INCLUSÃO: SOMOS DIFERENTES, MAS IGUAIS 1
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- João Vítor Rijo Costa
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1 INCLUSÃO: SOMOS DIFERENTES, MAS IGUAIS 1 Claudete Freitas de Andrade 2 INTRODUÇÃO O presente relato trata de um projeto Inclusão: Somos diferentes, mas iguais, desenvolvido no Primeiro Ano do Ensino Fundamental da Escola de Educação Básica da URI- São Luiz Gonzaga, tem como tema a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular, bem como sensibilizar a todos da importância de respeitar e valorizar as diversidades existentes. Atualmente, a inclusão é um desafio constante que engloba todo um contexto histórico, religioso, cultural, familiar e social, são nestes contextos, que buscamos focar e desmistificar, quebrando paradigmas de algo negativo, fortalecendo os vínculos afetivos e valorizando a imagem do eu e do outro, pois somos diferentes como ser humano, mas ao mesmo tempo iguais de direitos e deveres, com subjetividades distintas os quais contribuem para uma aprendizagem diversificada. Para tal, procuramos desenvolver um trabalho de inclusão, sem distinção, respeitando e valorizando os conhecimentos já existentes, bem como, as possibilidades e potencialidades de cada indivíduo. Assim, desenvolvemos atividades diversificadas para facilitar a participação de todos os alunos, auxiliando no reconhecimento como sujeito, motivando e ampliar o espírito de colaboração, respeito, amizade, solidariedade, justiça, boas atitudes e boas maneiras. Promovendo a interação social entre aluno, escola, família e sociedade. DESENVOLVIMENTO Na sala de aula do Primeiro Ano do Ensino Fundamental, possuíamos uma aluna com a síndrome de West com limitações motoras, na fala, e na locomoção precisava da constantemente de auxílio para interagir, buscamos praticas adaptadas em que ela pudesse interagir e socializar com o grupo através de materiais concretos, imagens, som e gestos, bem 1 GT 4 Educação e Arte 2 Professora Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional da Escola de Educação Básica da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões URI São Luiz Gonzaga. clauandrade20@hotmail.com 1
2 como, na hora da leitura, músicas, brincadeiras, atividades pedagógicas e apresentações de trabalhos e artístico. Sabemos que a legislação é explícita quanto à obrigatoriedade em acolher e matricular todos os alunos independente de suas necessidades ou diferenças. Por outro lado, é importante ressaltar que não é suficiente apenas esse acolhimento, mas que o aluno com necessidades educacionais especiais tenha condições afetivas de aprendizagem e desenvolvimento de sua autonomia e potencialidades. Neste sentido, os estudos envolveram pesquisa bibliográfica pela professora, projeção de filmes, cujos enredos foram objetos de reflexão em sala de aula, bem como, histórias sobre o tema com reflexão sobre o que cabe no meu mundo, valores e respeitos essenciais para o bom convívio em sociedade. Durante esses momentos de reflexões, podemos ver e ouvir os alunos expressando seus sentimentos, medos e angústia através de relatos e registros com desenhos ao mesmo tempo estavam resolvendo seus conflitos, sendo eles próprios protagonistas de suas próprias aprendizagens. Freire salienta que: Essas condições implicam ou exigem a presença de educadores e de educandos criadores, instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes. Faz parte das condições em que aprender criticamente é possível a pressuposição por parte dos educandos de que o educador já teve ou continua tendo experiência da produção de certos saberes e que estes não podem a eles, os educandos, ser simplesmente transferidos. Pelo contrário, nas condições de verdadeira aprendizagem os educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo. Só assim podemos falar realmente de saber ensinado, em que o objeto ensinado é apreendido na sua razão de ser e, portanto, aprendido pelos educandos. Freire (1996. p. 29). Para tal, a prática pedagógica deve ir além do ensinar conteúdos, e da subjetividade do aluno, deve desafiar para que ele próprio busque a compreensão das origens e das características específicas, do que está sendo estudado. O ensinamento contextualizado e subjetivo requer a intervenção constante do estudante em todo o processo de aprendizagem, fazendo as conexões entre os ensinamentos e os conhecimentos. Assim, foi desenvolvida uma dinâmica com espelho (meu presente) a fim de estabelecer vínculos afetivos e socialização entre alunos e professora, desenvolvendo um aspecto positivo e igualitário entre todos os alunos. Também com espelho foi desenvolvido um trabalho de observação da própria imagem do aluno a fim de sensibilizar para a percepção do 2
3 eu e o outro, suas semelhanças e diferenças tendo como foco- somos todos diferentes, mas nossos direitos são iguais. Para ampliar esse conhecimento foi efetuado, um trabalho com fotos, usando a própria imagem do aluno na realizando auto retrato, reconhecer e valorizar as diferenças e semelhança existente entre os colegas, rompendo assim com os preconceitos. Pois, vivenciamos o processo de inclusão no âmbito educacional como difícil consecução, a sociedade em que vivemos está cheia de preconceitos e desigualdades e isso se reflete no sistema educacional. Precisamos ver as necessidades especiais nos contextos mais amplo das desigualdades sociais para que possamos entender e intervir por meio de pesquisas e projetos que impeçam a exclusão. Assim, buscando minimizar a desigualdades desenvolvendo ações educativas com músicas, (palavras magicas) desenhos, recortes e colagens de imagens, produções de palavras, frases e pequenos textos, bem como várias brincadeiras orientadas que salientavam as partes que compõem o corpo e que assemelha com todos e as