1. MARIO HENRIQUE PETERS FARINON, propôs Ação. tutela de urgência para que seja o segundo requerido afastado das

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1 PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA - FORO CENTRAL DE CURITIBA 14ª VARA CÍVEL DE CURITIBA - PROJUDI MATEUS LEME, º ANDAR - Centro Cívico - Curitiba/PR - CEP: Processo: Classe Processual: Procedimento Ordinário Assunto Principal: Fundação de Direito Privado Valor da Causa: R$2.000,00 Autor(s): Réu(s): Vistos, Declaratória de Nulidade e ANTONIO JOÃO LEITÃO NUNES, Mario Henrique Peters Farinon Antonio João Leitão Nunes União dos Escoteiros do Brasil 1. MARIO HENRIQUE PETERS FARINON, propôs Ação em desfavor de na qual pleiteia, UNIÃO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL in limine, concessão de tutela de urgência para que seja o segundo requerido afastado das funções que exerce junto ao Conselho de Administração Nacional, e impedido de participar de qualquer votação no referido órgão até final julgamento. Para tanto, narra que o segundo requerido foi eleito para o Conselho de Administração Nacional por meio de deliberação ilegal e em afrontamento às disposições estatuárias. Assim, em longa narrativa alega o autor que o requerido ANTONIO JOÃO LEITÃO NUNES apresentou inscrição para candidatura ao Conselho de Administração Nacional antes de ocorrer a Assembleia Regional do Estado do Maranhão para apontar a indicação do mesmo, assembleia esta que, inclusive, foi realizada de forma irregular por não respeitar o prazo mínimo de 30 dias para convocação do ato. Ainda, após narrar diversos ocorridos nas esferas

2 administrativas da União dos Escoteiros do Brasil, em Assembleia Nacional parece ter sido rejeitada proposta do Conselho de Administração Nacional para ratificação da eleição do segundo réu, porém, o referido conselho decide pela manutenção do réu Antônio João Leitão Nunes em seus quadros. É o relato necessário. Decido. 2. Trata-se de ação declaratória de nulidade na qual busca o autor a concessão de ordem deste juízo determinando, in limine, o afastamento do segundo réu, Sr. Antonio João Leitão Nunes, das funções exercidas no Conselho de Administração Nacional e, consequentemente, da participação do mesmo em qualquer votação do referido órgão. Pois bem, para a concessão de qualquer tutela de urgência necessário o enquadramento nas hipóteses permissivas do artigo 300 e seguintes do Código de Processo Civil. Assim, da leitura da narrativa lançada na inicial, a qual diga-se, longa e desprovida de qualquer objetividade ou mesmo clareza, tornando confusa a compreensão dos fatos que envolvem uma sucessão de reuniões e deliberações pelos órgãos administrativos da União dos Escoteiros do Brasil, não se vislumbra a existência de elementos aptos a evidenciar a probabilidade do direito sustentando pelo autor. Ora, a probabilidade do direito deve ressaltar aos olhos do julgador tão logo apreciado os articulados do interessado, para que em juízo de cognição sumária possa restar evidenciado tal direito,

3 inclusive, à luz dos demais elementos de prova que devem corroborar com a narrativa fática lançada na respectiva peça processual, o que não ocorre no caso em questão. Deste modo, após a leitura de quase 100 parágrafos de narrativa apresentados pelo autor, não se pôde sequer alcançar a exata compreensão da dinâmica em que se sucederam as deliberações realizadas por diferentes órgãos da União dos Escoteiros do Brasil, razão pela qual a concessão de qualquer tutela in limine e inaudita altera partes torna-se prejudicada. Ademais, o Estatuto juntado aos autos não registra com exatidão regras para eleições, inscrições de candidatura, prazos e demais condições para compor o Conselho de Administração Nacional, ressalvado o artigo 16 que apenas aponta a duração de quatro anos do mandato, com renovação da metade a cada dois anos. De outra banda, o perigo de dano igualmente não se mostra presente para a concessão da tutela pretendida, isto, pois, se de um lado a eleição ocorreu há três anos, tendo o réu exercido praticamente todo seu mandato que se encerra em abril de 2019, afastando-se, portanto, o sentimento de imediatidade do provimento jurisdicional, por outro a concessão da tutela sem melhores elementos acaba por trazer graves prejuízos ao requerido, que será subitamente afastado de suas funções. Vale lembrar que o único risco apontado é o exercício do mandato em si, sem qualquer outra circunstância que denote grave prejuízo ao autor, deixando de motivar o afastamento liminar do segundo réu.

4 3. Ante o exposto, INDEFIRO o pedido de tutela de urgência, eis que ausentes os requisitos previstos no artigo 300 e seguintes do Código de Processo Civil. 4. Proceda a Serventia a inclusão do feito em pauta de audiências de conciliação do Centro Judiciário de Conciliação de Conflitos do Tribunal de Justiça CEJUSC. 5. CITE-SE e INTIME-SE a parte ré para que compareça ao ato na data e hora designada, advertindo-se que poderá manifestar desinteresse na composição consensual, desde que até 10 dias de antecedência contados da data da audiência, a qual somente será cancelada se ambas as partes expressarem em seus articulados o desinteresse em conciliar. No mesmo ato, intime-se o réu para que, querendo, ofereça contestação no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contados da realização da audiência conciliatória (artigo 335, inciso I do CPC); ou a partir do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação/mediação apresentado pelo réu, desde que o autor tenha igualmente se manifestado pela não realização do ato (artigo 334, inciso II c/c artigo 334, 4º, inciso I, ambos do CPC). Conste no respectivo mandado a advertência de que, não contestado os fatos articulados na inicial, estes se reputarão verdadeiros, nos termos do artigo 344 do CPC, incidindo os efeitos da revelia, salvo se estiverem presentes as condições do artigo 345 do mesmo diploma legal. Tratando-se de processo eletrônico, em homenagem às regras fundamentais dos artigos 4º e 6º do Código de Processo Civil, fica vedado o exercício da faculdade prevista no artigo 340 do referido diploma legal.

5 Advirtam-se as partes que figuram no processo que o comparecimento na audiência é obrigatório (pessoalmente ou por intermédio de representante, por meio de procuração específica, com outorga de poderes para negociar e transigir). A ausência injustificada é considerada ato atentatório à dignidade da justiça, sendo sancionada com multa de até 2% (dois por cento) da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa. As partes devem estar acompanhadas de seus advogados. Oferecida a resposta, intime-se a parte autora para que se manifeste, no prazo de 15 dias, caso o réu alegue qualquer das matérias previstas no artigo 337 do Código de Processo Civil, ou oponha fatos impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Sem prejuízo do item anterior, e ultimado todas as providências, intimem-se as partes para que especifiquem as provas que pretendem produzir, inclusive, oportunizando manifestarem-se nos termos do artigo 357, 2º e 3º do CPC. Prazo de 15 dias. para saneamento do processo. Nada sendo requerido, certifique-se e voltem conclusos Comunicações e diligências necessárias. Intimações e diligências necessárias. ERICK ANTONIO GOMES Juiz de Direito