A GESTÃO DO PCMSO. (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional)

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1 A GESTÃO DO PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional)

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3 GUSTAVO FRANCO VELOSO A GESTÃO DO PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) Procedimentos do Ministério Público do Trabalho de interesse do Médico do Trabalho Estatísticas dos procedimentos no âmbito do MPT/MG acerca do temário Meio Ambiente do Trabalho Irregularidades mais frequentes na elaboração, implementação, controle e apresentação dos resultados do PCMSO Consequências da gestão deficitária do PCMSO Pilares da gestão do PCMSO Um modelo de gestão do PCMSO

4 R EDITORA LTDA. Todos os direitos reservados Rua Jaguaribe, 571 CEP São Paulo, SP Brasil Fone (11) Agosto, 2018 Produção Gráfica e Editoração Eletrônica: RLUX Projeto de capa: FABIO GIGLIO Impressão: BOK2 Versão impressa LTr ISBN Versão digital LTr ISBN Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Veloso, Gustavo Franco A gestão do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) / Gustavo Franco Veloso. São Paulo : LTr, Bibliografia. 1. Ambiente de trabalho 2. Medicina do trabalho 3. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 4. Saúde ocupacional 5. Segurança do trabalho 6. Serviço de saúde Administração I. Título CDD Medicina do trabalho Índice para catálogo sistemático:

5 Agradecimentos aos colaboradores: Prof. Dr. Hudson de Araújo Couto (Médico do Trabalho) Dr. Geraldo Magela Ribeiro de Souza (Procurador Federal) Dr. Genderson Silveira Lisboa (Procurador do Trabalho) Dedicatória: Para Iara e nossos filhos Gustavo, Davi e Osvaldo

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7 Sumário I. Prefácio II. Introdução III. Procedimentos do Ministério Público do Trabalho de interesse do Médico do Trabalho IV. Estatística dos procedimentos no âmbito do MPT/MG acerca do temário meio ambiente do trabalho V. Rol das irregularidades mais comuns verificadas na gestão do PCMSO, à luz das exigências das NRs Do objeto PCMSO em instituições públicas Programa de Promoção de Saúde e o perfil de saúde da população de trabalhadores Programa de Prevenção de Saúde e os riscos ocupacionais do meio ambiente de trabalho Gestão das medidas de ação do Programa de Promoção de Saúde e do Programa de Prevenção de Saúde Gestão do PCMSO das empresas terceirizadas Das Diretrizes Articulação do PCMSO com os demais programas de saúde implementados na empresa O rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho como parte das medidas de ações de prevenção do PCMSO A prescrição do instrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação saúde e trabalho A utilização do instrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação saúde e trabalho dentro do modelo de gestão As questões incidentes sobre o trabalhador na abordagem da relação saúde e trabalho

8 O planejamento e implantação do PCMSO com base nos riscos à saúde dos trabalhadores, especialmente os identificados nas avaliações previstas nas demais NR Das responsabilidades da empresa e do Médico Coordenador do Programa A elaboração do PCMSO como um programa de gestão de saúde baseado no planejamento, controle e auditoria dos seus resultados e metas O conteúdo do PCMSO principalmente quando o programa não é elaborado pelo SESMT próprio da empresa PCMSO corporativo Das responsabilidades do Médico Coordenador do Programa Do desenvolvimento e apresentação dos resultados Da definição clara e objetiva dos critérios de interpretação de todos os exames prescritos e das condutas a serem tomadas diante da alteração destes exames Capacitação dos trabalhadores Critérios de interpretação dos exames audiométricos Avaliação clínica ocupacional da saúde mental do trabalhador Prescrição da monitorização biológica Preenchimento do atestado de saúde ocupacional Prontuário médico do trabalhador Prescrição da repetição dos exames complementares alterados Elaboração do Relatório Anual do PCMSO Emissão de CAT VI. Pilares para a gestão do PCMSO Descrição dos 05 pilares para a gestão do PCMSO A Política de SST B Organização do PCMSO C Planejamento e Execução do PCMSO D Auditoria do PCMSO E Medidas de melhoria do PCMSO VII. As consequências da gestão deficitária do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PCMSO A Ação Regressiva (Previdenciária) Acidentária B Termo de Ajustamento de Conduta TAC I Gestão do PCMSO NR II Gestão do PCMSO em Serviços de Saúde NR III Ergonomia

