Maria da Conceição Muniz Ribeiro
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- Filipe Cordeiro da Cunha
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1 Maria da Conceição Muniz Ribeiro
2 CME É a unidade hospitalar responsável pelo recebimento,limpeza, preparo, esterilização, guarda e controle dos artigos médicos-hospitalares. É uma unidade tão importante que de acordo com o seu funcionamento podemos avaliar a eficiência da assistência hospitalar prestada ao cliente. É um setor básico, imprescindível em qualquer planta física hospitalar.
3 O Ministério da Saúde define a CME Como o conjunto de elementos destinado à recepção e expurgo, preparo e esterilização e guarda e distribuição do material para as unidades de estabelecimento de saúde, é responsável pelo processamento de todos os materiais utilizados na assistência à saúde, desde a limpeza, inspeção e seleção quanto à integridade, à funcionalidade e ao acondicionamento em embalagens adequadas, até a distribuição desses produtos esterilizados às unidades consumidoras, de forma a assegurar a eles a quantidade e a qualidade necessárias à realização de todos os procedimentos assistenciais para o desenvolvimento do plano terapêutico dos clientes.
4 ANVISA A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 307, de 14 de novembro de 2002, considera o CME uma unidade de apoio técnico que tem por finalidade processar e fornecer produtos para a saúde a serem utilizados nos Estabelecimentos de Assistência à Saúde (EAS).
5 Consulta Pública nº 34 A Consulta Pública nº34 da Anvisa, cuja RDC deverá regulamentar a organização e o funcionamento dos CMEs no território nacional, definiu o CME como uma unidade funcional localizada nos serviços de saúde destinada ao processamento de produtos para a saúde.
6 A Consulta Pública nº 34 da Anvisa classificou os CMEs em classes I e II. O CME classe I é aquele que realiza o processamento de produtos críticos sem lúmen e sem espaços internos, de produtos semicríticos e de produtos não críticos, passíveis de processamento, em serviços de saúde que realizam procedimentos exclusivamente ambulatoriais. O CME classe II é aquele que realiza o processamento de produtos críticos, semicríticos e não críticos, passíveis de processamento, em serviços de saúde que realizam procedimentos clínicos e cirúrgicos, diagnósticos ou terapêuticos, em regime de internação ou semi-internaçõa
7 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em 15 de março de 2012 aprova a RDC nº 15, que dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde e dá outras providências: Art. 2º Este regulamento tem o objetivo de estabelecer os requisitos de boas práticas para o funcionamento dos serviços que realizam o processamento de produtos para a saúde visando à segurança do paciente e dos profissionais envolvidos. Art.3º Este regulamento se aplica aos Centros de Material e Esterilização CME dos serviços de saúde públicos e privados, civis e militares, e as empresas processadoras envolvidas no processamento de produtos para saúde.
8 RDC nº 15 Parágrafo Único. Excluem-se do escopo desse regulamento o processamento de produtos para saúde realizados em consultórios odontológicos, consultórios individualizados e não vinculados a serviços de saúde, unidades de processamento de endoscópios, serviços de terapia renal substitutiva, serviços de assistência veterinária. Art. 4º Para efeito deste regulamento técnico são adotadas as seguintes definições: I barreira técnica: conjunto de medidas comportamentais dos profissionais de saúde visando à prevenção de contaminação cruzada entre o ambiente sujo e o ambiente limpo, na ausência de barreiras físicas.
