MIINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ UFPI PRÓ-REITORIA DE PESQUISA PROPESQ

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1 MIINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ UFPI PRÓ-REITORIA DE PESQUISA PROPESQ REMUNERAÇÃO DE PROFESSORES DE ESCOLAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA NO CONTEXTO FUNDEB E DO PSPN O CASO DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE ENSINO DE TERESINA. Iraneide Moraes Lopes Oliveira (Bolsista do PIBIC/UFPI); Luís Carlos Sales(Orientador Departamento de Fundamentos da Educação UFPI) INTRODUÇÃO O presente resumo expandido apresenta os resultados de uma pesquisa de Iniciação Científica, desenvolvida entre julho de 2014 a julho de 2015, intitulada Remuneração de professores de escolas públicas da educação básica no contexto do FUNDEB e PSPN o caso da Rede Pública Municipal de Ensino de Teresina. Tem como objetivo analisar o impacto das mudanças ocorridas na remuneração dos professores da Rede Pública Municipal de Ensino de Teresina, na passagem de um Plano de Carreira para outro, que aconteceu entre os anos de 2009 e 2010, a partir da implementação da Lei Complementar nº 3.951/2009. Este estudo faz parte de uma pesquisa nacional que envolve 12 Estados brasileiros: São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraíba, Piauí, Roraima, Pará, Minas Gerais e Rio Grande do Norte, sob a coordenação das Universidades Federais do Paraná (UFPR), Pará (UFPA) e Mato Grosso do Sul (UFMS). No Estado do Piauí, este estudo é desenvolvido por pesquisadores que integram o NUPPEGE - Núcleo de Estudos e Pesquisas em Políticas e Gestão da Educação da Universidade Federal do Piauí. O estudo procedeu uma revisão bibliográfica sobre o tema estudado, baseada em obras de autores como Lisete Arelaro, Thiago Alves, Nicholas Davies, José Marcelino Pinto, Andrea Gouveia, dentre outros, bem como uma análise da legislação vigente. Para investigar o momento que acontece a passagem de um plano de carreira para outro, por meio de análise comparativa, foram utilizados 120 contracheques de 60 professores, sendo 60 contracheques referentes a dezembro de 2009 e 60 referentes a janeiro de 2010.

2 METODOLOGIA A pesquisa teve como atividade inicial um estudo bibliográfico e uma pesquisa documental, bem como a coleta e análise de contracheques de professores, referentes aos meses de dezembro de 2009 e janeiro de 2010, com vistas a capturar o momento em que acontece a passagem de um plano de carreira para outro, por meio de análise comparativa deses contracheques. Foram coletados 10 contracheques de cada classe (A, B, C, D, E e F), referentes ao mês de dezembro de 2009, totalizando 60 contracheques de 60 professores. Desses mesmos 60 professores, foram coletados seus contracheques referenes a janeiro de 2010, totalizando 120 contracheques. Em seguida os itens de cada contracheque foram tabulados em planilha eletrônica (Excel ). RESULTADOS E DISCUSSÃO Considerando a relação entre o vencimento e a remuneração, a pesquisa revelou que existe uma tendência de crescimento dos vencimentos de 2009 (antes da mudança do Plano), à medida que o professor cresce na carreira. Ao contrário acontece, em 2010 (depois da mudança do Plano), à medida que o professor cresce na carreira, esse percentual diminui, significa dizer que o vencimento dos professores nos níveis mais baixos da carreira, percentualmente eram mais baixo em 2009, ao contrário em 2010, o vencimento dos professores, nos níveis mais baixos da carreira, percentualmente ficaram mais altos. Em relação aos itens dos contracheques, a pesquisa revelou que a composição desses itens mudou bastante. Comparado os contracheques de dezembro de 2009 com os de janeiro de2010, constatou-se que, em 2009, os professores recebiam vários tipos de gratificações e benefício, que, em conjunto, compunham a remuneração dos professores. Em 2010, houve um aumento significativo no vencimento, pois os itens que compunham os contracheques como abonos, gratificações, adicional de tempo de serviço e vantagens salariais foram incorporados no vencimento, ficando os contracheques com poucos itens. Contudo, observa-se que houve um aumento significativo no valor do vencimento, passando para 76,8%, seguido dos itens Gratificação de Incentivo a Docência (GID), com 17,6%, seguida da Gratificação de Titulação, que após a mudança do plano, já aparece com 3,7%. Vale destacar que esse percentual tende a crescer, a partir do provável aumento da quantidade de especialistas, mestres e doutores na rede nos anos seguintes, Os demais itens apresentam valores abaixo de 1%.

