CRDA - Centro de Referência em Distúrbios de Aprendizagem Módulo: Distúrbios de Aprendizagem Tema: Dislexia
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- José Chaplin Figueiroa
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1 CRDA - Centro de Referência em Distúrbios de Aprendizagem Módulo: Distúrbios de Aprendizagem Tema: Dislexia WORLD SOCIETY OF NEUROLOGY Professor Jobair Ubiratan Distúrbio caracterizado por dificuldade na aquisição da leitura, apesar da instrução convencional, inteligência adequada e oportunidade sócio-econômica. ESCENE: FATORES Sócio-emocionais Maturacionais Prevalência no Brasil 2 a 3% crianças em idade escolar CONCEITUAÇÃO: CEGUEIRA VERBAL CEGUEIRA CONGÊNITA PARA PALAVRA ORTON (1925)» ESTREPHOSYMBOLIA - ERROS NA LEITURA, TROCAS FONÉTICAS, DIFICULDADE NA ORIENTAÇÃO DAS LETRAS. GENÉTICA/HEREDITÁRIA (CROMOSSOMAS 2, 6 E 15) EVIDÊNCIA NA FASE DE ALFABETIZAÇÃO PREVALÊNCIA EM MENINOS (3/1) TIPOS DE DISLEXIA ADQUIRIDA (AFASIAS) DESENVOLVIMENTO (DE EVOLUÇÃO)
2 DESENVOLVIMENTO (DE EVOLUÇÃO): SITUAÇÃO ENDÓGENA EVOLUTIVA, NÃO DEVIDA A COMPROMETIMENTO LESIONAL DO CÉREBRO E SIM A DIFICULDADE NO PROCESSO FUNCIONAL, OU SEJA, NA MATURAÇÃO NEUROLÓGICA CARACTERIZADA POR DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA. VISUAL: Déficit na percepção visual, na percepção visuo-motora e na habilidade visual. Não visualização cognitiva do grafema. FONOLÓGICA: Déficit na percepção auditiva, na memória e na discriminação sonora. Não decodificação (audibilização cognitiva) do fonema. DISLEXIA DISEIDÉTICA Caracteriza-se por apresentar dificuldade para perceber as palavras inteiras, não conseguindo realizar leitura global. A leitura é feita soletrando as palavras. Os erros são sempre fonéticos. Não percebem a gestalt Exemplos: vavela e favela tabete e tapete DISLEXIA DISFONÉTICA Caracterizada por apresentar dificuldade primária do som da letra (fonema) e do símbolo escrito (grafema); Inabilidade para realizar análise e síntese fonética. Os erros são por substituição de palavras semelhantes; exemplos: estrada e rodovia lápis e caneta brincar e jogar
3 NO EXAME DO DISLÉXICO PODEMOS ENCONTRAR: 1 - confusão de letras com diferente orientação espacial. Exemplos - b/d, p/q, n/u, u/m 2 - confusão com letras com sons semelhantes. Exemplos - g/j, b/p, d/t 3 - confusão de letras com pequenas diferenças gráficas. Exemplos - a/o, i/j, m/n, v/u 4 - inversões de sílabas e palavras. Exemplos - los/sol, pra/par, lata/alta 5 - substituições de palavras por outras de estrutura semelhante. Exemplos: encontrou / encomendou 6 - supressão de letras. Exemplos: cavalo/caalo, bolacha/boacha 7 - adição de letras ou sílabas. Exemplos: mal/marle, fazer/faezer 8 - repetições de sílabas ou palavras.exemplos: o canto canto do pássaro a camamada de ar 9 - fragmentação incorreta. Exemplos: o menino joga bola / omeni nojo gabola 10 - dificuldade para compreender o que lê de forma fragmentada leitura e escrita incompreensível. AS DIFICULDADES DAS CRIANÇAS DISLÉXICAS ESTÃO GERALMENTE NAS ALTERAÇÕES TEMPORO-ESPACIAL VISUALIZAÇÃO AUDIBILIZAÇÃO MEMÓRIA FRACA PARA DÍGITOS E SENTENÇAS INCAPACIDADE DE EXPRESSÃO ( NA PRÉ-ESCOLA JÁ APRESENTA DIFICULDADE PARA ENCONTRAR PALAVRAS = DISNOMIA) PERCEPÇÃO FONÊMICA E DE ORDENAÇÃO DE SONS POBRES AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA Exame neurológico tradicional
4 Exame neurológico evolutivo Neuro-imagem EEG - EEG Digital - Mapeamento Cerebral Computadorizado Solicitação : TAVIS - PAC Outros Os sinais que podem indicar dislexia em crianças pré-escolares são: - Histórico familiar de problemas de leitura e escrita; - Atraso para começar a falar de modo inteligível; - Atraso no desenvolvimento visual; - Frases confusas, com migrações de letras: a gata preta prendeu o filhote em vez de a gata preta perdeu o filhote ; - Impulsividade no agir; - Uso excessivo de palavras substitutas ou imprecisas (como coisa, negócio ); - Nomeação imprecisa (como helóptero para helicóptero ); - Dificuldade para lembrar nome de cores e objetos; - Confusão no uso das palavras que indicam direção como dentro/fora, em cima/baixo, direita/ esquerda; - Dificuldades de coordenação motora: tropeços, colisões com objetos ou quedas freqüentes; - Dificuldade em aprender cantigas infantis com rimas; - Dificuldade em encontrar palavras que rimam e em julgar se palavras rimam ou não; - Dificuldade com seqüências verbais (como os dias da semana) ou visuais (como seqüências de blocos coloridos); - Criatividade aguçada; - Facilidade com desenhos e boa noção de cores;