9 CONTINUAÇÃO IV Centro de Material e Esterilização de funcionamento centralizado: unidade de processamento de produtos para saúde que atende a mais de um serviço de saúde do mesmo gestor; VI controle de qualidade do processamento dos produtos para saúde: avaliação sistemática e documentada da estrutura e do processo de trabalho e avaliação dos resultados de todas as etapas do processamento do produtos para saúde; VII data limite de uso do produto esterilizado: prazo estabelecido em cada instituição, baseado em um plano de avaliação da integridade das embalagens, fundamentado na resistência das embalagens, eventos relacionados ao seu manuseio ( estocagem em gavetas, empilhamento de pacotes, dobras das embalagens ), condições de umidade e temperatura, segurança da selagem e rotatividade do estoque armazenado;
10 CONTINUAÇÃO VIII desinfecção de alto nível: processo físico ou químico que destrói a maioria dos microrganismos de artigos semicríticos, inclusive microbactérias e fungos, exceto um número elevado de esporos bacterianos; IX desinfecção de nível intermediário: processo físico ou químico que destrói microrganismos patogênicos na forma vegetativa, micobactérias, a maioria dos vírus e dos fungos, de objetos inanimados e superfícies; X detergentes: produto destinado a limpeza de artigos e superfícies por meio da diminuição da tensão superficial, composto por grupo de substâncias sintéticas,orgânicas, líquidas ou pós solúveis em água que contêm agentes umectantes e emulsificantes que suspendem a sujidade e evitam a formação de compostos insolúveis ou espuma no instrumento ou na superfície;
11 CONTINUAÇÃO XI embalagem para esterilização de produtos para saúde: invólucro que permite a entrada e saída do ar e do agente esterilizante e impede a entrada de microorganismos; XXVIII responsável técnico RT: profissional de nível superior legalmente habilitado, que assume perante a vigilância sanitária a responsabilidade técnica pelo serviço de saúde ou pela empresa processadora, conforme legislação vigente; Art. 8º O serviço de saúde que realize mais de quinhentas cirurgias/mês, excluindo partos, deve constituir um Comitê de Processamento de Produtos para saúde CPPS, composto minimamente, por um representante; I da diretoria do serviço de saúde; II responsável pelo CME; III do serviço de enfermagem; IV da equipe médica; V da CCIH ( Comissão de Controle de Infecção Hospitalar);
12 CONTINUAÇÃO Parágrafo único. O responsável pelo CME Classe II deve atuar exclusivamente nesta unidade durante sua jornada de trabalho. Art. 30 O trabalhador do CME e da empresa processadora deve utilizar vestimenta privativa, touca e calçado fechado em todas as áreas técnicas e restritas. Art. 81 Não é permitido o uso de caixas metálicas sem furos para esterilização de produtos para saúde. Art. 82 O CME que utiliza embalagem de tecido de algodão, deve possuir um plano contendo critérios de aquisição e substituição do arsenal de embalagem de tecido mantendo os registros desta movimentação.
13 CONTINUAÇÃO Parágrafo único. Não é permitido o uso de embalagem de tecido de algodão reparadas com remendos ou cerzidas e sempre que for evidenciada a presença de perfurações, rasgos, desgaste do tecido ou comprometimento da função de barreira, a embalagem deve ter sua utilização suspensa. Art. 86 O CME que realize desinfecção química deve dispor de uma sala exclusiva. Caso o serviço realize desinfecção ou esterilização química liquida automatizada, deve também dispor de área e condições técnicas necessárias para instalação do equipamento. Art. 93 É obrigatório a realização de teste para avaliar o desempenho do sistema de remoção de ar ( Bowie & Dick ) da autoclave assistida por bomba de vácuo, no primeiro ciclo do dia.
14 CONTINUAÇÃO Art. 94 Não é permitido à alteração dos parâmetros estabelecidos na qualificação de operação e de desempenho de qualquer ciclo dos equipamentos de esterilização. 1º O ciclo de esterilização a vapor para uso imediato só pode ocorrer em caso de urgência e emergência. 2º O ciclo de esterilização a vapor para uso imediato deve ser documentado contendo data, hora, motivo do uso, nome do instrumental cirúrgico ou produto para saúde, nome e assinatura do profissional responsável pelo CME e identificação do paciente. 3º O registro do ciclo mencionado no 2º deve estar disponível para a avaliação pela Autoridade Sanitária. 4º O instrumental cirúrgico e os produtos para saúde processado conforme o 1º deve ser utilizados imediatamente após o processo de esterilização. 5º O ciclo para uso imediato deve ser monitorado por integrador ou emulador químico.
