Proteção social e agricultura. rompendo o ciclo da pobreza rural
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- Antônio Neto Brunelli
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1 Proteção social e agricultura Sasint/Dollar Photo Club rompendo o ciclo da pobreza rural
2 16 de outubro de 2015 Dia Mundial da Alimentação Cerca de 1000 milhões de pessoas vivem na extrema pobreza nos países em desenvolvimento. Setenta e oito porcento destas vivem em zonas rurais, onde a agricultura é a principal força impulsora da economia rural e, em alguns casos, de toda a actividade económica. FAO/Rubí Lopez Destinado aos mais vulneráveis Nos últimos 20 anos, os programas de proteção social têm-se expandido rapidamente nos países em desenvolvimento, chegando até às 2,1 mil milhões de pessoas, devido à assistência social, aos seguros sociais e às intervenções no mercado laboral. Porém, atualmente apenas 36 porcento da população mundial recebe algum tipo de proteção social. A maioria das famílias que não beneficiam dos programas de proteção social vive em zonas rurais dos países em desenvolvimento. Neste grupo estão incluídos os produtores de subsistência, agricultores familiares e os trabalhadores agrícolas sem terra que dependem dos seus próprios recursos e redes para gerir os seus meios de substência e enfrentar com os riscos. Contudo, os recursos e redes dos quais estão dependentes são com frequência insuficientes para resistirem aos choques climáticos, e estas famílias optam por estratégias que renunciam aos rendimentos para garantir a sua sobrevivência. Quando as crises ocorrem, eles são obrigados a enfrentá-las de maneiras que aumentam a sua vulnerabilidade ou comprometem a capacidade futura de de geração de rendimentos. Ainda que a agricultura seja um fator chave na irradicação da pobreza e da fome, nestas circunstâncias, tem pouco de si a oferecer como caminho para sair da pobreza.
3 O aumento do poder de compra gerado pelas transferências monetárias ou os ganhos adicionais proporcionados pelos programas de proteção social, aumentam a procura de bens e serviços localmente assim para um circulo virtuoso do crescimento económico, redução da pobreza e melhoria da segurança alimentar. Ao proporcionar apoio financeiro e em espécie às famílias pobres e vulneráveis, os programas de proteção social ajudam os pobres a superar as limitações de liquidez e crédito e a gerir riscos que de outro modo poderiam dissuadi-los da busca de maior rentabilidade. Os programas de protecção social, como os projectos de obras públicas, podem aumentar a produtividade e estimular os rendimentos agrícolas, através de melhorias na infra-estrutura, solos, gestão de água, e ligação aos mercados e acesso a insumos de maior rentabilidade. Os programas de transferência monetária em África conduzem a um aumento da actividade económica das A Proteção Social faz mais do que aliviar a fome e a pobreza Muitos países em desenvolvimento reconhecem que as medidas de protecção social são necessárias para atenuar as carências imediatas das pessoas que vivem na pobreza e para evitar que outros caiam na pobreza quando a crise ocorre. As evidências mostram que quando as famílias rurais pobres recebem assistência social, tornam-se mais capazes de gerir situações de risco e crise; sentindo-se temporal mais alargado, aumentam os seus investimentos em activos agrícolas e a engajam-se em meios de subsistência mais rentáveis. Estudos realizados em vários países, incluindo a Etiópia, Lesoto, Malawi e Zâmbia, concluíram que os programas de transferência monetária estão a contribuir substancialmente para um maior investimento em insumos e ferramentas agrícolas e ativos como o gado. Como resultado, a produção familiar aumenta, contribuindo para Nos países onde as mulheres têm um acesso limitado programas de proteção social podem fazer uma enorme diferença, particularmente através da prevenção da malnutrição infantil. Além disso, já se demonstrou em repetidas ocasiões que as intervenções na proteção social têm um maior impacto na educação, saúde e resultados
4 O círculo virtuoso em ação Em 2013, pelo menos 146 países proporcionaram uma ou mais formas de assistência social, Brasil, Etiópia, India, México e Africa do Sul são exemplos de países em que os programas de protecção social em grande escala contribuíram com êxito para combater a fome e a pobreza. No México, atribui-se ao programa PROSPERA, que cobre cerca de 32,9 milhões de pessoas, a redução da pobreza em dez porcento e o fosso da pobreza em 30 porcento nos últimos dois anos; no Brasil, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), adotado como parte do Programa Fome Zero adquiriu mais de 3 milhões de toneladas de alimentos, apoiando mais de de agricultores durante um período de dez anos; na Etiópia, o Programa de Redes Protecção Produtivas (Productive Safety Net Programme) é um programa de obras públicas que também inclui transferências monetárias aos mais pobres, abrange cerca de 7,5 milhões de pessoas e é o maior programa de proteção social da África Subsariana, com exceção da África do Sul. É lhe creditada a diminuição da pobreza nacional em cerca de dois porcento e a redução da duração do época o compromisso dos governos em proteger aos grupos vulneráveis da sociedade, tirá-los do círculo da pobreza e fome ou evitar que caiam nele. FAO/Simon Maina Uma abordagem multidimensional A proteção social é necessária para acabar com a fome e a pobreza em todas as suas formas e pode ajudar a acelerar o progresso económico e social. No entanto, para se aproveitar com êxito o seu integrada em estratégias de desenvolvimento agrícola mais amplas e alinhada com as políticas de segurança alimentar e nutrição. A Integração do desenvolvimento agrícola e a proteção social promove o desenvolvimento rural sustentável mediante a proteção e promoção efectiva dos meios de subsistência rurais.
5 Em 2013 os programas de proteção social salvaram da pobreza extrema cerca de 150 milhões de pessoas que vivem em áreas rurais, tirando-as do círculo vicioso de pobreza e fome. FAO/Imanol Camblor
6 O que é proteção social? Proteção social é uma combinação de políticas, programas e intervenções que têm como objectivo proteger as pessoas pobres e em situação de insegurança alimentar e tirá-las da pobreza e da fome. Através de diversos programas que proporcionam pobres e vulneráveis, a proteção social melhora os seus rendimentos, capacidades e direitos. Sob o tema Proteção social e agricultura: rompendo o ciclo da pobreza rural, a cerimónia oficial do Dia Mundial da Alimentação de 2015 terá lugar na Expo Milão O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, participará nas celebrações. The virtuous circle at work Os programas de proteção social classificam-se genericamente como: Programas de assistência social: Transferências públicas que podem ser em dinheiro, condicionadas ou não-condicionadas, ou transferências em espécie, ou programas de obras públicas. Programas de seguros sociais: de empregados, empregadores e do Estado. Estes sistemas permitem que as pessoas se sejam protejam contra riscos (doença, acidentes, etc.) juntando recursos de um número alargado de indivíduos e famílias igualmente expostos. Programas de mercado de trabalho: Fornecem subsídios de desemprego, desenvolvem habilidades e melhoram a produtividade e empregabilidade dos trabalhadores. Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura Viale delle Terme di Caracalla Roma, Itália World-Food-Day@fao.org FAO, 2015 / I4882E
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