CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO.

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1 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO. Aula Ministrada pelo Prof. Pedro Bonifácio AULA 24 05/06/17 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Tanto a prescrição quanto a decadência, visa interromper ou finalizar a relação jurídica, trazendo uma estabilidade a esta relação. No direito tributário a obrigação não se confunde com o CT. O lançamento é um divisor de águas no direito tributário. O lançamento é um procedimento administrativo (conjunto de atos), sendo obrigatório e vinculado parágrafo único. Art. 142 CTN. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo Único: A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.

2 O Lançamento pode ser: Por Ofício (art. 149, I CTN), Por Homologação (Art. 150 CTN), o contribuinte paga antecipado o valor do tributo através de uma apuração que ele mesmo faz. Por Declaração (art. 147 CTN), Arbitrado (art. 148 CTN) Em regra o prazo para pagamento após o lançamento é de 30 dias. A QUEM CABE APRESENTAR PROVA EM CONTRÁRIO? Art. 204 CTN. Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite. Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite. JURISPRUDÊNCIA... PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AUTO DE INFRAÇÃO. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE.ÔNUS DA PROVA. ART. 333, DO CPC. 1. A autuação do fisco tem presunção de legitimidade e instiga prova em contrário para a sua desconstituição. 2. O auto de infração constitui um documento que declara a existência de uma dívida e, como é criado por uma autoridade fiscal competente para tal função, gera uma situação jurídica a que se subordina o contribuinte. Este, por sua vez, possui o direito de questionar o procedimento administrativo, mas incumbe-lhe, por consequência obvia, o ônus de demonstrar a prova de suas assertivas. 3. Recurso especial do contribuinte improvido. [...]. (STJ 1ªT. Resp. 465,399/MG, Min. José Delgado, mar/03.) CASO... O médico Oswaldo de La Cruz, em razão de pertencer aos quadros oficiais do Conselho Federal de Medicina, deve realizar anualmente o pagamento da chamada anuidade de representação, que se trata do custeio financeiro das atividades típicas exercidas pela entidade.

3 Ocorre que fora informado a respeito de uma Certidão de Dívida Ativa em seu nome pois não havia pago o valor correspondente ao exercício de Ocorre que o contribuinte não fora notificado previamente. Contribuinte inconformado com a decisão ingressa com uma Ação Anulatória para se ver nula a CDA em seu nome, pois o jornal da categoria foi o instrumento utilizado pela entidade para notificar tais contribuintes, é legítima a emissão da CDA? Trata-se de uma contribuição especial de natureza profissional, devendo a notificação ser pessoal e não de forma coletiva como ocorreu. De acordo com a jurisprudência abaixo a ausência de notificação viola à ampla defesa e contraditório. JURISPRUDÊNCIA... CONSELHO PROFISSIONAL. NOTIFICAÇÃO PARA PAGAMENTO DO DÉBITO. JORNAL DA CATEGORIA. AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO. NULIDADE DA CDA. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. CONTROLE DE OFICIO. INDEFERIMENTO DE INICIAL. (TRF4, 1ªT, AC /SC Juiz Guilherme Beltrami, mar/00) AUSENCIA DE NOTIFICAÇÃO. VIOLAÇÃO à AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO. VÍCIO NO PROPRIO LANÇAMENTO. 1. A ampla defesa e o contraditório, corolários do devido processo legal, postulados com sede constitucional, são de observância obrigatória tanto no que concerne aos acusados em geral quanto aos litigantes, seja em processo judicial, seja em procedimento administrativo. 2. Insere-se nas garantias da ampla defesa e do contraditório a notificação do contribuinte do ato de lançamento que a ele respeita. A sua ausência implica a nulidade do lançamento e da Execução Fiscal nele fundada. 3. A notificação do lançamento do crédito tributário constitui condição de eficácia do ato administrativo tributário, mercê de figurar como pressuposto de procedibilidade de sua exigibilidade. (STJ 1ªT., Resp /RJ, Rel. Ministro Luiz Fux, set/2010.) Art. 145 CTN. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de: I - Impugnação do sujeito passivo; II - Recurso de ofício; III - Iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149. SUM 436 STJ. A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco. SUM 436 STJ se o contribuinte lançar por declaração, o fisco já pode executar direto. O Lançamento para constituir o CT precisa haver a notificação, podendo ser alterado nos termos do art. 145 CTN. Para cada tipo de lançamento, há uma regra de notificação, vejamos:

