SEMINÁRIO SINICESP REFORMA TRABALHISTA E REFORMA DA PREVIDÊNCIA HÉLIO ZYLBERSTAJN FEA/USP E FIPE

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1 SEMINÁRIO SINICESP REFORMA TRABALHISTA E REFORMA DA PREVIDÊNCIA HÉLIO ZYLBERSTAJN FEA/USP E FIPE São Paulo 21/02/2017

2 1. Terceirização 2. Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista 3. Negociação coletiva um balanço

3 1. Terceirização 2. Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista 3. Negociação coletiva um balanço

4 Causa das mudanças no mercado de trabalho: coordenação horizontal da produção. Consequência: obsolescência da dicotomia atividade meio x atividade fim. Exemplo: transporte rodoviário de cargas. Insegurança jurídica: O que é atividade-fim? O que é atividade-meio? Exemplo: telemarketing. Regulamentação da terceirização no mundo: restrições, quando existem, visam preservar o modelo de relações de trabalho. Não há restrições em função de atividades. Todos aguardamos o julgamento de três ações no STF. No Brasil, o debate está contaminado pelo argumento da precarização.

5 Texto completo: Versão resumida: Boletim Trimestral do IPEA de outubro/2015 REFORMA TRABALHISTA E REFORMA DA PREVIDÊNCIA Dossiê CUT/DIEESE. 26,8% seriam terceirizados e receberiam salários 24,7% menores. Terceirização causaria acidentes e mais rotatividade. Metodologia rudimentar: para identificar terceirizados, considera atividades tipicamente terceirizáveis supondo que todos são terceirizados. Chega a 13 milhões: 1 em cada 4! E mais: Comparação de médias dos dois grupos. São mesmo comparáveis? Não há controle das diferenças no perfil dos trabalhadores. Fizemos estudo para medir mais rigorosamente o diferencial de salários (Guilherme Stein (EESP/FGV e FEE), Eduardo Zylberstajn (EESP/FGV e Fipe) e Hélio Zylberstajn (FEA/USP e Fipe).

6 Atividades incluídas: Montagem e manutenção de equipamentos, Segurança/vigilância, Tecnologia da informação, Limpeza e conservação, Pesquisa e desenvolvimento e Telemarketing. Metodologia: medimos o diferencial de salários na transição terceirizado-direto e/ou direto-terceirizado, para o mesmo indivíduo. Controlamos as diferenças de perfil de todos os indivíduos. Resultados: Amplitude da terceirização = 24% nas 6 atividades tipicamente terceirizáveis. Diferencial salarial médio: -3%. Muita heterogeneidade entre as atividades. Há casos de diferencial a favor dos terceirizados: vigilantes.

7 1. Terceirização 2. Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista 3. Negociação coletiva um balanço

8 Gasto previdenciário (%) PIB REFORMA TRABALHISTA E REFORMA DA PREVIDÊNCIA 20,0 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0 Gráfico 1: Gastos previdenciários e população idosa na OCDE e no Brasil México Brasil Nova Zelândia Coréia Polônia Eslováquia Irlanda Holanda EUA/ Austrália Canadá Suíça Áustria França Itália Alemanha Espanha Reino Unido Japão 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0 20,0 % população com 65+ anos

9 PEC 287 Elementos principais Proposta dura e profunda. Objetivo reduzir os gastos e uniformizar as regras do RGPS e dos RPPS Idade mínima única para aposentadoria. Passa a ser o critério dominante para acesso ao benefício. Regra de transição: 3 grupos. Valor do benefício: dependerá da extensão do período contributivo. Aumento automático da idade mínima (expectativa de vida/ibge): 1 ano x 1 ano. Restrições às pensões. Importante: com tudo isso, a PEC vai apenas congelar o déficit atual. É preciso mais: dividir a carga da transição e criar uma Nova Previdência para os Novos Trabalhadores.

10 Número de beneficiários (milhões) Faixas de renda INSS F. Públicos INSS F. Públicos Até 5 Salários Mínimos 32,4 1,9 99% 53% Maior que 5 Salários Mínimos 0,2 1,7 1% 47% Total 32,6 3,6 100% 100% Valor dos benefícios (R$ bilhões) Faixas de renda INSS F. Públicos INSS F. Públicos Até 5 Salários Mínimos 408,4 52,5 98% 21% Maior que 5 Salários Mínimos 10,1 203,2 2% 79% Total 418,5 255,7 100% 100%

11 Interface da reforma da Previdência com o mercado de trabalho A PEC 287 é essencial. Mas seu efeito é limitado: manterá a situação atual, sem agravá-la. A um preço enorme: 11% + 20% sobre a folha. É preciso complementá-la com: Uma Nova Previdência para os Novos Trabalhadores (Proposta Fipe) Renda Básica do Idoso (R$500) INSS alargado (funcionalismo) e comprimido (teto de R$1500) Pilar capitalizado: FGTS + Seguro Desemprego (FGTSP) para todos Pilar voluntário capitalizado Alíquota adicional para os aposentados/pensionistas do serviço público

12 1. Terceirização 2. Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista 3. Negociação coletiva um balanço

13 Balanço das Negociações Salariais de 2016 Ajustes salariais: 47,6% das negociações resultaram em ajustes abaixo da inflação; 29,9% acima e 22,5% iguais. Documentos analisados em 2016 (até 20/01/2017) Acordos Convenções Houve 353 acordos de redução salarial, dos quais apenas 118 (33,4%) utilizaram o PPE. O piso mediano negociado foi R$1.062 (1.042 nas convenções e nos acordos) A folha salarial CLT de outubro/2016 caiu 0,6% em relação à de setembro e 2,6% em relação à de outubro/2015. Todos os dados e informações são extraídos dos acordos coletivos e das convenções coletivas depositados na página Mediador do Ministério do Trabalho e Emprego : Ajuste salarial Piso salarial Total

14 abr/07 ago/07 dez/07 abr/08 ago/08 dez/08 abr/09 ago/09 dez/09 abr/10 ago/10 dez/10 abr/11 ago/11 dez/11 abr/12 ago/12 dez/12 abr/13 ago/13 dez/13 abr/14 ago/14 dez/14 abr/15 ago/15 dez/15 abr/16 ago/16 dez/16 REFORMA TRABALHISTA E REFORMA DA PREVIDÊNCIA Mediana dos ajustes salariais nominais 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% INPC (12 meses) odos os dados e informações são extraídos dos acordos coletivos e das convenções coletivas depositados na página Mediador do Ministério do rabalho e Emprego : Ajustes

15 Projeto Salariômetro da Fipe: Tabulação de 40 a 50 mil documentos por ano (acordos coletivos e convenções coletivas) Metade das negociações não tratam de salários. Foco: condições de trabalho. Via preferida: acordo coletivo.

16 Muito obrigado!