Roteiro Celebrativo Ano La Valla

Transcrição

1 Roteiro Celebrativo Ano La Valla Na caminhada rumo ao bicentenário, somos convidados a celebrar o terceiro ano, o Ano La Valla, que tem como foco a dimensão mística de nossas vidas. É também uma oportunidade de vivenciarmos os três fundamentos representados pelos três andares da casa de La Valla: espiritualidade, fraternidade e missão. Com ênfase no subsolo, o Ano La Valla nos convida à interioridade e a dimensão mística, tanto no aspecto pessoal, como no comunitário e de missão. Entendemos que os três fundamentos caminham juntos, um não acontece sem o outro, e dizem respeito às três dimensões do nosso Carisma: espírito (fraternidade), espiritualidade e missão. Subsidio e roteiro: para celebrar e vivenciar os três fundamentos do Ano (com base nos andares da casa), elaboramos um conjunto de subsídios e sugestões de atividades para cada um deles. Para cada andar há mensagens e textos e um conjunto de ações que podem ser realizadas pelas Comunidades e Unidades de acordo com a disponibilidade e viabilidade. :: Andar superior :: Vídeo: La Valla_andarsuperior O andar superior da casa de La Valla recorda o Pentecostes, a descida do Espírito Santo sobre a primeira comunidade cristã. No Cenáculo, a primeira comunidade recebeu o Espírito Santo que a impulsionou à missão. Esse andar também nos recorda a missão do Instituto, o sonho de estar em todas as dioceses do mundo. Esse espaço nos faz lembrar e celebrar nossa razão de existir: os jovens, adolescentes e as crianças, os Montagnes. Somos convidados a ser contemplativos na ação, cultivar a espiritualidade horizontal, sentir a presença de Deus nas nossas vidas e nas nossas ações. Mensagem do Irmão Emili: A casa de La Valla será o ícone que orientará nosso terceiro ano, de agosto de 2016 a agosto de A celebração central será dia 2 de janeiro, quando completaremos 200 anos de nossa fundação. A casa, recém reformada, tem três andares. Cada um deles carrega um simbolismo que podemos associar aos três anos de preparação ao bicentenário. No piso superior, vem à memória a comunidade apostólica reunida, também no andar superior, no dia de Pentecostes. Trata-se, de fato, do espaço da missão: ide e fazei discípulos por todo o mundo. Um lugar amplo, luminoso, aberto

2 ao mundo. Recorda-nos ao ano Montagne e a chamada para nos dirigir às fronteiras e às margens. Pensamento Marista Deus tem um sonho para cada um de nós, para a humanidade e para nosso Instituto Marista. Ao escutar os nossos corações, descobrimos o seu amor, a sua misericórdia e a sua ternura como a de um Deus que é Pai e Mãe... Essa mesma descoberta fez com que Marcelino fosse um homem empreendedor, audaz e arriscado, com o seu sonho de tornar Jesus Cristo conhecido e amado pelas crianças e pelos jovens. (Carta do 21º Capítulo Geral) Para vivenciar essa dimensão Somos convidados a realizar algumas atividades que levem a aguçar a mística horizontal, ou, em outras palavras, reconhecer o mistério de Deus nas ações evangelizadoras. Outro exercício, é realizar as leituras de fé, isto é, a partir dos encontros com as pessoas, com os jovens e crianças, com os próprios colegas de trabalho (encontros que transformam vidas) questionar-se: o que Deus me fala? O que ele tem a dizer? É importante, para vivenciar essa dimensão, partir das próprias realidades: pessoal e de missão. Ações sugeridas para as unidades Cultivar o olhar contemplativo, místico, sobre as realidades: sentir a presença de Deus em tudo e em todos. Pode ser uma atividade direcionada, convidando as pessoas a realizarem o exercício e depois partilharem em grupos. Com questões, por exemplo: onde, como e quando senti a presença de Deus na minha vida? Na minha missão (hoje) como (onde, em que momento) reconheci a presença de Deus? Como se revela a presença de Deus na minha família, com meus amigos, nas minhas rotinas...? Realizar leituras de fé da sua experiência de missão: O que Deus me diz através dos fatos, das experiências vividas? Convidar as pessoas para, no final de uma atividade como visita a algum lugar de missão, ou no próprio trabalho realizado, o que Deus me falou? Esse exercício é um passo a mais que o reconhecimento de Deus e de sua presença, é ouvir a sua voz. Exercícios das três bênçãos. (Em anexo)

