FEBRE AMARELA. A Doença. Diagnóstico e tratamento. Sintomas. Vacinação. cartilha de prevenção
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- Miguel Veiga
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1 FEBRE AMARELA cartilha de prevenção A Doença Diagnóstico e tratamento Sintomas Vacinação
2 A enfermidade voltou a assustar os brasileiros em 2017, com a proliferação de casos de febre amarela silvestre. Erradicada dos grandes centros urbanos desde 1942, todos os casos confirmados desde então decorrem do ciclo silvestre de transmissão da doença. A Doença A Febre Amarela é uma doença viral, transmitida por mosquitos. É um mal que existe há muitos anos, sendo que na maioria das vezes, os sintomas são de intensidade leve a moderada, e uma minoria dos casos pode evoluir para a forma grave, que pode ocasionar a morte. É uma doença sazonal, geralmente com aumento de casos entre dezembro e maio. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa e o vírus que causa a doença é sempre o mesmo. Febre amarela Silvestre _ florestas e áreas de mata Nas áreas de mata, os macacos são os principais hospedeiros do vírus, e os mosquitos que transmitem a febre amarela têm hábitos unicamente silvestres. São os mosquitos do gênero Haemagogus. O Brasil vive um dos períodos de maior mortandade de primatas da história devido à febre amarela silvestre, o que pode levar à extinção de espécies. Os primatas são tão vítimas da doença quanto os humanos, não a transmitindo diretamente, são sensíveis ao vírus da febre amarela e a morte dos animais pela doença é um alerta aos órgãos de saúde sobre a necessidade de vacinação da população humana nos arredores.
3 Febre amarela Urbana _ cidades Nas cidades, o homem é o único hospedeiro, e a doença é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, que também é o responsável pela transmissão da Dengue, Zika e Chikungunya. Além da vacinação, os seguintes cuidados devem ser tomados na prevenção da febre amarela urbana: Eliminação dos focos do mosquito transmissor Aedes Aegypti; Usar camisas de mangas compridas e calças compridas, para proteção contra picadas de mosquitos; Uso de repelentes. Diagnóstico e tratamento O diagnóstico das formas leve e moderada é difícil, pois pode ser confundido com outras doenças infecciosas do sistema respiratório, digestivo ou urinário. A confirmação é feita através de análise laboratorial de sangue.
4 Não existe um tratamento específico no combate à febre amarela. O paciente deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e perdas sanguíneas quando necessário. Os casos graves devem ser atendidos em UTI (Unidade de Terapia Intensiva), de modo que as complicações sejam controladas e o perigo da morte, eliminado. Atenção: são contraindicados medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (AAS, Aspirina) e anti-inflamatórios. Fique muito atento aos sintomas! A sensação de melhora pode ter a duração de apenas algumas horas até 2 dias e então evoluir para a forma grave da doença, por isso no surgimento de sintomas, busque atendimento médico: Febre alta; Dor de cabeça, calafrios, dores no corpo Náuseas, vômitos Icterícia (pele e olhos amarelos); Diminuição do volume de urina; Sangramentos pela gengiva, pelo nariz, pelo ouvido, pelo estômago (vômitos tipo borra de café) e pela urina.
5 Vacinação A vacina é a maneira mais efetiva de prevenção. Tem uma eficácia de 95%, ou seja, ampla proteção e basta 1 dose para estar protegido ao longo da vida. É produzida com o vírus vivo atenuado, podendo existir efeitos adversos. Efeitos adversos graves são extremamente raros (menos de um por um milhão de pessoas). Os anticorpos protetores (células de defesa) aparecem no organismo, em média, 10 dias após a vacinação, por isso, não é recomendado viajar ou ingressar em áreas de risco da doença antes deste período. O que você precisa saber sobre a vacina fracionada Aplicar uma dose fracionada é uma medida de emergência que pode auxiliar no controle de possíveis surtos, quando é necessário fornecer uma grande quantidade de vacinas em um curto espaço de tempo. A campanha de fracionamento da vacina vem para evitar o aumento de casos e mortes, já que o vírus entrou em uma área com elevada densidade populacional, sem recomendação anterior de vacinação. Esta medida já foi utilizada em outros países e a Organização Mundial de Saúde revisou evidências existentes e concluiu que o fracionamento da vacina na proporção de até um quinto da dose padrão poderia ser uma opção segura e eficaz para campanhas de vacinação em massa para controlar surtos urbanos em situações de escassez de vacinas, mantendo a mesma eficácia de imunização. Quando a vacina é fracionada, sua potência não é reduzida na mesma proporção. A origem da dose fracionada é a mesma da dose completa e já foi administrada em milhões de pessoas para evitar a febre amarela. Ela é considerada tão segura e eficaz quanto a dose completa da vacina. As crianças com menos de 2 anos de idade devem receber uma dose completa.
6 A dose fraccionada não dá direito ao Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP) de febre amarela válido para viagens internacionais. Até que mais dados sejam coletados sobre a duração da proteção fornecida pela dose fracionada, as pessoas que precisarem do Certificado para uma viagem internacional, deverão tomar a dose completa da vacina. Para mais informações, consulte o site da Anvisa: Quem precisa receber a dose padrão (não fracionada) Crianças de 9 meses a menores de 2 anos; Pessoas com condições clínicas especiais (vivendo com HIV/Aids, ao final do tratamento de quimioterapia, pacientes com doenças hematológicas, entre outras) Gestantes Viajante internacional (devem apresentar comprovante de viagem no ato da vacinação) Contra indicações da vacina Pacientes em tratamento de câncer Pessoas com imunossupressão Pessoas com reação alérgica grave à proteína do ovo Crianças menores de 9 meses Transplantados de órgão. No caso dos idosos, a vacinação deverá ser aplicada após indicação médica. A vacinação contra febre amarela impede a doação de sangue por um período de quatro semanas.
7 Regiões com recomendação para vacinação A vacinação para febre amarela é ofertada na rotina dos municípios com recomendação de vacinação nos seguintes estados: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Todas as pessoas que vivem nesses locais ou pretendem visita-los, devem tomar uma dose da vacina para estar protegido durante toda a vida. Em São Paulo, a determinação das áreas de vacinação foi feita de acordo com o acompanhamento da circulação do vírus, baseada no mapeamento epidemiológico das regiões. A vacinação está sendo intensificada nas áreas com risco de infecção pela doença. Vacinação em clínicas privadas A vacina contra febre amarela é coberta pela Omint, contudo, devido à alta demanda, há falta generalizada no setor privado. Enquanto a situação não se regulariza, apenas os postos públicos de saúde estão realizando a vacinação. A produção brasileira da vacina contra febre amarela é disponibilizada apenas ao setor público. As vacinas que abastecem o mercado privado são produzidas fora do país, por isso em alguns momentos ocorre restrição na capacidade de distribuição. A Anvisa aprovou a importação de um novo lote, o que pode melhorar a disponibilidade de vacinas nas clínicas privadas. CLÍNICA PRIVADA
8 Fique atento! O Ministério da Saúde preocupa-se com a disseminação de informação de qualidade em saúde, para evitar o sensacionalismo e a propagação de boatos, tão comuns em épocas de crise. Por isso fique atento e busque fontes seguras para informar-se sobre o assunto: Fundação Oswaldo Cruz: Ministério da Saúde: Agência Nacional de Vigilância Sanitária: Fontes consultadas: - Dr. David Uip, médico infectologista, professor titular da Faculdade de Medicina do ABC e Professor Livre Docente da Universidade de São Paulo. - Ministério da Saúde. - Fundação Oswaldo Cruz. - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. - Organização Mundial da Saúde.
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