4 De ofício: SUM 397 STJ O mero envio é considerado como notificado Por Declaração/Homologação: SUM 436 STJ a auto declaração do contribuinte SUM 397 STJ. O contribuinte de IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço. É POSSÍVEL A EXTINÇÃO DO CRÉDITO, MAS NÃO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA? Art. 156 CTF formas de extinção do CT, porém, não necessariamente quando um tributo é pago a OT foi extinta, pois, pode ter sido calculado erroneamente o tributo, por exemplo. Art. 156 CTN. Extinguem o crédito tributário: I - O pagamento; II - A compensação; III - A transação; IV - Remissão; V - A prescrição E a decadência; VI - A conversão de depósito em renda; VII - O pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus 1º e 4º; VIII - A consignação em pagamento, nos termos do disposto no 2º do artigo 164; IX - A decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; X - A decisão judicial passada em julgado. XI A dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. DECADÊNCIA A decadência extingue o CT art. 156, V CTN. A decadência é a perda do direito subjetivo de constituir o CT. O efeito que a decadência gera é a extinção do CT. Decadência é tema de norma geral art. 146, III, b CF, cabendo a União fixar art. 24 1º CF. SV 8 STF NÃO podendo a decadência ser maior que 5 anos.

5 SV 8 STF. São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam da prescrição e decadência do crédito tributário. Os dois artigos abaixo, definem o prazo para contagem da decadência, definidas pelo tipo de tributo: Regra ESPECIAL de contagem da decadência: só cabe nos lançamentos por homologação na sua forma típica, significa, que o contribuinte prestou a declaração e pagou, porém, o CT não se extingue. De acordo com o art º CTN, o prazo para contagem é de 5 (cinco) anos contados da ocorrência do FG. Termo A quo: contagem inicial da contagem Termo Ad quem: contagem final da contagem Art. 150, 4º CTN. Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Regra GERAL de contagem de decadência: cabe para os demais casos de lançamentos = de ofício, por declaração, por homologação atípica (declarou e não pagou ou nem declarou) ou com dolo, fraude ou simulação e arbitrado. Para esta regra vamos usar o art. 173, I CTN: Art. 173 CTN. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I - Do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; Para qualificar a forma da contagem é preciso conhecer o tipo de lançamento. CASO... Renato da Silva em , por realizar a prestação de serviços de jardinagem, sabe que deve realizar o pagamento de ISS. A lei 1.233/99 do município de Santana do Parnaíba determina que: Artigo 1º - O tributo é devido para todas as prestações de serviços realizada nesta municipalidade, mesmo que por profissional autônomo. Artigo 2º - O valor do tributo é devido na efetiva finalização da prestação do serviço, sendo a cobrança quitada pelo próprio contribuinte, a quem cabe realizar o cálculo devido. Artigo 3º - Aplicar-se-á sobre o valor pago relacionado a prestação de serviço sujeita ao imposto, a alíquota de 5%, desconsiderando os descontos incondicionais. Artigo 4º - Caso o contribuinte não realize o pagamento até o décimo dia útil subsequente ao mês da prestação, ficará obrigado ao pagamento de multa em parcela única no valor mensal de R$ 50,00. O profissional cobra por seus serviços o valor de R$1.000,00, contudo por ter amizade com uma de suas clientes, ofertou um desconto de R$ 100,00.

