PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Transcrição

1 Módulo 28 Avaliação. Expropriação de bens. Adjudicação. Alienação. Satisfação do crédito. Execução contra a Fazenda Pública. Execução de alimentos. Embargos à execução. Da suspensão e da extinção do processo de execução. 1

2 Quando falamos da avaliação, precisamos entender que se trata do resultado de dois atos praticados anteriormente: penhora, depósito e avaliação. 2

3 Falamos na aula anterior que a penhora só se reputa perfeita e acabada quando os bens, móveis ou imóveis, são confiados aos cuidados e à guarda do depositário (Cf. artigo 839 do CPC) 3

4 O depositário deve guardar e conservar os bens penhorados até a avaliação e arrematação ou adjudicação. 4

5 AVALIAÇÃO DOS BENS O oficial de justiça apreende e avalia os bens. Se não tem conhecimento técnico para avaliá-los, informará o juiz sobre isso, e o magistrado nomeará perito judicial avaliador. (Cf. artigo 870 do CPC) 5

6 A avaliação poderá ser dispensada nos seguintes casos: 1. As partes estiverem de acordo com a avaliação feita pela outra. 2. Se o objeto da apreensão de títulos ou bens que tenham cotação em bolsa. 3. Se a apreensão incidir nos títulos da dívida pública, ações de sociedade e títulos de crédito negociáveis em bolsa. 4. Veículos automotores ou de outros bens que possam ser avaliados pelo próprio mercado. 6

7 NOVA AVALIAÇÃO Somente se fará nova avaliação dos bens se ficar constatado que houve: 1. Erro na avaliação ou dolo do avaliador. 2. Se verificar que houve posteriormente majoração ou diminuição do valor dos bens. 3. Quando houver fundada dúvida sobre o valor a eles atribuídos na primeira avaliação. 7

8 Após a penhora, o executado será intimado para tomar ciência de qual bem foi penhorado, podendo apontar eventuais equívocos, por ter havido, por exemplo, constrição de bem impenhorável. 8

9 A intimação será dirigida ao advogado do devedor, ou à sociedade de advogados a que ele pertence, salvo se ele não o tiver, caso em que deverá ser pessoal. 9

10 OUTRAS INTIMAÇÕES a) Cônjuge: penhora que recai sobre bem imóvel ou direito real sobre imóvel (artigo 842 do Código de Processo Civil) mesmo que o cônjuge não faça parte do processo de execução (meação). b) Credor com garantia real. c) Titular do usufruto. d) Promitente comprador. e) Promitente vendedor. 10

11 EXPROPRIAÇÃO É por meio da expropriação dos bens do devedor que o credor alcançará a satisfação de seu crédito na execução por quantia certa. 11

12 ORDEM DE EXPROPRIAÇÃO 1. Exequente: adjudicação dos bens. 2. Tem direito aqueles indicados no artigo 889, incisos II a VIII, do CPC. 12

13 Se houver mais de um pretendente, procederse-á a licitação entre eles, tendo preferência, em caso de igualdade de oferta, o cônjuge, o companheiro, o descendente ou o ascendente, nessa ordem 13

14 ADJUDICAÇÃO A adjudicação é a forma indireta de satisfação do crédito do credor, que se dá pela transferência a ele ou a terceiros legitimados, da propriedade dos bens penhorados. 14

15 A adjudicação pode ter por objeto bens móveis ou imóveis e só pode ser feita pelo valor de avaliação. 15

16 ALIENAÇÃO Artigo 879 do Código de Processo Civil Alienar um bem significa vendê-lo. 16

17 A alienação pode ser realizada: a) por iniciativa particular do exequente; b) em leilão judicial eletrônico ou presencial. 17

18 Se o bem não for adjudicado, o exequente poderá requerer por meio de simples petição a alienação do bem. 18

19 ALIENAÇÃO PARTICULAR O juiz fixará o prazo em que a alienação deve ser efetivada, a forma de publicidade, o preço mínimo, as condições de pagamento, as garantias e, se for o caso, a comissão de corretagem. 19

