CIRCULAR INFORMATIVA Nº 15 Data: 14/02/2017 Assunto: Legislação Federal

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1 CIRCULAR INFORMATIVA Nº 15 Data: 14/02/2017 Assunto: Legislação Federal PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO TRIBUTÁRIA (PRT) PROCEDIMENTOS No início de fevereiro, a Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB) e a Procuradoria- Geral da Fazenda Nacional (PGFN) publicaram legislação complementar que normatiza o Programa de Regularização Tributária PRT, parcelamento especial instituído pela Medida Provisória (MP) nº 766/2017. Logo a seguir, abordaremos nesta circular os procedimentos disciplinados pelos referidos órgãos. A) DISPOSIÇÕES COMUNS Nesta primeira parte, será elaborado um resumo que relaciona os principais tópicos do referido programa que compreendem ambos os órgãos. I DÉBITOS ABRANGIDOS b) Pagamento de, no mínimo, 24% (vinte e quatro por cento) da dívida consolidada em 24 (vinte e quatro) prestações mensais e liquidação do saldo mediante uso de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da CSLL ou com outros créditos; c) Pagamento à vista de 20% (vinte por cento) da dívida consolidada e parcelamento do saldo em até 96 (noventa e seis) prestações mensais; d) Parcelamento da dívida consolidada em até 120 (cento e vinte) prestações mensais, sendo que os valores mínimos são: 1ª a 12ª parcela 0,5% (cinco décimos por cento) da dívida; 13ª a 24ª parcela 0,6% (seis décimos por cento) da dívida; 25ª a 36ª parcela 0,7% (sete décimos por cento) da dívida; e, A partir da 37ª parcela saldo remanescente em até 84 (oitenta e quatro) meses. Poderão ser liquidados no PRT, por pessoa física ou jurídica, débitos vencidos até 30 de novembro de 2016, constituídos ou não, que já foram objeto de parcelamento, ativo ou rescindido, que estão em discussão administrativa ou judicial ou que sejam oriundos de lançamento de ofício. As dívidas apuradas pela sistemática do SIMPLES Nacional não podem ser parceladas. Ressaltando que existe outro programa especial, que vigora até março/2017, para este caso específico. II MODALIDADES A MP permite que débitos relacionados no item acima sejam liquidados por meio de 4 (quatro) modalidades, sendo: a) Pagamento à vista de, no mínimo, 20% (vinte por cento) da dívida consolidada e liquidação do saldo mediante uso de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da CSLL ou com outros créditos de tributos administrados pela autoridade fazendária; No âmbito da Receita Federal, o sujeito passivo poderá escolher a modalidade que achar mais conveniente entre todas as quatro; porém, na Procuradoria, apenas as opções das letras c e d estarão disponíveis. III VALOR MÍNIMO E PRESTAÇÕES O valor mínimo de cada parcela será de R$ 200,00, quando o devedor for pessoa física, e de R$ 1.000,00, quando o devedor for pessoa jurídica. Com a concretização do pagamento inicial, dentro do período hábil, as prestações seguintes vencerão no último dia útil de cada mês, sofrendo correção pela taxa Selic acumulada a partir da data de adesão. IV RESCISÃO PARCELAMENTO Haverá o cancelamento do PRT e, na sequência, a cobrança imediata do saldo devedor com os devidos acréscimos legais, quando for constatado: a) Falta de pagamento de 3 (três) parcelas consecutivas ou 6 (seis) alternadas; 1

2 b) Falta de pagamento de uma parcela, se todas as demais estiverem pagas; c) Constatação, pela SRFB ou PGFN, de qualquer ato tendente ao esvaziamento patrimonial do sujeito passivo como forma de fraudar o cumprimento do parcelamento; d) Decretação de falência ou extinção, pela liquidação, da pessoa jurídica optante; e) Concessão de medida cautelar fiscal, nos termos da Lei nº 8.397/1992; f) Declaração de inaptidão da inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ; g) Não pagar regularmente as parcelas e os débitos vencidos após 30 de novembro de 2016; ou, h) Não cumprimento das obrigações com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS. V INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES Para obter maiores informações a respeito deste programa de regularização, também é recomendável a leitura de nossa circular informativa nº 08/2017, que pode ser consultada através da página eletrônica do escritório ( B) PROCEDIMENTOS SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL Todas as ações do parcelamento dentro da esfera da SRFB foram estabelecidas pela Instrução Normativa nº 1.687, que fora publicada no Diário Oficial da União, no dia 1º de fevereiro de I ABRANGÊNCIA PARCELAMENTO Poderão ser parcelados no PRT todos os débitos administrados pela SRFB que se enquadrem no item I das Disposições Comuns desta circular. II PRAZO ADESÃO Para aqueles que desejam optar ao parcelamento especial, o prazo de adesão é entre os dias 1º de fevereiro até 31 de maio de III PEDIDO DO PARCELAMENTO O requerimento de adesão ao PRT será executado no endereço da SRFB na Internet ( dentro do Centro Virtual de Atendimento (e-cac), por certificado digital (pessoa jurídica) ou código de acesso (pessoa física). Dentro de cada modalidade, todas discriminadas no item II das Disposições Comuns, o contribuinte ainda terá de escolher os subgrupos, sendo: a) Débitos previdenciários; e, b) Demais débitos administrados pela SRFB. Nessa tela, o devedor pode selecionar um ou ambos, dependendo da natureza dos débitos que serão parcelados. IV CÓDIGOS RECEITA Para o recolhimento dos débitos consolidados, à vista ou parcelado, das contribuições previdenciárias, o optante utilizará os códigos de receita: a) 4135, quando for pessoa jurídica; e, b) 4136, quando for pessoa física. Tais pagamentos acima ocorrerão mediante preenchimento de Guia da Previdência Social (GPS). Enquanto para os demais débitos, as mesmas condições de quitação dar-se-ão por Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), usando o código V DÉBITOS EM DISCUSSÃO ADMINISTRATIVA OU JUDICIAL Na intenção de incluir débitos que estejam em discussão administrativa ou judicial no PRT, o interessado necessitará efetuar a desistência prévia das impugnações ou dos recursos administrativos e das ações judiciais, além da renúncia a quaisquer alegações de direito. Ante o exposto, para fins de formalização, o pedido de desistência e da renúncia de ações judiciais deverá ser apresentado na unidade da SRFB do domicílio tributário do sujeito passivo até dia 31 de maio de VI DESISTÊNCIA DE PARCELAMENTOS ANTERIORMENTE CONCEDIDOS 2

