Instituto Politécnico de Beja Escola Superior de Saúde de Beja Curso de Licenciatura em Enfermagem 2º Ano / 2º Semestre U.C. Enfermagem Cirúrgica
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- Filipe Galindo Covalski
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1 Instituto Politécnico de Beja Escola Superior de Saúde de Beja Curso de Licenciatura em Enfermagem 2º Ano / 2º Semestre U.C. Enfermagem Cirúrgica Intervenções de Enfermagem à pessoa submetida a amputação de um membro inferior Professora: Intervenções de Enfermagem na pessoa submetida a amputação de um membro inferior 1
2 O QUE É A AMPUTAÇÃO? Amputação é o termo utilizado para designar a separação de um membro ou parte dele, do corpo a que pertence, por meio de um corte. Quando a ablação é realizada sobre uma articulação, isto é, sem secção óssea, diz-se que se realizou uma desarticulação. CAUSAS DA AMPUTAÇÃO Congénitas: Malformações Adquiridas: Traumáticas: esmagamento, queimaduras, congelamento Neoplásicas Infecciosas: osteomielite, feridas sépticas Vasculares 2
3 CAUSAS VASCULARES DA AMPUTAÇÃO A doença vascular periférica é responsável pela maioria das amputações das extremidades inferiores: Arteriosclerose (Doença arterial Periférica) Lesões vasculares e neurológicas Secundárias da Diabetes Mellitus EXAMES DE DIAGNÓSTICO Para Avaliar a Permeabilidade Vascular DOPPLER ANGIOGRAFIA 3
4 NÍVEL DE AMPUTAÇÃO Factores Condicionantes Diagnóstico Idade do doente Possibilidade de deambulação com prótese Circulação periférica da área NÍVEIS DE AMPUTAÇÃO NO MEMBRO INFERIOR 4
5 Intervenções de enfermagem visando a adaptação a uma prótese INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Período Pré-operatório APOIO EMOCIONAL PREPARAÇÃO FÍSICA 5
6 PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO Apoio Emocional: O que é? PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO Preparação Física - Exercícios de Fortalecimento Muscular - Exercícios isométricos e isotónicos para as articulações residuais do membro a operar e membro não afectado Exercícios isotónicos dos vários grupos articulares dos membros superiores Elevação do tronco através do trapézio suspenso na cama, em decúbito ventral (tipo flexão), na beira da cama e cadeira de rodas. 6
7 PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO Preparação Física - Exercícios de Treino de Equilíbrio e de Marcha - Equilíbrio na perna contrária à amputação Levante de uma cadeira sem apoio e ficar em pé na perna contrária à amputação Treino de marcha com canadianas ou nas barras paralelas com flexão do joelho do membro a amputar, se possível frente a um espelho quadriculado. PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO Preparação Física - Risco de Aparecimento da Dor Fantasma - Informar o doente que após a amputação poderá continuar a sentir a presença da extremidade amputada Informar que a sensação de membro fantasma é normal, pode ou não ser dolorosa e desaparece temporariamente Informar que este tipo de sensação pode ser minimizada através de : - mobilizações activas do coto - mobilizando mentalmente os dedos do pé amputado - uso posterior de prótese 7
8 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Período Pós -Operatório - Presença de Dor no Coto - Caracterizar a dor Administrar analgesia prescrita Mudar de posição Mobilizar precocemente o coto Reforçar a explicação sobre o membro fantasma Disponibilidade para escutar / respeito das queixas do doente INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Período Pós - Operatório - Risco de Edema do Coto - Elevar os pés da cama, permitindo a elevação do coto Não colocar almofadas na região poplítea ou sob o coto Executar o penso compressivo com ligadura elástica Incentivar á mobilização do coto precocemente 8
9 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Período Pós - Operatório - Risco de Hemorragia do Coto- Vigiar o penso do coto Vigiar a drenagem do coto Informar o médico se a drenagem aumentar Avaliar os sinais vitais AMPUTAÇÃO DO 1/3 SUPERIOR DA PERNA / ABAIXO DO JOELHO 9
10 AMPUTAÇÃO DO 1/3 SUPERIOR DA PERNA / ABAIXO DO JOELHO INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Período Pós - Operatório - Risco de Infecção da Sutura- Executar o penso com técnica asséptica Despistar a presença de sinais inflamatórios ou sinais de isquémia Informar o médico das alterações verificadas e registar 10
11 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Período Pós Operatório - Risco de Contracturas a nível da Articulação Coxo-Femural ou Joelho - Incentivar ao decúbito ventral com frequência Em decúbito dorsal, manter o coto em posição neutra Efectuar o decúbito lateral para o lado amputado Mobilizar activamente o coto e incentivar ao levante precoce INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Período Pós Operatório - Risco de Contracturas a nível da Articulação Coxo-Femural ou Joelho - (cont.) Não colocar almofadas na região poplítea, sob o coto ou entre as coxas 11