6 Realizou o pagamento na data aprazada do montante de R$ 35,00, e fora surpreendido em com um novo lançamento de ofício da autoridade administrativa, cobrando R$ 10,00 mais a multa de R$50,00. É preciso analisar a decadência pela Regra Especial, pois, pagou, mesmo sendo o valor menor que deveria, por um erro No caso de contagem da Regra Geral, contar 5 anos à partir do ano seguinte do FG. Exemplo: FG = Decadência = Os juros de mora será só sobre aquilo que ele deixou de pagar, já a multa deve ser de acordo com a lei, neste caso, deverá pagar multa de R$ 50,00. Desconto Condicional = é um desconto que depende de evento futuro e incerto, portanto, o tributo é sobre o valor de todo o serviço ou bem. Desconto Incondicional = é um desconto que não depende de evento futuro SUM 457 STJ SUM 457 STJ. Os descontos incondicionais nas operações mercantis não se incluem na base de cálculo do ICMS. O FISCO pode lançar de novo neste caso, art. 149, V CTN. E o desconto para a BC deveria ser considerado, ou seja, calculado sobre R$ 900,00 JURISPRUDÊNCIA... Prestando o contribuinte informação acerca da efetiva existência do débito, dispõe o Fisco do prazo para realizar o eventual lançamento suplementar, acaso existente saldo, prazo este decadencial, porquanto, constitutivo da dívida. (STJ, 1ªT, EdclResp /PR, Min. Fux, mar/06. AUSENCIA DE NOTIFICAÇÃO. VIOLAÇÃO À AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO. VÍCIO NO PROPRIO LANÇAMENTO. 1. A ampla defesa e o contraditório, corolários do devido processo legal, postulados com sede constitucional, são de observância obrigatória tanto no que concerne aos acusados em geral quanto aos litigantes, seja em processo judicial, seja em procedimento administrativo. 2. Insere-se nas garantias da ampla defesa e do contraditório a notificação do contribuinte do ato de lançamento que a ele respeita. A sua ausência implica a nulidade do lançamento e da Execução Fiscal nele fundada. 3. A notificação do lançamento do crédito tributário constitui condição de eficácia do ato administrativo tributário, mercê de figurar como pressuposto de procedibilidade de sua exigibilidade. (STJ 1ªT., Resp /RJ, Rel. Ministro Luiz Fux, set/2010.)

7 TRIBUTÁRIO (...) CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. DECADÊNCIA PRAZO (CTN, ART. 173). (...) III O termo inicial da decadência prevista no art. 173, I do CTN não é a data em que ocorreu o fato gerador. IV a decadência relativa ao direito de constituir crédito tributário somente ocorre depois de cinco anos, contados do exercício seguinte àquele em que se extinguiu o direito potestativo de o estado rever e homologar o lançamento (CTN, art. 150, parágrafo 4º). V se o fato gerador ocorreu em outubro de 1974, a decadência opera-se em 1º de janeiro de (REsp /SP, 1ª T., rel. Min. Humberto Gomes de Barros, j ). Tese do 5 + 5, depois de diversos conflitos, o STF e STJ entraram num acordo através da Súmula 555 STJ, portanto, não existe mais a teoria dos 5+5, adotando a Regra Geral: Súmula 555-STJ: Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. CASO... Paloma realizou em a venda do seu imóvel no valor de R$ ,00. Por ter tido um ganho de capital, efetivou a impressão do carnê-leão, e realizou o pagamento. No ano que prestou a declaração 2012 o Fisco visualizou que o valor tributado era menor do devido, e por lavrou um auto de infração em de A contribuinte ingressou com pedido administrativo alegando a decadência do crédito tributário. Regra Especial: Termo A quo = Termo Ad quem = PORTANTO, em já teria decaído o direito do fisco. Para decadência não se suspende ou se interrompe a sua contagem. O direito de lançar é um direito potestativo, portanto, nada pode impedir o fisco de fazer o lançamento tributário. A decadência gera a extinção no CT art. 156, V CTN. Em casos de pagamento indevido do tributo, pode pedir a restituição, mesmo que já extinto o CT pelo pagamento art. 165 CTN. BONS ESTUDOS! Monitoria: Cristina Casares