SISTEMÁTICA DOS SERES VIVOS

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1 SISTEMÁTICA DOS SERES VIVOS

2 SISTEMÁTICA: Ciência baseada na Biologia evolutiva e na Taxonomia, que se dedica ao estudo da diversidade biológica e da história evolutiva dos seres vivos, pretendendo descobrir as relações entre os organismos e estabelecer um ancestral comum. TAXONOMIA: Ciência que se ocupa da identificação e da atribuição dos seres vivos, utilizando um sistema uniforme que expressa, da forma mais fiel, o grau de semelhança entre eles. NOMENCLATURA: Conjunto de regras de atribuição de nome aos diferentes grupos taxonómicos. Os sistemas de classificação podem ser agrupados em: Classificações empíricas: são classificações elaboradas sem recorrer às caraterísticas dos seres vivos. Classificações racionais: são classificações elaboradas com base em caraterísticas dos seres vivos.

3 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO PRÁTICA: qualquer sistema de classificação que procura satisfazer as necessidades básicas, como a defesa e a alimentação. Sistemas de classificação mais primitivos. Ex.: SERES COMESTÍVEIS SERES VENENOSOS SERES MEDICINAIS Centeio Cenoura Coelho Sardinha Boleto Víbora cornuda Amanite phaloide Sabugueiro Dedaleira

4 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÕES ARTIFICIAIS: São sistemas de classificação baseados num pequeno número de caraterísticas dos seres vivos. Ex.: classificação de Aristóteles e de Teofrastus. O facto de usar um pequeno número de caraterísticas, verifica-se o agrupamento de seres muito diferentes uns dos outros. CARL VON LINNÉ (LINEU) ( ) Elaborou um sistema de classificação em que dividiu os seres em dois reinos e cada reino foi subdividido em vários subgrupos. Apesar de usar um maior número de caraterísticas e criar grupos mais homogéneos, a sua classificação continuava a ser artificial.

5 CLASSIFICAÇÃO NATURAL: sistemas de classificação que procuram usar um grande número de caraterísticas dos seres vivos CLASSIFICAÇÕES HORIZONTAIS OU FENÉTICAS: são classificações que se baseiam apenas num número elevado de caraterísticas morfológicas. São classificações fixistas. Uma desvantagem deste tipo de classificação reside no facto de nem todas as características fenotípicas semelhantes corresponderem a uma proximidade evolutiva. A semelhança pode dever-se a uma evolução convergente, que originou estruturas análogas.

6 CLASSIFICAÇÕES VERTICAIS OU FILOGENÉTICAS OU FILÉTICAS: são classificações que, além de usar caraterísticas morfológicas, usam caraterísticas que permitem o estabelecimento de relações de parentesco entre os diferentes grupos. São classificações pósdarwinianas. Existem dois tipos de caraterísticas para classificar os organismos numa perspetiva filogenética. Caraterísticas primitivas, ancestrais ou plesiomorfa, presentes em todos os organismos de um grupo, como resultado de terem descendido de um ancestral comum, em que essa caraterística estava presente (por exemplo, a poiquilotermia, que se verifica nos peixes, anfíbios e répteis atuais) Caraterísticas evoluídas, derivadas ou alomórficas, presentes nos indivíduos de um grupo e que não estão presentes no ancestral desse grupo, revelando, assim, que houve separação de um novo ramo (por exemplo, as penas das aves ou as glândulas mamárias dos mamíferos)

7 CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO CRITÉRIOS MORFOLÓGICOS: As classificações são baseadas nas caraterísticas facilmente observáveis, tal como a morfologia externa e mais tarde a morfologia interna. Deve-se ter cuidado com: Polimorfismo e dimorfismo sexual: Em algumas espécies, existem situações de em que os membros do mesmo grupo apresentam diferentes aspetos morfológicos que podem fazer com que sejam classificados como pertencentes a diferentes espécies.

8 Dimorfismo sexual nos faisões Polimorfismo nas abelhas.

9 Metamorfose: Quando um organismo passa por fases morfologicamente muito distintas ao longo do seu ciclo de vida.

10 SIMETRIA CORPORAL: É um critério que deve ser usado com algum cuidado. A existência de um plano de simetria permite uma maior coordenação do organismo. Distingue-se: Seres assimétricos: Ausência de plano de simetria

11 Simetria radial: organismo que admite vários planos de simetria que se intercetam num único ponto. Deve-se ter em atenção ao facto de que por vezes, a simetria radial pode não ser sinónimo de primitividade (Ex.: os equinodermes possuem apenas simetria radial no estado adulto).

12 Nas angiospérmicas, a simetria radial das flores designa-se simetria actinomórfica ou simetria regular. Simetria bilateral: São organismos que admitem apenas um plano de simetria. Nos animais, este tipo de simetria permite o surgimento de um sistema de coordenação.

