CONSCIENTIZAÇÃO DA CADEIA ENVOLVIDA NA REPOSIÇÃO DE CATALISADORES QUANTO À RESPONSABILIDADE AMBIENTAL ANTECIPANDO A LEGISLAÇÃO
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- Luiz Henrique Pinheiro Silveira
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1 CONSCIENTIZAÇÃO DA CADEIA ENVOLVIDA NA REPOSIÇÃO DE CATALISADORES QUANTO À RESPONSABILIDADE AMBIENTAL ANTECIPANDO A LEGISLAÇÃO Carlos Eduardo L. Moreira e Alan van Arnhem Umicore Brasil Ltda. RESUMO A Umicore identificou que o mercado de reposição vinha removendo os catalisadores originalmente instalados, colocando em seu lugar produtos sem funcionalidade. Conclui que isto se deve à falta de conscientização do mercado em geral, o que prejudica o meio ambiente e o desempenho do veículo. Estudos da USP (Universidade de São Paulo) indicam que a quantidade de poluentes nos grandes centros urbanos causa a morte de 10 a 12 pessoas por dia [1]. Em parceria com as principais entidades ambientais e a AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), desenvolveu uma legislação específica para este mercado. Em paralelo, a empresa vem investindo no trabalho de conscientização de toda a cadeia envolvida por meio de campanhas informativas, inspeções gratuitas e palestras didáticas nos pontos-de-venda, fabricantes de escapamentos e instituições acadêmicas. APLICABILIDADE Aplica-se à reposição de conversores catalíticos, conforme Resolução do CONAMA nº 282/2001 e legislação complementar [2]. OBJETIVO Prover a cadeia de fornecimento do mercado de reposição com produtos e serviços específicos voltados à conscientização da necessidade de atendimento da Resolução CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), a fim de inibir a retirada do conversor catalítico, bem como evitar a entrada no mercado de produtos que não atendam à legislação. 1. DESENVOLVIMENTO DO TEMA 1.1 INTRODUÇÃO Nos últimos doze anos a nossa legislação evoluiu três vezes buscando a melhoria da qualidade do ar. Nesse período a reposição permaneceu 1
2 estagnada, tornando-se um elo fraco do PROCONVE (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores). 1.2 HISTÓRICO Desde 1997, a Umicore vem atuando no mercado de reposição por ter identificado uma falta de demanda pelo conversor catalítico junto aos departamentos de Peças e Acessórios das montadoras. Apesar da falta de legislação, a conscientização da cadeia de reposição e o desenvolvimento de um produto adequado a este mercado propiciaram benefícios ao meio ambiente em sintonia com os princípios do PROCONVE. Em conjunto com os fabricantes de escapamento criou-se uma estratégia de atuação na conscientização do mercado que resultou na definição de um produto certificado pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), após ensaios em motores e veículos realizados no Centro de Tecnologia em Emissões Veiculares da Umicore. A partir de 2003, com os avanços das tecnologias de catalisadores a empresa introduziu produtos com cargas de metais preciosos adequadas ao atendimento do mercado de reposição conforme legislação específica, pendente ainda da Inspeção & Manutenção, traduzindo-se no aumento da gama de produtos de três (início projeto em 1997) para treze (final de 2008), cobrindo todos os modelos do mercado brasileiro. Atenta à evolução do mercado, em 2006 a empresa desenvolveu produtos específicos para tecnologias flex fuel para o mercado de reposição. Em conjunto com a CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) e fabricantes de escapamentos, foi realizado em 2007 um levantamento em campo das condições da frota circulante do Estado de São Paulo. Isso ocorreu por meio da inspeção do sistema de exaustão de gases quanto à presença do catalisador e sua funcionalidade, comprovando a ausência do equipamento em mais de 20% dos veículos monitorados [3] REQUISITOS DO PRODUTO Conforme o anexo III da Resolução 282/2001 os principais requisitos para conversores catalíticos de reposição são: comprovar eficiências de conversão iguais ou superiores a 70% para monóxido de carbono (CO), 70% para hidrocarbonetos (HC) e 60% para óxidos de nitrogênio (NOx) e para durabilidade operacional mínima de quilômetros; garantir que a resistência estrutural do produto seja compatível com a durabilidade operacional mínima de quilômetros; garantir a utilização compatível com os combustíveis comerciais para a aplicação recomendada; 2
