AMEI Escolar Língua Portuguesa 8º Ano Leitura e Escrita

Transcrição

1 AMEI Escolar Língua Portuguesa 8º Ano Leitura e Escrita Os textos narrativos de tradição oral O conto tradicional (ou popular) é uma narrativa breve (escrita em prosa) com um reduzido número de personagens. É de tradição oral e tem a sua origem no povo anónimo. Tem uma função lúdica e transmite uma moralidade. O tempo é indeterminado e o espaço, geralmente, também o é. A lenda é uma narrativa breve (escrita em prosa) que assenta em factos reais, modificados pelo imaginário colectivos, localizados no tempo e no espaço, ou apenas no espaço ou no tempo. Conta com a intervenção de entidades benéficas ou maléficas e resulta numa mistura de realidade e fantasia. A lenda tem, geralmente, fundamento histórico e, por vezes, explicam fenómenos físicos ou aspectos da natureza (vegetal, animal ou mineral). O romance tradicional é um breve poema (escrito em verso) épico, destinado ao canto e transmitido de geração em geração. O espaço e o tempo podem estar referidos. O texto narrativo A acção é o desenrolar dos acontecimentos que constituem a história. Está dividida em três partes: Introdução - situação inicial; Desenvolvimento - peripécias e ponto culminante; Conclusão - desenlace. Esta pode ser localizada quanto ao: Espaço - lugar(es) onde se desenrola a acção (espaço físico); Tempo - momento/época em que os acontecimentos decorrem. As personagens são os agentes ou intervenientes na acção. Podem ser caracterizadas: Conteúdos desta unidade: Os textos narrativos de tradição oral; O texto narrativo; Sinalização do texto escrito; O texto dramático; Variedades da língua portuguesa; Biobibliografia.

2 Quanto ao relevo - principal ou protagonista (desempenha o papel de maior importância), secundária (desempenha papéis de menor relevo) ou figurante (não desempenha qualquer papel específico, embora a sua presença seja importante para a compreensão da acção); Física e psicologicamente - através da caracterização directa (as características das personagens são fornecidas pelas falas do narrador e das personagens) e indirecta (as características das personagens são deduzidas a partir do seu comportamento). O narrador é aquele que conta a história. Também pode ser classificado: Narrador participante - o narrador está presente na acção como personagem principal ou secundária. A narração é feita na 1ª pessoa; Narrador não participante - o narrador está ausente, sem desempenhar nenhum papel na acção. A narração é feita na 3ª pessoa. Numa narrativa podem ser identificados três diferentes modos: Narração - apresentação das acções e acontecimentos. Neste modo predomina o uso de Pretérito Perfeito; Descrição - apresentação das personagens, dos objectos, dos ambientes, Neste modo predomina o uso de Pretérito Imperfeito; Diálogo - conversa entre personagens. Sinalização do texto escrito Sinais de pontuação Ponto Final (.) - marca uma pausa prolongada, termina uma frase, delimita uma ideia. Exemplos: A noite chegava de mansinho. Os pássaros regressavam às árvores. A paisagem adormecia no escuro. Vírgula (,) - equivale a uma pequena pausa, separa elementos de uma enumeração, separa orações no interior de um período, substitui um verbo omitido, etc. Exemplos: Através da planície, o comboio afrontava a noite. Para trás ficavam luzes, torres, casas, árvores. No interior da carruagem, homens dormitavam, senhoras liam, jovens conversavam animadamente.

3 Ponto e vírgula (;) - marcam uma pausa mais prolongada que a vírgula, mas não equivale ao fim da frase. Separa as frases que se ligam ou opõem num mesmo período e os diversos itens de um enunciado. Exemplos: Esta encomenda segue já hoje; as restantes talvez amanhã. Este tipo de legislação abrange as seguintes categorias: a) funcionários dos aeroportos; b) trabalhadores dos transportes marítimos; c) camionistas de longo curso; d) maquinistas da CP. Dois pontos (:) - marcam uma pausa prolongada e usam-se, normalmente, antes da enumeração de várias coisas ligadas entre si ou, então, para introduzir a fala de uma personagem no discurso directo. Exemplos: Palmito segurou-o pelo capote: - Anda cá agarrar-me agora, Luís Palmito. Com a lista na mão, o professor pediu calma e começou a ler: Pedro, Rita, Susana, Fernando, Tiago, Andreia, Num dos seus poemas, Sophia de Mello Breyner Andresen escreve: E tudo espalha com as suas mãos o vento. Reticências ( ) - equivalem a uma pausa grande que corta a frase, deixando-a em suspenso. Indicam uma ideia que fica inacabada. Sugerem sentimentos que cabe ao leitor adivinhar. Exemplos: - Que é que tu me contas? Ao que parece, temos grandes novidades O Palma, gora, lá arranjou artes de ganhar dinheiro Mas, adiante, creio que há mais e melhor Ponto de interrogação (?) - exprime uma interrogação, isto é, indica que há uma pergunta directa. Exemplo: - Como será Lisboa? Ponto de exclamação (!) - emprega-se para exprimir admiração, espanto, alegria, dor, etc. Usa-se ainda para reforçar uma ordem ou um desejo forte nas frases de tipo imperativo. Exemplo: -Grande cidade, Lisboa!

