Exercícios propostos modernismo primeira fase

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1 Português Exercícios propostos modernismo primeira fase Poética Estou farto do lirismo comedido Do lirismo bem comportado Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor. Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo. Abaixo os puristas. Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis Estou farto do lirismo namorador Político Raquítico Sifilítico De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo. De resto não é lirismo Será contabilidade tabela de cossenos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc. Quero antes o lirismo dos loucos O lirismo dos bêbedos O lirismo difícil e pungente dos bêbedos O lirismo dos clowns de Shakespeare - Não quero mais saber do lirismo que não é libertação. Manuel Bandeira, Os Melhores Poemas, p. 75, 6ª edição, Ed. Global, Sobre a evidência das funções da linguagem no poema, é correto: a) Por ser poema modernista, usar o verso livre e branco, o poeta não trabalha a mensagem, logo a função poética não se manifesta no texto. b) Por ser um texto literário, cuja função é mais lúdica que informativa, não se manifesta no texto a função referencial. c) Pelo título do poema, que remete à obra crítica do filósofo Aristóteles, já se percebe a evidência da função metalinguística. d) Pelo caráter crítico do autor neste poema, pela ironia, Manuel Bandeira não manifesta emoção diante do objeto representado. e) Por o poema ter como receptor o leitor crítico, as marcas de interlocução e a presença do interlocutor evidenciam a função fática. 02. As alternativas desta questão destacam fragmentos do poema em que há críticas ao Parnasianismo. Assinale a que identifica a crítica à objetividade, à impassibilidade parnasiana: a) Estou farto do lirismo (...) funcionário público com livro de ponto... b) De resto não é lirismo/será contabilidade tabela de cossenos... c) Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário o cunho... d) Abaixo os puristas/ Todas as palavras sobretudo os barbarismos... e) Estou farto do lirismo namorador/político/raquítico/sifilítico Das características enumeradas nas alternativas abaixo, qual é a mais explorada, a mais visível, no poema: a) A Presença de versos heterométricos. b) A apropriação da Língua falada. c) Os temas prosaicos, cotidianos. d) A utilização do verso livre. e) O humor, a ironia, a espontaneidade.

2 Português Sinval 04. O quarto verso do poema evidencia a: a) Ironia à linguagem rebuscada, pomposa, do Parnasianismo b) Crítica ao purismo da Língua, evidente na poesia de Olavo Bilac. c) Crítica a toda poesia engessada pela métrica e pela rima. d) Ironia à ausência de lirismo nos poemas parnasianos. e) Crítica à impassibilidade, à objetividade no fazer poético. O texto abaixo serve de base para as questões 05, 06 e 07. Texto CONVERSA DE BOTEQUIM (Noel Rosa e Vadico) Seu garçom faça o favor de me trazer depressa uma boa média que não seja requentada um pão bem quente com manteiga à beça um guardanapo e um copo d água bem gelada. Feche a porta da direita com muito cuidado que não estou disposto a ficar exposto ao sol. Vá perguntar ao seu freguês do lado qual o resultado do futebol. Se você ficar limpando a mesa não levanto nem pago a despesa vá pedir ao seu patrão uma caneta, um tinteiro, um envelope e um cartão. Não se esqueça de me dar palito e um cigarro pra espantar mosquito. Vá dizer ao charuteiro que me empreste uma revista, um cinzeiro e um isqueiro. Telefone ao menos uma vez para e ordene ao seu Osório que me mande um guarda-chuva aqui pro nosso escritório. Seu garçom me empreste algum dinheiro que eu deixei o meu com o bicheiro vá dizer ao seu gerente que pendure esta despesa no cabide ali em frente Sobre a construção do texto 1, pode-se dizer que é predominantemente: a) Narrativo, baseado no relato de ações em uma sequência cronológica. b) Injuntivo, ou seja, imperativo, construído a partir de ordens e pedidos. c) Descritivo, o que se comprova pela adjetivação e identificação de objetos no cenário. d) Informativo, fornecendo dados e informações ao interlocutor, no caso, o garçom. e) Dissertativo, pois expõe o ponto de vista do consumidor sobre o momento da cena. 06. A respeito dos aspectos linguísticos, todas as alternativas estão corretas, exceto: a) Na penúltima estrofe, o compositor construiu uma rima a partir de um número, explorando as possibilidades da língua. b) O uso da linguagem corriqueira, coloquial, cria o efeito de improviso e naturalidade, aproximando a composição do cotidiano das pessoas. c) O uso constante de substantivos comuns e concretos colabora para a ambientação dos interlocutores na cena construída. d) O vocativo estabelece uma relação entre os personagens que participam da enunciação. e) A expressão pendurar no cabide constitui uma metáfora, imprimindo um tom poético ao texto. 07. Considerando o relato da canção, pode-se dizer que: a) Os versos da última estrofe ironizam a postura exigente demonstrada pelo cliente durante todo o texto. b) Apesar de não conhecermos o ponto de vista do garçom, é possível perceber que aos poucos o cliente vai ganhando sua simpatia, até se sentir à vontade para pedir dinheiro emprestado. c) Ao final do texto, percebe-se que o cliente cumpre a ameaça de não pagar a conta, conforme havia anunciado na segunda estrofe. d) A expressão nosso escritório desfaz a imagem de que o cliente não tem condições de pagar a conta. e) O termo conversa, no título, não se justifica, pois não há, em nenhum momento, interação do cliente com os demais personagens. 2