3 Se o contribuinte detém parcelamentos com débitos passíveis ao PRT, o saldo devedor pode ser migrado, no entanto, também se exige a desistência prévia, cuja formalização acontecerá no e-cac. É essencial informar que nessas desistências: a) Deverão ser efetuadas isoladamente em relação a cada modalidade de parcelamento da qual o sujeito passivo pretenda desistir; b) Abrangerão, obrigatoriamente, todos os débitos consolidados na respectiva modalidade de parcelamento; e, c) Implicarão imediata rescisão destes, considerando-se o sujeito passivo optante notificado das respectivas extinções, dispensada qualquer outra formalidade. Nas situações em que os pedidos de opção ao PRT sejam cancelados ou não produzam efeitos, os parcelamentos rescindidos não serão restabelecidos. VII CONSOLIDAÇÃO DÉBITOS O valor consolidado dos débitos será formado pela soma do principal, das multas e dos juros de mora. Frisa-se que a etapa final de consolidação realizar-se-á num período futuro a ser definido em legislação específica; porém, até que esse momento chegue, o optante terá de apurar e recolher o valor à vista ou o equivalente a cada parcela. VIII UTILIZAÇÃO CRÉDITOS Conforme descrito no item II das Disposições Comuns, as modalidades citadas nas letras a e b permitem que haja o aproveitamento do prejuízo fiscal e da base de cálculo negativa da CSLL, além de demais créditos. Em relação ao prejuízo e a base de cálculo, a determinação do crédito a ser usado ocorrerá pela aplicação das alíquotas abaixo sobre o valor apurado em 31 de dezembro de 2015, desde que declarados à Receita Federal até 29 de julho de a) Prejuízo Fiscal 25% (vinte por cento) sobre o montante. b) Base de Cálculo Negativa da CSLL 20% (vinte por cento) sobre o montante, no caso de instituições financeiras; 17% (dezessete por cento), no caso de cooperativas de crédito; e, 9% (nove por cento), no caso das demais pessoas jurídicas. Salienta-se que são passíveis de uso os valores decorrentes da atividade geral e rural, cujo prazo para indicação é o mesmo da consolidação, ou seja, a SRFB ainda relacionará a data. Tocante aos demais créditos, refere-se àqueles que tenham sido solicitados em pedido de restituição, ressarcimento ou reembolso através do programa Per/Dcomp (exemplo: Saldo Credor IPI, Pagamento Indevido ou Maior, dentro outros), desde que sejam transmitidos até o prazo de consolidação. Neste caso, não poderão ser utilizados os créditos: a) Que já tenham sido totalmente utilizados em compensação; b) Objeto de pedido de restituição, de ressarcimento, de reembolso ou de compensação já indeferidos, ainda que pendentes de decisão definitiva; ou, c) Em outras circunstâncias em que a legislação tributária vede a compensação. Em ambos os casos, tanto para prejuízo fiscal/base de cálculo, quanto para os demais créditos, a fiscalização da Receita Federal terá 5 (cinco) anos para analisar os dados apresentados pelo sujeito passivo, a partir da data de prestação das informações. IX RECURSO ADMINISTRATIVO Caso a pessoa física ou jurídica que tenha aderido ao PRT sofra a rescisão do parcelamento, há possibilidade de questionar a decisão através de recurso. Tal defesa pode ser apresentada dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado da data de ciência da exclusão, e será apreciada pela Delegacia da autoridade fazendária do domicílio tributário do contribuinte. O recurso terá efeito suspensivo, e enquanto estiver pendente de análise, o sujeito passivo deverá continuar a recolher as prestações devidas. 3