9 IV Programa de Conservação Auditiva (PCA) V Empresa terceirizada prestadora de serviço de SST (Saúde e Segurança do Trabalho) C A inclusão do Médico do Trabalho no polo passivo dos IC e ACP VIII. Um modelo de gestão do PCMSO I Apresentação do PCMSO II Objetivos do programa III Diretrizes do programa IV Responsabilidades do médico coordenador do PCMSO V Desenvolvimento do PCMSO VI Relatório anual do PCMSO IX. Conclusão X. Glossário XI. Bibliografia XII. Currículo do autor

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11 I Prefácio Qual é o papel básico de um médico do trabalho dentro de uma empresa? É a atuação preventiva, de evitar que o trabalhador tenha algum comprometimento de saúde em decorrência do trabalho. Essa premissa, que aprendi logo nas primeiras aulas do Curso de Medicina do Trabalho, em 1975, veio acompanhada de mais duas responsabilidades: de promover atenção global à saúde do trabalhador e de promover qualidade de vida das pessoas que trabalham. A instituição do PCMSO em dezembro de 1994, por meio da Portaria n. 24 do Ministério do Trabalho, representou um passo de enorme importância para a consecução desses objetivos. A rigor, defendo há mais tempo a noção da necessidade de que os médicos do trabalho, agraciados por lei com uma reserva de mercado extraordinária, têm a obrigação de enriquecer seus exames médicos periódicos com uma série de ferramentas diferentes: o censo de ergonomia, para estudar o que pode trazer de desconforto, dificuldade, fadiga, dolorimento ou dor ao se executar o trabalho; questionários de estresse e de saúde mental procurando verificar a delicada questão dos fatores psicossociais do trabalho que podem resultar em quadros de ansiedade ou depressão com as atividades; e outros exames, sem menosprezar os tradicionais monitoramento biológico de trabalhadores expostos ao risco químico, as audiometrias periódicas, os exames de função pulmonar e outros de valor preditivo. Mas, como fazer para que tudo isso seja realidade e que o PCMSO cumpra seus objetivos inicialmente almejados? Esta é a importância do presente livro, escrito pelo Dr. Gustavo Franco Veloso. Tomando como base a oportunidade profissional, de estar envolvido nas ações do Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais, o autor analisou centenas de casos da prática do PCMSO e de seus relatórios e passou a verificar especialmente os pontos de fragilidade. Nas reuniões que tinha com as empresas, destacando como fazer para que o PCMSO tivesse o valor preventivo, por muitas vezes o Dr. Gustavo Veloso ouviu das empresas o pedido para que suas orientações estivessem escritas. Ele resolveu então escrever este livro. 11

12 Na primeira parte, o autor apresenta os procedimentos do Ministério Público e uma útil estatística sobre as irregularidades mais encontradas em empresas fiscalizadas. Sutilezas são abordadas, como os principais desacertos dos programas de ergonomia, que muitas vezes deixam de lado as importantes questões da organização do trabalho, e também aspectos de difícil resolução, como as questões relacionadas às normas da matriz a serem seguidas por todas as unidades, muitas vezes não considerando as peculiaridades das unidades produtivas. A segunda parte é orientativa, inclusive fornecendo modelo de como fazer a gestão correta do PCMSO, passando exemplos de fluxogramas orientadores de ações corretas diante dos achados encontrados e também com exemplos de análises estatísticas capazes de orientar quanto à prática da boa epidemiologia, ponto fundamental para se garantir a detecção precoce de fatores do trabalho que possam se tornar ameaça à saúde das pessoas que trabalham. O livro aqui apresentado contém material suficiente e de qualidade para que o médico do trabalho trabalhe bem, de forma proativa, suspeitosa e com qualidade, garantindo os objetivos básicos da Medicina do Trabalho colocados no primeiro parágrafo deste Prefácio. Belo Horizonte, maio de Hudson de Araújo Couto Médico do Trabalho e Doutor em Administração Ex-Diretor Científico da ANAMT Associação Nacional de Medicina do Trabalho Coordenador da Pós-Graduação em Medicina do Trabalho da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais-Feluma 12

13 Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do corpo, e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia...e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos. Fernando Teixeira de Andrade O Medo: O Maior Gigante da Alma