3 Portanto, as mudanças mais significativas ocorridas a partir da mudança de plano de carreira foram à elevação do percentual do vencimento em relação à remuneração, que saiu de 22,6% para 76,8%, e o pequeno crescimento da Regência, que saiu de 16,5% para 17,6%. É importante destacar que, antes do plano, uma regência que correspondia 45% de um vencimento pequeno, significava apenas 16,5% da remuneração. A nova regência, denominada de Gratificação de Incentivo à Docência (GID), embora corresponda a um percentual em torno de 22% do vencimento, quando é calculado em relação a um vencimento maior, passa a corresponder a 17,6% da remuneração, superando o percentual da Regência do Plano anterior. CONCLUSÃO A pesquisa de iniciação científica permitiu concluir que, mediante análise de uma amostra de 120 contracheques de 60 professores da referida rede, houve impacto positivo na remuneração de alguns docentes da rede municipal de ensino. Em 2010, houve um aumento significativo no vencimento, pois alguns itens que compõem os contracheques foram incorporados ao vencimento. Verificou-se que os professores que recebiam gratificação de desempenho escolar (Lei do Ranking) foram beneficiados na passagem do plano, pois foram inseridos numa classe e nível superior, quando comparados com os professores com a mesma formação e tempo de serviço, havendo assim quebra de isonomia.

4 REFERÊNCIAS ALVES T., PINTO, J. M. de R. Remuneração e características do trabalho docente no Brasil: um aporte Cadernos de Pesquisa, v. 41, n. 143, mai/ago, ARELARO, L. R. G. Fundef: uma avaliação preliminar dos dez anos de sua implantação. In: Anais da 30ª Reunião Anual da ANPED, ARELARO, Lisete Regina Gomes. Formulação e implementação das políticas públicas em educação e as parcerias público-privadas: impasse democrático ou mistificação política? Educação e Sociedade. Campinas, v. 28, n. 100, BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Edição administrativa do texto constitucional promulgado em 05 de outubro de 1988, com alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais n 1/1992 a 56/2007 e pelas emendas Constitucionais de Revisão n 1 a 6/1994. Brasília: Senado Federal, Constituição (1988). Emenda Constitucional n 53, de 19 de dezembro de Dá nova redação aos artigos 7, 23, 30, 2006, 208, 211 e 212 da Constituição Federal e ao artigo 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Disponível em: < Acesso em: 20 jun Lei Nº 9.394, de 24 de dezembro de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: < Acesso em: 04Junho Lei nº , de julho de 2008, que institui o Piso Salarial Profissional Nacional para os profissionais do magistério público da educação básica. Disponível em: < acesso em 04 março. 2015b. CASTRO. Silvania Uchôa. A política de remuneração dos professores da Rede Pública Municipal de Ensino de Teresina PI ( 1996 a 2012) Dissertação (Mestrado em educação). Universidade Federal do Piauí, Teresina. DAVIES, Nicholas. O financiamento da educação estatal no Brasil: velhos e novos desafios. Cadernos de Ensaios e Pesquisas, Niterói - RJ, v. 4, p , GATTI, B. A.; BARRETO, E. S. de SÁ. Professores do Brasil: impasses e desafios. Brasília, UNESCO, GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo:Atlas, GOUVEIA, A. B, SOUZA, A. R. Os trabalhadores docentes da educação básica em uma leitura possível das políticas educacionais. Arquivos Analíticos de Políticas Educativas, vol. 19, jan, GOUVEIA, A. B.; CRUZ, R. E.; CAMARGO, R. B.; OLIVEIRA, J.. Condições de trabalho docente, ensino de qualidade e custo-aluno ano. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, v. 22, p ,

5 PINTO, José Marcelino, Silvania Aparecida de Souza( org.) Para onde vai o dinheiro? Caminhos e descaminhosdo financiamento da educação. São Paulo: xamã, RICHARDSON, Roberto Jarry, Pesquisa social: método e técnicas. 3. Ed. São Paulo: Atlas, SALES, Luís Carlos. O impacto da lei do piso no plano de carreira do magistério público do município de Teresina< disponível em Acesso em: 20 maio TERESINA. Lei nº 1.870, de 02 de dezembro de Dispõe sobre o Estatuto sobre o Magistério Público de 1º e 2º graus da Rede de Ensino do Município de Teresina. Diário Oficial do Município, Teresina, 05 de dez Lei nº 2.972, de 17 de janeiro de 2001, dispõe sobre o Estatuto e o Plano de Cargos e Salários do Magistério Público da Rede de Ensino do Município de Teresina.. Lei nº 3.089, de 18 de abril de 2002, institui a gratificação de desempenho escolar no âmbito das escolas da rede pública municipal de ensino de Teresina ao pessoal do magistério.. Lei Complementar nº 3.951, de 17 de dezembro de 2009, que Altera dispositivos da Lei nº 2.972, de 17 de janeiro de 2001, que Dispõe sobre o Estatuto e o Plano de Cargos e Salários do Magistério Público da Rede Ensino do Município de Teresina, Disponível em Acesso em: 10 jun Lei Complementar nº 4.018, de 1ºde junho de Altera dispositivos da Lei nº 2.972, de 17 de janeiro de 2001, que Dispõe sobre o Estatuto e o Plano de Cargos e Salários do Magistério Público da Rede Ensino do Município de Teresina, com as modificações da Lei Complementar nº 3.951, de 17 de dezembro de Disponível em h.pdf> Acesso em: 01 jun