características que diferenciam um do outro. Acreditamos, que nos professores, temos o compromisso social de ir além da simples transmissão do conhecimento sistematizado, temos o dever e a responsabilidade pela formação social, profissional, intelectual, moral e ético de todos os alunos, tornando-os cidadãos críticos, reflexivos, autônomos, conscientes de seus direitos e deveres, capazes de compreender a realidade e usar seus conhecimentos para tornar ou formar uma sociedade mais justa e igualitária. Podemos contemplar os Parâmetros Curriculares Nacionais elaborados pela Secretaria de Educação Fundamental do Ministério da Educação (MEC), em 1998, que salienta sobre a autonomia moral e intelectual do aluno. A autonomia moral e intelectual é uma capacidade a ser desenvolvida pelos alunos, e seu desenvolvimento se dá em função de uma prática educativa exercida coerentemente com essa finalidade. O desenvolvimento da autonomia como princípio educativo considera a atuação do aluno, valoriza suas experiências prévias, buscando essencialmente a passagem progressiva de situações em que é dirigido por outras pessoas, a situações dirigidas pelo próprio aluno. (PCNs 1998, p, 89). Educação aponta para a necessidade de se construir uma escola voltada para a formação de cidadãos, em que durante os processos de socialização, a criança tem a 3
4 oportunidade de desenvolver a sua identidade e autonomia independente de suas limitações. Interagindo com os seus colegas e professores, ampliando os laços afetivos entre eles e com as outras crianças e com os adultos desenvolvendo os valores moral e ético sem excluir ninguém. Assim, é necessário que a escola realize um trabalho de prevenção à exclusão, sensibilizando os educandos, junto com as famílias, sobre a importância e a necessidade de um olhar atento e seguro para a criança com necessidade educacional especial, com respeito às diferenças, sem desigualdade e sem discriminação e, acima de tudo, sem perder de vista a intencionalidade pedagógica e a qualidade do ensino para todos. É importante lembrar que em cada etapa da aprendizagem é fundamental oferecermos ambientes e prática de atividades adequadas ao nível de desenvolvimento que se encontra cada criança, respeitando, sempre, seus ritmos de aprendizagens, bem como sua faixa etária. Cada criança tem seu jeito próprio de ser, pensar e aprender. Embora toda criança seja um ser social que nasce com capacidades afetivas, emocionais e cognitivas, cada um aprende de forma individual e diversificada. Cada aluno é diferente em suas particularidades físico-psíquicas, pois são influenciados pelo contexto social, ético e cultural em que vivem. Gardner assim relata: [...] É de máxima importância reconhecer e estimular todas as variadas inteligências humanas e todas as combinações de inteligências. Nós todos somos tão diferentes em grande parte porque possuímos diferentes combinações de inteligências. Se reconhecermos isso, penso que teremos pelo menos uma chance melhor de lidar adequadamente com muitos problemas que enfrentamos neste mundo, (1995, p. 18). De acordo com esse pensar, todos os indivíduos são diferentes, com necessidades específicas e para atendermos essas peculiaridades torna-se necessário desenvolvermos práticas diversificada, interdisciplinar, viabilizando abranger diversas áreas do conhecimento. É necessário ampliarmos o saber por meio do brincar, manipular, experimentar, criar, pesquisar, dialogar, facilitando o desenvolvimento de diversas habilidades do educando como a linguística, lógico-matemática, espacial, musical, sinestésica, interpessoal e intrapessoal e outras. O educador dever ser flexível e dinâmico no seu planejamento, em todas as suas práticas seja ela na sala de aula ou não; sendo um sujeito pensante, reflexivo, crítico e, acima de tudo, transformador, com o compromisso de desenvolver na criança a formação contínua e 4
5 permanente de suas habilidades, tornando-a cidadã também pensante, crítica, ativa e reflexiva. Para Giroux Os professores deveriam se tornar intelectuais transformadores se quisessem educar os estudantes para serem cidadãos ativos e crítico, (1997, p. 162). Nesse contexto, evidenciamos a importância da construção de uma consciência crítico-social, que todos devem ter a fim de exercer sua cidadania, com autonomia e responsabilidade. Essa construção deve-se iniciar com as crianças, nas relações com o mundo real e com o mundo imaginário, na integração social. Por isso, é importante a integração entre professores, alunos e família, construindo uma educação plural no sentido de autonomia, respeito e responsabilidade. CONCLUSÃO Este trabalho proporcionou um novo olhar para a inclusão de alunos com necessidades especiais no ensino regular, esclarecendo e orientando de forma objetiva, este tema frequente na vida do educando, e do educador, usamos alternativas para que os mesmos pudessem ampliar os conhecimentos já existentes, valorizando as diversidades, auxiliando nas realizações das atividades e conteúdos trabalhados em sala de aula e nas brincadeiras propostas. Aos alunos, pais, professores e sociedade o fortalecimento dos vínculos afetivos e valorização do eu e do outro, para a construção de um mundo mais humano e igual na diversidade. Desenvolvendo atitudes e boas maneiras, interação e socialização, que poderá facilitar o convívio e melhorar o relacionamento com todos. REFERÊNCIAS BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, MEC/SEF, FREIRE, PAULO. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa / São Paulo: Paz e Terra, GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas, A Teoria na Prática. Ed. Artmed, Porto Alegre, GIROUX, Henry A. Os professores como intelectuais: rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas,
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