3 Exercícios Complementares 08. Unesp: Leia os versos da canção e responda. "O cinema falado É o grande culpado Da transformação Dessa gente que sente Que um barracão Prende mais que um xadrez. (...) Amor, lá no morro, é amor pra chuchu, As rimas do samba não são 'I love you'. E esse negócio de 'alô, alô, boy', 'Alô, Johnny', Só pode ser conversa de telefone.' (Noel Rosa. Cinema falado, 1933.) Os versos do compositor Noel Rosa refletem uma crítica. Eles expressam a) a ausência das inovações tecnológicas estrangeiras na difusão da cultura popular brasileira. b) a influência do jazz norte-americano no ritmo e nas letras do samba. c) a expansão da dominação cultural norte-americana e a desvalorizaçâo da cultura popular nacional. d) a resistência da arte popular quanto às inovações tecnológicas, especialmente o cinema falado e o rádio. e) o predomínio da música estrangeira em substituição ao samba autenticamente nacional. 08. Leia Não há luta na terra de vocações acadêmicas. Há só fardas. Os futuristas e os outros. Uma única luta a luta pelo caminho. Dividamos: Poesia de importação. E a poesia Pau-Brasil, de exportação! - Leia (Manifesto Pau-Brasil, Oswald de Andrade) Depreende-se do trecho acima que: a) o autor considera a poesia uma mercadoria, mercadoria essa que deve ser vendida e exportada como qualquer produto. b) a poesia Pau-Brasil é de exportação, ou seja, é exportada para o Brasil pelos futuristas franceses. c) até o modernismo, toda a arte brasileira tinha sido importada, e chegara o momento de exportar poesia genuinamente brasileira. d) os poetas sempre brigaram entre si para ver quem conseguiria ser pioneiro na exportação da poesia brasileira. e) os genuínos valores nacionais eram expressos pelos autores acadêmicos fardados. Texto I Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá; As aves que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Texto II (Gonçalves Dias. Canção do Exílio) Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar Os passarinhos daqui Não cantam como os de lá. (Oswald de Andrade. De Pau-brasil) 09. O texto II retoma passagens ou faz referência ao texto I. A esse diálogo dá-se o nome de: a) textualidade. b) paródia. c) intertextualidade. d) coerência. e) unidade discursiva. 10. Assinale a alternativa incorreta. a) Os advérbios aqui e lá, no texto I, funcionam para apontar os lugares aos quais o autor se refere. b) As palavras palmeiras e palmares, nos textos I e II, não têm o mesmo significado. c) O pronome os (texto II) retoma anaforicamente o vocábulo passarinhos. d) Nos dois textos predomina a função poética da linguagem. e) Os versos Não gorjeiam como lá (texto I) e Não cantam como os de lá (texto II) estabelecem uma relação parafrástica. 3

