TODA POESIA - UMA POÉTICA DE FERREIRA GULLAR Uma pequena análise

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1 1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA Departamento de Letras e Artes Programa de Pós-Graduação em Literatura e Diversidade Cultural Especialização em Estudos Literários JOÃO BOSCO DA SILVA (prof.bosco.uefs@gmail.com) TODA POESIA - UMA POÉTICA DE FERREIRA GULLAR Uma pequena análise Feira de Santana 2012

2 José Ribamar Ferreira (10/09/1930) nasceu em São Luís, no Maranhão. O livro Toda Poesia, versão publicada em 1983 reúne uma produção poética em versos de amor e de luta social da vida do poeta, mesclando sua produção literária entre a dor e o lirismo dentro do histórico infantil e a rebeldia jovem, a fim de tentar compreender o ambiente da sua formação. A Luta Corporal ( ): É o livro mais discutido do poeta, introduzindo sua manifestação literária na poesia concreta, marcando-se como precursor daquele movimento paulista. Os versos inicialmente podem parecer tensos, sombrios e desesperados, mas a opção do poeta tem sentido quando mostra indignação e reconhece as suas limitações em expressar suas inquietações através das palavras, pois o momento é de problemas reais e existenciais que todos estão vivendo, ao que afirma: o nome do livro não é por acaso: era uma luta comigo mesmo. Na minha busca terminei fragmentando a linguagem. Achava que a linguagem era uma realidade. Desarticulei-a para encontrar essa realidade: ela não tinha essência nenhuma. Ferreira Gullar. O vil metal ( ) O Livro reúne vários poemas publicados entre 1954 e 1960, registrando experiências concretas, substituindo o padrão do verso por novas e modernas estruturas, desde mudança da formalidade dos vocábulos e a disposição geométrica espacial na página, sem perder a preocupação com os elementos dramáticos presentes em todas as suas poesias, rejeitando o dinheiro, "o vil metal" das práticas comuns do mundo. É a busca constante pelo sentido da vida, através de palavras fortes e saturação do status quo, denunciado pela ação poética registradora da inquietação lírica. (...) O ouro é híbrido flor e alfabeto. Osso de mito, quando oiro é teia-de-abelha. A precisão do maduro. Dele se fabricam a urina e a velhice. Poemas concretos / neoconcretos ( ) Esse poema é menos tenso e mais subjetivo, projetado na linguagem lírica do mar, como um produto do universo, de consumo sem contestação, talvez tenha sido mais para mostrar a quebra do espaço e métrica convencionais. A nova poética de Ferreira Gullar gerou esse tênue e belo poema, como uma atualização da cultura brasileira, menos tenso e subjetivo, recuperando o sentimento romântico. mar azul mar azul mar azul marco azul mar azul marco azul barco azul mar azul marco azul barco azul arco azul mar azul marco azul barco azul arco azul ar azul Romances de cordel ( ) Diferentemente de outras histórias que foram escritas com maior caráter social e político, como Dentro da noite veloz, compondo o pensamento do movimento poético no 1

3 Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE, numa época na qual a intelectualidade de esquerda queria denunciar os maus do imperialismo, no Romances de cordel Gullar muda a estratégia e busca entender a cultura popular da poesia, desde os trovadores de cordel nordestinos, com sua linguagem simples, na construção de textos políticos na literatura de cordel. Já vão todos compreendendo como compreendeu João, que o camponês vencerá pela força da união. Que é entrando para as Ligas que ele derrota o patrão, que o caminho da vitória está na revolução. Dentro da noite veloz ( ) Alguns desses poemas foram escritos no Brasil e outros no exílio, sempre com a preocupação de denunciar o sofrimento e o cotidiano das pessoas engajadas no processo político, utilizando a literatura de forma excessivamente política, marcada na vida desde que foi militante do Partido Comunista Brasileiro e, exilado pela ditadura militar, quando viveu na União Soviética, no Chile e na Argentina. Posteriormente ficou desiludido do socialismo em todas as suas formas. Para o poeta Gullar, a poesia é um modo de indagação e conhecimento do mundo em que vivemos, resposta possível a cada questão que se coloca tanto no plano social como no pessoal, marcado por um pessimismo que acaba por lhe dar coragem. Em homenagem a Ferreira Gullar, Adriana Calcanhoto gravou a música Vambora, que tem o seguinte refrão: Ainda tem o seu perfume pela casa, Ainda tem você na sala, Porque meu coração dispara?quando tem o seu cheiro, dentro de um livro, Dentro da noite veloz... Poema sujo (1975) O crítico Otto Maria Carpeaux, afirmou que o Poema Sujo mereceria ser chamado de poema nacional, porque "encarna todas as experiências, vitórias, derrotas e esperanças da vida do homem brasileiro". turvo turvo a turva mão do sopro contra o muro escuro menos menos menos que escuro menos que mole e duro menos que fosso e muro: menos que furo escuro mais que escuro: claro Na vertigem do dia ( ) Marcando a volta de Gullar ao Brasil depois do período do exílio, o poema foi publicado em 1980, no qual apresenta um poeta ainda na noite veloz, com versos sujos 2

4 espelhando a queda da reflexão mais profunda da vida que sempre muda e se perpetua configurada na pausa da noite. O poema proporciona um mergulho profundo na condição humana, inclusive suas carências afetivas, sociais e políticas, na sua vida cotidiana, mostrando aos leitores paisagens e ações que possam mostrar movimentos em imagens bastante reais. A importante obra de Gullar ultrapassa as fronteiras literárias, trazendo temas como a esperança, mesmo quando há perseguição política, crise cultural ou angústias sociais, mostrando na literatura o desejo de resistência. Uma parte de mim é só vertigem: outra parte, linguagem. Traduzir uma parte na outra parte que é uma questão de vida ou morte será arte? Barulhos ( ) Agora a arte é trabalhada com versos inspirados de forma essencial em palavras vivas num tempo rítmico intenso, sobre a criação do poema na evolução do próprio pensamento, em caminhos percorridos por sete anos, refletindo sobre o fazer poético dentro do mundo real, mesclado de todos os sofrimentos e angústias de um tempo perdido em calendário, mas de enorme produção literária, madura e respeitada. Todo poema é feito de ar apenas: a mão do poeta não rasga a madeira não fere o metal a pedra não tinge de azul os dedos quando escreve manhã ou brisa ou blusa de mulher. Muitas vozes (1999) Obra publicada em 1999 representa as muitas vezes que Gullar usou das palavras para expressar sua voz durante toda sua vida até aquele época, na sua formação poética. Ferreira Gullar já está mais consciente da necessidade de renovação, modernizando, sempre, os valores estéticos iniciados desde os seus primeiros versos. A sua experiência acumulada transformou a palavra como fonte de expressão da cor, da dor e do amor, em versos livres das amarras e presos às suas convicções poéticas. Portanto, Muitas Vozes é um conjunto de 54 poemas, com o objetivo memorialístico, resgatando a polifonia do autor ao longo de sua trajetória literária. 3

5 4 REFERÊNCIA GULLAR, Ferreira. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 1983.

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