Semana de juros de curto prazo em alta, dólar em queda e Bolsa em moderada alta;

Transcrição

1 14-out-2013 Semana de juros de curto prazo em alta, dólar em queda e Bolsa em moderada alta; Estimamos taxa Selic em 9,75% aa em dez/2013. O risco é encerrar o ano em 2 dígitos; Inflação alta em 12 meses, mas desacelerando na margem. Expectativas devem ceder. As taxas de juros futuros tiveram comportamento distinto durante a semana. As taxas mais curtas (DI Jan14 e Jan15) subiram (respectivamente 13bps e 19bps) no período de 7 a 11 de outubro, enquanto as mais longas (DI Jan17 e Jan21) recuaram (respectivamente 10bps e 14bps) no mesmo período. A manutenção do comunicado do COPOM após a reunião de 5ªfeira passada ajudou a elevar as taxas de juros curtas. O mercado esperava mudança de tom neste comunicado como sinalização de redução de ritmo de alta de juros na reunião de novembro. Como isso não aconteceu, os investidores ajustaram suas expectativas em função disso. Outro evento que ajudou a elevar as taxas dos vértices curtos foi o depoimento da presidente da Petrobras Graça Foster, no sentido de que o reajuste no preço dos combustíveis pode ocorrer em breve (ainda sem data prevista, mas aparentemente ainda em 2013). A incerteza no mercado externo ajuda a explicar o recuo das taxas de juros dos futuros de longo prazo. O dólar se depreciou 1,4% em relação à moeda brasileira na semana passada, cotada a R$ 2,18. Os sinais adversos sobre a possibilidade de acordo para a situação fiscal norte-americana, a possibilidade de taxa Selic mais alta no Brasil e as intervenções do BC no mercado de câmbio enfraquecem a cotação do dólar em relação ao real na semana passada. O Ibovespa apresentou ligeira alta na semana (+0,6%) encerrando cotado a pontos. A incerteza em relação à elevação do teto do endividamento norte-americano alimentou o otimismo com as bolsas estrangeiras na semana passada. O Ibovespa subiu, mas em menor grau. Os ganhos em Petrobras e Vale foram modestos na semana passada, uma vez que esses papéis parecem já sofrer influência da proximidade do vencimento de índice futuro nesta semana.

2

3 jan/08 mai/08 set/08 jan/09 mai/09 set/09 jan/10 mai/10 jan/11 mai/11 jan/12 mai/12 jan/13 mai/13 jan/08 mai/08 set/08 jan/09 mai/09 set/09 jan/10 mai/10 jan/11 mai/11 jan/12 mai/12 jan/13 mai/13 dez/10 mar/11 jun/11 dez/11 mar/12 jun/12 dez/12 mar/13 jun/13 13,5 12,5 11,5 10,5 9,5 8,5 7,5 6,5 Taxas de juros nominais - Mercado futuro (%) Jan/14 Jan/17 Jan/21 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2,0 1,9 1,8 1,7 1,6 1,5 Dólar Ibovespa vs S&P Ibovespa S&P500