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15 II Introdução Mesmo depois de mais de duas décadas da publicação da NR-7 Norma Regulamentadora 07 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional Portaria n /78 do Ministério do Trabalho e Emprego, é notório o desconhecimento de grande parte das empresas, incluindo seus profissionais de saúde e segurança do trabalho, sobre as exigências, os objetivos, as diretrizes, o desenvolvimento, o controle e, sobretudo, quanto à forma da apresentação dos resultados do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PCMSO. O fato é que a grande maioria dos PCMSOs continua sendo elaborada no antigo viés da Medicina do Trabalho que se contenta apenas com a prescrição de exames médicos e a realização de exames complementares em detrimento de ações que contemplem a profunda integração da dimensão do indivíduo e da coletividade de trabalhadores na abordagem da relação saúde e trabalho e da instituição de ações focadas na promoção da saúde dos trabalhadores. E, hodiernamente, descortina-se mais um desafio para o Médico do Trabalho profissional responsável pela elaboração e execução do PCMSO: a necessidade de comprovação da eficácia das ações do programa no tocante às suas medidas de Prevenção e Promoção da Saúde dos trabalhadores. Para esta nova concepção e exigência do PCMSO, urge a necessidade de que o programa seja elaborado, executado e controlado dentro de um modelo de gestão. Neste diapasão, apresento-lhes em alguns capítulos, o resultado da análise crítica do PCMSO de centenas de empresas com o objetivo principal de estimular os colegas Médicos do Trabalho e outros profissionais da área, incluindo os gerentes das empresas responsáveis pela contratação da sua equipe técnica de SST, a uma reflexão sobre a abrangência das exigências da NR-7 e a necessidade da elaboração de um programa de saúde do trabalhador com foco na eficácia de suas ações de Prevenção e Promoção da Saúde. Cumpre destacar neste trabalho os requisitos básicos que devem integrar os pilares da gestão do PCMSO para fins do seu cumprimento às exigências normativas e ao balizamento profissional do Médico do Trabalho, bem como o rol das irregularidades mais comuns constatadas acerca da elaboração e execução do PCMSO e ainda um exemplo de PCMSO elaborado dentro de um modelo de gestão. 15

16 As Ações Regressivas Acidentárias Previdenciárias, a inclusão do Médico do Trabalho no polo passivo dos procedimentos do Ministério Público do Trabalho e o conteúdo dos Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) mais prevalentes em Medicina do Trabalho: gestão do PCMSO, Ergonomia e Programa de Conservação Auditiva (PCA) frutos da gestão deficitária do PCMSO, também serão objeto desse estudo. Desta forma, espero que este trabalho possa contribuir para o aprimoramento da gestão do PCMSO de inúmeras empresas em prol da sua eficácia na Prevenção e Promoção da Saúde dos trabalhadores e na valorização da atividade da própria Medicina do Trabalho, tanto sob a ótica empresarial como na visão dos próprios trabalhadores. 16

17 III Procedimentos do Ministério Público do Trabalho de interesse do Médico do Trabalho Destacam-se abaixo alguns esclarecimentos sobre os procedimentos e atuação do Ministério Público do Trabalho, tendo em vista os recorrentes questionamentos sobre estes quesitos por parte dos colegas Médicos do Trabalho e dos gerentes de SST das empresas. 1) Atribuições do MPT: 1.1 O Ministério Público do Trabalho (MPT) é o ramo do MPU que tem como atribuição fiscalizar o cumprimento da legislação trabalhista quando houver interesse público, promovendo a defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados direitos sociais constitucionalmente garantidos aos trabalhadores. O MPT pode instaurar inquéritos civis e outros procedimentos administrativos, notificar as partes envolvidas para que compareçam a audiências, forneçam documentos e outras informações necessárias a partir do recebimento de denúncias, representações, ou por iniciativa própria. 2) Fonte e recebimento de denúncias no MPT: 2.1 As denúncias encaminhadas ao MPT podem ser anônimas ou sigilosas e se originarem dos próprios trabalhadores, servidores, sindicato, da fiscalização do Ministério do Trabalho, da Justiça do Trabalho, etc. As denúncias (REP) são convertidas em procedimentos preparatórios (PP) ou inquéritos civis (IC), que são instruídos com depoimentos, documentos e relatórios de fiscalizações in loco e outras medidas necessárias para o esclarecimento dos fatos denunciados. No final deste capítulo há um exemplo de modelo da apreciação prévia de uma denúncia recebida pelo MPT. 3) Onde realizar e encaminhar as denúncias ao MPT: 3.1 As denúncias ao MPT 3ª Região podem ser feitas através da internet no sítio eletrônico do MPT 3ª Região no endereço < prt3.mpt.mp.br/denuncia#> ou pessoalmente na Procuradoria Regional em Belo Horizonte ou nos seus Ofícios espalhados no interior do Estado. Procuradorias do Ministério Público do Trabalho 3ª Região (PRT Procuradoria Regional do Trabalho) (PTM Procuradoria do Trabalho no Município) 17