42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1
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- Victorio Flores Ramalho
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1 1 CORREÇÃO DE TÓRAX PARADOXAL EM UM CÃO POR TÉCNICA ALTERANATIVA DE ESTABILIZAÇÃO DAS FRATURAS COSTAIS CHEST PARADOXICAL CORRECTION IN A DOG FOR TECHNICAL STABILIZATION ALTERANATIVE OF FRACTURE RIB RAFAEL KRETZER CARNEIRO¹; ANNA LAETICIA DA TRINDADE BARBOSA¹; CLEITON LIZZA DAL PRÁ¹; CRISTIANE BORGES VAR- GAS¹; VANESSA SASSO PADILHA¹ FABIANO ZANINI SALBEGO¹; 1 Universidade do Estado de Santa Catarina RESUMO O tórax paradoxal ocorre quando segmentos costais interpostos perdem continuidade com o restante do tórax, geralmente devido a fraturas, o que faz com que na inspiração o segmento lesionado se mova para dentro e na expiração para fora. As costelas fraturadas podem perfurar órgãos nobres sendo importante sua rápida correção. Este trabalho tem como objetivo relatar o quadro de tórax paradoxal em um cão com fratura costal e sua correção por meio de sutura de estabilização costal. O animal recuperou-se rápida e adequadamente, demonstrando a eficiência da técnica para estabilização. Palavras-chave: trauma; costelas; pneumotórax ABRSTRACT The paradoxical chest occurs when brought costal segments lose their continuity with the rest of the chest, usually due to fractures, which makes the inspiration the injured segment to move into and out expiration. The fractured rib can puncture vital organs and it is important their quick fix. This study aims to report the paradoxical chest frame on a dog with rib fracture and its correction by means of coastal stabilization su- 2286
2 2 ture. The animals recovered rapidly and appropriately, demonstrating the effectiveness of the technique for stabilization. Key words: trauma; ribs; pneumothorax INTRODUÇÃO O traumatismo torácico é uma afecção comum em pequenos animais (Crower Jr et al., 2005). O tórax instável é confirmado pela avaliação clínica, onde há uma depressão torácica no momento em que ocorre a inspiração e uma expansão do tórax no momento oposto (Aguiar, 2001). As formas de estabilizar a parede torácica variam desde a colocação de anteparos externos à parede aplicados de forma transcutânea como pela redução das fraturas costais pela aplicação de implantes (Slatter, 2007). Este trabalho tem o objetivo relatar um caso de tórax paradoxal em cão com fratura de costelas e sua estabilização por meio da sutura em padrão de sapatilha romana. O paciente teve uma boa resposta a técnica, demonstrando assim, ser satisfatória. MATERIAL E MÉTODOS Um cão sem raça definida, 6 anos e 15 kg veio ao hospital veterinário devido a um trauma. No exame físico, tinha instabilidade da parede torácica direita, mais evidente na região entre 4ª e 5ª costelas, distrição respiratória e áreas com hematomas. Foi estabilizado com oxigenoterapia e encaminhado para o exame radiográfico onde confirmou as fraturas completas da 4ª e 5ª costelas direitas. Foi encaminhado para cirurgia sendo pré-medicado com metadona (0,5 mg/kg IM), induzido com propofol (4mg\kg IV) e cetamina (1mg/kg IV) e mantido no isoflurano em ventilação manual. Fez adoção de um bloqueio anestésico local intercostal com bupivacaina (2mg/kg). A toracotomia intercostal se deu entre as duas costelas fraturas. A incisão foi expandida 3 cm distais aos corpos vertebrais até próximo ao esterno. Com um afastador fez a exposição da cavidade torácica para sua avaliação. As reduções das fraturas 2287
3 3 foram feitas por uma hemicerclagem com nylon 2,0. O fio foi cruzado seguidamente sobre a linha de fratura formando uma sapatilha romana, outra hemicerclagem foi elaborada na extremidade distal da costela para finalizar. A musculatura foi reduzida com nylon 2,0 em padrão contínuo simples, o subcutâneo com nylon 3.0 em padrão zig-zag e a dermorrafia com nylon 4,0 em padrão isolado simples. Realizou-se a toracostomia com um dreno torácico ativo, sendo mantido por 3 dias consecutivos para remover o ar, restabelecer a pressão negativa e promover a drenagem de líquidos na cavidade. Recebeu no pós-operatório tramadol (6 mg/kg, TID, SC, 5 dias), dipirona (25 mg/kg, TID, SC, 5 dias) e meloxican (0,1 mg/kg, SID, SC, 4 dias). No terceiro dia de pós-operatório