Eixo Temático: Formação de professores e outros profissionais dirigida à linguagem e comunicação.
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- Salvador de Barros Camelo
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1 ANÁLISE DE RECURSOS DE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA POR ALUNOS DE TERAPIA OCUPACIONAL Munique Massaro, Débora Deliberato Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Faculdade de Filosofia e Ciências de Marília Programa de Pós-Graduação em Educação Agência de Fomento Capes Eixo Temático: Formação de professores e outros profissionais dirigida à linguagem e comunicação. RESUMO: A literatura da área de Educação Especial vem discutindo a necessidade do trabalho em equipe e de formação específica na área de tecnologias assistivas para os diferentes profissionais que atuam com as pessoas com deficiência (ARAUJO, DELIBERATO E BRACCIALLI, 2009). Pesquisas nacionais e internacionais discutem que no processo de utilização da tecnologia assistiva na escola, por exemplo, as parcerias entre os profissionais, familiares e os usuários são desejáveis, pois podem otimizar a identificação de soluções adequadas para o uso de seus recursos e serviços junto aos alunos com deficiência (PARETTE; BROTHERSON; HUER, 2000; LAHM; SIZEMORE, 2002, PELOSI, 2008; DELIBERATO, 2009a, 2009b; ROCHA 2010; SAMESHIMA 2011). Copley e Ziviani (2004), realizaram um estudo para identificar os obstáculos identificados no uso dos recursos nas escolas. Dentre os resultados, os autores identificaram que as barreiras encontradas incluíram a falta de uma adequada formação dos profissionais e a falta de uma equipe de apoio. Pelosi (2008), desenvolveu uma pesquisa com o objetivo de formar profissionais das áreas da saúde e educação em tecnologia assistiva, a fim de formar uma equipe de apoio para realização de ações conjuntas nas escolas. Os resultados demonstraram que a ação conjunta e a parceria da Saúde e Educação proporcionaram situações de aprendizagem favoráveis à inclusão escolar. Além disso, foi constatado que os profissionais da saúde se aproximaram da realidade escolar e perceberam a necessidade de
2 transformação de suas ações no processo de reabilitação, tornando-a mais direcionada à inclusão escolar. Dentro desse contexto, o objetivo da pesquisa foi identificar recursos de comunicação alternativa publicados no Portal de Ajudas Técnicas (2006) e procedimentos de uso desses recursos descritos por alunos do segundo ano do curso de Terapia Ocupacional. Participaram da pesquisa 35 alunos do segundo ano do curso de graduação em Terapia Ocupacional de uma Universidade pública de uma cidade do interior do Estado de São Paulo. A pesquisa foi realizada no primeiro semestre do ano de 2013 durante a disciplina Comunicação Alternativa. Essa disciplina faz parte da grade curricular do curso de Terapia Ocupacional com carga horária de 60 horas. A pesquisadora apresentou aos alunos o Portal de Ajudas Técnicas para Educação: equipamento e material pedagógico especial para educação, capacitação e recreação da pessoa com deficiência física: recursos para comunicação alternativa (2006) e solicitou que os alunos selecionassem cinco recursos dos dezesseis recursos publicados no Portal. Além disso, os alunos deveriam escrever as possibilidades e os procedimentos necessários para a utilização dos recursos. No Portal de Ajudas Técnicas, além dos dezesseis diferentes tipos de recursos publicados, há um banco de ideias sobre a quantidade de estímulos que pode ser utilizado nos recursos, sobre a participação do usuário na construção do recurso e sobre os ambientes e parceiros de comunicação alternativa. Após a leitura de todas as atividades realizadas pelos alunos, realizou-se a análise qualitativa dos dados identificando-se categorias de análise de conteúdo (BARDIN, 2000). As categorias estabelecidas foram: sistemas de comunicação alternativa sem apoio, sistemas tangíveis, sistemas gráficos e outros. A partir das categorias foi verificada a frequência das escolhas dos recursos. Os resultados indicaram que os alunos, além de escolherem os dezesseis diferentes tipos de recursos, também escolheram itens dos outros temas disponíveis no Portal de Ajudas Técnicas. Na categoria sistemas sem apoio, 13 alunos escolheram gestos, 9 alunos escolheram expressões faciais e 2 escolheram a comunicação não apoiada, apesar desse último item não constar detalhadamente no banco de ideias do Portal. Na categoria sistemas tangíveis, 13 alunos escolheram