3 Motivar ações de escuta dos jovens e provocar uma atitude de transformação pessoal e comunitária: colocar-se em atitude de escuta dos Montagnes de hoje e, a partir da escuta deles, tomar a decisão de rever alguma atitude que precise ser mudada. O segundo passo seria partilhar as escutas e o desejo de conversão. Além disso, de forma bem objetiva e prática, que as pessoas se manifestem de que maneira, com que prática pretendem alcançar tal propósito. :: Térreo :: Vídeo: La valla_andarterreo Esse andar nos lembra a fraternidade nele, recordamos o encontro fraterno da Primeira Comunidade Cristã, a Igreja de Rosto Mariano, Igreja horizontal de comunhão. Recordamos a comunidade dos primeiros Irmãos, quando receberam o nome de Pequenos Irmãos de Maria. Nesse espaço, encontra-se a mesa de La Valla (ícone da fraternidade marista). Esse andar representa o aspecto do carisma que diz respeito ao nosso jeito de viver, o espírito fraterno. Convida-nos a celebrar nossos encontros, nossas partilhas de vida, nossa relação de comunhão. Mensagem do Irmão Emili: No andar térreo encontra-se a famosa mesa de nossas origens, que representa o símbolo da fraternidade. Em torno dessa mesa se sentaram o padre Champagnat e os primeiros irmãos. Hoje essa mesa se vê enriquecida não somente com a presença de irmãos, mas também de leigos e leigas maristas chamados a construir uma igreja de rosto mariano. Iluminação: extratos maristas sobre fraternidade Uma mãe não tem mais carinho para com seus filhos do que o Pe. Champagnat o tinha por nós. E isso ainda não é bem exato pois, não raras vezes, as mães amam os filhos com um amor apenas humano, ao passo que ele nos amava de uma forma toda espiritual. No começo, éramos muito pobres, o pão que comíamos tinha a cor da terra, mas ele nunca nos deixou faltar nada. Como o mais terno dos pais, ele tinha um grande cuidado de nós. Lembro-me de suas preocupações por mim quando eu estava doente, em La Valla. Vinha me visitar todos os dias, sempre trazendo alguma coisa especial. Amiúde, recordava-nos o cuidado que a Divina Providência tem para com aqueles que depositam nela a sua confiança. Quando nos falava da bondade de Deus e do seu amor por nós, ele o fazia de maneira tão persuasiva que incutia em todos o ardor divino de que estava

