CONTEÚDOS COBRADOS NA PROVA:
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- Rafael Mascarenhas Minho
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1 Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA Data: 25/05/18 Ensino Médio Ano/Série: 1º Turma: Valor: 5 pts Média: 3 pts Assunto: Roteiro de Estudos Autônomos 1ª Etapa do 1º trimestre Tipo: Aluno(a): Nº: Nota: Professores: PÉRICLES DA CUNHA Ass. do (a) Responsável: LOPES TEXTO: 1 - Comuns às questões: 1, 2, 3 Leia os poemas a seguir, de Carlos Drummond de Andrade. Sentimental Ponho-me a escrever teu nome com letras de macarrão. No prato, a sopa esfria, cheia de escamas e debruçados na mesa todos contemplam esse romântico trabalho. Desgraçadamente falta uma letra, uma letra somente para acabar teu nome! Está sonhando? Olhe que a sopa esfria! CONTEÚDOS COBRADOS NA PROVA: Análise de textos mistos; Leitura e interpretação de textos; Discurso e texto; As marcas ideológicas dos textos; Linguagem e variação linguística; Variação e norma; A interlocução e o contexto; A construção do sentido; Funções de linguagem; Sentido Literal e Figurado; Figuras de Linguagem. LEIA cada questão com muita atenção. CADA QUESTÃO VALE 0,625 PONTOS. RESOLVA primeiro as questões que julgar mais fáceis e depois, as que julgar mais difíceis pra você. MARQUE apenas uma alternativa para cada questão. Duas ou mais respostas anularão a questão. CONFIRA seu roteiro, certificando-se que não deixou nenhuma questão em branco. ENTREGUE esse roteiro ao professor, no dia 25 de maio, sexta-feira. Acredito no seu sucesso e desejamos-lhe um ótimo resultado, sempre!! Péricles da Cunha Lopes Eu estava sonhando... E há em todas as consciências um cartaz amarelo: Neste país é proibido sonhar.
2 Poema do jornal O fato ainda não acabou de acontecer e já a mão nervosa do repórter o transforma em notícia. O marido está matando a mulher. A mulher ensanguentada grita. Ladrões arrombam o cofre. A polícia dissolve o meeting. A pena escreve. Vem da sala de linotipos a doce música mecânica. Poesia Gastei uma hora pensando um verso que a pena não quer escrever. No entanto ele está cá dentro inquieto, vivo. Ele está cá dentro e não quer sair. Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira. (ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. São Paulo: Companhia das Letras, p. 35; 41; 45). Questão 01) Sobre o poema Poesia, assinale a alternativa correta. a) Há uma equivalência entre o tempo dispendido (uma hora) ao pensar um verso e o longo efeito deste ato (a vida inteira inundada), quando o poema citado pelo sujeito lírico se torna completo. b) O uso de conjunção adversativa no penúltimo verso remete à situação de que o tempo gasto com um único verso afinal foi responsável pela angústia da falta de inspiração. c) O poema desmistifica práticas poéticas de outrora, ao salientar que o trabalho linguístico lento e cerebral danifica a dinâmica da criação e esvazia os sentidos da literatura modernista. d) As ideias de inquietação e de estar vivo devem ser atribuídas ao verso, como imagens opostas entre si, embora reflitam o estado de espírito do sujeito lírico consumido pela reflexão sobre o ato poético. e) O fato de ser ressaltado que o verso não quer sair reitera a condição de inquietação com que se move o processo de criação poética, sem prejuízo da grandiosidade do ato. Questão 02) Sobre o nome da pessoa escrito com letras de macarrão e o cartaz amarelo, presentes em Sentimental, e a notícia e a doce música mecânica, citados em Poema do jornal, considere as afirmativas a seguir. I. O nome da pessoa escrito com letras de macarrão e a doce música mecânica são demonstrações de que o espírito romântico podou os excessos modernistas. II. A doce música mecânica é uma imagem que alivia as tensões proporcionadas pelo cartaz amarelo, indicando que o trânsito entre sonho e realidade nos dois poemas é invertido. III. O cartaz amarelo e a notícia são evidências que contêm o reconhecimento de que a vida moderna é pontuada pela urgência do mundo real. IV. A notícia está em desacordo com a atmosfera de devaneio experimentada no ato de escrever o nome da pessoa amada com letras de macarrão.
