UM ENSINO DE TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS ATRAVÉS DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO
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- Lucca de Santarém Bergler
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1 UM ENSINO DE TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS ATRAVÉS DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO Cristiane de Mello Lanferdini Priscila Ferreira Silva 1 Justificativa O presente projeto de ensino justifica-se pela necessidade cada vez maior e pertinente de incentivar o aluno a fazer uso da internet também para as atividades escolares. Dessa forma, o material utilizado deixa de ser exclusivamente o tradicional, como livros, revistas e jornais, e passa a incluir as possibilidades digitais hoje existentes. Assim, ao mesmo tempo em que o aluno é estimulado para o uso das novas tecnologias para fins escolares, acaba adquirindo mais prática nesse uso e conseguindo identificar mais facilmente os bons conteúdos existentes na rede. Além disso, este projeto justifica-se também por ser uma forma de possibilitar aos alunos o estudo e a pesquisa dos tipos e gêneros textuais, assunto que geralmente causa inúmeras dúvidas com relação à forma de ensiná-lo, e que é de extrema importância no estudo da língua portuguesa. 2 Objetivos 2.1 Objetivo geral Despertar nos alunos o interesse e a curiosidade pelo estudo dos tipos e gêneros textuais através da utilização das novas tecnologias da informação, a partir da análise de blogs. 2.2 Objetivos específicos Estimular a percepção dos alunos para a valorização do conteúdo informacional; Aproveitar a natural curiosidade e iniciativa dos alunos em relação à internet para estudar um conteúdo importante de língua portuguesa; Possibilitar que os alunos conheçam a diversidade de tipos textuais presentes no mundo dos blogs, distinguindo com clareza as noções de gênero e tipo textual.
2 3 Referencial teórico O presente projeto visa estimular os alunos a utilizarem o conteúdo informacional presente na internet para a aprendizagem de conteúdos tradicionais da língua portuguesa no caso, os tipos e gêneros textuais. O uso da internet em sala de aula é fato recente, sendo buscada ainda a melhor forma para explorar as imensas possibilidades dessa utilização. Richter (2011, p. 1) diz que as novas tecnologias com suas novas relações e funções sociais, suas novas formas de percepção da realidade e seus novos valores e expectativas chegam tardiamente na instituição escolar formal. Diz o autor: Imagine-se agora uma sala de aula com um (a) professor (a), algum livro-texto, dezenas de alunos militar e assepticamente perfilados nuca-face em suas carteiras, quadro-negro, giz e "saliva". Há quantas gerações esse setting mofa em nossas imaginações? Lá fora, inclusive em suas casas, esses alunos navegam nas redes da Internet pelo mundo todo em seus computadores, mandam e recebem mensagens sem sair de casa, lêem notícias, desfrutam de lazer eletrônico e até mesmo compram pelo cabeamento telefônico (e estamos chegando à Internet sem fio...). Que professor é esse que não sabe o que fazer com crianças e adolescentes que o ultrapassam no know-how de localizar informações?. (RICHTER, 2011, p. 1) Disseminar a utilização da internet em sala de aula, portanto, é uma questão que se impõe. Moran (2011, p. 2) diz que ensinar e aprender exigem hoje muito mais flexibilidade espaço-temporal, pessoal e de grupo, além de menos conteúdos fixos e processos mais abertos de pesquisa e de comunicação. Para o mesmo, uma das dificuldades atuais é conciliar a extensão da informação, a variedade das fontes de acesso, com o aprofundamento da sua compreensão, em espaços menos rígidos, menos engessados. O autor também diz: Vejo as aulas nas organizações - como processos contínuos de comunicação e de pesquisa, onde vamos construindo o conhecimento em um equilíbrio entre o individual e o grupal, entre o professor-coordenador-facilitador e os alunosparticipantes ativos. Aula-pesquisa, onde professor motiva, incentiva, dá os primeiros passos para sensibilizar o aluno para o valor do que vamos fazer, para a importância da participação do aluno neste processo. Aluno motivado e com participação ativa avança mais, facilita todo o nosso trabalho. Depois da sensibilização - verbal, audiovisual - o aluno - às vezes individualmente e outras em pequenos grupos - procura suas informações, faz a sua pesquisa na internet, em livros, em contato com experiências significativas, com pessoas ligadas ao tema.. (MORAN, 2011, p. 3) Nesse sentido, é fato que há muitas informações, sendo difícil escolher as mais significativas. Neste projeto a proposta é auxiliar os alunos para que eles se familiarizem com