4 repleto, de tal sorte que as dores, os trabalhos e todas as misérias da vida seriam incapazes de nos abalar. (Ir. Lourenço OM-Origines Maristes, tomo II, doc 756). Marcelino Champagnat fez da comunidade dos primeiros Irmãos uma verdadeira família. Partilhou a vida deles em La Valla e em l Hermitage. Dedicou-se totalmente aos Irmãos. Dizia-lhes: Saibam que só respiro por vocês e que não há bem verdadeiro que eu não peça a Deus cada dia e que eu não esteja disposto a proporcionar-lhes à custa dos maiores sacrifícios. Em troca, os Irmãos amavam-no como um pai. Em convívio com ele, e junto à Boa Mãe, aprofundavam o sentido da fraternidade, da dedicação e da abnegação a serviço uns dos outros. Fiéis a essa herança transmitida por gerações de Irmãos, realizamos o desejo do Fundador, levando nossa vida de comunidade a um grande espírito de família: Amem-se uns aos outros como Jesus Cristo os amou. Que não haja senão um só coração e um só espírito entre vocês. (Constituições, nº 49) As expressões irmão e fraternidade representam símbolos poderosos de um tipo especial de relacionamento. Elas são geralmente usadas não apenas para se referir a Irmãos professos, mas assumem um sentido mais inclusivo, procurando descrever um tipo de relacionamento próprio de todos os Maristas. (Água da Rocha. Apresentação) Marcelino Champagnat transmitiu aos primeiros irmãos um modo de se relacionar baseado no exemplo de Maria. Viviam um ambiente familiar, de aconchego e proximidade. Esse sentimento de fraternidade os acompanhava onde quer que fossem e fazia parte do jeito de educar de suas escolas. Essa forma de relacionamento, denominada espírito de família, é para nós parte fundamental do legado de Marcelino. É a característica de nosso carisma que, desde o primeiro momento, mais atrai as pessoas e nos confere singularidade. É o nosso grande sinal profético. O espírito de família é uma forma de ser que nos restaura como pessoas e nos transforma. Faz com que confiemos no próximo, aceitemos nossas próprias limitações e manifestemos o melhor que Deus nos deu. Quando não há preocupação com a aparência, as pessoas desfrutam melhor os encontros interpessoais. Desse espírito nascem os detalhes que, junto com outros, caracterizam-nos. Como Marcelino, cultivamos entre nós as pequenas virtudes: perdoar as ofensas diárias, compreender as razões do outro e colocar-se em seu lugar; estar alegre, dando alento aos outros; prever as necessidades dos outros e ser solícito no serviço com simplicidade; ser paciente e afável; dar espaço aos outros quando é a vez deles de agir. Assim se nutre a nossa vida diária, que ganha em profundidade.

5 Pelo espírito de família, revelamos o Deus Trino e acolhemos com ternura aqueles que se sentem longe de qualquer aconchego. Por isso, a pastoral marista deve estar impregnada desse jeito de ser que caracteriza nossa missão. (Em Torno da Mesma Mesa, nº 68 a 71) Para vivenciar essa dimensão Vivenciar ações referentes à fraternidade contempla a dimensão do espírito do nosso Carisma Marista. Uma das nossas características fundamentais é o espírito de família. Considerar o(a) outro(a) irmão, irmã, pertencentes à mesma comunidade, reconhecendo que as diferenças nos fazem crescer, que o encontro com o(a) outro(a) ajuda a formar nossa identidade, reconhecer neles(as) atitudes que nos tornam mais humanos; seus dons e qualidades, recebidos de Deus, partilhar experiências, dá sentido as nossas vidas e missão. Ações sugeridas Mesa de La Valla - Escolher uma mesa como símbolo da Fraternidade (que recorde a mesa de La Valla). Pode-se dispor sobre ela alguns símbolos que recordem o espírito de família: uma jarra, pratos, flores, pão, imagens de coração, abraços, mãos, fotos da família, de encontros da Unidade, Fraternidade, Comunidade. Partilhas de vida - À mesa, incentivar as partilhas de vida dos colaboradores (pode se realizar em pequenos grupos): relatos das histórias de vida de cada um. Essas histórias também podem ser escritas e colocadas sobre a mesa; pode ser a partir de algum tema (infância, relacionamento com amigos, família, parentes, vivência na comunidade eclesial, textos bíblicos referentes à fraternidade, relatos/cartas de Champagnat e dos primeiros irmãos). Incentivar que se realizem celebrações de perdão, feedback, avisos fraternos. Podem ser acompanhadas de técnicas como lava-pés, lavar as mãos, escrever pedidos de perdão, conversas em pequenos grupos. Realizar técnicas de valorização - dizer ou escrever as qualidades e os dons que reconhecemos no(a) outro(a), atitudes dele(a) que revelam a presença de Deus e nos tornam mais humanos. Sugestão de filmes: Na natureza selvagem ; A Boa Mentira ; Assim na Terra como no Céu (a volta ao paraíso)

