmou-se e no sentido da possibilidade de arbitramento da verba honorária, no curso da Execução, mesmo que a referida verba não tenha sido pleiteada no início do processo executivo. Assim, com estas considerações, nego provimento ao agravo de inominado. É como voto. EMENTA Administrativo. Processual civil. Honorários advocatícios sucumbenciais. Arbitramento posterior. Fixação na fase executiva. Preclusão não ocorreu. Precedentes. Agravo inominado improvido.

5 EMENTA: Administrativo. Processual civil. Honorários advocatícios sucumbenciais. Arbitramento posterior. Fixação na fase executiva. Preclusão não ocorreu. Precedentes. Agravo inominado improvido. Vistos etc. ACÓRDÃO Decide a Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por unanimidade, negar provimento ao agravo inominado, nos termos do voto do. Recife, 27 de Outubro de (data do julgamento)