3 miniaturas, 13 escolheram objeto concreto e sua representação e 3 escolheram misto. Na categoria sistemas gráficos, 14 alunos escolheram prancha com estímulos removíveis, 18 escolheram prancha temática, 11 prancha fixa na parede, 5 prancha fixa na carteira, 10 pasta frasal, 6 prancha frasal, 17 pastas e fichários, 6 símbolos gráficos, 2 símbolos gráficos com fundo diferente, 6 fotos e figuras de atividade sequencial, 3 figura temática. Apesar de não constar detalhadamente no banco de ideias do Portal de Ajudas Técnicas os recursos tabuleiro de comunicação, sistemas de tecnologia avançada e o item comunicação apoiada, esses foram considerados na categoria de análise sistemas gráficos, pois 4 alunos escolheram tabuleiro de comunicação, 3 alunos escolheram sistemas com tecnologia avançada e 2 alunos escolheram a comunicação apoiada. Na categoria outros, que se referem aos outros temas disponíveis no Portal de Ajudas Técnicas, 4 alunos escolheram a participação da família, 2 escolheram organização do recurso, 3 seleção dos estímulos, 4 estímulo único, 1 vários estímulos e 1 pessoa deixou de indicar um recurso. Em relação aos procedimentos de uso dos recursos descritos pelos alunos, foi possível constatar que, de um modo geral, em todas as categorias os alunos descreveram a função do recurso e o desempenho motor requerido para a utilização do recurso, como o modo do aluno selecionar os sistemas de comunicação alternativa. Na categoria sistemas tangíveis os alunos também descreveram sobre o desempenho perceptual na utilização dos recursos pelos alunos com deficiência. E apenas na categoria sistemas gráficos, mas especificamente a respeito dos recursos pasta frasal, prancha frasal e fotos e figuras de atividades sequencial, foi possível identificar a descrição do desempenho da linguagem. A partir dessa pesquisa, foi possível concluir que os alunos do segundo ano de terapia ocupacional possuem ainda uma visão centralizada no recurso em si de tecnologia assistiva, na materialidade e na função do recurso e não nas possibilidades e nos procedimentos necessários para a utilização das tecnologias assistiva. Embora os resultados da pesquisa demonstraram que os alunos não conseguiram elaborar novos procedimentos para os recursos selecionados, foi possível perceber que identificaram a diferença entre sistema de representação e recurso, habilidade de
4 comunicação com apoio e sem apoio e o vinculo com o recurso. Tal resultado será importante para a formação desses alunos em virtude do vinculo que essa disciplina realiza com as demais do currículo do curso.o conteúdo ou mesmo da disciplina de comunicação alternativa no currículo dos cursos de formação de profissionais da saúde e da educação ainda é escassa. A atividade proposta para os alunos demonstrou a importância da inserção dos alunos no contexto do entendimento das questões a respeito do sistema gráfico, recurso, habilidades comunicativas, funcionalidade comunicativa e reforçou a necessidade da discussão da formação dos profissionais da saúde e da educação no contexto da tecnologia assistiva. REFERÊNCIAS ARAÚJO, R.C.T.; DELIBERATO, D.; BRACCIALLI; L.M.P. A comunicação alternativa como área de conhecimento nos cursos de educação e saúde. In: DELIBERATO, D.; GONÇALVES, M. J.; MACEDO, E. C. (Org.). Comunicação alternativa: teoria, prática, tecnologias e pesquisa. São Paulo: Memnon Edições Científicas, p BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, COPLEY, J.; ZIVIANI, J. Barriers to the use of assistive technology for children with multiple disabilities. Occupational Therapy International. United States, v.11, n.4, p , DELIBERATO, D. Comunicação Alternativa na escola: habilidades comunicativas e o ensino da leitura e escrita. In: DELIBERATO, D.; GONÇALVES, M. J.; MACEDO, E. C. (Org.). Comunicação alternativa: teoria, prática, tecnologias e pesquisa.1ª ed. São Paulo: MEMNON Edições Científicas, 2009a, v.1, p Uso de expressões orais durante a implementação do recurso de comunicação suplementar e alternativa. Revista Brasileira de Educação Especial, v.15, p , 2009b. LAHM, E. A.; SIZEMORE, L. Factors that influence assistive technology decision-making. Journal of Special Education Technology,United States, v.17, n.1, p , MANZINI, E. J.; DELIBERATO, D. Portal de ajudas técnicas para a educação: equipamento e material pedagógico para educação, capacitação e recreação da pessoa com deficiência física recursos para a comunicação alternativa. Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, Fasc. 2.
5 PARETTE, H. P.; BROTHERSON, M. J.; HUER, M. B. Giving families a voice in augmentative and alternative communication decision making. Education and Training in Mental Retardation and Developmental Disabilities, v. 35, n. 2, p , PELOSI, M. B. Inclusão e Tecnologia Assistiva Volumes I e II, 303f. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós-graduação em Educação da Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, ROCHA, A. N. D. Processo de prescrição e confecção de recursos de tecnologia assistiva para educação infantil, Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista, Marília, SAMESHIMA, F. S. Capacitação de professores no contexto de sistemas de comunicação suplementar e alternativa, f. Tese (Doutorado em Educação) Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2011.
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