LUA, LULA, LUIZ GONZAGA: SUA HISTÓRIA RELATADA AUTORA: FERNANDA SOARES DE LIMA

Transcrição

1 LUA, LULA, LUIZ GONZAGA: SUA HISTÓRIA RELATADA AUTORA: FERNANDA SOARES DE LIMA Luiz Gonzaga do Nascimento Menino de futuro talento Nasceu em Exu Pernambuco no Nordeste Pense num caba da peste Sua mãe lhe deu a luz No dia 13 de dezembro De 1912, dia de Santa Luzia Foi motivo de alegria A santa foi motivo de seu nome Ideia de um vigário amigo de renome Certo dia quando menino Perceberam seu talento Numa festa na fazenda Caiçara Substituindo um sanfoneiro que faltara Mas ninguém imaginara Que aquele menino Em rei do baião se tornara Lua como também era conhecido Com seus dotes Não totalmente reconhecido Em busca de melhora de vida Saiu pelo Brasil a fora A saudade com ele partia Sua amada ficara na agonia Sentado num pau-de-arara Ao Rio de Janeiro ele ia De vida queria mudar Ainda se alistou no Exército Porém nem deu certo De outros modos tentou se ajeitar Para seus ideais conquistar Ele deu duro para sua vida Por lá se endireitar Mas o jovem investiu na carreira Sem nem perceber Cantando e tocando para valer Nas boates do Rio E quem disse que todos o aplaudiu? Só alguns lhe deram Importância

2 Outros ficaram com implicância Ele tornou-se homem de sucesso O rei do baião Passou a animar as noites de São João Atraindo e cativando a multidão Cantando sua vida seu povo E todo sertão Asa Branca, Assun Preto, Juazeiro, Vem Morena e Sabiá, Pajéu e Boiadeiro Foram uns de seus sucessos primeiros Que se espalhou pelo Brasil inteiro Mesmo com fama Nunca deixou seus amigo na mão Seu baião Serviu para eles de inspiração Num certo dia num show Ao lado de Dominguinhos, Elba e Osvaldinho E outros companheiros Despediu-se do público do Rio de Janeiro Pegando eles de surpresa Quanta tristeza Ele queria voltar para o seu Pé de Serra Pois havia deixado um grande amor Adeus Rio de Janeiro ele cantou Pois é, apesar de seu progresso E muito sucesso Ele não esqueceu não Dos que tinha deixado no sertão Lá se ia Gonzaga onde seria bem chegado Ia para suas terras Rever seu povo amado Depois de trinta anos Mais ou menos afastado Chegando à sua antiga casa Vendo seu pai pelas grutas da janela Logo exclama com aquela linguagem Que não tem hoje a galera O seu pai não o reconheceu não E disse: quem é o senhor? Luiz se identificou

3 Seu pai homem bravo sertanejo apesar da brabeza Logo se animou Avisando a boa notícia Que Gonzaga chegou Chamou a esposa e os filhos E a vizinhança toda se acordou Ainda de madrugada A casa toda cheinha De gente se alegrou Com o rei que para casa retornou Tudo tava indo bem Mas Luiz como sempre arteiro Desafiando seu pai Com seu fole de cento e vinte baixos desafiou o grande safoneiro Achando ter conhecimento inteiro Luiz Gonzaga, tornou-se homem famoso E mais reconhecido por seu povo Em sua terra natal Iria viver com Rosinha Criar suas coisinhas: carneiro, porco e galinha E até uma vaquinhas E criar seus filhos no caminho certo Para serem honestos Luiz continuou cantando E encantando a população De Taboca a Racharia De Salgueiro a Bodocó Todos reconheciam Que seu talento era o maior Juntamente com seu pai Continuou a tocar E o rio Brígida Muitas coisas a testemunhar Nem toda alegria é para sempre Em 1989 num show entristeceu sua gente ao se despedir Pois talvez não voltasse alí Pois teria que se afastar Devido a doença Que o condenava com frequência

4 Para todos foi um momento de arrasar E Começaram a lamentar O cantador e guerreiro Do sertão brasileiro Vinha adoecendo constantemente Com fortes dores Coisa que nem os doutores. Deu jeito no que ocorreu O rei não resistiu à bendita osteoporose e morreu Foi no dia 2 de agosto do mesmo ano O dia de luto tamanho O fole nada mais tocou E a tristeza no povo entrou O Exu, cidade onde ele nasceu e o seu baião percorreu Lamentações e choros recebeu Gonzaga ainda é lembrado Seu talento bastante notado Após sua morte Era que se via informação Estava mais presente Em toda gente Na rádio e na televisão Em todos os fãs da nação Orlando Bezerra, muito dançou Cantou seu baião Neste fã só ficou a lembrança E a saudade no coração O Brasil lamentou A perda do cristão Que animava a multidão Seria bom demais se estivesse Ainda entre nós Gonzagão Um velhinho seria ele, usufruindo De seu forrozão Animando com sua alegria Do Nordeste a toda nação Enriquecendo a música brasileira com Sabedoria e inspiração FERNANDA SOARES DE LIMA

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