SEGURO SAÚDE ALEGAÇÃO DE DOENÇA PREEXISTENTE AUSÊNCIA DE PROVA INEXISTÊNCIA DE MÁ-FÉ MULTA COMINATÓRIA A C Ó R D Ã O

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1 SEGURO SAÚDE ALEGAÇÃO DE DOENÇA PREEXISTENTE AUSÊNCIA DE PROVA INEXISTÊNCIA DE MÁ-FÉ MULTA COMINATÓRIA - Não comprovando a preexistência da doença ou a má-fé do segurado, é insubsistente a resistência da seguradora, fundada em tais alegações (art.333, II, do CPC). - É aplicável a multa cominatória à obrigação de autorizar procedimento cirúrgico, nos termos do contrato. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos de APELAÇÃO CÍVEL N da Comarca de BELO HORIZONTE, sendo Apelante (s): SUL AMÉRICA AETNA SEGUROS E PREVIDÊNCIA S.A. e Apelado (a) (os) (as): ALEFE SANTOS DE SOUZA, ACORDA, em Turma, a Oitava Câmara Cível do Tribunal de Alçada do Estado de Minas Gerais NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO. Presidiu o julgamento o Juiz MAURO SOARES DE FREITAS e dele participaram os Juízes BATISTA DE ABREU (Relator), JOSÉ AMANCIO (Revisor) e SEBASTIÃO PEREIRA DE SOUZA (Vogal).

2 O voto proferido pelo Juiz Relator foi acompanhado na íntegra pelos demais componentes da Turma Julgadora. -2- Belo Horizonte, 20 de agosto de JUIZ BATISTA DE ABREU Relator

3 -3- V O T O JUIZ BATISTA DE ABREU: Alefe Santos de Souza, menor representado por seu pai, propôs ação de cobrança, em face da Sul América Aetna Seguros e Previdência S.A., em que pretende compelir a ré a autorizar cirurgia, para correção de otite média/hipertrofia adenóide e cornetos, arcando com todas despesas de internação e cirurgia. A ré contestou, alegando, em síntese, que é indevida a indenização, porque já existia a doença no momento da contratação. Alega, ainda, que o autor estaria sujeito à cobertura parcial temporária, que pode ser suspensa para eventos cirúrgicos (f ). A sentença de f julgou procedente o pedido, condenando a ré a cobrir todas as despesas de internação e cirurgia, fixando multa diária de R$1.000,00 (mil reais), para o caso de descumprimento. Nas razões da apelação, alega a recorrente que, ao contratar, o segurado omitiu a doença preexistente, e, ainda, que o segurado devia cumprir a cobertura parcial temporária, sendo improcedente seu pedido. Na eventualidade, alega que há obrigação de pagar, sendo aplicável ao seu descumprimento apenas a sanção do art do Código Civil de Consignando nos autos o parecer de f , a d. Procuradoria-Geral de Justiça opina pelo provimento parcial do recurso, excluindo a multa cominatória.

4 -4- Contra-razões às f A alegação de preexistência da moléstia não foi comprovada nos autos. Não há qualquer documento em que se afirme que na data da contratação a apelada já sofria a doença. Pelo contrário, na solicitação de senha de internação e prorrogação (f. 43) foi afirmado que o tempo de existência da doença de base é de 6 (seis) meses. Ademais, não se comprovou nos autos que segurado sabia da preexistência da doença. Portanto, a seguradora não pode se eximir do dever de indenizar, se dele não exigiu exames prévios. Por não poder ser presumida, não se reconhece a alegada má-fé no presente caso. Com relação à multa cominatória, anote-se que a obrigação não é de pagar. Nos termos das condições gerais de f , juntado aos autos pela própria apelante, em sua descrição da forma de utilização dos serviços cobertos pelo seguro de assistência saúde, item 1.1, alínea e, a internação e cirurgia da apelada depende da autorização prévia da apelante. A obrigação, portanto, não é de dar, mas de fazer, de autorizar o procedimento, conforme os termos do contrato. Não há no valor arbitrado para multa qualquer excesso que justifique sua redução, mormente se considerado que, desde a propositura da ação em 10/12/2001, até hoje, não foi noticiada a cirurgia da autora, que continua sofrendo. apelação. Assim sendo, nego provimento ao recurso de Custas recursais, pela recorrente. JUIZ BATISTA DE ABREU

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