Aula 03. Níveis de leitura de um texto. A Importância da leitura
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- Isaque Furtado Faria
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1 Aula 03 Níveis de leitura de um texto A aula de hoje tratará mais um pouco sobre a importância do ato de ler. Estudamos e começamos a perceber como a leitura é importante em nossas vidas, vimos que é interessante sabermos "ler" as diversas situações às quais somos expostos e o quanto é importante, também, sabermos interpretar devidamente os diferentes textos. Hoje vamos reforçar a idéia da importância do ato de ler e entender quais conhecimentos e objetivos devemos deter para nos tornarmos bons leitores. Vamos começar? A Importância da leitura Um dos grandes desafios a ser enfrentado pela escola e pela sociedade é o de fazer com que os alunos aprendam a ler, e, a ler reflexivamente. O pouco hábito da leitura reflete-se na escrita e, conseqüentemente, na fala, restringindo o vocabulário. Nesse sentido, o conhecimento prévio necessário à compreensão do texto também fica restrito, pois, segundo Ângela Kleiman (1995, p. 13), o leitor utiliza na leitura o conhecimento que ele já sabe, o conhecimento adquirido ao longo de sua vida. É mediante a interação de diversos níveis de conhecimento como o conhecimento lingüístico, o textual, o conhecimento de mundo, que o leitor consegue construir o sentido do texto. 25
2 Veja bem caro aluno: Nara Sgarbi - UNIGRAN É importante fazer uma distinção entre ler e aprender a ler. Ler é estabelecer uma comunicação com textos verbais ou não-verbais, por meio da busca da compreensão, enquanto a aprendizagem da leitura constitui uma tarefa permanente, que se enriquece com novas habilidades, na medida em que se manejam adequadamente textos cada vez mais complexos. Por isso, a aprendizagem da leitura não se restringe ao primeiro ano da vida escolar. Sgarbi (2003, p.89) afirma que para capacitar os alunos (...) para o encontro com o texto; constatando-o, cotejando-o e transformando-o, há que se criar condições concretas para que esses alunos leiam de maneira significativa. Acompanhem, também, o pensamento da autora citada a seguir: Kleiman (1999, p. 16) exemplifica: "... Os professores que lembramos e admiramos e que tiveram alguma influência nas nossas vidas são aqueles que demonstraram gostar de suas matérias e conseguiram transmitir esse entusiasmos pelo saber". Em outras palavras, o professor é aquele que precisa ser leitor e que apresenta as diferentes possibilidades de leitura: livros, poemas, notícias, receitas, paisagens, imagens, partituras, sons, gestos, corpos em movimento, mapas, gráficos, símbolos, o mundo enfim: "(...) Ou o texto dá um sentido ao mundo, ou ele não tem sentido nenhum" (LAJOLO, 1994, p. 14). Mas, atenção!! O aluno também precisa fazer a sua parte!! Assim, a leitura importa quando o leitor transforma a linguagem escrita em linguagem oral e quando o leitor consegue captar e dar sentido ao conteúdo da mensagem, analisando o valor dessa no contexto social. Por isso, a importância da leitura reside, principalmente, no ato de ensinar a ler. Para Reina e Durigan (2003, p. 21), "ensinar leitura não é responsabilidade exclusiva do professor de língua, mas sim de todos aqueles que usam esse código, seja para a interação, para a transmissão de conhecimentos, para a atuação sobre o outro, seja para o relacionamento com o mundo sensível." Neste momento fique atento à leitura que segue: Outro aspecto importante no trabalho com a leitura é a interdisciplinaridade vinculada à intertextualidade, pois todas as disciplinas, sejam das áreas das ciências exatas, agrárias, humanas ou qualquer outra são discursivas, requerem desempenho de linguagem, e a leitura e a escrita são o fim e o meio de todo trabalho escolar. Se um "texto remete a outros textos e estes apontam para outros no futuro" (KLEIMAN, 1999, p. 62), a interdisciplinaridade permite que os contextos dos programas de diversas disciplinas sejam introduzidos em decorrência da leitura de um texto lido em sala de aula. Entendeu o que é interdisciplinaridade e intertextualidade? Se tem dúvidas leia o parágrafo anterior novamente. Entretanto, a questão do ensino da leitura é ampla e pode situar-se: na própria conceituação do que é leitura, na forma como é avaliada pelos professores; no papel que ocupa na sociedade; nos 26