5 - Aptidão para brinquedos de construção ou técnicos, como quebracabeças, lego, controle remoto de tv ou vídeo, teclados de computadores; - Prazer em ouvir outras pessoas lendo para ela, mas falta de interesse em conhecer letras e palavras. A criança não se interessa por livros ou impressos; - Discrepância entre diferentes habilidades, parecendo uma criança brilhante em alguns aspectos mas desinteressada em outros; - Fraco desenvolvimento de atenção; - Dificuldade para organizações. Os sinais que podem indicar dislexia em crianças escolares de até nove anos são: - Dificuldade especial em aprender a ler e escrever; - Dificuldade em aprender o alfabeto, as tabuadas e seqüências como meses do ano; - Falta de atenção ou pobre concentração; - Dificuldade continuada com certas atividades motoras como amarrar cadarço de sapato, agarrar bolas, saltar, etc.; - Dificuldade com direita e esquerda; - Reversão de letras e números (15 51; b d); - Frustração, podendo levar a problemas comportamentais. Os sinais que podem indicar dislexia em adolescentes são: - Tendência a ler inacuradamente ou sem compreensão; - Escrita incorreta, com letras faltando ou na ordem errada; - Maior tempo que a média para conseguir terminar os trabalhos escritos;
6 - Dificuldade com planejamento e organização de trabalhos escritos; - Dificuldade em copiar acuradamente da lousa ou de livros; - Tendência a confundir instruções verbais e números de telefone; - Dificuldades severas para aprender línguas estrangeiras; - Crescente perda de autoconfiança, frustração e baixa auto-estima. Após uma avaliação completa e multidisciplinar do indivíduo disléxico, é possível iniciar o processo de intervenção. Alguns dos procedimentos que podem ser adotados por professores e pais de crianças disléxicas para facilitar a aprendizagem são (retirados de Capovilla, 2002): - A criança disléxica deve sentar-se próxima à professora, de modo que a professora possa observá-la e encorajá-la a solicitar ajuda; - Cada ponto do ensino deve ser revisto várias vezes. Mesmo que a criança esteja prestando atenção durante a explicação, isso não garante que, no dia seguinte, ela lembrará o que foi dito; - Professores e pais devem evitar sugerir que a criança é lenta, preguiçosa ou pouco inteligente, bem como evitar comparar o seu trabalho escrito aos de seus colegas; - Não solicitar para que ela leia em voz alta na frente da classe; Sua habilidade e conhecimento devem ser julgados mais pelas respostas orais que escritas; - Não esperar que ela use corretamente um dicionário para verificar como é a escrita correta da palavra. Tais habilidades de uso de dicionário devem ser cuidadosamente ensinadas; - Evitar dar várias regras de escrita numa mesma semana. Por exemplo, os vários sons do c ou g. Dar lista de palavras com uma mesma regra para a criança aprender; - Sempre que possível a criança deve repetir, com suas próprias palavras, o que a professora pediu para ela fazer, pois isso ajuda na memorização;
7 - A apresentação de material escrito deve ser cuidadosa, com cabeçalhos destacados, letras claras, maior uso de diagramas e menor uso de palavras escritas; O ambiente de trabalho deve ser quieto e sem distrações; - A escrita cursiva é mais fácil do que a de forma, pois auxilia a velocidade e a memorização da forma ortográfica da palavra; - Esforços devem ser feitos para auxiliar a autoconfiança da criança, mostrando suas habilidades em outras áreas (música, esporte, arte, tecnologia, etc.). Segundo Mabel Condemarin (1987, p.23), outras perturbações da aprendizagem podem acompanhar os disléxicos: - Alterações na memória; - Alterações na memória de séries e seqüências; - Orientação direita esquerda; - Linguagem escrita; - Dificuldades em matemática; - Confusão em relação às tarefas escolares; - Pobreza de vocabulário; - Escassez de conhecimentos prévios (memória de longo prazo).
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