6 Canção: Somos Uno (Axel) ( :: Subsolo :: Vídeo: La Valla_subsolo Em termos de construção, o subsolo se refere aos alicerces da casa. O alicerce da Instituição Marista é a espiritualidade, que perpassa todas as nossas ações, desde a interioridade, oração, até a ação educativa e nossas relações fraternas. Como lugar, o subsolo nos recorda o espaço interior habitado pelo Mistério (Ir Emili). Convida-nos ao cultivo da interioridade. Os momentos de oração e de silêncio eram práticas diárias dos primeiros Irmãos e fazem parte de nossa espiritualidade. Esses momentos nos dão mais serenidade e sentido nas nossas ações. O cultivo da interioridade é uma necessidade, tanto para a saúde quanto para a eficácia da missão. Mensagem do Ir. Emili: O Ano La Valla quer se concentrar mais na parte que, até pouco tempo atrás, permaneceu oculta aos visitantes. É um pequeno espaço no subsolo, descendo as escadas. Simboliza aquele espaço interior habitado pelo Mistério. É o espaço da interioridade, da dimensão mística de nossas vidas. Sabemos que o compromisso com o crescimento espiritual era algo fundamental para o padre Champagnat. Seu profundo espírito de fé o fazia viver na presença de Deus com toda a naturalidade, seja nos bosques de l Hermitage ou nas ruidosas ruas de Paris. Viver como ele implica cultivar o silêncio, dar tempo suficiente à oração pessoal e comunitária, colocar-se na escuta da Palavra do Senhor como Maria da Anunciação. Como ela, que guardava e meditava toda as coisas em seu coração, dispomo-nos a ser contemplativos na ação. Para vivenciar essa dimensão O convite é incentivar exercícios de interioridade, de silêncio, de oração, de relaxamento. Essa dimensão diz respeito ao cuidado de si, com amor e intencionalidade. Pensar em si, ouvir a voz interior e os apelos que nascem do coração. Sugere-se que se realizem alguns exercícios em comunidade como 5 minutos de silêncio diário antes de iniciar as atividades, o próprio retiro da unidade, como também exercícios pessoais como: meditação, leitura bíblica, exercícios de relaxamento, respiração consciente.

7 Ações sugeridas para as unidades Momentos de silêncio antes das atividades. Pode-se utilizar mantras, músicas instrumentais, ou mesmo ouvir os sons da natureza. Motivar exercícios da respiração consciente: dar atenção ao ato de inspirar, de reter o ar, de expirar, esvaziando totalmente o diafragma... O segundo passo, pode-se motivar a relaxar o corpo. O terceiro passo, pode-se convidar que, enquanto inspiram, pensem em coisas boas para a vida e, ao expirar, desejem enviar bons desejos, orações, a pessoas queridas. Pode-se também repetir no silêncio palavras como amor, paz, alegria, ou invocar a Deus e à Maria. Meditação pessoal e grupal: na tradição cristã, a meditação é o segundo tempo da Leitura Orante da Palavra. A pergunta que se faz nesse momento é o que (o texto bíblico) diz pra mim? Temos outras técnicas de meditação, mas todas envolvem silêncio e concentração, atenção em si e no que sentimos que Deus nos diz. Incentivar a escuta de canções com letras espirituais, mensagens de vida e que levem à reflexão pessoal. Por exemplo, podem ser ouvidas, em atividades pedagógicas ou inícios de reuniões, refletindo a letra, fazendo conexões com os temas que irão desenvolver ou vivenciar. Incentivar visitas à capela (ou espaço do cultivo da interioridade, uma tenda, oratório). Material de apoio (disponíveis em: La Valla Ícone da Relação Identidade Marista Música Mesa de La Valla Músicas Bicentenário Marista