4 A decisão proferida pelo órgão julgador será considerada definitiva na esfera administrativa. X RESCISÃO PARCELAMENTO Confirmando-se a rescisão, o saldo devedor residual será remetido para Dívida Ativa com prosseguimento da cobrança. C) PROCEDIMENTOS PROCURADORIA- GERAL DA FAZENDA NACIONAL Na PGFN, a regulamentação do programa especial deu-se pela edição da Portaria nº 152, publicada no Diário Oficial da União em 03 de fevereiro de I ABRANGÊNCIA PARCELAMENTO Poderão ser parcelados todos os débitos administrados pela PGFN, desde que classificados no conceito do item I das Disposições Comuns desta circular. Além destes, também é passível de negociação na Procuradoria, os valores relativos ao FGTS. II PRAZO ADESÃO Dependendo do tipo de débito a ser incluído, o prazo de adesão acontecerá em períodos diferentes, sendo: a) 06 de fevereiro até 05 de junho de 2017: parcelamento de demais débitos; b) 06 de março até 03 de julho de 2017: parcelamento de débitos previdenciários e FGTS. No que tange ao Fundo de Garantia, todos os trâmites serão executados junto à Caixa Econômica Federal, na agência onde o sujeito passivo reside. III PEDIDO DO PARCELAMENTO O pedido de adesão ao PRT dar-se-á por meio da página eletrônica da Procuradoria-Geral ( dentro do seu Centro Virtual de Atendimento (e-cac), opção Programa de Regularização Tributária, disponível no menu Benefício Fiscal. IV CONSOLIDAÇÃO DÉBITOS O valor consolidado será constituído a partir da adição do principal, da multa de mora ou de ofício, dos juros de mora e dos honorários ou encargos-legais. V GARANTIA O parcelamento especial não dependerá de apresentação de garantia, desde que o valor consolidado não ultrapasse R$ ,00 (quinze milhões de reais). Segundo a legislação, pode ser concedida carta fiança ou seguro garantia judicial. Havendo exigência, o optante deverá protocolizar na unidade de atendimento integrado da SRFB do seu domicílio tributário os documentos a seguir: a) Requerimento assinado pelo próprio devedor (no caso de pessoa física) ou pelo responsável legal (pessoa jurídica), ou procurador; b) Documento de constituição da pessoa jurídica ou equiparada, com as respectivas alterações que permitam identificar os responsáveis por sua gestão; c) Documento de identificação da pessoa física; do inventariante, no caso de espólio; do titular de empresa individual; do representante legal indicado no ato constitutivo, no caso de sociedade; ou do procurador legalmente habilitado, se houver; d) Darf que comprove o recolhimento da 1ª (primeira) parcela, de acordo com o montante confessado e o prazo pretendido; e) Cópia da petição de renúncia devidamente protocolizada, ou de certidão do Cartório que ateste a situação das respectivas ações, na hipótese de débitos discutidos judicialmente; f) Se a garantia for por carta fiança, apresentar documentação relacionada na Portaria PGFN nº 644/2009; ou, g) Se for por seguro garantia judicial, documentação relacionada na Portaria PGFN nº 164/2014. Reforça-se que a garantia deve ser suficiente para cobrir o valor total do parcelamento e que a PGFN, após a recepção dos 4

5 itens acima, verificará a sua idoneidade, acessibilidade e liquidez. Para o FGTS, a negociação da garantia e entrega de documentos relativos ocorrerá na própria Caixa. BIASON ASSESSORIA EMPRESARIAL Vinícius Felipe Biason Ramon Adriano de Borba VI DESISTÊNCIA DE PARCELAMENTOS ANTERIORMENTE CONCEDIDOS Para inclusão no PRT de dívidas com parcelamentos ativos, o optante solicitará a desistência no endereço da Procuradoria-Geral na Internet, respeitando os prazos de adesão dispostos no item II. No entanto, referente as contribuições previdenciárias e ao FGTS, sua solicitação será efetivada nas unidades de atendimento da RFB e nas agências da Caixa Federal, respectivamente. VII DÉBITOS EM DISCUSSÃO JUDICIAL Débitos discutidos em ações judiciais podem ser quitados pelo programa especial, desde que a pessoa física ou jurídica interessada realize sua desistência prévia, inclusive renunciando possível alegação de direitos. Neste caso, para fins de efetivação, necessita-se apresentar a petição na unidade de atendimento integrado da SRFB, observando os prazos de adesão para cada tipo de débito (item II). Conforme descrito inúmeras vezes nesta circular, no caso do FGTS, tais procedimentos serão feitos diretamente com os atendentes da Caixa. VIII REVISÃO CONSOLIDAÇÃO A revisão da consolidação será executada pela própria PGFN, a pedido do sujeito passivo ou de ofício, implicando no recálculo de todas as parcelas devidas. IX RESCISÃO PARCELAMENTO Rescindindo o parcelamento, apurar-se-á o saldo devedor, com o prosseguimento da cobrança, extrajudicial ou judicial. Todavia, há possibilidade de questionar o cancelamento do PRT pelo optante, desde que interponha recurso, no prazo de 15 (quinze) dias, contados a partir da ciência da decisão de exclusão. 5