Comemoração dos 500 Anos da representação do Auto da índia de Gil Vicente, em Almada 30 de Maio a 20 de Junho

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1 Comemoração dos 500 Anos da representação do Auto da índia de Gil Vicente, em Almada 30 de Maio a 20 de Junho Segundo reza a história, em 1509, estando em Almada a Rainha D. Lionor (Garcia de Resende), fugida da peste que desde 1506 grassava em Lisboa, causando grande mortandade, terá mandado chamar o Mestre Gil Vicente que aqui escreve e representa, a sua primeira farsa chamada de Auto da Índia foi feita em Almada, representada à muito católica Rainha D. Lionor, era de MDIX (in. Al-Madan, n.º 2, 83/84), que se traduz numa crítica à Expansão, aos costumes e tipos sociais, pondo em evidência as motivações materialistas de muitos dos seus participantes, sendo indiscutível a sua actualidade. Existem poucas informações biográficas sobre Gil Vicente. Supõe-se que terá nascido cerca de 1465, talvez em Guimarães, na Beira ou ainda em Lisboa. Dominando uma visão privilegiada sobre a cultura e sociedade portuguesas, fielmente retratada nas suas peças, constitui uma visão/interpretação muito inteligente do tempo em que viveu. A época da sua actividade dramática decorre entre 1502 (Monólogo do Vaqueiro) e 1536 (Floresta de Enganos), ano da sua morte. Escreveu, encenou e representou mais de 40 Autos. Pensa-se que a vida de Gil Vicente não terá sido dedicada só ao teatro. Além de mestre da balança na Casa da Moeda, poderá ter sido o ourives que, em 1506, produziria a famosa Custódia de Belém, obra-prima da ourivesaria portuguesa. 1

2 Homem de vasta cultura, Gil Vicente ficou para a história como um dos maiores nomes da literatura quinhentista. Com uma obra de surpreendente actualidade é considerado, com toda a justiça, o pai do teatro. A Câmara Municipal de Almada, assinalando esta data, apresenta uma programação de actividades que permitirá a Almada viver Gil Vicente, de modo a promover a história e a memória, trazer para a rua um acontecimento histórico que se encontrava perdido, desconhecido da grande maioria, contribuindo para a ideia de Almada como Centro de Eventos e Encontro. Convidamos, assim, a população de Almada, para participar nas actividades programadas, nos vários equipamentos municipais, durante o período das comemorações. Programação: 2 de Junho - Auto da Índia de Gil Vicente por uma união de esforços e de vontades, as alunas de expressão dramática e de teatro criativo e social da escola E.B. da Trafaria, em conjunto com os alunos da universidade Sénior de Almada, entre outros actores convidados irão representar este Auto, na presença da Rainha D. Leonor. Encenação: professora Manuela Richter; contributo musical: Professor João Rodrigues. Casa da Cerca 15.30h (antestreia) e 21.30h. 4 de Junho - Ciclo de Conferências encontro sobre a temática em apreço, comissariado pelo Dr. José Camões, com convidados de prestígio nacional na temática a abordar e estudos na área. 2

3 Fórum Municipal Romeu Correia Sala Pablo Neruda.. Gil Vicente, a sua Obra e a sua Época Comunicações: h Intervenção de boas vindas 3

4 h Dr. José Camões (Universidade de Lisboa. Centro de Estudos de Teatro da F.L.L.) Abertura, apresentação genérica do tema e moderação das intervenções; h Dr. José Cardoso Bernardes (Universidade de Coimbra. F.L.U.C.) Gil Vicente, Pastor e Filósofo; h Pausa para Café h Dr.ª Cristina Almeida Ribeiro (Universidade de Lisboa. F.L.L.) Características da Farsa Vicentina; h Dr. Paulo Drumond Braga (Universidade Nova de Lisboa; E.S.E. de Almeida Garrett) Gil Vicente e o tempo dos Descobrimentos; h Almoço livre h Dr. Alexandre Flores (CMA Divisão de História Local e Arquivo Histórico de Almada) Caracterização económica, social e política da Margem Sul no século XVI; h Dr.ª Cristina Serôdio (investigadora do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, professora do quadro da E. S. Vitorino Nemésio) Gil Vicente e o Auto da Índia nos Programas Escolares; h Dr.ª M.ª Idalina Resina Rodrigues (Universidade de Lisboa. F.L.L.) Actualidade/Modernidade do Auto da Índia h Encerramento do Encontro h Café 6 de Junho - Concerto A Arte da Variação do Renascimento ao Maneirismo (c c. 1640) 4

