JANAÍNA LARRATE MARISTELA SIQUEIRA VERA LÚCIA VAL DE CASAS. INSTITUTO MUNICIPAL HELENA ANTIPOFF SME/RJ

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Victorio de Sequeira Madeira
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1 OFICINA VIVENCIAL DE AJUDAS TÉCNICAS PARA AÇÃO EDUCATIVA: A COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E AMPLIADA COMO FACILITADORA DO PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNOS SEM FALA FUNCIONAL JANAÍNA LARRATE MARISTELA SIQUEIRA VERA LÚCIA VAL DE CASAS ofvivencialiha@rioeduca.net INSTITUTO MUNICIPAL HELENA ANTIPOFF SME/RJ 1

2 INTRODUÇÃO A comunicação é um fator essencial à integração do sujeito a seu grupo social. Desenvolvida e aperfeiçoada ao longo da história, possibilita a interação entre os homens através de códigos culturalmente estabelecidos. Através de gestos, expressões corporais e faciais, palavras e demais signos, o homem é capaz de afetar e ser afetado por seus pares. Algumas crianças e jovens com deficiência ou Transtorno Global do Desenvolvimento podem apresentar dificuldades em se fazer compreender, principalmente quando não conseguem utilizar formas convencionais de comunicação, como à fala. Nesses casos, a intervenção pedagógica apoiada no uso da Comunicação Alternativa e Ampliada CAA representa um caminho viável e adequado para o desenvolvimento da comunicação e da linguagem de alunos com dificuldade ou impossibilidade de produzir e/ou compreender enunciados verbais. A Comunicação Alternativa (CA) constitui uma das áreas da Tecnologia Assistiva que está dirigida às pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever (NUNES, 2003). Dessa forma, a CA tem por finalidade desenvolver e ampliar as possibilidades de compreensão e expressão dos sujeitos que se encontram nessas condições, através do uso integrado de recursos, símbolos, técnicas e estratégias. Reily (2006) afirma que os sistemas de Comunicação Alternativa são recursos necessários para pessoas, tanto crianças quanto adultos, que apresentam impedimentos ou prejuízos na produção de sons e palavras reconhecíveis na língua. No contexto escolar os alunos sem fala funcional encontram-se, muitas vezes, em desvantagem quando comparados aos seus colegas de turma. Nem sempre participam ativamente das atividades propostas e, quando o fazem, não conseguem demonstrar todas as suas habilidades e potencialidades. Portanto, é necessário que o professor do Atendimento Educacional Especializado desenvolva, em conjunto com os professores da turma comum, estratégias que favoreçam a ampliação das habilidades comunicativas desses educandos utilizando os conhecimentos da área da CAA. 2

3 Esta oficina tem por objetivo apresentar e discutir aspectos relevantes para o trabalho do professor junto aos alunos com dificuldades/impossibilidades de se comunicarem através da fala. DESENVOLVIMENTO Os participantes serão convidados a produzirem uma prancha de comunicação pedagógica que possibilite ao aluno usuário de CAA participar de atividades escolares envolvendo a produção e interpretação de textos. Segundo Reily (2006), com uma prancha de história, o aluno pode participar diretamente da narrativa, colocando os elementos e personagens na sua prancha, contribuindo com perguntas, com comentários. Traremos para discussão a necessidade de darmos voz aos alunos não falantes, destacando a importância da participação, da autonomia e da construção do conhecimento no processo educacional inclusivo. O processo de inclusão escolar compreende, segundo Aiscow (2004 apud PELOSI, 2009), três elementos: a presença do aluno no espaço escolar; a sua participação nas atividades de classe e extra-classe; a construção do conhecimento. Portanto, a escola deve ser capaz de construir coletivamente uma pedagogia centrada no aluno, capaz de impulsionar novas formas de organizar o ensino e favorecer a efetiva participação de todos nas atividades escolares cotidianas. Como afirma Browning (2011), precisamos promover a participação ativa do usuário de CA. Para isso é importante estar atento não somente para locomoção no meio ambiente e utilização do material, mas também para o preparo e fortalecimento da sociedade que interage com o indivíduo que usa CA. Seguindo esses princípios, a dinâmica desenvolvida terá como fundamentação teórica o modelo colaborativo, que segundo Torres, Alcantara e Irala (2004) parte da ideia que o conhecimento é o resultado de um consenso entre os membros de uma comunidade de conhecimento, resultado do que as pessoas construíram juntas, seja conversando, trabalhando na solução de problemas, estudos de casos, projetos; de forma direta ou indiretamente, chegando a um consenso ou um acordo. 3