3 Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. Questão 03) Sobre o sujeito lírico em cada um dos três poemas, considere as afirmativas a seguir. I. O registro de alterações nos sentimentos dos sujeitos líricos é mais marcado no sujeito lírico de Sentimental do que no sujeito lírico de Poesia. II. O apego à vida material é mais externado pelo sujeito lírico de Sentimental do que pelo sujeito lírico de Poesia. III. As inquietações do sujeito lírico de Poesia estão mais vinculadas ao caráter introspectivo, enquanto em Poema do jornal sobressaem cenas cotidianas. IV. A subjetividade no sujeito lírico de Poema do jornal é mais evidente do que aquela expressa no sujeito lírico de Sentimental. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. Questão 04) Considere os versos da canção abaixo: Nosso amor é mais gostoso Nossa saudade dura mais Nosso abraço mais apertado Nós não usa as bleque tais! O samba Nóis não usa as bleque tais, composto por Adoniran Barbosa e Gianfrancesco Guarnieri, serviu de trilha sonora para a peça Eles não usam black-tie (1958). A respeito do assunto, assinale a alternativa correta. a) A escolha de um samba como trilha sonora diminuiu a contundência da crítica social pretendida pelo autor da peça, Gianfrancesco Guarnieri. b) A diferença entre o amor mais gostoso e o amor de quem usa bleque-tais, com vantagem para o primeiro, dilui o efeito da oposição entre interesses coletivos e individuais, tema central da peça. c) O samba, entoado na peça pelo personagem Chiquinho, colabora para a representação e valorização da cultura popular. d) Tião, que usa black-tie (smoking e gravata), representa na peça o opressor, cujo poder é empregado para reprimir a greve organizada pelos moradores do morro. e) A valorização da vida simples e a consequente rejeição da possibilidade de ascensão social conduzem aos finais trágicos de Tião e de Otávio.
4 TEXTO: 2 - Comum à questão: 5 Fonte: Autor anônimo Dados fictícios Questão 05) A função da linguagem que predomina neste texto publicitário é: a) Referencial b) Apelativa c) Poética d) Metalinguística e) Fática Questão 06) NÃO DEIXE a vida apagar. Disponível em: < Acesso em: abr Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas de linguagem com atribuições específicas, tanto formais quanto de conteúdo. Nessa campanha publicitária, predomina a função conativa da linguagem, porque o locutor a) imprime no texto suas marcas pessoais, seus sentimentos. b) transmite informações objetivas sobre o tema de que trata. c) busca persuadir o interlocutor a adotar certo comportamento. d) procura explicar a própria linguagem utilizada na publicidade. e) objetiva verificar ou fortalecer a eficiência da mensagem veiculada.
5 TEXTO: 3 - Comuns às questões: 7, 8 Norma e padrão 1 Uma das comparações que os estudiosos de variação linguística mais gostam de utilizar é a 2 da língua com a vestimenta. Esta, como sabemos, é bastante variada, indo da mais formal (longo e smoking) à 3 mais informal (biquíni e sunga, ou camisola e pijama). A ideia dos que fazem essa comparação é a 4 seguinte: não existem, a rigor, formas linguísticas erradas, existem formas linguísticas inadequadas. Como 5 as roupas: assim como ninguém vai à praia de smoking ou de longo, também ninguém casa de biquíni e de 6 sunga, ou de camisola e de pijama (sem negar que estas sejam vestimentas, e adequadas!), assim 7 ninguém diz me dá esse troço aí num banquete público e formal nem faça-me o obséquio de passar-me 8 o sal numa situação de intimidade familiar. 9 Os gramáticos e os sociolinguistas, cada um com seu viés, costumam dizer que o padrão 10 linguístico é usado pelas pessoas representativas de uma sociedade. Os gramáticos dizem isso, mas 11 acabam não analisando o padrão, nem recomendando-o de fato. Recomendam uma norma, uma norma 12 ideal. Vou dar uns exemplos: se o padrão é o usado pelos figurões, então deveriam ser considerados 13 padrões o verbo ter no lugar de haver ; a regência de preferir x do que y, em vez de preferir x a y ; o 14 uso do anacoluto (A inflação, ela estará dominada quando...); a posição enclítica dos pronomes átonos. O 15 que não significa proibir as mais conservadoras. Algumas dessas formas novas aparecem em muitíssimo 16 boa literatura, em autores absolutamente consagrados, que poderiam servir de base para que os 17 gramáticos liberassem seu uso para os que necessitam da licença dos outros. 