retirou-se o dreno. Após 5 dias o paciente teve alta com retorno em 10 dias para retirada dos pontos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Dentre as técnicas de estabilização do tórax paradoxal a hemicerclagem foi escolhida pela sua facilidade de realização e disponibilidade, uma vez que o diâmetro do corpo costal era bastante delgado. Antes da cirurgia o cão foi avaliado de forma geral, pois alguns traumas podem passar despercebidos (Nunes, 2009). Durante a avaliação constatou-se um leve grau de distrição respiratória o que permitiu a realização do exame radiográfico. Esse é considerado essencial, pois permite observar não somente as lesões costais, mas também a lesão pulmonar associada (Sigrist et al., 2004), embora nem sempre seja um procedimento facilitado ou mandatório devido a necessidade de estabilização prévia do animal (Slatter, 2007). O conhecimento de que o trauma torácico está geralmente associado ao pneumotórax é uma informação já consolidada (Barber e Hill, 1976), porém a ausência de pneumotórax, no paciente, é um ponto a ser destacado e que possivelmente ocorreu por não haverem perfurações 2288
4 4 ou lacerações pulmonares e nem lesão de continuidade dérmica. Mesmo com apenas duas fraturas costais na parede torácica direita, o animal apresentava movimento evidente de flutuação da parede, embora a literatura veterinária comente que esse tipo de instabilidade se desenvolve quando há três ou mais arcos fraturas costais duplas ou cinco ou mais fraturas costais simples (Farrow, 2006). Considerou-se que o reduzido tamanho do animal associado ao intenso trauma contuso da região, o que levou a ruptura muscular no ponto de fratura, tenham contribuído para a formação do tórax paradoxal. A adaptação e manutenção do dreno torácico ocorreu sem complicações, o qual é indicado para reposição da pressão negativa intratorácica, introdução de medicamentos analgésicos e drenagem de líquidos (Maritato et al., 2009). Embora os drenos possam trazer complicações quando não manejados adequadamente (Tattersall e Welsh, 2006), estas não foram observadas no presente caso, uma vez que o dreno foi removido sem complicações ao final do terceiro dia. CONCLUSÃO A técnica utilizada para a redução do trauma costal mostrou-se efetiva, permitindo a estabilização das fraturas costais simples e auxiliando na estabilização da parede torácica. A técnica mostrou-se exequível em fraturas de arcos costais de diâmetro reduzido, além de ser procedimento simples e de baixo custo. REFERÊNCIAS CROWER JR, D.T. et al. Trauma torácico. In: RABELO, R.C.; CROWER JR, D.T. Fundamentos de terapia intensiva veterinária em pequenos animais conduta no paciente crítico. Rio de Janeiro: L.F. Livros de Veterinária, Cap.18, p AGUIAR, E. S. V. et al. Manual prático de emergência em pequenos animais: aspectos básicos. Porto Alegre: p
5 5 SLATTER, D. Manual de cirurgia de pequenos animais. 3. ed. São Paulo: Manole, p. NUNES, B. F. F. Trauma torácico: fisiopatologia e prevalência de lesões intra-torácicas em canídeos e felídeos politraumatizados no Hospital Veterinário do Porto. Utilidade da troponina cardíaca I no diagnóstico de lesões intra-tóracicas Lisboa, 112 f. Dissertação (Mestrado) - Faculdade De Medicina Veterinária, Universidade Técnica de Lisboa. SIGRIST, N. E. et al. Clinical findings and diagnostic value of posttraumatic thoracic radiographs in dogs and cats with blunt trauma. Journal of Veterinary Emergency and Critical Care. v.14, n.4, Disponível em < Acessado em: 10/09/2015. BARBER, D. L.; HILL, B. L. Traumatically induced bullous lung lesions in the dog: a radiographic report of three cases. Journal of the American Veterinary Medical Association. v. 169, n. 10, Disponível em < _induced_bullous_lung_lesions_in_the_dog:_a_radiographic_report_of_t hree_cases_> Acessado em: 10/09/2015. FARROW, C. S. Veterinária Diagnóstico por Imagem do Cão e Gato. São Paulo: Roca Ltda, p. MARITATO, K. C. et al. Pneumotorax. Compendium, v. 31. n. 5, Disponível em: < Acessado em: 10/09/2015. TATTERSALL, J. A; WELSH, E. Factors influencing the short-term outcome following thoracic surgery in 98 dogs. Journal of Small Animal Practice. v. 47. n. 12, Disponível em: < Acessado em: 10/09/
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