3 comprovar que a contrapressão máxima medida se encontra dentro de uma faixa de variação igual a cerca de 20% daquela medida nas mesmas condições com conversor catalítico original; garantir isolamento térmico equivalente ao do conversor catalítico original; garantir que não irá interferir negativamente nas condições de segurança, na dirigibilidade, no desempenho, no funcionamento geral, no conforto térmico e no consumo de combustível do veículo; garantir que seu uso normal não irá aumentar a emissão de ruído do veículo, aferida conforme a NBR 9714 Ruído Emitido de Veículos Automotores na Condição Parado Método de Ensaio, e ocasionar a emissão de substâncias nocivas. 1.4 DEMANDA DO MERCADO A venda de automóveis no mercado brasileiro tem aumentado significativamente comparada à produção de 1997 (ano em que se deu o início da venda de catalisadores na reposição), alcançando números ao redor de três milhões de veículos em De acordo com o Sindipeças e considerando todo o mercado brasileiro, temos uma frota circulante de aproximadamente 28 milhões de automóveis, sendo quase sete milhões apenas no Estado de São Paulo. A demanda de catalisadores na reposição apresenta um crescimento significativamente maior que o das vendas de automóveis, devido ao inventário de ¼ da frota circulante que não mais apresentam o catalisador originalmente previsto [3]. VENDAS / ANO 408 % 100 unidades ANO Fonte: Umicore 3
4 1.5 ESCOPO DO PROJETO (investimento) Desenvolver soluções de pós-tratamento de emissões para o mercado de reposição, atendendo todas as exigências de conversão mínima agora definidas na resolução do CONAMA 282/2001, regulamentada pela RTAC Portaria n 346 de 03 outubro 2008 e pela RTAC Portaria n 204 de 17 junho Investimentos necessários para definição são: veículo usado para simulação do ciclo de emissões; definição das cargas de metais preciosos e encapsulamento de amostras; envelhecimento de 20 horas para simulação de uma durabilidade representativa de quilômetros; laboratório de emissões para comprovação das conversões mínimas requeridas para HC, CO e NOx Equipamentos auxiliares, termômetro infravermelho Com o objetivo de desenvolver um método eficiente e ao mesmo tempo prático para verificação das condições do conversor catalítico montado em veículo, a empresa desenvolveu um método por medição de temperatura. Consiste em medir as temperaturas nos cones de entrada e saída do conversor, por meio de um medidor infravermelho. O veículo deve ser aquecido até que atinja as condições normais de utilização. Na seqüência, efetuam-se as medições e, caso a temperatura de saída esteja maior que a de entrada, o conversor catalítico está funcionando normalmente. Qualquer outra situação indica a necessidade de uma inspeção mais detalhada, mas com grande possibilidade do conversor estar avariado ou ausente. Este método é um grande aliado em inspeções sem a necessidade da retirada do conversor. RESULTADOS OBTIDOS De acordo com último relatório divulgado pela CETESB [4], a emissão total de poluentes gerados pelos gases de escapamento dos veículos em circulação no estado de São Paulo foi reduzida significativamente desde a criação do PROCONVE. A empresa investiu na sustentabilidade deste programa ciente da sua responsabilidade com o meio ambiente, por meio de: participação em grupos de trabalhos de instituições como AEA, CETESB, AFEEVAS, SINDIPEÇAS, SINDIREPA; 4
5 treinamento em instituições de ensino e pontos-de-venda; inspeções gratuitas para inspeção do sistema em locais de grande circulação em parceria com os fabricantes de escapamento; campanhas educativas junto ao pontos-de-venda em conjunto com os principais fabricantes de escapamento; CONCLUSÃO Mesmo não existindo uma legislação específica, a empresa, com base em sua consciência ambiental, desenvolveu produtos adequados ao mercado de reposição, facilitando a troca do conversor inoperante visando manter níveis aceitáveis de emissão dos veículos durante toda sua vida útil. Ao longo destes anos, a conscientização de toda a cadeia de reposição, somada aos avanços tecnológicos e adequações dos conversores catalíticos, tornou-os cada vez mais disponíveis aos consumidores, diminuindo o risco de aquisição de produtos não eficazes. A empresa sente-se honrada em ter iniciado este processo, com grande apoio dos órgãos governamentais, complementando as importantes melhorias na qualidade do ar dos grandes centros urbanos, coordenadas pelo PROCONVE. REFERÊNCIAS [1] Disponível em - acessado em 15/04/09. [2] PROCONVE/PROMOT. [3] Disponível em - acessado em 15/04/07 [4] Disponível em - acessado em 22/04/09 5
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