13 Por vezes, alguns organismos apresentam assimetria secundária como por exemplo, no caso dos caracóis, a concha apresenta assimetria secundária. Nas angiospérmicas, flores com simetria bilateral designam-se por flores zigomórficas ou irregulares.

14 TIPO DE NUTRIÇÃO: é um critério de classificação importante, dando também indicações acerca das interações entre organismos nos ecossistemas. Os organismos são classificados de acordo com a fonte de energia e a fonte de carbono. Fonte de energia Fonte de carbono FOTOSSINTÉTICOS (Utilizam a luz como fonte de energia) QUIMIOSSINTÉTICOS (Utilizam a energia de compostos químicos) AUTOTRÓFICO FOTOAUTOTRÓFICOS (Plantas, algas e algumas bactérias) QUIMIOAUTOTRÓFICOS (Algumas bactérias) HETEROTRÓFICOS FOTOHETEROTRÓFICO S (Algumas bactérias) QUIMIOHETEROTRÓFIC OS (Animais, protozoários, fungos e algumas bactérias)

15 EMBRIOLOGIA: consiste no estudo do desenvolvimento embrionário dos organismos, e tem-se revelado, à semelhança da paleontologia e do modo de nutrição, um critério muito útil na classificação dos seres vivos, especialmente dos animais. CARIOLOGIA: consiste no estudo do cariótipo das espécies. O número de cromossomas é constante em cada espécie. No entanto, existem espécies diferentes que possuem o mesmo número de cromossomas, pelo que este critério tem muitas limitações na sua aplicação.

16 ORGANISMO NÚMERO DE CROMOSSOMAS Homo sapiens sapiens (espécie humana) 46 Pongo pygmaeus (orangotango) 48 Pan troglodytes (chimpanzé) 48 Gorilla gorilla (gorila) 48 Canis familiaris (cão) 78 Felis domesticus (gato) 38 Mus musculus (rato) 40 Drosophila melanogaster (mosca da fruta) 8

17 ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL: é talvez dos critérios de classificação mais importantes. PROCARIONTES EUCARIONTES Reino Monera (bactérias e cianobactérias) UNICELULARES / COLONIAIS Reino Protista MULTICELULARES Reino Animal, Reino das Plantas e Reino dos Fungos CRITÉRIOS BIOQUÍMICOS: são dos dados mais recentes utilizados em classificação. ETOLOGIA: é o estudo do comportamento animal. O estudo comportamental de certos grupos com características morfológicas semelhantes, permite a sua classificação como espécies diferentes.

18 TAXONOMIA E NOMENCLATURA Os principais taxa utilizados nas classificações atuais são: Reino, Filo ou Divisão, Classe, Ordem, Família, Género e Espécie. Cada taxon pode ainda ser superagrupados ou subdivididos. A espécie é a unidade básica da classificação. É constituída por um conjunto de indivíduos que partilham o mesmo fundo genético, que lhes permite cruzarem-se entre si e originar descendência fértil. Os indivíduos que pertencem a uma dada espécie estão em isolamento reprodutor relativamente a indivíduos de espécies diferentes.

19 REGRAS DE NOMENCLATURA: A designação dos diferentes grupos taxonómicos é feito em latim. Os taxa Reino, Divisão, Classe, Ordem, Família e Género são designados por uma nomenclatura uninominal, ou seja, é constituída por uma única palavra, normalmente, um substantivo, escrita com inicial maiúscula. O nome de cada grupo taxonómico respeita os seguintes critérios REINO PLANTA Divisão phyta Classe ae Ordem ae / ales Família eae REINO ANIMALIA Filo a Classe a Ordem a Família - idae

20 O nome genérico é sempre escrito em itálico ou sublinhado. As espécies são designadas por um sistema de nomenclatura binominal. Ex.: Canis lupus, L. (1758) O nome da espécie é formado por duas palavras latinas. A primeira palavra é um substantivo gráfico que corresponde ao nome genérico a que a espécie pertence e inicia-se com uma maiúscula. A segunda palavra é geralmente um adjetivo e que corresponde ao restritivo / epíteto específico e inicia-se com uma minúscula. Quando uma espécie tem subespécies, utiliza-se uma nomenclatura trinominal para as designar. Assim, escreve-se normalmente o nome da espécie, seguido de um terceiro termo denominado restritivo ou epíteto subespecífico, que se inicia por uma minúscula.

21 Os nomes genéricos, os específicos e os subespecíficos devem ser escritos num tipo de letra diferente da do texto corrente. Normalmente utiliza-se o tipo itálico. Caso o texto seja manuscrito, essas designações devem ser sublinhadas. No caso dos nomes específicos e subespecíficos, pode escreverse, em letra de texto, o nome, ou a sua abreviatura, do taxonomista que, pela primeira vez atribuiu aquele nome ao organismo considerado. Por vezes, coloca-se também a data dessa atribuição.