SONDAGEM INDUSTRIAL RIO GRANDE DO SUL

Transcrição

1 SONDAGEM INDUSTRIAL RIO GRANDE DO SUL NOVEMBRO DE 2012

2 Novembro de Produção fica estável em novembro e otimismo diminui Os resultados da Sondagem Industrial do RS de novembro demonstram que a atividade produtiva gaúcha interrompeu a trajetória de recuperação e estabilizou-se. As perspectivas futuras, por sua vez, continuaram sendo positivas, mas o otimismo diminuiu. O indicador de evolução da produção registrou 50,4 pontos, denotando estabilidade na comparação com outubro. Ainda que tal comportamento fosse esperado devido aos fatores sazonais - término das encomendas de final de ano a utilização da capacidade instalada (UCI) permaneceu abaixo do usual para o período, conforme sugere o indicador em 47,2 pontos, o que denota que o ritmo de recuperação da atividade ainda é bastante moderado. Adicionalmente, a redução no emprego, indicador em 49,2 pontos, e o afastamento dos estoques do nível planejado (52,7 pontos) são outros fatores que evidenciam as dificuldades do setor no mês. Os indicadores que medem a expectativa dos empresários gaúchos para os próximos seis meses de variáveis como demanda, exportações, compras de matérias-primas e emprego também sofreram processo de revisão, sendo menores que na última pesquisa, embora continuem acima da marca dos 50 pontos, indicando otimismo moderado. Assim, os resultados da Sondagem industrial de novembro pouco alteram o entendimento vigente de que o setor passa por processo de retomada da atividade. Embora as dificuldades de competividade continuem presentes, restringindo um desempenho melhor, esse movimento deve continuar nos próximos meses, na esteira dos vários estímulos em curso, em especial, da queda da taxa de juros e das desonerações fiscais. Nesse cenário, os empresários gaúchos aguardam sinais mais consistentes desse processo para melhorar suas expectativas. Avaliação do mês de novembro de 2012 Atividade segue abaixo do normal Os indicadores demonstram uma estabilidade da atividade industrial no mês de novembro, não tendo ainda retornado ao seu nível normal. Em linha com a sazonalidade (final de ano) do período, o indicador de produção industrial em novembro atingiu 50,4 pontos, sinalizando estabilidade em relação ao mês de Sondagem industrial Novembro de Unidade de Estudos Econômicos 1

3 outubro. No mês, houve uma avaliação distinta entre os portes de empresas: as pequenas (56 pontos) e as médias (51,7 pontos) observaram crescimento e as grandes, redução (46,9 pontos). Refletindo a acomodação da produção, o emprego do setor (49,2 pontos), em novembro, registrou ligeiro recuo, repercutindo a queda nas grandes empresas (47,8 pontos). As empresas de pequeno porte aumentaram nível de emprego (50,9 pontos) e nas de tamanho médio o indicador apontou para estabilidade (50 pontos). No mesmo sentido, a indústria gaúcha operou com 75,5% de utilização da capacidade instalada (UCI) no penúltimo mês do ano, 0,7 ponto percentual abaixo de outubro, nível, que pela vigésima vez, foi considerado pelas empresas abaixo do usual para o período (47,4 pontos). Apenas as médias empresas (50 pontos) consideraram a UCI normal para o período. As pequenas (47,4 pontos) e, especialmente as grandes empresas (45,5 pontos), por outro lado, seguem operando abaixo do usual. Volume de produção no mês Emprego no mês AUMENTO QUEDA AUMENTO QUEDA 2009/1 2009/2 2009/3 2009/4 2010/1 2010/2 2010/3 2010/4 Utilização da capacidade instalada (%) UCI em relação ao usual Percentual Médio ACIMA DO USUAL ABAIXO DO USUAL 2010/1 2010/2 2010/3 2010/4 Sondagem industrial Novembro de Unidade de Estudos Econômicos 2

