REALISMO NATURALISMO
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- Madalena Lisboa Henriques
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1 REALISMO NATURALISMO
2 O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos para condenar o que houve de mau na nossa sociedade. Eça de Queirós.
3 Willian Bell Scott, Ferro e carvão, 1861, óleo sobre tela. O mundo do trabalho industrial ganha destaque como tema de telas do período
4 HISTORICAMENTE - o progresso definitivo das cidades; - a industrialização, com utilização do aço, do petróleo e da eletricidade; - a marginalização da massa operária urbana, formando uma população que não partilha dos benefícios gerados pelo progresso industrial; - o avanço das ciências e o florescimento de novas correntes filosóficas; * Positivismo, de Auguste Comte; * Socialismo Científico, de Karl Marx e Friedrich Engels; * Evolucionismo, de Charles Darwin; * Determinismo, de Hippolyte Taine.
5 Honoré-Victorien Daumier, Vagão de terceira classe, , óleo sobre tela. Interesse em retratar a dura vida das classes mais pobres.
6 Realismo - Forte influência da literatura de Gustave Flaubert (França). - Romance documental, apoiado na observação e na análise. - A investigação da sociedade e dos caracteres individuais é feita de dentro para fora, por meio de análise psicológica capaz de abranger sua complexidade, utilizando a ironia, que sugere e aponta, em vez de afirmar. - Volta-se para a psicologia, centrando-se mais no indivíduo. - As obras retratam e criticam as classes dominantes, a alta burguesia urbana e, normalmente, os personagens pertencem a esta classe social, além do clero. - O tratamento imparcial e objetivo dos temas garante ao leitor um espaço de interpretação, de elaboração de suas próprias conclusões a respeito das obras.
7 Naturalismo - Forte influência da literatura de Émile Zola (França). - Romance experimental, apoiado na experimentação e observação científica. - A investigação da sociedade e dos caracteres individuais ocorre de fora para dentro, os personagens tendem a se simplificar, pois são condicionados aos fatores biológicos, históricos e sociais, que determinam suas ações, pensamentos e sentimentos. - Volta-se para a biologia e a patologia, centrando-se mais no social. - As obras retratam as camadas inferiores, o proletariado, os marginalizados e, normalmente, os personagens são oriundos dessas classes sociais mais baixas. - o tratamento dos temas com base em uma visão determinista conduz e direciona as conclusões do leitor e empobrece literariamente os textos.
8 Características realistas - Retrato fiel das personagens; - Descrições objetivas, tentando captar o real como ele é; - Linguagem culta e direta; - Mulher não idealizada, mostrada com defeitos e qualidades; - Amor e outros sentimentos subordinados aos interesses sociais; - Casamento como instituição falida: contrato de interesses e conveniências; - Representação da realidade que permita denunciar aspectos negativos da sociedade; - Temas de interesse coletivo (adultério, opressão, corrupção); - Personagens trabalhadas psicologicamente; - Narrativa lenta, acompanhando o tempo psicológico; - Procura interpretar o caráter da personagem.
9 Ênfases naturalistas - Cientificismo: procuravam observar o homem objetivamente; - Personagens patológicas: mórbidas, adúlteras, desequilibradas, assassinos, bêbados, doentes, prostitutas; - Zoomorfismo ou animalização do homem; - Crítica social; - Estética do feio; - Influência do Determinismo.
10 Textos Texto I Profª Ivandelma Gabriel Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas... As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela: Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também. Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, com a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã.
11 Texto II A Praça da Alegria apresentava um ar fúnebre. De um casebre miserável, de porta e janela, ouviam-se gemer os armadores enferrujados de uma rede e uma voz tísica e aflautada, de uma mulher, cantar em falsete a gentil Carolina era bela, doutro lado da praça, uma preta velha, vergada por imenso tabuleiro de madeira sujo, seboso, cheio de sangue e coberto por uma nuvem de moscas, apregoava em tom muito arrastado e melancólico: - Fígado, rins, coração. Era uma vendeira de fatos de boi. As crianças nuas, com as pernas tortas pelo costume de cavalgar as ilhargas maternas, as cabeças avermelhadas pelo sol, a pele crestada, os ventrezinhos amarelados e crescidos, corriam e guinchavam empinando papagaios de papel.
12 Adicionais... Profª Ivandelma Gabriel No Brasil * Realismo: - Marco inicial: Memórias Póstumas de Brás Cubas. - Autor: Machado de Assis. - Ano: 1881 * Naturalismo: - Marco inicial: O mulato. - Autor: Aluísio Azevedo. - Ano: 1881
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