EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL: PRÁTICAS INCLUSIVAS E ARTICULADORAS NA CONTINUIDADE DO ENSINO EM MEIO AO TRABALHO COLABORATIVO
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- Antônia Amanda Avelar Penha
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1 EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL: PRÁTICAS INCLUSIVAS E ARTICULADORAS NA CONTINUIDADE DO ENSINO EM MEIO AO TRABALHO COLABORATIVO Janaina Fernanda Gasparoto Fusco Faculdade de ciências/ UNESP-Bauru Eliana Marques Zanata Faculdade de ciências/ UNESP-Bauru Eixo temático: Práticas pedagógicas inclusivas Palavras-chave: Práticas inclusivas-trabalho colaborativo- Adaptação 1. Introdução Mediante a realidade da educação atual, frente às mudanças ocorridas quanto às adaptações da obrigatoriedade de ensino a partir dos cinco anos, institui-se o ensino fundamental de nove anos. Torna-se visível a dificuldade encontrada entre os professores, coordenadores e gestores para viabilizar uma transição significativa entre a Educação infantil e Ensino Fundamental. Para a formação integral do aluno, tornam-se necessárias adaptações em diversos níveis, para possibilitar a articulação e ressignificação dos espaços escolares e o redimensionamento do tempo pedagógico por meio do respeito às diferenças cognitivas de cada educando. Mediante tais mudanças favorecerá o pensamento sobre seu próprio agir com a interação com o outro, no envolvimento em situações favoráveis que lhe permita o desenvolvimento afetivo, motor, social, cognitivo e moral, flexibilizando rotinas, metodologias, propostas curriculares de forma acessível para uma prática verdadeiramente inclusiva. Por meio da observação e experimentação faz-se necessária a intervenção pontual para a superação de tantas desigualdades, refletidas nos índices escolares e no desenvolvimento educacional da nação brasileira. Para a reversão deste quadro, partindo do universo da sala de aula, escola, e sistema educacional em sua totalidade é preciso um olhar reflexivo sobre o diagnóstico real dos alunos a fim de pensar, adaptar e promover práticas efetivas que minimizem diferenças entre estas etapas de escolaridade.
2 Esse distanciamento deve ser considerado um ponto de partida para a elaboração de propostas pedagógicas que contemplem as necessidades, educando em conjunto, a fim de se aproveitar o potencial das diferenças, havendo uma ruptura de práticas e valores que segregam. O uso da ludicidade, diversas metodologias, intervenções diferenciadas e AEEs (Atividades Educacionais Especializadas) poderão atender e superar as dificuldades múltiplas, proporcionando uma verdadeira inclusão entre alunos regulares ou PAEEs (Portadores de Atendimento Educacional Especializado) - os quais possuem o direito de aprendizagem significativa que se aprimora dentro do contexto processual e sócio histórico, que se efetivará pela interatividade e colaboração de todos os partícipes do processo ensinoaprendizagem. Como não concordar, sem se mobilizar? Como modificar, sem identificar? Como atualizar, sem adequar às reais necessidades? Como despertar interesses, sem aproximar-se à realidade? Como motivar, sem desafiar? Como aprender, sem sensibilizar-se? A educação necessita de mudanças significativas que partam de um grande sistema, contudo ajustes e adequações são urgentes na relação ensino-aprendizagem. O lúdico é uma atividade específica da infância, assim com a mediação do professor como favorecedor de aprendizagens; a criança recria a realidade por meio de sistemas simbólicos, iniciando sua integração social, aprendendo a conviver e situar-se no mundo que a cerca, além de adquirir qualidades fundamentais para o desenvolvimento físico e mental, despertando-se para uma formação reflexiva, participativa e crítica. A ludicidade e os recursos tecnológicos, também são imprescindíveis, capazes de potencializar o processo de ensino-aprendizagem, respeitando as limitações, partindo dos interesses e contextos inseridos, de modo a favorecer ajustes entre as propostas curriculares e os níveis de escolaridade. Quais iniciativas reais de mudanças metodológicas dentro da dinâmica de sala de aula e entre educadores e gestores das unidades de ensino, são necessárias a fim de possibilitarem a inserção e contextualização do aluno frente às expectativas de aprendizagens? Através da adaptação do currículo escolar, dentro de uma perspectiva de trabalho colaborativo e a viabilização de diferentes recursos como canais imprescindíveis na mediação do professor em sua proximidade às reais necessidades da criança, é possível um trabalho significativo, capaz de frente a heterogeneidade da sala de aula, alcançar os direitos de
3 aprendizagens, para uma educação verdadeiramente inclusiva, que contemple mudanças essenciais no Projeto Político Pedagógico das unidades escolares. A flexibilização do currículo escolar e elaboração de Atendimento Educacionais Especializados (AEEs), adaptando conteúdos com jogos e recursos tecnológicos, viabilizará o processo de uma escola verdadeiramente inclusiva, capaz de inserir e desenvolver uma prática significativa, considerando as múltiplas inteligências, possibilitando que todo o grupo avance dentro das expectativas propostas, no alcance dos direitos de aprendizagens. Diagnósticos precisos, metodologias eficazes, didática motivadora, compromisso, foco e determinação são essenciais para avanços significativos. Não é possível a permanência de índices tão baixos, visto que a aplicabilidade destes pressupostos, viabilizarão saltos qualitativos, rumo a uma aprendizagem verdadeiramente significativa. 