4 Português Sinval Texto para as questões 11 e 12 Epitáfio Eu sou redondo, redondo Redondo, redondo eu sei Eu sou uma redond ilha Das mulheres que beijei Por falecer do oh! amor Das mulheres da minh ilha Minha caveira rirá ah! ah! ah! Pensando na redondilha Oswald de Andrade. Poesias reunidas. São Paulo: Círculo do livro, 1976, p Marque a opção correta em relação ao texto a) O poema incorpora o sentimento iconoclasta do primeiro momento modernista. b) O título Epitáfio prenuncia a presença trágica e irreversível da morte, tema predominante no poema, em particular, e na obra de Oswald de Andrade, em geral. c) O uso de uma metrificação regular e a disposição das estrofes aproximam o poema das reivindicações formais do Parnasianismo. d) O eu lírico contrapõe à morte a idealização romântica da figura feminina e) O eu lírico encontra na morte a possibilidade de transcendência e eternidade. 12. No segundo quarteto, Oswald de Andrade refere-se a um estilo de época de uma maneira irônica e crítica. Assinale-o: a) Arcadismo. b) Parnasianismo. c) Simbolismo. d) Romantismo. e) Barroco. UNB- Textos para as questões 13 e 14 Texto I Bucólica Agora vamos correr o pomar antigo Bicos aéreos de patos selvagens Tetas verdes entre folhas E uma passarinhada nos vaia Num tamarindo Que decola para o anil Árvores sentadas Quitandas vivas de laranjas maduras Texto II O trovador Vespas. Oswald de Andrade. Pau Brasil. 2.ª ed. São Paulo: Globo, 2003, p Sentimentos em mim do asperamente dos homens das primeiras eras... As primaveras de sarcasmo intermitentemente no meu coração arlequinal... Intermitentemente... Outras vezes é um doente, um frio na minha alma doente como um longo som redondo Cantabona! Cantabona! Dlorom... Sou um tupi tangendo um alaúde! Mário de Andrade. Poesia reunida. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005, p

5 Exercícios Complementares 13. Os textos acima exemplificam a estética da poesia modernista de 1922, cuja característica marcante foi a) o sentimentalismo ufanista e lírico-amoroso como fundamento da ação do sujeito poético. b) a valorização dos temas relacionados à sociedade paulista. c) o despojamento formal e temático, por meio do qual foi problematizada a tradição literária brasileira. d) a acentuada tendência ao hermetismo, que permeou os temas nacionais, desenvolvidos de forma idealista. e) a ironia, recurso adequado à representação do povo brasileiro como povo sem história. 14. Com base nos textos I e II, assinale a opção correta. a) Nos dois poemas, destaca-se a ironia, representada a partir dos títulos, que geram expectativas que não se realizam no conteúdo expresso nos versos. b) O primeiro verso do poema Bucólica Agora vamos correr o pomar antigo e o último verso do poema O trovador Sou um tupi tangendo um alaúde! revelam os anseios de construção de uma poesia voltada para o passado indianista. c) O corte abrupto nos versos caracteriza a poesia de Oswald de Andrade como futurista. d) Nesses dois poemas, os versos foram construídos por enjambement. e) Ambos os autores utilizaram metáforas para caracterizar o trabalho do poeta. - As questões 15, 16 e 17 referem-se ao poema Pneumotórax, do modernista Manuel Bandeira ( ). Pneumotórax Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos. A vida inteira que podia ter sido e que não foi. Tosse, tosse, tosse. Mandou chamar o médico: Diga trinta e três. Trinta e três... trinta e três... trinta e três... Respire.... O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado. Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax? Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino. Manuel Bandeira 15. O poema Pneumotórax apresenta vários aspectos inovadores. Assinale a alternativa que identifica a presença de característica da música modernista: a) Ruído e da pausa. b) Versos livres e brancos. c) Discurso direto. d) Metalinguagem. e) Poema pílula. 16. A presença do humor negro e o feitio de poema-piada são traços modernistas de Pneumotórax. Quando, nesse poema, o médico enuncia a frase A única coisa a fazer é tocar um tango argentino, o paciente deve entender que: a) não há mais nada que a medicina possa fazer por ele. b) ainda há solução para o seu problema de saúde. c) o tango argentino é o processo terapêutico para curá-lo. d) figurativamente, deverá buscar ajuda com especialistas portenhos. e) nem a musicoterapia é recomendável para o tratamento de seu problema pulmonar. 17. Em uma de suas ocorrências, no poema Pneumotórax, a conjunção e poderia ser substituída por mas, sem prejuízo semântico. Essa possibilidade verifica-se em: a) dispneia, e suores noturnos. b) trinta e três...trinta e três. c) Diga trinta e três. d) pulmão esquerdo e o pulmão direito... e) ter sido e que não foi. 5