18 Vejam-se esses versos de Murilo Mendes: Desse lado tem meu corpo / tem o sonho / tem a minha 19 namorada na janela / tem as ruas gritando de luzes e movimentos / tem meu amor tão lento / tem o mundo 20 batendo na minha memória / tem o caminho pro trabalho. Do outro lado tem outras vidas vivendo da minha 21 vida / tem pensamentos sérios me esperando na sala de visitas / tem minha noiva definitiva me esperando 22 com flores na mão / tem a morte, as colunas da ordem e da desordem. 23 Faltou ao poeta acrescentar: tem uns gramáticos do tempo da onça / de antes do tempo em que se 24 começou a andar pra frente. 25 Não vou citar Drummond de Andrade, com seu por demais conhecido Tinha uma pedra no meio 26 do caminho..., nem o Chico Buarque de Tem dias que a gente se sente / como quem partiu ou morreu Mas acho que vou citar Pronominais, do glorioso Oswald de Andrade: Dê-me um cigarro / Diz a 28 gramática / Do professor e do aluno / E do mulato sabido / Mas o bom negro e o bom branco / Da nação 29 brasileira / Dizem todos os dias / Deixa disso camarada / Me dá um cigarro. 30 Quero insistir: ao contrário do que se poderia pensar (e vários disseram), não sou anarquista, 31 defensor do tudo pode, ou do vale tudo. Nem estou dizendo que Nós vai é igual a Tem muito filho que 32 obedece os pais. O que estou fazendo é cobrar coerência, um pouquinho só: se o padrão vem da fala dos 33 bacanas, se os mais bacanas são os poetas consagrados, por que, antes das dez, numa aula de literatura, 34 podemos curtir seu estilo e em outra aula, depois das onze, dizemos aos alunos e aos demais 35 interessados: viram o Drummond, o Murilo, o Machado, o Guimarães Rosa? Que criatividade!!! Mas vocês 36 não podem fazer como eles. POSSENTI, Sírio. A cor da língua e outras croniquinhas de linguística. Campinas: Mercado de Letras, p (Adaptado).
6 Questão 07) Considere o seguinte trecho: Os gramáticos e os sociolinguistas, cada um com seu viés, costumam dizer que o padrão linguístico é usado pelas pessoas representativas de uma sociedade. Os gramáticos dizem isso, mas acabam não analisando o padrão, nem recomendando-o de fato. Recomendam uma norma, uma norma ideal. (Refs. 9-11). Sírio Possenti apresenta nesse trecho uma caracterização da atividade dos gramáticos. Para isso, o autor a) define a sociolinguística como uma área da linguística que visa estudar as formas linguísticas ideais e as formas linguísticas que de fato os falantes usam. b) faz uma comparação entre a atividade proposta e a atividade efetivamente realizada, que consiste na recomendação de uma norma idealizada. c) apresenta diversos exemplos de usos cotidianos da língua que demostram, de forma evidente, o fato de que as línguas são inerentemente variáveis. d) cita uma autoridade acadêmica da área dos estudos da linguagem a fim de validar as propostas teóricas e analíticas relativas à variação linguística. e) insere um quadro de definição dos vocábulos técnicos relacionados à área de estudos sociolinguísticos a fim de facilitar a compreensão do leitor. Questão 08) Em razão das características do gênero textual, o autor busca imprimir ao seu texto um tom mais informal e próximo do uso cotidiano da língua. Essa escolha estilística pode ser exemplificada pelo uso da seguinte construção: a)... nem recomendando-o de fato (Ref. 11). b)... ao contrário do que se poderia pensar... (Ref. 30). c) Vejam-se esses versos de Murilo Mendes... (Ref.18). d)...se o padrão vem da fala dos bacanas... (Refs ). e)... dizemos aos alunos e aos demais interessados... (Refs ).
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