4 Estoques voltam a se acumular Os estoques de produtos finais (índice de 50,2 pontos) ficaram estáveis no mês de novembro relativamente ao nível verificado no mês anterior. Este fato, todavia, não impediu nova acumulação de estoques indesejados (índice de 52,7 pontos), interrompendo a trajetória de equalização que se delineava desde o início do segundo semestre. Embora, a acumulação indesejada de estoque de produtos finais seja homogênea entre os portes de empresas analisados, é bem mais intensa entre as pequenas (índice de 53,8 pontos) Estoques de produto final no mês Estoques de produtos finais Planejado AUMENTO ACIMA DO PLANEJADO QUEDA ABAIXO DO PLANEJADO 2009/1 2009/2 2009/3 2009/4 2010/1 2010/2 2010/3 2010/4 Expectativas em dezembro para os próximos seis meses Expectativas estão menos otimistas Em linhas gerais, como habitualmente ocorre, os industriais gaúchos encerram o ano menos otimistas se comparado ao sentimento vigente no mês de novembro. No último mês do ano, os empresários se mostraram menos otimistas com relação à evolução da demanda nos próximos seis meses. O índice passou de 55,0 pontos em novembro para 53,0 pontos em dezembro, sinalizando que os empresários esperam um aumento moderado da demanda. As médias empresas (57,7 pontos), em especial, e grandes (52,2 pontos) são as mais otimistas. As pequenas empresas, por outro lado, 49,1 pontos, projetam um leve recuo. A expansão moderada da demanda deverá ser acompanhada de um aumento no mesmo ritmo do emprego. O indicador registrou 52 pontos, denotando expansão de postos de trabalho nos próximos seis meses. Mais uma vez, ressaltam-se, diferenças na avaliação entre Sondagem industrial Novembro de Unidade de Estudos Econômicos 3

5 os portes de empresas: as pequenas têm expectativas de redução do quadro funcional (46,6 pontos), enquanto, as médias (53,4 pontos) e grandes (53,9 pontos) esperam aumentá-lo. O mesmo acontece com relação às expectativas de compras de matérias-primas (52,2 pontos). Com expectativa de expansão moderada da demanda, os empresários gaúchos pretendem aumentar moderadamente suas compras contratar. Novamente, as perspectivas das pequenas empresas (46,6 pontos) destoam dos demais portes, mas o resultado, indicando queda é consistente com a evolução esperada para demanda. O mesmo acontece com as médias empresas que projetam um forte crescimento nas compras (58,9 pontos). A maior demanda esperada não deverá vir do setor externo visto que as exportações, na avaliação dos empresários, deverão crescer ligeiramente nos próximos seis meses: o índice foi de 50,7 pontos. Apenas as médias empresas (52,3 pontos) esperam aumentar as vendas externas. Expectativas de demanda Expectativa de emprego dez/12 Expectativas de compras de matéria prima Expectativa de exportações EXPECTATVA Out09 Sondagem industrial Novembro de Unidade de Estudos Econômicos 4

6 Perfil da amostra: 146 empresas sendo 29 pequenas, 60 médias e 57 grandes. Período de coleta: De 03 a 13 de dezembro de GLOSSÁRIO Como é feita a pesquisa? Realizada mensalmente. Trimestralmente, um conjunto adicional de questões é avaliado. Deve ser avaliada a partir de pontos situados entre seus limites: 0 (zero) : avaliação negativa, estoque abaixo do planejado ou UCI abaixo do usual. 50 (cinqüenta): indiferente, estoque dentro do planejado ou UCI dentro do usual. 100 (cem): avaliação positiva, estoque acima do planejado ou UCI acima do usual. NOTA A Sondagem industrial é elaborada pela unidade de Política Econômica da CNI em conjunto com as Federações de Indústria de 23 estados do Brasil (no caso do RS Unidade de Estudos Econômicos - FIERGS), embora sejam consultadas empresas de todo o território nacional. As informações solicitadas são de natureza qualitativa e resultam do levantamento direto com base em questionário próprio. Cada pergunta permite cinco alternativas excludentes a respeito da evolução ou expectativa de evolução da variável em questão. As alternativas estão associadas, da pior para a melhor, aos escores 0, 25, 50, 75 e 100. As perguntas relativas ao nível de atividade, a evolução dos estoques tem como referência o mês anterior. As perguntas relativas a UCI usual e a estoques planejados/desejados tem como referência o próprio mês. As perguntas relativas à situação financeira, margens de lucro, acesso ao crédito e os principais problemas referem-se ao trimestre. As questões de expectativas referem-se aos próximos seis meses. O indicador de cada questão é obtido ponderando-se os escores pelas respectivas freqüências relativas das respostas. Os resultados gerais para cada uma das perguntas são obtidos mediante a ponderação dos indicadores dos grupos de empresas Pequenas (entre 10 a 49 empregados), Médias (entre 50 e 249 empregados) e Grandes (250 empregados ou mais) utilizando-se como peso a variável segundo a CEE/TEM competência Sondagem industrial Novembro de Unidade de Estudos Econômicos 5