ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Mandado de Segurança nci /001 Relator

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1 ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DECISÃO MONOCRÁTICA Mandado de Segurança nci /001 Relator : Desembargador Frederico Martinho da Nobrega Coutinho Impetrante : Josivaldo Pereira da Silva Advogado : Felipe Mendonça Vicente Impetrado : Secretário de Saúde do Estado da Paraíba MANDADO DE SEGURANÇA. Portador de leucemia. Necessidade de medicação. Ato coator. Inexistente. Prova pré-constituída. Ausência. Dilação probatória. Inadmissibilidade. Requisito específico do writ. Inobservância. Extinção do feito sem resolução do mérito. Possibilidade. Denegação. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. Inexistindo prova nos autos do indigitado ato coator, um dos requisitos específicos do mandado de segurança - prova pré-constituída -, não há como se conhecer desta ação mandamental, impondo-se a extinção do processo sem resolução de mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC. Vistos. Trata-se de MANDADO DE SEG- U\RANÇA), impetrado por Josivaldo Pereira da Silva contra ato do Secretárib de Sa\(ide Álo Estado da Paraíba, requerendo o recebimento da medicação TRISEIOX (trio de.,4//` Ç" 4-5 n,q)-

2 arsênio), para êxito terapêutico e sobrevida global, porquanto é portador de leucemia promielocítica aguda (LPA), anomalia prevista no CID: C92.4. Alega, outrossim, que fora submetido a tratamento com tretinoina e quimioterapia de 1" linha, e, novamente, a 2 remissão completa e transplante autólogo de medula óssea. Com o agravamento do quadro do autor, postula, em caráter de urgência, o medicamento mencionado. ato coator - determinou-se a emenda à inicial, fl. 21. Vislumbrando a ausência de prova pré-constituída - resposta à determinação desta relatoria. À fl. 24 consta Certidão de que não se aportou É o RELATÓRIO. DECIDO josivaldo Pereira da Silva alega, em sua exordial, que é portador de leucemia promielocitica aguda (LPA), anomalia prevista no CID: C92.4, sendo submetido a tratamento com tretinoína e quimioterapia de 1a- linha, e, novamente, fora submetido a 2' remissão completa e transplante autólogo de medula óssea. Com o agravamento do quadro do autor, postula, em caráter de urgência, a medicação LRISENOX (trióxido de arsênio), para êxito terapêutico e sobrevida global. De bom alvitre destacar que, excluídos os casos excepcionais dispostos no art. 6 2, 1 2, da Lei n /09, a peça inicial de Mandado de Segurança deve vir instruída com os elementos indispensáveis à comprovação das alegações que a embasam, porquanto se trata de ação voltada à proteção de direito líquido e certo, isto é, direito demonstrável de plano, através de prova pré- 1 k constituída. / Observa-se, porém, que a vestibular bo pres writ

3 não se fez acompanhar de documento primordial, qual seja, o ato coator, imprescindível ao deslinde da matéria. Obviamente, não se fala em esgotar a via administrativa para forcejar ação no Poder Judiciário, mas de um requisito processual para análise do mérito mandamental. Conforme se depreende dos documentos acostados ao processo, inexiste qualquer ato deliberatório ou decisório, que possua força capaz de configurar-se como ato coator, pois, como se ver, o requerente mencionou o nome da medicação necessária ao seu tratamento, mas não anexou, em momento algum, ato supostamente abusivo ou ilegal praticado pela autoridade coatora. Logo, na hipótese telada, não há que se falar em ofensa ao princípio da inafastabilidade do Poder Judiciário, insculpido no art. 5 2, XXXV, da Constituição da República. Nesse contexto, veja-se o entendimento do Superior Tribunal de Justiça a respeito da prova pré-constituída no Mandado de Segurança: "Em sede de mandado de segurança, a petição inicial deve vir instruída com todos os documentos indispensáveis à propositura da ação, justamente para evidenciar o direito líquido e certo tido como violado. O rito mandamental não comporta dilação probatória, de modo que não se admite a juntada extemporânea de documentos preexistentes. Precedentes: RMS 8964 e 9472." (RMS 13232/DF, Relator: Ministro Castro Meira, publicado no DR] em 22/09/2003, p. 277). No entanto, esta relatoria, sensibilizada com o quadro clínico aqui reportado, entendeu de ordenar à emenda a inicial, fl. 21, ocasião em que o impetrante quedou-se inerte, fl. 24. Destarte, só há um caminho a ser trill -,rã-d-o no verte writ: a extinção do sem resolução do mérito, nos moldes do art. 1, capiik da /e' i /2009, a seguir transcrito: 4\"

4 "Art. 10. A inicial será desde logo indeferida quando não for o caso de mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos desta Lei.". A propósito, a jurisprudência estabelece: "ADMINISTRATIVO. ALEGADA EXPULSÃO SUMÁRIA DE ALUNAS DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO MÉDIO. AUSÊNCIA DE ATO COATOR. VIA PROCESSUAL INADEQUADA. AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. EXTINÇÃO DO. Processo em sede de mandado de segurança, o direito líquido e certo deve ser demonstrado de plano. A necessidade de dilação ou valoração probatória para confirmar o direito deduzido na petição inicial impõe. a extinção do processo sem julgamento de mérito. "as meras alegações, desprovidas de base empírica, nada significam juridicamente e não se prestam a produzir certeza. Apenas mostram uma versão sem substrato concreto e, assim, inapta a receber a proteção do remédio heróico, via em que não há oportunidade para a dilação probatória ou contraditório." (rms n , min. José delgado). (TJSC; AC-MS ; Jaraguá do Sul; Rel. Des. Luiz Cézar Medeiros; Julg. 15/12/2010; DISC 01/03/2011; Pág. 154) negritei. preleciona: A doutrina, a seu turno, através de Luiz Orione Neto "Em suma, o direito liquido e certo é, /e-m- ' dúvida, / um plus em relação ao fummus boi juris. Nesse, \ contexto a relevância dos fundamentos do 4,d4'do,

5 Civil está mais próxima da idéia de 'prova inequívoca' e 'verossimilhança de alegação', que são os requisitos exigidos para a concessão da tutela antecipatória do art. 273 do CPC. Na impetração do zurit, e, portanto, antes do juiz cogitar se deve ou não conceder a liminar os fatos já são certos. Dai afirmar Teresa Arruda Alvim Pinto, com acerto. que 'ainda na fase do juízo de admissibilidade do mandado de segurança, já se tem mais que o mero fumus, já que o mandamus não admite dilação probatória, pois vem alicerçado em prova documental preconstituída." (In. Liminares no Processo Civil e Legislação Processual Extravagante, pp. 321/322, 2 4 edição, 2002.". Por outro lado, cumpre destacar que o indeferimento liminar de Mandado de Segurança não importa a emissão de qualquer juízo de valor acerca do mérito da pretensão mandamental. P. Ante o exposto, com fundamento no art. 127, X, do Regimento Interno do Tribunal de justiça da Paraíba, indefiro liminarmente o presente writ, nos moldes do art. 10, da Lei n /09, extinguindo o processo sem resolução do mérito, nos termos do art. 267, VI, do Código de Processo Civil, para, em consequência, denegar a ordem mandamental. I. e20/1. ico M 0 da Nobre Coutinho / Desembargador i Relator

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