4 As atividades desenvolvidas serão organizadas seguindo os passos: 1. Breve relato sobre o trabalho desenvolvido pela Equipe da Oficina Vivencial utilizando slides e demais recursos multimídias; 2. Aportes teóricos sobre a temática apresentada e, em especial, acerca do processo de produção de pranchas de comunicação pedagógicas (recursos de CAA, técnicas de seleção, estratégias e símbolos); 3. Apresentação da proposta (oficina) e orientações quanto aos procedimentos a serem realizados pelo grupo; 4. Produção da prancha de CAA (atividade em grupo): 4.1 Seleção, pelos grupos, da temática/assunto que será utilizado na produção textual ofereceremos alguns temas previamente elencados para que cada grupo eleja o mais conveniente; 4.2 Discussão e listagem do vocabulário que será utilizado na prancha cada grupo receberá um quadro dividido em categorias (pessoas, ações, substantivos, adjetivos, social e miscelânea ). Deverão discutir e listar o vocabulário necessário para elaboração e interpretação da história selecionada; 4.3 Discussão e planejamento do layout da prancha - nesta etapa o grupo discutirá a forma como o vocabulário será organizado na prancha tendo como base a estrutura frasal. 4.4 Seleção dos símbolos que representarão o vocabulário listado serão oferecidos aos grupos diferentes tipos de símbolos (imagens tipo figuras, fotografias, desenhos) que estejam relacionados às temáticas/assuntos propostos. Os participantes deverão selecionar entre os apresentados aqueles que utilizarão no processo de confecção da prancha. 4.5 Organização dos símbolos na prancha etapa em que o recurso de CAA será efetivamente produzido. Organizarão as bases de acordo com o layout e farão a colagem dos símbolos/imagens selecionadas. 5. Apresentação das produções e das formas de utilização do recurso Cada grupo apresentará sua produção para os demais e farão um breve relato sobre o 4

5 processo vivenciado. Discutiremos as diferentes formas de utilização dos recursos produzidos e como adequá-los às necessidades específicas dos alunos com Deficiência Física, Deficiência Intelectual e Transtorno Global do Desenvolvimento. 6. Avaliação e fechamento cada participante receberá um conjunto de símbolos e deverá selecionar aquele que represente sua avaliação em relação ao processo vivenciado. CONSIDERAÇÕES FINAIS Transformar a escola em um espaço que acolhe e valoriza as diferenças não é tarefa fácil, mas extremamente necessária a fim de assegurar o direto à educação a todos os alunos, independente de suas diferenças individuais, raciais, políticas e culturais. Através da implementação da Tecnologia Assistiva (TA), em especial da Comunicação Alternativa e Ampliada, a escola poderá atender às necessidades específicas dos alunos com deficiência ou Transtorno Global do Desenvolvimento e, consequentemente, ampliar o nível de participação, interação, aprendizagem e qualidade de vida desses sujeitos. Shirmer (2013), afirma que para que se possa garantir o acesso do aluno com deficiência ao conhecimento, ao espaço físico, às interações e à comunicação é necessário que os professores, principais interlocutores e modelos, tenham conhecimento sobre a Tecnologia Assistiva (TA), e especialmente sobre a Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA). Para tanto, é necessário que os professores, tanto da Educação Especial como do ensino comum, aprendam a utilizar as tecnologias disponíveis e sejam capazes de transformá-las em recursos pedagógicos acessíveis. É necessário, também, como afirma Nunes, a presença do interlocutor interessado e preparado para acolher e responder às mensagens da pessoa não falante. Esperamos que a oficina apresentada possa contribuir para divulgação da Comunicação Alternativa e Ampliada auxiliando no processo de inclusão de alunos que não conseguem se comunicar através da fala. 5

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BROWNING, N. Compartilhando Experiências. In NUNES, L. R.; PELOSI, M. B.; WALTER C. V. F (Org), Compartilhando Experiências: Ampliando a Comunicação Alternativa. Marília.: ABPEE, 2011, p Nunes, L. R. Linguagem e Comunicação Alternativa: Uma introdução. Em L. R. Nunes (Org), Favorecendo o desenvolvimento da comunicação em crianças e jovens com necessidades educacionais especiais Rio de Janeiro: Dunya, 2003, p PELOSI, M. B. Inclusão e Tecnologia Assistiva. Tese de Doutorado. Vol.I 179f. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, REILY, L. Escola Inclusiva Linguagem e Mediação. Campinas, SP: Papirus, SHIERMER, C. R. Formação Inicial e Continuada de Professores em Comunicação Alternativa: pontos importantes para vencer desafios. In: PASSERINO, L. M.; BEZ, M. R.; PEREIRA, MA.C.C.; PRES, A. (org.). Comunicar para Incluir. 1ed. Porto Alegre: CRBF, 2013, p TORRES, P L. ALCANTARA, P R. IRALA, E A F. Uma Proposta de Aprendizagem Colaborativa para o Processo Ensino Aprendizagem. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v.4, n.13, p , set./dez

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