2. Objetivo Minimizar a ruptura entre a educação infantil e ensino fundamental, atendendo às expectativas de desenvolvimento da faixa etária, por meio de práticas significativas que articulem os níveis de escolaridade em uma proposta colaborativa e inclusiva. 3. Métodos Local de desenvolvimento do projeto O projeto será desenvolvido na rede municipal de ensino da cidade de Bauru, nos anos finais da educação infantil e iniciais do ciclo I, em salas regulares, bem como nas salas de recurso. Participantes Professores titulares de cargo, que atuam em salas de aula regulares e de recursos, alunos, equipe gestora, assim como responsáveis e representantes dos departamentos pedagógicos em suas respectivas funções, que desejarem contribuir com a pesquisa. Os pais de alunos que consentirem a participação de seus filhos, receberão o termo de Livre e Esclarecido para a autorização, participação e divulgação. Coleta de dados Através de pesquisa qualitativa, diagnósticos com os alunos, diálogos e intervenções junto aos professores, levantamentos estão em andamento para descobrir as principais dificuldades encontradas no processo de transição entre a educação infantil e o ensino
4 fundamental em diferentes grupos de crianças na idade escolar referida. Pontuando-se os maiores focos, abordagens serão realizadas por meio de registros, sondagens, conversas, observação e análise de instrumentos avaliativos, intervenções dos professores frente aos alunos, interação entre o grupo, relacionamento professor-aluno e aluno-professor, propostas de adaptações curriculares aos alunos com déficits de aprendizagem, ou portadores de atendimento educacional especializado (PAEE). Após diagnósticos, rever junto aos professores os conteúdos programáticos aos respectivos níveis de escolaridade, para que frente às necessidades dos alunos, adaptações curriculares por meio do trabalho colaborativo e diferentes materiais didáticos, com a complementação de Atividades Educacionais Específicas (AEEs), favoreçam a real inclusão para o pleno desenvolvimento das competências e habilidades previstas, como contínua progressão do conhecimento. Compartilhar resultados positivos e significativos entre a equipe escolar, para a troca de experiências e aprimoramento, por meio de práticas, instrumentos, recursos e metodologias assertivas, que contribuem para uma transição inclusiva entre os níveis de escolaridade. Divulgar por meio de livre acesso a um e-book, através de redes de informação (dentro e fora da unidade escolar) experiências que obtiveram êxito, a fim de disseminar práticas que contribuirão para o avanço qualitativo, no alcance da efetiva aprendizagem, inclusiva, atrativa, motivadora, desafiante e de interesse às necessidades atuais dos alunos. 4. Conclusões Segundo as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, em destaque aos Artigos 8, 9 e 10, é prevista a flexibilização e adaptações curriculares, com metodologias de ensino e recursos didáticos diferenciados. Mas o que ensinar respeitando a diversidade cultural e social de um país com a dimensão do Brasil? Então os Parâmetros curriculares Nacionais (PCNs) além de respeitar diversidades regionais, culturais e políticas pretende criar condições para o acesso ao conjunto de conhecimentos socialmente elaborados à construção da cidadania. Para tanto, segundo MINETTO (2008) a nossa principal característica comum é a diversidade e nossa principal semelhança é a diferença.
5 Somente propostas democráticas e colaborativas propiciarão mudanças efetivas, capazes de reduzir lacunas e divergências e potencializar a visão integrada de equipe em benefício da formação humana, social, cultural e emocional. É preciso olhar para o currículo como agente de mudança, construtor de opiniões, capaz de melhorar a qualidade de educação, devendo assim considerar uma visão circular e holística, articulando, segundo TORRES GONZALEZ (2002) três dimensões: reflexão, estratégia e ação. Por meio de tais procedimentos, a articulação de conteúdos adaptáveis entre os níveis de escolaridade, será capaz de integrar verdadeiramente educandos, respeitando suas individualidades. 5. Referências BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições 70, BRASIL. Ministério da educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica/Secretaria de Educação Especial---MEC; SEESP, BRASIL. Ministério da educação. Secretaria da Educação Especial. Parâmetros curriculares: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, JHONSON, David. W e JHONSON, Roger T. e KARL A. A aprendizagem cooperativa retorna à faculdade. Qual é a evidência de funciona? Smith in change, Jul/Aug98, Vol.30, Issue 4, p26.disponível em: LÉVY, Pierre, As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática.rio de Janeiro, Editora 34,1993 LOPES, José; SILVA, Helena S. A aprendizagem cooperativa na sala de aula: um guia prático para o professor. Lisboa (Portugal), Lidel, MINETTO, Maria de Fátima. Currículo na educação inclusiva: entendendo esse desafio. 2. ed rev. atual. ampl.-curitiba: Ibpex, PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. Tradução de Dirceu Accioly Lindoso e Rosa Maria Ribeiro da Silva. Rio de Janeiro: Forense Universitária, STAINBACK, S.; STAINBACK, W. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre: Artmed, TORRES GONZÁLES, J.A. Educação e diversidade: bases didáticas e Organizativas. Porto Alegre: Artmed,2002.
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