4 Por dentro do cenário A decisão do COPOM de outubro, de elevar a taxa Selic em 0,50 p.p. para 9,50% ao ano era amplamente esperada pelo mercado. A surpresa ficou por conta da manutenção do comunicado, em que o comitê preferiu manter o termo dando prosseguimento. Ou seja, a mensagem principal é de que o ciclo de aperto monetário pode continuar. Esperávamos mudança na declaração a fim de indicar desaceleração no ritmo de aperto na próxima reunião. Entretanto, por manter a comunicação, o BC escolhe não sinalizar que consideram agora uma desaceleração como o cenário mais provável. Mais que isso, com a manutenção do comunicado não se pode descartar a possibilidade de que o ciclo de alta dos juros seja estendido para o início de Nosso cenário considera que a estabilização da taxa de câmbio próximo do patamar atual (projetamos R$ 2,30 para dez13) e a desaceleração da atividade econômica terão impacto de baixa sobre as expectativas de inflação, permitindo com que o BC reduza o ritmo de alta da taxa Selic. Esperamos um último aumento da taxa Selic de 0,25 p.p. na reunião de 27 de novembro, totalizando ciclo em 2,50 p.p., com a taxa Selic em 9,75% ao ano em dezembro. Entretanto, o risco é o BC manter o ritmo de +0,50 p.p. na próxima reunião. A inflação continua bastante alta, porém na margem em trajetória cadente. Foi o que mostraram o IPCA e o IGP-DI de setembro. O primeiro veio em linha com a expectativa do mercado, e segue desacelerando em 12 meses (passou de 6,09% em agosto para 5,86% até setembro). Mesmo considerando um eventual reajuste no 4T13 no preço da gasolina (peso alto no IPCA), nossa projeção para o IPCA de 2013 é de 5,70%. Para 2014 projetamos IPCA em 5,80%. O IGP-DI ainda está próximo das máximas no índice mensal, mas já fez a inflexão e deve seguir desacelerando nos próximos meses. O IGP-DI de setembro ficou 1,36% ante 1,50% do IGP-M, e deve arrefecer para patamar de 0,70% a 0,80% no final de outubro. A alta recente no atacado é explicada pelo repasse cambial e preços das commodities. A depreciação cambial deste ano está incorporada nas projeções. Estimamos IGP-M de 5,40% em O indicador coincidente de desemprego da FGV de setembro seguiu piorando, em linha com o indicador de jobs hard to get (dificuldade de encontrar emprego). Ou seja, o índice é compatível com uma desaceleração gradual do mercado de trabalho que deve continuar a acontecer nos próximos trimestres. Agenda Semana 14-18/Out: No Brasil, os eventos mais relevantes da semana são: as vendas do varejo de agosto (na 3ªfeira), o IBC-Br de agosto (4ªfeira) e a ata da reunião do COPOM (5ªfeira). Além disso, tem divulgação do IGP-10 de outubro (4ªfeira) e do IPCA-15 de outubro (6ªfeira). Nos Estados Unidos, destaque para os dados de housing de setembro e produção industrial de outubro (4ªfeira). Na zona do Euro devem ser divulgados: a produção industrial de agosto (2ªfeira), CPI de setembro (4ªfeira) e resultado da conta corrente de agosto (5ªfeira). Na China, destaque para o PIB do 3T13 (5ªfeira), além de indicadores de vendas ao varejo, produção industrial e conta corrente todos de setembro.

5 Glossário Renda Fixa IRFM 1; IRFM 1+; IMA B5; IMA B5+; e IMA Ex-C são componentes do IMA. O IMA Índice de Mercado ANBIMA é uma família de índices que representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos e serve como benchmark para o segmento. Com o objetivo de atender às necessidades dos diversos tipos de investidores e das suas respectivas carteiras, o IMA é atualmente subdividido em quatro subíndices, de acordo com os indexadores dos títulos prefixados (IRFM), indexados ao IPCA (IMA B), indexados ao IGP-M (IMA C) e pós-fixados (IMA S). Com exceção das carteiras teóricas de títulos indexados ao IGP-M e pós-fixados (IMA-S), para as demais carteiras, são calculados subíndices com base nos prazos dos seus componentes. Adicionalmente, em virtude da intenção explícita da STN de não mais emitir títulos indexados ao IGP-M (NTN-C) e, ainda, devido à baixa liquidez observada neste segmento, foi determinada a construção de um índice agregado aos mesmos moldes do IMA-Geral, mas sem a participação do IMA-C, denominado IMA-Geral Ex-C. IRFM 1 IRFM 1+ IMA B5 IMA B5+ LTN e NTN-F com prazo < 1 ano LTN e NTN-F com prazo >/= 1 ano NTN-B com prazo < 5 anos NTN-B com prazo >/= 5 anos Fonte: ANBIMA / Adaptação: Itaú Asset Management Prêmio de Risco Spread over treasury do CDS (Credit Default Swap) de 5 anos. Variação em bps. Commodities Índice de uma cesta de commodities em dólares. Ações - Brasil IDIV Índice Dividendos SMLL Índice Small Cap ISE Índice de Sustentabilidade Empresarial Fonte: BM&FBOVESPA / Elaboração: Itaú Asset Management Disclaimer A Conjuntura Semanal é uma publicação da Itaú Asset Management. As informações contidas no informativo foram produzidas dentro das condições atuais de mercado e conjuntura. Todas as recomendações e estimativas aqui apresentadas derivam de nosso julgamento e podem ser alteradas a qualquer momento sem aviso prévio. O Banco Itaú não se responsabiliza por decisões de investimento tomadas com base nos dados aqui divulgados. Cotações às 17hs30min da 6ª feira.