4 Aspas ( / ) - empregam-se para indicar o início e o fim de citações textuais, para salientar uma palavra ou expressão na frase ou, ainda, para referir o título de um jornal, de uma revista, de um livro, etc. Exemplos: No dia em que a ciência fizer esta descoberta, proclamava, a obstetrícia, terá dado o maior passo da sua história. Essa notícia li-a no Expresso, mas disseram que também saiu no Diário de Notícias. Com raras excepções, estes falsos maus não têm qualquer ideologia, não sabem bem o que são. Travessão ( ) - serve para indicar a mudança de interlocutor nos diálogos ou, então, para isolar uma palavra ou expressão no texto. Exemplos: A mulher destapou o tarro e espreitou dentro da bilha. Estão vazios disse ela. Onde estará o dono? Parênteses ( ) - marcam uma pequena observação intercalada numa ideia geral. Exemplos: Os parques, tão raros (cada vez mais raros) a passarem do verde - voz ao amarelo - bronze das últimas folhas (ainda trepidantes). Sinais gráficos de acentuação Acento agudo ( ) - assinala a sílaba tónica com vogal ou ditongo oral abertos ou a sílaba tónica com as vogais i e u, quando for necessário acentua-las. Exemplos: papá, maré, nó. Acento grave ( `) - indica a contracção da preposição a com o artigo a(s) e com os demonstrativos: aquele(s), aquela(s), aquilo, aqueloutro(s), aqueloutra(s). Exemplos: à(s), àquele(s), àquela(s), àquilo, àqueloutro(s), àqueloutra(s). Acento circunflexo ( ^ ) - indica a sílaba tónica com vogal, oral ou nasal fechada. Exemplos: mercê, avô.

5 Outros sinais gráficos auxiliares da escrita Til ( ~ ) - indica a ressonância nasal de vogal ou ditongo. Exemplos: rã, dispõe Cedilha (ç) - usa-se debaixo do c(ç) antes da -a, -o, -u para representar o som [S]. Exemplos: raça, maço, açúcar Hífen ( - ) - usa-se para ligar elementos e para separar palavras no fim de linha. Exemplos: Trás-os-Montes, hei-de, lavo-me, ama-do (translineação) O texto dramático O texto dramático, criado pelo dramaturgo, tem como finalidade última ser representado, passando então, a texto teatral. Categorias ou elementos do texto dramático A acção, desenrolar dos acontecimentos, através do diálogo e da movimentação das personagens, está estruturada em: acção interna: - exposição (introdução): apresentação das personagens e dos antecedentes da acção; - conflito (desenvolvimento): sucessão dos acontecimentos que consistem a acção teatral; - desfecho (conclusão): desenlace da acção. acção externa: - acto: grande divisão do texto dramático, que decorre num mesmo espaço; - cena: divisão do acto determinada pela entrada ou saída de personagens. As personagens, agentes da acção, podem ser divididas em três categorias: principal ou protagonista - desempenha o papel de maior importância; secundária - desempenha papéis de menor relevo; figurante - não desempenha qualquer papel específico, embora a sua presença física seja importante para a compreensão da acção.

6 O tempo é o momento em que decorre a acção e o espaço é o local onde decorre a acção. Este último corresponde ao espaço de representação no texto teatral. Modalidades do texto dramático O discurso dramático é o texto principal constituído pelas falas das personagens e pode apresentar-se sobre a forma de diálogo, monólogo (pensamento da personagem em voz alta) ou aparte (personagem que faz um comentário para o público sem o conhecimento das outras personagens). As indicações cénicas (ou didascálias) são o texto secundário constituído pelas informações do autor sobre os gestos, a entoação e a movimentação das personagens, o cenário, o guarda-roupa, a luz, o som, Variedades da língua portuguesa A língua portuguesa varia conforme a situação geográfica ou social. Dentro das variedades geográficas encontramos: português europeu (Portugal e suas regiões); português do Brasil; português de África (Angola, Moçambique, Cabo-Verde, Guiné-Bissau e S. Tomé e Príncipe); português de Timor. Dentro das variedades sociais encontramos os níveis ou registos de língua: nível literário - realização estética da língua escrita; nível cuidado - nível erudito; nível corrente (norma, língua-padrão) - nível médio; nível familiar - nível não formal, usado entre familiares e amigos; nível popular - variedade própria de quem tem baixo nível de escolarização. Também encontramos algumas variedades especiais: gíria - nível usado por grupos restritos (ex: escolas); calão - baixo nível de língua, considerado grosseiro; linguagens técnicas e científicas.

7 Biobibliografia A biobibliografia é um texto no qual são apresentados os dados biográficos (relativos à vida) e bibliográficos (relativos à obra) de um escritor. Para realizar uma biobibliografia, deve atender-se às seguintes recomendações: trabalho de pesquisa(entrevista ao próprio, recolha de testemunhos orais e/ou escritos, consulta de documentos variados, confrontado, se possível, várias versões); características fundamentais deste tipo de texto: - o relato dos factos deve ter uma ordem, cronológica ou outra; - a narrativa pode ser organizada em capítulos; - deve-se utilizar a 3ª pessoa para relatar os factos.