15 Cabe ao enfermeiro da Central de Material participar: o CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) o Comissão de Compras de Materiais e Equipamentos o Comissão de Infecção Hospitalar
16 Existem três tipos de Centrais de Materiais: 1- Descentralizada Desvantagens Manutenção precária dos aparelhos de esterilização Maior número de funcionários nas unidades Dificuldades em orientar e supervisionar o pessoal quanto ao preparo e esterilização dos materiais Menor durabilidade dos materiais pelo preparo inadequado Dificuldade de manter a padronização e assegurar a esterilização dos materiais
17 2- Parcialmente Centralizado 3- Centralizado Os materiais usados em todas as unidades do hospital são processados desde a limpeza até sua esterilização e distribuição, num determinado local Centro de Material, sob uma única direção, onde os materiais são criteriosamente preparados por pessoal treinado periodicamente. Vantagens Economia Eficiência Segurança Padronização dos materiais Maior durabilidade dos materiais raramente utilizados Menor quantidade de pessoal Maior produção Facilidade no controle do consumo Mantém uma reserva de material para as 24 horas
18 Localização Deve estar localizado no Centro do Hospital, de modo que possa atender com eficácia as Unidades de Centro Cirúrgico, Centro Obstétrico, Pronto- Socorro, Terapia Intensiva e outras. O sistema de comunicação se faz por ligação horizontal ou vertical, através de elevadores monta-carga. Elevador Monta-carga
19 Exemplo de Localização
20 Área Física da CME Objetivos: favorecer o processo de trabalho reduzir contaminantes ambientais manter a integridade dos artigos e da esterilidade facilitar a limpeza e a distribuição dos artigos para as unidades
21 ÁREAS DA CME Área para recepção do material contaminado
22 Limpeza
23 Preparo CME do Hospital da Lagoa- RJ
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26 Área para recepção de roupas limpas
27 Esterilização
28 Estocagem
29 Almoxarifado Sala de Administração Chefia de Enfermagem Vestiário com Sanitários Copa
30 FUNÇÕES DO ENFERMEIRO O Enfermeiro é o profissional que tem na sua formação conhecimentos sobre o processo de esterilização e utilização de artigos médico-cirúrgicos, sendo capacitado para desenvolver a sistematização de procedimentos em sua área de atuação.
31 ANVISA Além disso, a Anvisa determina que a atuação do profissional responsável pelo CME (nível superior, legalmente habilitado, cuja formação acadêmica contemple disciplinas relacionadas ao processamento de produtos para a saúde e que seja, preferencialmente, um enfermeiro), aconteça exclusivamente nessa unidade durante toda sua jornada de trabalho.
32 Planejar sistemas de controle da produção e da esterilização, avaliar sua execução diária, elaborando relatórios periódicos. Elaborar as escalas diárias, mensais e de férias dos funcionários. Estabelecer um sistema de controle dos equipamentos e materiais de que dispõe a unidade. Acompanhar, com a equipe de manutenção, os problemas detectados nos equipamentos.
33 Emitir parecer técnico de testes de materiais e equipamentos. Estabelecer sistemas de prevenção de riscos ocupacionais. Elaborar manual de normas, rotinas e procedimentos, o qual deverá estar disponível a toda equipe no local de trabalho e deve ser revisado anualmente. Realizar treinamento, educação em serviço e avaliação periódica dos funcionários sob sua supervisão.
34 Desenvolver trabalhos científicos, colaborando com estudos e pesquisas na área de enfermagem. Acompanhar e checar a monitorização da esterilização através de controles físicos, químicos e biológicos. Estabelecer fluxo restrito de pessoas em todas as áreas da CME. Estabelecer o uso de vestuário privativo a todos os funcionários da CME e visitantes.
35 FLUXOGRAMA DA CENTRAL DE MATERIAL E SEU SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO
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