12 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Período Pós Operatório - Risco de Contracturas a nível da Articulação Coxo-Femural ou Joelho - (cont.) Não se deitar com o joelho flectido, do lado amputado Não pendurar o coto para fora da cama INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Período Pós Operatório - Risco de Contracturas a nível da Articulação Coxo-Femural ou Joelho - (cont.) - Após o levante - Não se sentar na cadeira de rodas com o joelho flectido, colocandose na mesma uma tábua de apoio Não permanecer sentado durante longos períodos 12
13 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Período Pós Operatório - Risco de Contracturas a nível da Articulação Coxo-Femural ou Joelho - (cont.) - Após o levante - Não apoiar o coto no apoio de mão da canadiana ou no braço da cadeira de rodas INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Período Pós Operatório - Risco de Contracturas a nível da Articulação Coxo-Femural ou Joelho - (cont.) - Após o levante - Aplicar a ligadura elástica compressiva, de forma a evitar a flexão da articulação 13
14 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Período Pós Operatório - Risco de Mobilidade diminuída - Incentivar à prática dos exercícios do pré-operatório, com o objectivo de manter e melhorar a força muscular e melhorar o equilíbrio e posturas: - exercícios isométricos e isotónicos para todos os grupos musculares - exercícios de treino de equilíbrio e de marcha INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Período Pós Operatório - Alteração da Imagem Corporal - Aceitar as suas manifestações de frustração / revolta e ajudar os familiares a compreenderem as mesmas Dar oportunidade para expressar os seus sentimentos Encorajar o doente a olhar o membro amputado Encorajar o doente á independência nas A.V.D. e envolvê-lo na sua reabilitação Incentivar para o uso de prótese, logo que possível 14
15 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Período Pós Operatório - Risco da não funcionalidade do coto para o uso de prótese - Promover os requisitos para a funcionalidade do coto Comprimento adequado Indolor Moldado conicamente Cicatriz sem quelóides Força muscular para activar a prótese LIGADURA DO COTO 15
16 LIGADURA DO COTO - OBJECTIVOS - Prevenir a hemorragia e o edema Diminuir e moldar o coto conicamente Objectivos da aplicação correcta da ligadura elástica Dar firmeza aos tecidos moles Diminuir a formação de contracturas Favorecer um bom retorno venoso Reduzir a dor Ensinar o doente / família a efectuar a ligadura do coto e incentivar à sua aplicação até ao uso de prótese LIGADURA DO COTO - CARACTERÍSTICAS - Elástica Resistente Acima do joelho 6/7mt 15cm Abaixo do joelho 6mt 10cm 16
17 LIGADURA DO COTO - PRINCÍPIOS BÁSICOS - Aplicar a ligadura com firmeza, diminuindo a pressão da parte distal para a proximal Nunca fazer circulares Aplicar a ligadura com o coto em extensão Deve ser usada permanentemente e refeita em SOS Deve colocar-se sempre que o doente: - não use prótese - tenha que permanecer acamado PLANO DE ENSINO PARA A ALTA - Cuidados ao Coto - Observar diariamente o coto usando um espelho Efectuar a higiene cuidada do coto, com sabonete neutro Não aplicar qualquer produto sobre o coto, após a higiene Massajar apenas a cicatriz do coto com creme gordo Ensinar sobre a técnica da ligadura elástica, a qual deverá aplicar até ao uso de prótese 17
18 PLANO DE ENSINO PARA A ALTA - Cuidados ao Coto - (cont.) Evitar que o coto fique em flexão, quer na cama quer na cadeira de rodas Não apoiar o coto na pega da canadiana Não dormir com almofadas sob o joelho do lado do coto Não colocar almofadas entre as coxas Executar em casa todos os exercícios ensinados PLANO DE ENSINO PARA A ALTA - Cuidados à Prótese - As partes laváveis da prótese, devem ser limpas diariamente com água e sabão e bem secas posteriormente Colocar a prótese assim que se levanta e ficar com a mesma durante todo o dia Manter a prótese em pé quando esta não for usada Não ajustar ou alterar mecanicamente a prótese 18
19 PLANO DE ENSINO PARA A ALTA - Cuidados à Prótese - (cont.) Usar meias de algodão especiais para o coto, para mantê-lo limpo e confortável Trocar a meia diariamente e esta deve adaptar-se uniformemente Envolver a família do doente nos ensinos efectuados, ajudando-o a tornar-se o mais independente possível A reabilitação da PESSOA amputada depende do trabalho de uma equipe multidisciplinar, em que a par da PREPARAÇÃO FÍSICA, deve estar sempre presente o APOIO EMOCIONAL: Permitindo a expressão dos seus sentimentos Envolvendo-a na reabilitação Incentivando-a para o uso de prótese Lembrando-lhe que a sua força de vontade e o seu espírito de cooperação são a chave do sucesso. 19
20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Cruz, A.G. Reabilitação do amputado do membro inferior, Sinais vitais, nº1, Novembro, 1994, pp Direcção geral da saúde, Viver com amputação dos membros inferiores, Lisboa 2001, pp Figueiredo, L. e Moreira, A. Cuidados de Enfermagem ao doente amputado, Enfermagem em foco SEP- Ano V Novembro/Janeiro, nº 17, 1995, pp Luccia, Nelson Reabilitação Pós-amputação Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado, 2003, pp Phhips, Long, Cuidados de Enfermagem a doentes com problemas vasculares periféricas, Enfermagem Médico-Cirúrgica, capítulo 44, 1980, pp
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