20 A alienação será formalizada por termo nos autos, com a assinatura do juiz, do exequente, do adquirente e, se estiver presente, do executado, expedindo-se: a) a carta de alienação e o mandado de imissão na posse, quando se tratar de bem imóvel; b) a ordem de entrega ao adquirente, quando se tratar de bem móvel. 20

21 Art. 885 do CPC O juiz da execução estabelecerá o preço mínimo, as condições de pagamento e as garantias que poderão ser prestadas pelo arrematante. 21

22 O executado será cientificado da alienação judicial pelo menos 5 (cinco) dias de antecedência do leilão judicial. 22

23 Art. 891 do CPC Não será aceito lance que ofereça preço vil. Parágrafo único. Considera-se vil o preço inferior ao mínimo estipulado pelo juiz e constante do edital, e, não tendo sido fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a cinquenta por cento do valor da avaliação. 23

24 O pagamento deverá ser realizado de imediato pelo arrematante, por depósito judicial ou por meio eletrônico, exceto se o juiz de direito pronunciar-se de maneira diversa. 24

25 Se o exequente arrematar os bens e for o único credor, não estará obrigado dizer quanto pagou, mas, se o valor dos bens ultrapassar seu crédito, ele deverá depositar, dentro de 3 (três) dias, a diferença, sob pena de tornar-se sem efeito a arrematação, e, nesse caso, realizar-se-á novo leilão, à custa do exequente. 25

26 Se houver mais de um pretendente, proceder-seá entre eles à licitação, e, no caso de igualdade de oferta, terá preferência o cônjuge, o companheiro, o descendente ou o ascendente do executado, nessa ordem. 26

27 Havendo vários bens e se houver mais de um lançador, terá preferência aquele que quiser arrematar todos os bens em conjunto. 27

28 O imóvel do incapaz somente poderá ser arrematado em leilão pelo preço mínimo de 80% do valor da avaliação. Se não for arrematado, o juiz confiará a guarda e à administração ao depositário, adiando a alienação por prazo inferior de 1 (um) ano. 28

29 SATISFAÇÃO DO CRÉDITO Dar-se-á a satisfação dos créditos: a) pela entrega do dinheiro; b) pela adjudicação dos bens penhorados. 29

30 Havendo pluralidade de credores ou exequentes, o dinheiro lhes será distribuído e entregue consoante a ordem das respectivas preferências. 30

31 Ao receber o mandado de levantamento da quantia depositada em juízo, o exequente dará ao executado quitação do débito. 31

32 EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA Artigo 910 do Código de Processo Civil 32

33 Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública será citada para opor embargos em 30 (trinta) dias ( A lei explicita que opor embargos em 30 dias). 33

34 Nos embargos, a Fazenda Pública poderá alegar qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa no processo de conhecimento. 34

35 Nos embargos, a Fazenda Pública poderá alegar qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa no processo de conhecimento. 35

36 Exemplos de execução contra a Fazenda Pública 1. Perito judicial que não recebeu honorários. 36

37 1. Petição inicial - processo de execução 2. Impossibilidade de penhora dos bens da Fazenda Pública 3. Citada e intimada, a Fazenda Pública deverá oferecer impugnação no prazo de 30 dias 4. Julgamento procedente/improcedente dos embargos 5. Pagamento via precatório 37

38 AÇÃO DE ALIMENTOS Artigo 3º da Lei n /68 - LA

39 A ação de alimentos é proposta, quando o autor precisar de pensão alimentícia com o objetivo de prover suas necessidades básicas.

40 ATENÇÃO A ação pode ser proposta por aquele que precisa de pensão alimentícia em face de quem tem a obrigação de prestá-la.

41 BASE LEGAL O direito de pedir alimentos aos parentes, cônjuge e companheiro encontra-se nos artigos a do Código Civil e a ação de alimentos está disciplinada na Lei n /68-A.

42 PROCEDIMENTO A ação de alimentos tem rito especial. Esse rito está previsto na Lei n /68-LA

43 PETIÇÃO INICIAL Artigos 3º da Lei n /68-A, 319 e 320 do CPC. Na inicial, o peticionário deverá expor suas necessidades e as possibilidades financeiras do alimentante, pleiteando a fixação de alimentos provisórios.