5 1ª Parte Si abra en este baldrés? Juan del Encia ( ) / Pardeos bem amado andou Castella Gil Vicente (fl ); Galharda: La Cara cosa Anónimo; Por mayo era, por mayo Anónimo; Io son ferito hai lasso Giovanni Pierluigi da Palestrina (c.1460 c.1526) / Pedro de Escobar (c.1465 c-1535); Lo que queda es lo seguro Garcí Sánchez de Badajoz (c.1460 c.1526) / Pedro de Escobar (c.1465 c-1535); Serrana si vuestos ojos (folia) Anónimo; Recercada VIII sobre a folia Diego Ortiz (c.1550 c.1570); Canção glosada a quatro António Carreira (c.1525 c.1589); Senhora del mundo Anónimo; Não tragais borzeguins pretos Anónimo. 2ª Parte Glosa sobre el canto llano de la Inmaculada Concepción Francisco Correa de Arauxo (c.1566/7 1654); Mignone, allons voir si la rose Pierre de Ronsard ( ) / Anónimo; Lo Ballo dell Intorcia António Valente (fl. 1576); Flow my tears John Dowland ( ) / Jacob van Eyck (1589/ ); Amarilli mia bella Giulio Caccini (c ); Tarambote Anónimo; Lady Greenleeves Anónimo; Green sleeves to a ground Anónimo; Se Laura spira Girolamo Frescobaldi ( ). Segréis de Lisboa (Ana Leonor Pereira, soprano; Pedro Couto Soares, flauta; João Vaz, órgão; Manuel Morais, alaúde e direcção). Solar dos Zagallos 21.30h 16 de Junho - Auto da Índia de Gil Vicente História de adultério directamente relacionada com as viagens dos Descobrimentos. A Ama insatisfeita com o seu marido, com o qual casou por interesse, arranja dois amantes (um castelhano Juan de Zamora e um português Lemos) enquanto o marido está 5

6 numa viagem com destino à Índia. A cena desenrola-se em casa da Ama e conta com o dilema moral que lhe é relembrado pela Moça, que tenta a todo o custo defender o seu senhor. No final do Auto, o Marido regressa e a Ama, com cinismo, recebe-o de braços abertos, pois vê que ele vem cheio de riquezas da longínqua Índia. Teatro Experimental de Cascais Encenação: Carlos Avilez; Actores: Mafalda Luís de castro, Rita Leão, João Pedro Jesus, David Jorge e Ricardo Pires. Casa da Cerca 21.30h 18 de Junho - Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente Num porto imaginário, onde se encontram as 2 Barcas, a Barca do Inferno, tripulada pelo Diabo e seu Companheiro e a Barca da Glória, tripulada pelo Anjo, chegam as almas de todos os que morreram. A acção da peça começa com a chegada das personagens a esse porto em busca da vida eterna Associação de Animação Cultural VicenTeatro Encenação: João Carneiro; Interpretação: Helena Macedo e Osvaldo Canhita. Casa da Cerca 21.30h. 20 de Junho - Auto da Índia de Gil Vicente Adaptação contemporânea, viva e bem disposta de uma farsa onde encontramos uma Ama ansiosa que o seu marido parta para a Índia e nunca mais regresse para poder manter os seus encontros tanto com um castelhano fanfarrão, como com um antigo 6

7 namorado chamada Lemos. Com habilidade e astúcia, apoiada pela Moça, consegue que nenhum deles saiba de existência do outro, até que um dia recebe a má notícia do regresso do marido, a quem tem que convencer que, na sua ausência, levou uma vida de sacrifício e austeridade. ACTA A Companhia de Teatro do Algarve Encenação de Luís Vicente; Participação de Mário Spencer, Elisabete Martins, Tânia Silva e Bruno Martins Casa da Cerca 21.30h Informações: Museu Naval ; div.museuspatrimonio@cma.m-almada.pt 7