3 o conteúdo informacional também como forma de aprendizagem de conteúdos tradicionais de língua portuguesa. O conteúdo de língua portuguesa trabalhado a partir deste projeto com o uso da internet se refere aos tipos e gêneros textuais. Segundo Luiz Antônio Marcuschi (2005, p. 19), os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social. Fruto de trabalho coletivo, os gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-dia. O autor ainda caracteriza-os como eventos textuais altamente dependentes da ação criativa e que estão diretamente ligados às inovações tecnológicas. Quanto à distinção entre gêneros e tipos textuais, Marcuschi (2005, p. 22) afirma: Usamos a expressão tipo textual para designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). E define-os em categorias: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. Já a expressão gênero textual é usada como uma noção propositalmente vaga para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. São inúmeros. Alguns exemplos: telefonema, sermão, romance, bilhete, aula expositiva, lista de compras, bate-papo virtual, etc. De acordo com Luiz Carlos Travaglia (2002, p. 205), o tipo textual pode ser identificado e caracterizado por instaurar um modo de interação, uma maneira de interlocução, segundo perspectivas que podem variar constituindo critérios para o estabelecimento de tipologias diferentes. Quanto ao gênero textual, ainda segundo Travaglia (2002, p. 207), esse caracteriza-se por exercer uma função social específica, ou seja, é utilizado em momentos específicos de interação, de acordo com sua função social. Sendo assim, a proposta deste projeto é considerar os blogs como gênero textual e, através da pesquisa nesse gênero, fazer com que os alunos percebam a diversidade de tipos textuais presentes (narração, argumentação, exposição, descrição, injunção, etc.). 4 Metodologia O projeto será aplicado com alunos do 8 ano do ensino fundamental e terá duração de, em média, 30 dias.
4 Inicialmente os alunos terão uma aula expositiva no laboratório de informática, na qual todos estarão conectados à internet (individualmente). O professor acessará diversos blogs, refletindo sobre as diferenças e semelhanças entre os textos. Com essa interatividade, os alunos serão capazes de começar a distinguir tipos e gêneros textuais. Após, será dada uma aula com o auxílio de Power Point, em que serão apresentados todos os tipos e os gêneros textuais existentes. Nas aulas seguintes, os alunos, individualmente, irão pesquisar, dentro uma área temática de sua preferência (ex. futebol, novela, etc.), uma série de blogs (delimitaremos em dez), buscando identificar: o tipo de texto utilizado (descritivo, narrativo, etc.); a linguagem (formal, informal, etc.); a frequência com que ocorre determinado tipo em determinado gênero (por exemplo: em notícias é comum que o tipo textual seja informativo/narrativo e menos frequente que seja argumentativo/ dissertativo). Depois, os alunos deverão se reunir em grupos para troca de experiências, conversando sobre as suas descobertas. A última etapa será a redação de um texto, individualmente, sobre o que o aluno observou em sua pesquisa, considerando também as observações dos colegas, texto este que será postado em um blog editado pela turma, e no qual todos poderão ver as contribuições dos colegas. A avaliação será realizada mediante as participações nas aulas, o interesse demonstrado e o desempenho quanto ao texto postado no blog. Referências MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros Textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, Ângela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (Orgs.). Gêneros Textuais & Ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, p MORAN, José Manuel. [s.d.]. Mudar a Forma de Ensinar e de Aprender com Tecnologias: transformar as aulas em pesquisa e comunicação presencial-virtual. Disponível em: < Acesso em 14 out RICHTER, Marcos Gustavo. [s.d.]. Escolarização, Linguagens e Internet, Hoje. Disponível em: < Acesso em 16 out
5 TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Tipos, gêneros e subtipos textuais e o ensino de língua materna. In: BASTOS, Neusa Barbosa (Org.). Língua Portuguesa: uma visão em mosaico. São Paulo: IP-PUC-SP/EDUC, p
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