44 Atenção O autor deverá fazer prova do parentesco.

45 Ao receber a inicial, o juiz de direito poderá: a) determinar que o autor emende ou complete a inicial no prazo de 15 dias; b) recebê-la, fixando imediatamente os alimentos provisórios e designando audiência de conciliação, instrução e julgamento.

46 Artigo 5º, 2º, da Lei n /68-LA O réu será citado para comparecer à audiência de conciliação, instrução e julgamento. Tendo havido fixação dos alimentos provisórios, será também intimado para efetuar o pagamento nos termos requeridos na exordial e apresentar contestação em prazo fixado pelo juiz de direito.

47 Audiência de conciliação, instrução e julgamento O não comparecimento do autor implica arquivamento do pedido, e a ausência do réu importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato (artigo 7º, da Lei n /68-LA).

48 Autor e réu comparecerão à audiência acompanhados de suas testemunhas (três no máximo), apresentando, nessa ocasião, as demais provas (art. 8º, da Lei n /68-LA)

49 Comparecendo as partes o juiz tentará conciliá-las. Se a conciliação for frutífera, será reduzida a termo e homologada por sentença.

50 Se a conciliação for infrutífera, o juiz tomará o depoimento pessoal das partes e das testemunhas, passando em seguida a palavra para os advogados das partes e para o representante do Ministério Público para as razões finais. Depois disso, o juiz renovará a proposta de conciliação, proferindo em seguida sua decisão.

51 SENTENÇA A sentença proferida nesta ação não transita em julgado e pode a qualquer tempo ser revista, em face da modificação da situação financeira dos interessados. (art. 15, Lei n /68)

52 FORO COMPETENTE A ação será distribuída no domicílio ou residência do alimentando, segundo o art. 53, II, do CPC. Por conveniência, o requerente pode distribuir a ação no domicílio do réu (art. 46 do CPC).

53 ENTREVISTA COM O CLIENTE Qual o motivo do pedido? Quais as necessidades do autor? O autor possui conta-corrente onde pode ser depositada a pensão? Quais são as condições financeiras do alimentante? Qual a renda aproximada do alimentante? O alimentante trabalha? Onde?

54 DOCUMENTOS Certidão de casamento/nascimento do representante do menor, quando for o caso. Certidão de nascimento ou casamento do autor. Cédula de identidade. Requer, quando possível, cópia da carteira de trabalho ou holerite do alimentante. Documentos que comprovem as despesas do requerente

55 PROVAS Relação de parentesco. Necessidades do autor. Possibilidades do réu.

56 VALOR DA CAUSA De acordo com o artigo 292, inciso III, do CPC, o valor da causa deve equivaler à soma de 12 (doze) prestações mensais pleiteadas pelo autor.

57 AÇÃO DE ALIMENTOS DO ARTIGO 911 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL Essa execução deverá ser combinada com o artigo 528 do Código de Processo Civil 57

58 Prisão (exigência dos três últimos créditos) Ação de execução por título executivo extrajudicial 58

59 O credor de alimentos pode preferir a execução pelo método tradicional, com a penhora e expropriação dos bens do devedor. 59

60 O que há de mais característico nesse tipo de execução (execução especial de alimentos) é a possibilidade da prisão civil do executado no prazo de três dias se não tomar uma das providências a que se refere o caput do artigo 528 do Código de Processo Civil. Por essa razão, a intimação deve ser pessoal, não podendo ser feita na pessoa do advogado constituído, como no cumprimento da sentença em geral. 60

61 EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR INSOLVENTE 61

62 A execução por quantia certa contra devedor insolvente pressupõe uma fase prévia, cuja finalidade é obter a declaração de insolvência do devedor. Essa primeira fase tem natureza cognitiva, e não executiva. 62

63 1ª FASE - DECLARAÇÃO DE INSOLVÊNCIA A)Requerida pelo credor B)Requerida pelo próprio devedor 63

64 2ª FASE Se ele mantiver a insolvência, o juiz declarará por sentença que os débitos prescreveram. 64