HISTÓRIA, ORALIDADE E MEMÓRIA - NOVAS ABORDAGENS PARA O ENSINO DA LEITURA NO CAMPO DA EDUCAÇÃO POPULAR ATRAVÉS DE CONTOS, MITOS E LENDAS
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- Otávio Valverde Lobo
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1 HISTÓRIA, ORALIDADE E MEMÓRIA - NOVAS ABORDAGENS PARA O ENSINO DA LEITURA NO CAMPO DA EDUCAÇÃO POPULAR ATRAVÉS DE CONTOS, MITOS E LENDAS Roselene Moura de Sá Professora de Formação de Professores da Rede Municipal de Ensino de Fortaleza. rosemourasa@yahoo.com.br JUSTIFICATIVA A transcrição escolhida para iniciar este minicurso foi retirada da obra de Cecília Meirelles, que traz afirmação sobre o gosto de contar histórias. Histórias muitas vezes escolhidas, vivenciadas ou mesmo imaginadas que de certa forma são feitas de arte, cultura, afeto e vida. Segundo Rosana Mont Alverne (2011), o toque de magia começa, quando ouvimos era uma vez..., expressão capaz de nos transportar para um tempo nem presente, nem passado, nem futuro mas um tempo encantado onde tudo é possível. O gosto de contar é idêntico ao de escrever e os primeiros narradores são os antepassados anônimos de todos os escritores. O gosto de ouvir e como o gosto de ler. Assim, as bibliotecas, antes de serem infinitas estantes, como vozes presas dentro dos livros, foram vivas e humanas, rumorosas, com gestos, canções, danças entremeadas as narrativas. Cecília Meireles É nessa perspectiva, do resgate da oralidade, que pretendemos abordar essa proposta de minicurso, pois partilhamos da noção de alguns estudiosos sobre as tradições culturais e arte de contar histórias - a exemplo de CAMARA CASCUDO (1954), ROMERO (2007) e SANCHO (2008), respectivamente - de que contar história tem importância histórica crucial, pois foi a primeira expressão de arte, após o surgimento da linguagem articulada; dessa forma, se faz prática, que resulta do que está gravado no inconsciente coletivo da humanidade: os nossos ancestrais ao redor do fogo,
2 2 contando as aventuras do dia. O minicurso propõe-se, objetivamente, a entender a oralidade, por meio dos contos, mitos e lendas, o que consideramos parte de novas abordagens dos estudos da cultura e de sua interface com a educação. As diversas situações vivenciadas no cenário de Educação Popular de uma forma geral nos levam a perceber o abismo existente entre o processo de formação docente e a construção do saber pelos discentes. A partir desse pressuposto, considera-se que a prática de ensino é essencial, no cenário atual, como forma de transposição da teoria para a prática; em vista disso, urge a necessidade de pensar novos temas e novas abordagens para fomentar o desejo pela leitura voltada ao universo da Educação Popular. Com esse minicurso, os professores terão a possibilidade de se fazerem sujeitos da sua própria história, resgatando também a memória de sua cultura, refugiada na memória daqueles que ouviram estórias e muitas vezes se fizeram sujeitos de algumas delas. Transpor os modelos institucionalizados de educação e valorizar a cultura popular, por meio do conhecimento de mundo do educando, e recorrência à dramaturgia, sob a inspiração de AMARAL (1991), BORBA FILHO (1987) e BUSATOO (2007) é um dos pressupostos dessa atividade, cuja intencionalidade é motivar os educadores e educandos a construírem uma aprendizagem significativa, por meio de histórias oriundas de suas realidades. Não há pronúncia do mundo sem consciente ação transformadora sobre o mesmo. (FREIRE, 2006, p.60). Nessa perspectiva, propiciar aos docentes e discentes a valorização das suas histórias com dignidade e autoconfiança, favorece que eles se transformem em sujeitos, que se descobrem a partir da constituição dessa própria história, por meio da valorização e interação de diferentes saberes. OBJETIVOS 1.GERAL Oferecer uma proposta de formação de professores, que terão a possibilidade de vivenciar uma experiência em que possam se sentir e compreender como sujeitos da sua própria história, resgatando também aspectos da memória coletiva relacionada com as
3 3 suas culturas, refugiadas na memória daqueles que ouviram estórias e muitas vezes se reconheceram na condição de sujeitos em algumas delas. 2.ESPECÍFICOS 1) Levar professores-alunos a ter uma experiência em que possam se sentir e compreender como sujeitos da sua própria história; 2) Motivar os educadores e educandos a construírem uma aprendizagem significativa, por meio de histórias oriundas de suas realidades; 3) Resgatar, via oralidade, aspectos da memória coletiva do grupo relacionada com as suas culturas, refugiadas na memória daqueles que ouviram estórias, em forma de mitos, contos e lendas; 4) Transpor os modelos institucionalizados de educação e valorizar a cultura popular, por meio do conhecimento de mundo do educando. 3.METODOLOGIA O trabalho buscará fazer um resgate histórico do processo de oralidade da Educação Popular, por meio do conto, lendas e mitos. Para tanto, utilizaremos as seguintes estratégias e ferramentas de trabalho pedagógico: 1. Contos Populares - Dado ao seu conteúdo profundo, seu aspecto exterior que possibilita atividades lúdicas, bem como uma mensagem de reflexão resgatando assim a história cultural do cenário da Educação Popular; 2. Mitos - Essas histórias se originam, por meio de um fato natural, histórico e- ou filosófico, cujo ponto de equilíbrio se situa, entre o sagrado e o profano. 3. Lendas São histórias fantásticas, cuja origem histórica narra os feitos heroicos de personagens sobrenaturais, fenômenos naturais e vida de santos, etc. 4. As referidas histórias contarão com diferentes estratégias, que envolvem, inclusive, uma abordagem dramatizada, com o intuito de favorecer a participação dos integrantes do minicurso.
4 4 - Material a ser utilizado: - Datashow (Qualquer outro material necessário será providenciado pelo responsável do mini curso) - Especificidade do Espaço: - Sala de Aula - Número de Participantes: - 20 Pessoas - Duração: 3 Sessões de 60 minutos. Referências AMARAL, Ana Maria. Teatro de Formas Animadas. São Paulo, Editora da Universidade de São Paulo BORBA FILHO, Hermilo. Fisionomia e Espírito do Mamulengo. Rio de Janeiro: INACEN, BUSATOO, Cléo. A Arte de Contar Histórias no Século XXI: Tradição e Ciberespaço. Petrópolis: Vozes, CAMARA CASCUDO, Luís da. Dicionário de Folclore Brasileiro. [s.l]: [s.n], FREIRE, Paulo. Ação Cultural para Liberdade e outros escritos. São Paulo: Paz e Terra, 9ºed SANCHO, Ana Paula. Do imaginário popular tradicional à curiosidade infantil: contos, mitos e lendas da Serra da Meruoca. Fortaleza: Edições IPDH, ROMERO, Silvio. Contos populares do Brasil. São Paulo: Martins Fontes, WINKIN, Yves. A Nova Comunicação: da teoria ao trabalho de campo. Campinas: Papirus, 1998.
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