3 meios que são oferecidos para que ela ocorra, na metodologia que o professor adota para ensiná-la e na maneira como o aluno a compreende e valoriza. A partir de agora estudaremos o seguinte tópico: O ato da leitura: conhecimentos prévios, objetivos e hipóteses Vamos descobrir de que precisamos para realizar uma boa leitura? O ato de ler aciona uma série de ações no pensamento do leitor, por meio das quais ele pode extrair novas informações ou remetê-las à informações anteriores. Na interação com essas informações, aqui denominadas de conhecimento prévio, o leitor pode mantê-las, modificá-las ou desenvolvê-las durante a assimilação do conteúdo, pois "... quando um leitor é incapaz de chagar à compreensão através de um nível de informação, ele ativa outros tipos de conhecimentos para compensar as falhas momentâneas" (KLEIMAN, 1999, p. 17). Assim, ao ler um texto qualquer, o leitor escolhe aspectos relevantes, ignora outros irrelevantes ou desinteressantes, dando atenção aos aspectos que interessam, ou seja, àqueles sem os quais seria impossível compreender o texto. Por isso, "a ativação do conhecimento prévio é essencial à compreensão, pois é o conhecimento que o leitor tem sobre o assunto que lhe permite fazer as inferências necessárias para relacionar diferentes partes discretas do texto num todo coerente." (KLEIMAN, 1999, p. 25) Essas inferências são hipóteses que o leitor levanta, antecipando informações com base nas pistas que vai percebendo durante a leitura. Portanto, quando chega à escola, o aluno já é um leitor do mundo, pois desde muito novo começa a observar, antecipar, interpretar e interagir, dando significado a seres, objetos e situações que o rodeiam: "o conhecimento lingüístico, o conhecimento textual, o conhecimento do mundo devem ser ativados durante a leitura para poder chegar ao momento da compreensão, momento este que passa desapercebido, em que as partes discretas se juntam para fazer um significado." (KLEIMAN, 1999, p. 26) Você e eu fazemos a leitura de tudo que nos cerca! Essa aprendizagem natural da leitura deve ser considerada pelo professor e incorporada às suas estratégias de ensino com o fim de melhorar a qualidade desse processo contínuo, iniciado no momento em que o aluno é capaz de captar e atribuir significado às coisas do mundo. Assim, a ação de ler o mundo é enriquecida na medida em que o educando enfrenta progressivamente numerosos e variados textos, pois: "a forma do texto determina, atá certo ponto, os objetivos de leitura: há um grande número de textos, como romances, contos, fábulas (...) notícias de jornal, artigos científicos (...): parece claro que o objetivo geral ao ler o jornal é diferente daquele quando lemos um artigo científico." (KLEIMAN, 1995, p. 33) 27
4 Note que: O trabalho de leitura na escola tem por objetivos levar o leitor à analise e à compreensão das idéias dos autores e a buscar no texto os elementos básicos e os efeitos de sentido. E é isto que esperamos que faça a partir deste momento que está aprendendo mais sobre a maravilhosa habilidade da leitura. Cremos que aprendemos a ler e a escrever lendo e escrevendo, vendo outras pessoas lerem e escreverem, tentando e errando, sempre nos guiando pela busca do significado mediante hipóteses ou pela necessidade de produzir algo que tenha sentido. De acordo com Kleiman (1995, p. 36) "vários autores consideram que a leitura é, em grande medida, um jogo de adivinhação, pois o leitor ativo, realmente engajado no processo, elabora hipóteses e as testa, à medida que vai lendo". Assim, para elaborar hipóteses, o leitor precisa ter acesso ao texto cuja leitura foi transformada em objetivo, ou seja, ele deve prever o tema do texto com base nas pistas dadas; então, para ter acesso ao texto, é preciso ter acesso ao seu código e à mensagem escrita. Isto é muito importante! Fique atento!! Enfim, é preciso que professor e alunos entendam que ler não é um ato mecânico de decodificação: é o estabelecimento de relações dentro de contextos, de vivências de mundo; não são frases ou palavras soltas que levam o leitor a entender que isso seja o ato de ler. E para que esse quadro mude, é preciso que professor e aluno estejam verdadeiramente envolvidos. Nesse sentido, pensamos que o processo ensino-aprendizagem da leitura na sala de aula situase dentro de dois objetivos fundamentais: serve como meio eficaz para aprofundamento dos estudos e aquisição de cultura geral. E, então, está percebendo como a leitura é interessante, importante e indispensável em nossas vidas? Atividade03 Responda as atividades que seguem e envie pelo portfólio, ferramenta do ambiente de aprendizagem UNIGRAN Virtual. Em caso de dúvidas envie pelo Quadro de Avisos ou mande para o endereço nsgarbi@unigran.br Esta atividade poderá ser desenvolvida em grupo ou individualmente!!! 28 Una-se a três colegas de sala e respondam as questões que seguem: 1. O que é uma leitura significativa?
5 2. Explique e exemplifique o que vem as ser: interdisciplinaridade e intertextualidade. 3. Que conhecimentos prévios acredita serem necessários para que possa realmente fazer uma leitura crítica sobre, por exemplo, o assunto "cota universitária"? SUGESTÕES DE LIVROS PLATÃO & FIORIN. Para entender o texto: leitura e redação. 16. ed. São Paulo: Ática, GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna. 16. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, SUGESTÕES DE SÍTIOS Vestibular 1 - O número 1 em vestibular. Disponível em: inter2.htm Por de trás das letras. Disponível em: sub.php?op=corrigir/docs/cap14 29
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